The Good Wife – Trust Issues


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Série: The Good Wife
Episódio: Trust Issues
Número do Episódio: 6×02
Exibição nos EUA: 28/09/2014
Nota do Episódio: 9

O fim de uma era.

Olhos fixos no relógio. Contagem regressiva. Cinco horas. Diane levanta e sai de seu escritório pela última vez, levando consigo grande parte dos profissionais competentes (e insatisfeitos) que por tanto tempo ajudaram seu escritório a ser o que é – ou era, para uma nova jornada, um novo sonho. Um recomeço. E assim, a Lockhart & Gardner deixa de existir, pelo menos da forma como a conhecemos.

Nasce a Florrick, Agos & Lockhart.

A cena, já no finalzinho do episódio, fez meu coração bater mais forte, confesso. Foi difícil ver Diane dizer adeus ao escritório que construiu com Will. O ciclo se fecha, e sinto que esta foi a despedida definitiva do personagem de Josh Charles; nada mais restou. Novos tempos, novos desafios, vida nova.

Na review passada, comentei que a ironia da situação de Diane não havia passado despercebida para Alicia. Mas creio que há uma diferença pontual entre ambas: a saída de Alicia não foi apenas uma deslealdade profissional, mas também – e principalmente – pessoal. Alicia traiu a confiança e a amizade de Will quando foi justamente ele o único a estender-lhe a mão quando ela mais precisou. Todavia, tudo tem seu lado positivo: ver que Alicia não é exatamente perfeita e está longe de ser uma “santa” foi tão reconfortante quanto fundamental para o andamento da trama. Diane, por outro lado, foi traída, e, desprotegida após a morte de Will, se viu obrigada a abandonar seu próprio escritório com o golpe sujo de David Lee e Canning. Alicia, portanto, foi desleal, traiçoeira; Diane não.

Vê-la justificar a sua ida para a Florrick & Agos de forma tão convicta e apaixonada foi emocionante. Se eu fosse Dean (seja bem-vindo Taye Diggs!), não hesitaria em acompanhá-la nem por um minuto.

“Uma firma com uma missão, com uma verdadeira oportunidade para as minorias, com mulheres e diferentes etnias no poder. Você só está vendo os obstáculos. Veja uma oportunidade de construir o nosso futuro exatamente como queremos que ele seja.” – Diane

Mas este não foi o único drama do episódio. Cary continuava na cadeia e a campanha de Alicia para a promotoria continuava a pleno vapor, mesmo à sua revelia (Eli, estou olhando para você!). Estes dois grandes arcos da temporada, inclusive, se entremeiam de maneira bastante dinâmica e orgânica, mostrando o que TGW ainda sabe fazer de melhor, mesmo depois de seus seis anos no ar: aquele joguinho jurídico, composto por jogadores de moral flexível e muitas vezes duvidosa, onde ganha quem sabe melhor manipular a lei.

Lemond Bishop é um ótimo exemplo disso. A Florrick & Agos – e antes disso, a LG – sempre flertou com o perigo e caminhou sobre uma linha tênue ao representar apenas os seus “negócios legais”. Poderoso, o rei dos traficantes de Chicago está acima da lei e não hesita em fazer justiça com as próprias mãos. Pior para Trey. E para Cary, que, além do dinheiro da fiança, perde uma testemunha fundamental de sua defesa quando Bishop se vê na iminência de depor em juízo.

Enquanto Alicia joga duro com Peter ao tentar convencê-lo a assinar a segunda hipoteca de seu apartamento para pagar a fiança de Cary, Eli atira para todos os lados quando o assunto é a candidatura da “boa esposa” à Promotoria. Pouco importa que o casal há muito seja uma farsa, afinal, o mundo da política é sustentado pelas aparências, nada mais. Quem se importa com a realidade?

“Eu nunca votaria em alguém que gosta de política. Temos políticos demais. Precisamos de líderes que entendam o que significa ser um servidor público.” – Valerie Jarrett.

Ligações da Casa Branca (em uma participação especialíssima de Valerie Jarrett, conselheira do Presidente Obama), pesquisas eleitorais difamatórias, e um gigante do ramo imobiliário oferecendo o dinheiro da fiança de Cary por simplesmente “não gostar do atual Promotor” fizeram parte desta equação – este último sem qualquer interferência de Eli –, e acho que podemos dizer que, lá no fundo, Alicia já se sente um pouco balançada pela possibilidade de concorrer ao cargo. Será? Robin pode inadvertidamente ter matado a charada, enquanto Eli ficou genuinamente surpreso pela tal tentativa de suborno, já que isso aparentemente sugere que a candidatura de Alicia está sendo levada a sério também pelos “maus elementos”.

Ainda bem que a Chumhum – eterna pivô da maior disputa entre a LG e a Florrick & Agos – veio para salvar o dia, e o tempo de Cary na prisão chegou ao fim. No fim das contas, Trust Issues foi um episódio tão cheio de acontecimentos que o caso da semana foi quase completamente ofuscado, exceto pelo fato de Alicia ter reencontrado Lorraine Joy, advogada que a esnobou quando ela procurava um emprego lá nos primórdios da série; “nada pessoal”.

“Eu devia ter te contratado. Você é destruidora.” – Lorraine Joy
“Erro seu.” – Alicia 

CaryAliciaO reencontro entre Alicia e Cary foi emocionado e terno, mas acredito que a calmaria não será duradoura. Até agora, o roteiro não cansou de dar ênfase à insatisfação de Cary à possibilidade de Diane se juntar à Florrick & Agos. Talvez ele tema por seu próprio crescimento profissional, já que a advogada, única sobrevivente da LG (o que não é pouco!), é experiente e competente no que faz, e poderia facilmente deixá-lo em segundo plano. Ou talvez o receio de Cary seja de voltar aos mesmos hábitos e aos velhos erros que pareceram sustentar a Lockhart & Gardner por tanto tempo. Se este for o caso, é uma tremenda ingenuidade. Afinal, assim como a política, o exercício da advocacia muitas vezes consiste também em um jogo de aparências, manipulações e de morais flexíveis. Como esperar um resultado diferente? Contar com Diane é sensatez, bom senso.

A única dúvida que restou foi: e Kalinda? Presumo que ela tenha acompanhado Diane em sua mudança, até porque Mrs. Lockhart foi clara quando disse que a ida de Kalinda não estava aberta a negociações. Não sei se isso me agrada tanto, para ser honesta. A investigadora da LG já vem me irritando há algum tempo, enquanto Robin vem conquistando meu coração. Na minha opinião, inclusive, Robin não merece viver eternamente à sombra de Kalinda, e a chegada dela à Florrick & Agos me deixa um pouco receosa quanto à sua participação daqui para frente.

KalindaTrust Issues foi um episódio dinâmico, cheio de eventos importantes para o desenvolvimento da temporada, mas também um pouquinho tumultuado, confuso. Isso não é necessariamente um demérito do episódio; ainda é cedo para dizer a que a temporada veio. Mas…

O que será da LG agora, sem Lockhart e sem Gardner? David Lee e Louis Canning serão concorrentes de peso para Alicia, Cary e Diane? A decadência de uma necessariamente representará o renascimento da outra?

Bem-vindos à Florrick, Agos & Lockhart!

PS: Com cada vez mais frequência – e guardadas as devidas proporções, claro –, Eli me lembra Frank Underwood (House Of Cards, anyone?). A cena em que ele tira satisfações de Valerie Jarrett sobre o cargo que ela lhe prometeu na Casa Branca me fez rir alto. Precious.

PS2: Christine Baranski RAINHA! O episódio foi dela.

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