TeleSéries
The Newsroom – Election Night, Partes 1 e 2
22/09/2013, 17:39. Paulo Serpa Antunes
Reviews
The Newsroom
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The Newsroom teve uma temporada curta, intensa e marcante. A série cresceu e, muito, e o seu maior feito foi, ao longo das semanas, arrebanhar de volta um público que parecia ter desacreditado no show após seu primeiro ano.
Quando abri as reviews da temporada, eu particularmente não acreditava na renovação da série para um terceiro ano. Me preparei pscicologicamente para me despedir. E também fiz uma observação crítica sobre as comparações de The Newsroom com Studio 60 on the Sunset Strip. E aqui estou eu, sete ou oito semanas depois, voltando ao tema: parece que bateu um medo de Newsroom repetir Studio 60, um pânico de cancelamento. É assim que justifico este final feliz, amarradinho, quase final de telenovela com que a série chegou ao fim de sua segunda temporada neste domingo nos EUA (ou segunda, pra quem viu pela HBO Brasil).
Este é o meu problema com esta season finale: não acho que Will pedir Mac em casamento seja o mais verossímel e o melhor desfecho possível da temporada. Gosto da minha The Newsroom realista. E acho que isto será um problema no próximo ano – porque The Newsroom justamente deu certo em 2013 quando priorizou os dramas do fazer jornalistico em deterimento dos dramas amorosos dos protagonistas. A terceira temporada parece que inciará com uma inversão desta lógica. O caminho é perigoso – mas é, obviamente, melhor do que não ter um terceiro ano, isto todo mundo concorda.
Os dois episódios da Election Night retomam a relação entre Will e Mac – e já era hora. O primeiro episódio é todo da Emily Mortimer, que tem ali sua melhor perfomance na temporada. Ela está acabada e transparece isto na tela e o que acaba com ela é a sensação de que se sente culpada por tudo que aconteceu e que, em algum momento, será punida por Will por ter sujado sua carreira. É incrível que uma mulher tão brilhante não consiga separar o pessoal do profissional. Ela dá o mesmo peso ao fim da relação dos dois no passado e aos acontecimentos da Operação Genoa. (Mas também é irônico que Will a peça em casamento justamente após ter um insight numa discussão sobre Genoa. Será que é uma característica de todo jornalista ser incapaz de compartimentalizar a vida?).
Eu esperava que o desfecho disto seria mesmo Will encerrar o passado e a relação dos dois dar um passo adiante. Mas daí direto para um pedido de casamento me parece um passo radical. Agora, esta é a minha única implicância com o episódio, que de resto é brilhante.
Outro arco fechado é o de Maggie e seus cabelos curtos e vermelhos. Esta storyline foi importante para a temporada, e encerra bem, sem surpresas, especialmente pelo fato de que já sabíamos o que tinha acontecido e porque Maggie não tinha com quem contracenar – Don partiu para outra (comprando o livro de Sloan por mil dólares em um leilão silencioso) e Jim agora tem uma namorada. A solução foi trazer de volta pra série a amiga de Maggie, Lisa, e reaproximar Maggie e Jim.
As duas horas de Election Night foram emocionantes e muito divertidas. Sabe aqueles episódios de Grey’s Anatomy em que os médicos estão excitados com a possibilidade de fazer um procedimento médico inédito e sofisticado? Ou um episódio de uma série policial, tipo Castle ou Elementary, em que o protagonista fica empolgado diante um crime misterioso? Pois é? Coberturas de apuração de eleições tem este efeito em jornalistas. É um mar de números e assuntos para debater e é tudo ágil e rápido e emocionante. Ou como diz Will diz para Mac: “vão ser ser seis horas de cobertura das eleições. Pra você e pra mim é como se fosse uma orgia num spa onde a TV não parasse de passar futebol americano universitário e seus sapatos Christian Louboutin nascessem em árvores”. O episódio captou muito bem este espírito.
Pode ter sido um episódio difícil pro telespectador brasileiro – já que o sistema eleitoral americano é complexo e sofisticado (cada estado computa os votos do colégio eleitoral para presidente de uma forma diferente, o voto para o Congresso é distrital, e por ser um país com múltiplos fusos horários, a apuração acontece em alguns estados enquanto outros ainda estão em votação, entre outros detalhes). Mas o episódio foi muito feliz em mostrar o ritmo de uma cobertura eleitoral – e eu aconselho a quem puder rever o episódio e, dar pause, rewind e play sem medo, em busca dos detalhes e de uma maior compreensão.
Uma das boas histórias da finale foi o erro cometido por Jim ao anunciar muito antes a projeção o vencedor do resultado do primeiro distrito de Michigan – confundido por ele com a sigla do Mississipi. De fato, o republicano Dan Benishek venceu a eleição (pra sorte de Jim e Maggie) por uma margem extremamente estreita – no final foram 2.297 votos, cerca de 0,5% do total de votos do distrito.
Eu gosto também bastante da cena, no primeiro episódio, em que Elliot passeia pela redação e mostra a tal “mesa de decisões”, a estrutura montada pela ACN para tentar antecipar o resultado das eleições. Primeiro porque mostra que as redes de TV adoram mostrar seus investimentos e suas inovações – na última eleição no Brasil tivemos um boom de telas interativas, lembra? – apesar de que na prática isto pouco mude a vida do telespectador. Segundo porque é engraçado ver Don tentando desconcentrar Elliot. A cena mostra bem o que é a loucura de uma cobertura de seis horas ao vivo – onde tudo pode dar errado, a qualquer momento.
O clown do episódio foi Sloan, com declarações infelizes no primeiro episódio, e depois sendo cortada múltiplas vezes ao longo da transmissão. É o tal humor bobo do Aaron Sorkin que comentei em outra review – por um lado é engraçado, porque estas coisas acontecem mesmo nos telejornais, por outro lado é um humor infantil demais pro padrão The Newsroom. De qualquer maneira, a boa notícia é que Sloan deve ganhar mais espaço no terceiro ano, já que sua relação com Don agora ultrapassa a barreira da amizade. Eles são o grande casal para se torcer no ano que vem.
É de Don a minha cena preferida da parte 2 de Election Night. É quando ele chama Rebecca para sua sala para dizer que quer processar Jerry Dantana. Mais cedo, Don enfrenta Will, confirmando que pedirá demissão se Charlie e Will fossem afastados da ACN. Ele busca a atitude digna, moralmente correta. Por isto a importância da conversa com a Rebecca: partir é o que ele diz que irá fazer, mas não o que de fato ele quer. Ele quer ficar, quer lutar e quer que nada mude. The Newsroom abordou neste segundo ano, essencialmente, a ética profissional. E nela fomos impactados com os mais éticos jornalistas na tela – mesmo quando ser ético é particularmente doloroso. A angústia de Don reflete isto.
A presença de Rebecca no episódio também é especial. Marcia Gay Harden foi a melhor adição ao elenco nesta temporada e encerra o episódio quase como um grilo falante – vocês repararam que foi ela que foi convencendo um a um do que é o correto a se fazer seria lutar? Eis que, na cena final, todos, sem exceção, estão na mesma página – eles vão permanecer na empresa e vão lutar na justiça pela credibilidade da empresa.
Marcia Gay Harden foi a melhor adição, mas também é preciso dizer que The Newsroom cresce a cada cena em Reese e Leona estão na tela. Eles são os responsáveis finais pelos empregos daquelas pessoas. É divertido ver como a perspectiva deles é diferente das dos demais – afinal, enquanto outros trabalham, eles promovem uma festa. Mas a decisão final é do patrão. Sempre.
Mais que um bom episódio, The Newsroom entregou uma temporada impecável. É só o que se pode dizer. Agora é esperar o que 2014 nos trará.
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Verdade, P, o, digamos, happy end pareceu um série finale. Ah, que estejamos muito errados em pensar isso…
Nem diga: Don disse a Rebeca tudo que estava entalado na nossa garganta.
Aquele insuportável do Montana aprontou todas e ainda vai processar os
profissionais éticos da Newsroom, e estes iriam aceitar de boa?I No way!
Foi legal, também, o gesto de Maggie, investigando o alarme amarelo, mostrando, assim, seu crescimento profissional.Obrigada
pelas reviews iluminadoras, de profissional mesmo, que conhece bem o
ramo, e seu entusiasmo. Vamos torcer para que tenhamos pelo menos mais
uma terceira temporada… e como esta série merece isso!
Obrigado pelas palavras carinhosas, Bianca.
Eu estava adorando o final da temporada sem ressalvas, até que veio aquela cena forçada do pedido de casamento. Não sei se foi por causa do trauma do final prematuro de Sports Night na segunda temporada, mas foi palpável o desespero de Sorkin para dar o final mais feliz possível a todos os personagens caso a série fosse cancelada. Só faltou tirar da cartola um jeito de juntar Jim e Maggie, mas para isso seria preciso ele ser um cafajeste e romper com a namorada via Skype, ou simplesmente traí-la.
Mesmo assim, o saldo da segunda temporada de The Newsroom é bastante positivo, e aguardo ansiosamente a terceira, que aparentemente só não foi anunciada oficialmente pela HBO porque Sorkin está com a agenda lotada graças aos seus trabalhos no cinema.
Na primeira versão da review eu ia criticar a história da Maggie. Aí revi o episódio e achei que terminou tão bem, sabe? Aí está o pulo, não precisa o Jim ficar com a Maggie, basta um ter influenciado o outro. Ficou muito bonito assim.