TeleSéries
Uma opinião sobre ‘Politicamente Incorreto’, a série de Danilo Gentili
21/09/2014, 20:16. Paulo Serpa Antunes
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Politicamente Incorreto
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Manchete da semana: Danilo Gentili ofende a classe política brasileira e faz a população rir muito nas redes sociais.
Os executivos da Fox International Channels teriam adorado se esta fosse a repercussão de Politicamente Incorreto, nova série brasileira que estreou na última segunda-feira no canal FX, cercada de boa mídia – especialmente por ser um projeto de Gentili, comediante polêmico e apresentador de uns dos talk shows mais assistidos da TV.
Infelizmente, a coisa não aconteceu bem assim. No mesmo dia que Politicamente Incorreto estreava na TV, Gentili entrevistou a candidata a Presidência Luciana Genro no seu programa no SBT, o The Noite. Na entrevista, exagerou na dose em suas críticas a regimes de governo socialistas e acabou ouvindo da candidata o conselho de que “estude um pouco mais”. O comediante acabou virando piada nas redes sociais.
A ironia é que Politicamente Incorreto, que acabou eclipsada pelo acontecimento, é uma comédia pensada por Gentili (em parceria com Fabrício Bittar) justamente pra extravasar sua repulsa pela política nacional – que Gentili conhece de perto, desde os dias em que circulava pelos corredores do Congresso Nacional como repórter do CQC.
O feitiço virou contra o feiticeiro.
Mas e Politicamente Incorreto? A série vale a viagem?
Como ator, Danilo Gentili está razoavelmente bem em cena. Que dizer, tão bem como um não-ator poderia estar. Ele reconhece suas limitações e as usa em seu favor. O resultado não fica muito atrás das primeiras gravações de outros comediantes americanos e ingleses que trocaram o stand up pelas sitcoms. Falta uma naturalidade ali, um jogo de cintura acolá. Mas até um Jerry Seinfeld ou um Ray Romano tiveram suas dificuldades no início. Rafinha Bastos, que em 2013 estrelou também para a FX a série A Vida de Rafinha Bastos, também teve.
Na série, Gentili está bem acompanhado, cercado por um elenco experiente – com destaque para as presenças de José Dumont, Paula Possani e Sérgio Menezes. O episódio piloto, no entanto, sugere que eles não tendem a ter storylines próprias – e se as tivessem, talvez não fossem histórias muito originais. Eles parecem replicar alguns personagens de séries americanas: a estagiária Juliana (Letícia Fagnani) remete a inocente Pam de The Office; já o servidor Mário (Kiko Vianello) parece uma versão nacional do atrapalhado Jerry de Parks and Recreation.
E o texto? Por um lado a série parece flertar com este humor mais moderno da TV paga norte-americana pós-Curb Your Enthusiasm, fazendo piadas a partir de temas polêmicos e com algum espaço para a improvisação. Por outro, ela flerta com a tradição do besteirol do humor brasileiro. O mix até poderia ser interessante, e de repente apontar um caminho narrativo pra comédias brasileiras (é que o Fernanda Young vem fazendo com razoável êxito em sua Surtadas na Yoga, do GNT), mas o resultado aqui é irregular. A série parece engenhosa em alguns momentos, como na storyline principal, que abre com o candidato Atílio Pereira sendo filmado recusando uma pilha de dinheiro e, por conta disto, se tornando forte candidato à Presidência por ser considerado “o único político honesto do Brasil”. Mas em outros, a série é simplesmente boba, às vezes até sexista.
O grande problema de Politicamente Incorreto é que série nasce e se desenvolve de uma ideia quase primária: nenhum político presta. A questão é que parodiar uma grupo social que já conta com pouquíssimo respaldo junto a população é chover no molhado. Você está batendo em morto.
Mas o problema mesmo está para quem, como nós, leitores e críticos do TeleSéries, está acostumado a ver comédias mais sofisticadas – inclusives com temas políticos, como Veep ou The Thick Of It. Aí não tem comparação. Politicamente Incorreto fica na superfície e acaba desapontando.
Em, outras palavras, Luciana Genro tem razão. O Danilo Gentili precisa estudar um pouco mais.
* * *
Politicamente Incorreto vai ao ar nas noites de segunda-feira, às 20h30, no canal FX. O episódio piloto está disponível para ser assistido gratuitamente via streaming no site Fox Play.
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Gente, arrasou! Parabéns, ótimo texto.
Gostei da série, é razoável,não chega a ser boa, mas…
Como crítica é ótima
Quanto a entrevista, sinto, mas o Gentili e o Roger foram assertivos!
Acho que falta a você. jornalista, bem como a toda a nossa estudar um pouco melhor o que é socialismo, desde suas origens na França revolucionária e todo o seu desenvolvimento, passando de Hegel a Proudhon, Marx e os Frankfutianos
Estude melhor
Sério, você quer discutir uma questão política ultrapassada? E aqui?
Amigo essa questão política é puramente filosófica e como qualquer estudante do primeiro semestre de qualquer faculdade de filosofia sabe, filosofia nunca se torna ultrapassada, por isso estudamos Platão, Aristóteles, e até os pré-socráticos
Não existe uma concepção política atual sem estudar Aristóteles, Agostinho, Espinoza, Hobbes, Kant, Hegel, Marx, Tocqueville, Constant e tantos outros. O presente é um produto do passado.
O socialismo ainda é uma questão aberta, pouco discutida em suas bases filosóficas, essenciais para sua compreensão.
Não digo que você deveria saber das minúcias dessas coisas como jornalista, definitivamente não é sua função, mas deveria saber ao menos que filosofia não se desatualiza.
Se quisermos discutir, de fato, não me parece o local lá mais apropriado, mas podemos discutir essa questão formalmente em qualquer outro espaço público
Ainda tem gente que vive do passado…
E ainda mais num lugar que não tem nada a ver… hehehehehe
A claque está presente em todos os lugares…
Não se engane, o presente é um produto do passado
A queda do muro de Berlim foi o simbolismo pra mostrar que a filosofia socialista perdeu a batalha…
Hoje o único país que se autoproclama socialista e que está em desenvolvimento social é a China, porém a China deixou de ser socialista de fato (mas não de direito) há uns 20 anos…
A questão não é batalha amigo, mas sim compreender o que é a própria filosofia socialista de onde ela se origina
O comunismo falhou mas a análise marxista da fenomenologia de Hegel (conhecida como materialismo dialético e que foi o ponto base para a formação da política comunista) se tornou um erro comum na política contemporânea
Essa análise, a saber, se trata de uma visão essencialmente materialista dos fenômenos sociais e psicológicos
Somente estudando profundamente essa filosofia esse equívoco é revelado.
O muro de Berlim foi um resultado, para se compreender esse resultado é necessário uma compreensão da política e da história que vá além desta simplista e morta praxeologia e mergulhe nos sentidos que damos para nossos símbolos, para nossas concepções, para as reflexões que fazemos sobre nosso comportamento, para nossa ética e para toda a estrutura da sociedade ocidental
Para que não sejamos enganados a compreensão da política como algo relacionado as nossas mais íntimas instituições, pensamentos e símbolos deve ser constante
Identificar o socialismo soviético como uma experiência distante no tempo, e portanto, longe de nossa realidade, é um engano fatal
A guerra ideológica entre Roma e o Cristianismo deu origem a uma série de símbolos, filosofias e pensamentos que perduram até hoje
Se não podemos desconsiderar no pensamento ocidental um conflito ideológico de 1500 anos como você me propõe desconsiderar os efeitos de um conflito ideológico de menos de 30 anos?
Aqui não me parece o melhor lugar para discutir a ” análise marxista da fenomenologia de Hegel”.
Vi mais críticas a Luciana Genro que ao Danilo, afinal, as respostas delas passaram a imagem “emblomation”, se mostrou limitada, e o termo “utopia concreta” foi chocante, isso sem falar de outros pontos, mas não quero me estender aqui. Quanto ao jornalista, tenho a impressão que seja apenas mais um marxista, tendencioso, sabe escolher as palavras, mas para por aí…
Luciana Genro demonstrou o pouco conhecimento das atrocidades do regime que defende e não o contrário. Fez certo Danilo em cutucar a onça com vara curta. Sabendo da pouca escolaridade do apresentador, saiu-se com essa de maneira bem arrogante. No final ele deu o troco e o jornalista deste artigo esqueceu de comentar.
De onde é que saiu tanto jovem conservador assim?
Conservador não jornalista, liberal. A juventude hoje é liberal
Se vai rotular saiba o que está rotulando
Resenha muito idiota e superficial da série. Gentilli acertou em cheio, é isso que o Brasil quer ver, humor, verdades e humor negro descarado.
Chupa PT!
Só não concordo com o “sexista”, pois não vi dessa maneira na série! Mas o resto todo da crítica: excelente!
Danilo Gentili falou demais da série, então criamos expectativas. Mesmo ele avisando que não seria nada engenhoso ou extremamente inteligente e crítico, a série acabou sendo um grande nada sem graça!
Quanto ao progama, o Danilo só deu uma alfinetada básica no finalzinho (com a famosa parte da piada da candidata), e o fez, ao meu ver como uma replica (justa) à provocação desnecessária dela, em dizer “vai estudar”.
Esse papo de mandar o interlocutor estudar é uma saída muito fácil, sinceramente.
Por fim, vamos deixar claros alguns pontos: Socialismo, o tal modus operandi do comunismo, é uma desculpa e uma formula para a barbárie, pois parte do princípio de que o ‘fim justificaria os meios’. Nenhum fim justifica o autoritarismo, seja do politicamente correto, ou da agressão fisica. Basta estudarmos um pouquinho para constatarmos que o socialismo nunca poderia dar certo, e por isso nunca deu certo. A candidata Genro ainda dá a velha desculpa, dando-se ao trabalho de usar o discurso de que os regimes autoritários, como no caso do finado soviético e o ainda vivo cubano, são a má aplicação, o equívoco; ela defendeu que o ideal utópico do socialismo é bom e que Karl Marx era uma pessoa boa, um bom profeta, como creem os ingênuos idealistas de hoje. A idéia do “Socialismo bom” é a bola quadrada, não existe, é só discurso. Foi em cima desse velho mito que o pessoal do programa tocou, e pelo que percebi, não houve excesso, não. Hitler também utilizou utopias, os discursos de um tal “mundo melhor”, no inicio de sua politica – o final terrível nós conhecemos bem!
Sendo assim, porque será que os regimes ditatoriais dos históricos líderes comunistas nunca são devidamente questionados nso ambientes academicos ou na televisão? – hoje em dia temos partidos ditos comunistas. Afinal, os regimes comunistas somam numeros de genocídio estratosfericamente maiores do que o próprio nazismo, sabiam?
Será que em pleno século 21 ainda valeria a pena tentar mais uma vez a tal “utopia de mundo perfeito” do socialismo, só pra ver no que vai dar? Pelo amor de Deus! A história já não nos deu lições suficientes?
Concordar com a Luciana Genro é uma infantilidade absurda, “Você precisa estudar mais” é uma respitinha de criança, de quinta série, quando não sabe o que dizer, e fala isso para “tirar” alguém, você e ela precisam estudar mais.
“No mesmo dia que”.
É. Não é apenas o Danilo que está precisando estudar, não. Não é à toa que os comentários aqui possuem mais likes que a própria matéria.
Patetico e’ achar que, quando alguem e’ contrariado e, por isso, responde, “precisa estudar mais”, este alguem saiu-se por cima, deu a palavra final…Da proxima vez que eu participar de um debate e o argumento contrario destruir o meu ponto de vista, vou seguir o conselho do autor do texto acima e responder “precisa estudar mais”. Nunca mais perderei um debate…
Falou e disse…
Esse é o mal do Brasileiro, sempre sai com essas desculpinhas e nunca falam a causa.
Obra de ficção exelente, na vida real é pior que isso. Parabens pelo iniciativa e espero que tenha continuidade. Sempre tem fatos novos interessantes para divertir o povo, criados pelos politicos.
Gentili n precisa estudar
quem precisa é a Lucianinha que queria ser presidente sem nem saber o q é o mercado de ações e falando asneiras durante toda a campanha
o pensamento econômico dela é o mesmo pensamento econômico que esta arruinando a Venezuela. Gentili n é cientista politico mas sabe mais q ela
quanto a Série em si, pode n ser perfeita, mas foi melhor q outras tentativas de satirizar a politica q surgiram este ano(como o pessimo “o candidato honesto” q n passou de uma versão mal feita de O mentiroso)