The Good Wife – Dear God, Oppo Research e Shiny Objects


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Série: The Good Wife
Episódios: Dear God / Oppo Research / Shiny Objects
Número dos Episódios: 6×03 / 6×04 / 6×05
Exibição nos EUA: 05, 12 e 19/10/2014
Nota dos Episódios: 9.5

Bom, preciso começar esta review (tripla!) pedindo desculpas pelo sumiço e pela demora. O trabalho e as responsabilidades dessa tal de ~vida adulta~ me atrapalharam bastante nessas últimas semanas, e eu não só não escrevi as reviews como também sequer consegui assistir os episódios até este fim de semana. Sorry, gente. Sem mais delongas, vamos aos episódios perdidos?

Dear God, Oppo Research e Shiny Objects foram três excelentes episódios, que já começaram a nos mostrar a que esta sexta temporada veio.

“Se eu concorrer… qual é o plano?” – Alicia

Não tinha dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, Alicia sucumbiria à pressão e decidiria concorrer à Promotoria. Só não fazia ideia de que Castro seria capaz de golpes tão baixos e sujos. Insinuar que o caso contra Cary estava intimamente relacionado com sua campanha, ter a audácia de usar a morte de Will para provocá-la (!), e ameaçá-la ao dizer que “nenhum santo sobrevive à pesquisa de oposição” foram estratégias mais eficazes do que qualquer outra a que Eli poderia ter recorrido para convencê-la.

Azar de Castro.

A determinação de Alicia ao mergulhar de cabeça em uma carreira política é no mínimo surpreendente. Justo ela, que sempre odiou a política e conhece melhor do que ninguém os mecanismos que a movem. É também, por outro lado, uma brisa de ar fresco, já que mostra a ousadia do roteiro de Robert e Michelle King, e mais uma vez tira a série da sua zona de conforto, revirando a ordem natural das coisas. Minha única ressalva fica por conta da Florrick, Agos & Lockhart. Sinto que a nova carreira da “boa esposa” poderá ofuscar – e muito! – o arco do novo escritório, interrompendo-o de maneira um tanto brusca e precoce. A campanha de Alicia certamente a afastará de sua nova firma, e a sensação que tenho é a de que mal tivemos tempo para nos acostumar com esta nova realidade. Não sei se gosto dessa ideia.

Shiny Objects, o episódio da semana passada, meio que confirmou as minhas suspeitas. Diante da ameaça do vírus que tomou conta dos computadores da Florrick, Agos & Lockhart, vimos Diane sambar lindamente na cara de David Lee (eu vibrei, confesso. E vocês?). E quando achávamos que ele tinha a faca e o queijo na mão para se vingar da Mrs. Lockhart da maneira mais mesquinha possível, quem poderia suspeitar daquela reviravolta? Ao perceber que o aluguel dos escritórios da LG ainda estava no nome dela, logo matei a charada – não foi tão difícil, já que o roteiro não fez questão nenhuma de esconder a insatisfação de Diane com as instalações de seu novo escritório, com suas goteiras, infestação de baratas e má localização: ao que parece, Alicia, Cary e companhia estão de mudança para… A Lockhart & Gardner. Sério mesmo?

Alicia pareceu gostar da ideia, mas isso me incomoda bastante, e tenho certeza de que incomodará a Cary também. Ele saiu da LG para se livrar dos velhos hábitos, comportamentos e condutas que consistiam na própria essência do escritório. Rejeitou a chegada de Diane, justamente pelo que ela representa: os valores da LG. Algo de que ele e Alicia tentaram fugir quando abandonaram o barco. Se era para voltar à estaca zero tão rápido, qual foi o objetivo então? O único ponto positivo seria o retorno – não tão triunfal – de David Lee (e Louis Canning, assim esperamos).

“Parece uma obra de Kafka.” – Diane

Enquanto isso, o caso de Cary toma contornos kafkianos, como bem apontou Diane. E isso não poderia ser diferente quando figuras como Castro e Lemond Bishop estão no centro deste conflito. Ambos foram bem-sucedidos em transformar o martírio de Cary em plataforma de campanha: Castro, em seu próprio benefício; Bishop, por sua vez, em benefício de Alicia.

Eu sabia que Bishop não aceitaria ser descartado por Alicia assim tão facilmente. Mas a revelação de que aquele fundo anônimo para financiar a sua campanha foi, na verdade, ideia dele, me provocou arrepios na espinha. Assim, a incursão de Alicia no mundo da política começa de verdade… e da pior – e mais perigosa – maneira possível. Aceitando seu dinheiro, Alicia se tornará refém do traficante mais poderoso de Chicago, e ele certamente cobrará seus favores quando lhe for mais oportuno. A linha tênue entre certo e errado, legal e ilegal, ético e imoral que sempre envolveu a relação dos dois começa a desaparecer, ou, na melhor das hipóteses, a se tornar mais flexível. E agora, Alicia?

“Este, infelizmente, é o início de uma longa sequência de atos de mau gosto.” – Johnny Elfman

A frase do novo coordenador de campanha de Alicia – depois de um início um tanto tenso e incerto no cargo – foi quase profética, e caiu como uma luva para descrever tanto a situação de Bishop, quanto a de Peter. Uma das cenas mais sensacionais da série até hoje, na minha opinião, foi o confronto entre Peter e Alicia em Shiny Objects – as cenas de confrontos entre eles costumam mesmo ser nada menos do que impecáveis (ou alguém aí já esqueceu daquela discussão logo após a morte de Will?). Muitos fãs da série já não aguentam mais ver Alicia jogando a carta da traição na cara de Peter. Confesso: não faço parte deste grupo. Afinal, perdoar não é esquecer, e Alicia suportou estoicamente a tremenda humilhação pública a que Peter a submeteu. Mr. Florrick – no alto de toda a sua arrogância – precisava de (mais) um choque de realidade: sem o apoio de Alicia, meu querido, você jamais teria chegado ao governo “do grande estado de Illinois”. Desça do seu pedestal. Nada me irritou mais do que vê-lo falando em “favores”. Neste contexto, como culpar Alicia por trazer o passado à tona? E tudo isso por causa do apoio de Polmar? Sério mesmo?

Golpe duro para ele se dar conta de que Alicia tinha toda a razão. Suck it up, Peter! Gostei de vê-lo colocar o rabinho entre as pernas ao endossar a campanha dela à Promotoria – e apenas depois de Finn. Foi emocionante ver as manchetes dos jornais locais falando sobre o “novo casal mais poderoso do estado desde os Obama”, sobrepondo as fotos do anúncio da candidatura de Alicia, em 2014 – hoje a mulher forte e independente que aprendemos a amar e admirar –, àquelas do já distante episódio piloto, em 2009, no auge do escândalo sexual de Peter – com uma Alicia humilhada, frágil e vulnerável ao fundo, apoiando seu marido. A evolução de Alicia é palpável, e me deixou cheia de orgulho.

KalindaCary2

Kalinda, por sua vez, continua em uma desenfreada queda livre. O anúncio de que a sexta temporada será a última da atriz Archie Punjabi em The Good Wife foi mais um soco na boca do estômago dos fãs da série, que mal se recuperaram do choque da saída repentina de Josh Charles e a consequente morte de seu Will Gardner. Mas… Verdade seja dita: Kalinda não é mais nem a sombra da personagem que foi um dia. De certa forma, acredito que nos despedimos dela já há algum tempo, o que é triste. Resta saber em que termos a personagem se despedirá da série.

O declínio da personagem, acredito eu, começou no momento em que descobrimos, junto com Alicia, que ela foi para a cama com Peter, destruindo a amizade das duas – que era, sem dúvida, um dos elementos mais bacanas da série (aliás, juro que não me lembrava que Eli não sabia disso!). A morte de Will, seu chefe, amigo e confidente, apenas sacramentou o enfadonho destino da personagem. Além disso, a insistência do roteiro em chamar a atenção para o fato de que Kalinda, aparentemente, só sabe usar sua libido e o sexo como um meio para conseguir o que quer e precisa – afinal, “os fins justificam os meios”, certo? –, já se tornou irritante e extremamente cansativo.

Cary, Sophia, Lana… Até quando? A incapacidade de envolver-se emocionalmente com quem quer que seja já não comove mais (se é que um dia realmente comoveu), e me irrita ver Cary se deixar passar por otário mais uma vez. O casal não tem carisma nenhum, deixou de funcionar há tempos, e a ausência de um compasso moral na figura de Kalinda é a grande responsável por isso. Como torcer pelo casal depois do que Kalinda fez com Cary no final da última temporada? Não consigo entender… ou engolir.

De qualquer forma, espero duas coisas: 1- que Kalinda tenha um final digno e condizente com a personagem fundamental que foi um dia; e 2- que Robin, enfim, ganhe o espaço que tanto merece na trama. (repararam que, bastou Kalinda chegar na Florrick, Agos & Lockhart, que sequer vimos a personagem de Jess Weixler?)

AliciaGrace

Grace e Zach também deram as caras, e tiveram ótimos momentos nos últimos episódios – especialmente Grace. A filha caçula de Alicia e Peter ganhou destaque no terceiro episódio, Dear God, ao ajudar a mãe, ateísta – ou agnóstica, como preferiria Eli – a entender melhor sua fé católica e, assim, ganhar a causa da vez, decidida numa espécie de “tribunal” religioso presidido por ninguém menos que Robert Sean Leonard (saudade, House!).

“É como a poesia; ainda pode ser verdadeira sem ser precisa.” – Grace

É uma bela definição. Mas para Grace, o contexto é o mais importante. Editar, recortar e colar trechos aleatórios da Bíblia para que eles sirvam a interesses individuais, portanto, é uma atitude reprovável aos olhos da menina. Para Alicia, ao contrário, manipular o tratado religioso, ainda que isso represente uma incoerência, é fundamental para o bom – e eficiente – exercício da advocacia.

Grace voltou no episódio seguinte, Oppo Research­ – meu favorito entre os três –, para “atrapalhar” a desconfortável reunião de sua mãe com Eli e Johnny. E eu ri toda santa vez que as vozes do coral gospel da menina providencialmente interromperam o ceticismo dos três ao som de I will trust the Lord. Genial. No fim das contas, ironicamente, Grace foi a salvação da família Florrick, enquanto um armário repleto de esqueletos surgiu como um furacão na vida de Alicia, como era de se esperar. O aborto de Nisa, namorada de Zach, Veronica esbofeteando o filho alheio em público sem qualquer pudor (!), e Owen – o irmão de Alicia que eu tanto amo –, tendo um caso tórrido com um palestino casado que, nas horas vagas, atua em filmes pornô (!!). Se Alicia não jogou a toalha ali, sinal de que Castro terá uma boa briga pela frente – e as referências à Matrix não me passaram despercebidas! Ela, sabiamente, escolheu a pílula vermelha. Como não amar o sarcasmo de Alicia – pontual, sofisticado, e sempre, sempre acompanhado por uma boa taça de vinho tinto?

“Não gosto que meus filhos vejam com quem eu durmo. Como poderiam sair a tempo para seus abortos?” – Alicia

Elsbeth

E como não poderia deixar de ser, termino esta review falando sobre ela, a única e insubstituível, Elsbeth Tascioni. Ah, como eu senti a sua falta! Sonho com o dia em que a personagem será fixa na série, e com o dia que o seu tão falado spinoff finalmente sairá do papel. Episódios com a participação de Carrie Preston são garantia de qualidade e humor em suas formas mais refinadas.

Desta vez, não foi diferente. Ver Elsbeth enfrentar Alicia no tribunal só não foi mais genial do que aquela sequência de recursos visuais aleatórios utilizados pelo roteiro para ilustrar e explicar o processo de seu raciocínio lógico. E foi fascinante, não? Ms. Tascioni é a personagem mais irresistível dessa série, sem sombra de dúvidas. The Good Wife jamais seria a mesma sem a sua excentricidade e brilhantismo. Por favor, Elsbeth: volte logo! Nós precisamos muito de você.

PS: Castro não pode se vangloriar por ter sido o único responsável por convencer Alicia a concorrer à Promotoria. Gloria Steinem, brilhante feminista e ativista política, também desempenhou papel importante nesta decisão, dando sequência às participações especialíssimas com que a série nos brindou nesta temporada (e olha que ainda estamos apenas no quinto episódio!).

PS2: Alicia Florrick for State’s Attorney!

PS3: A partir de agora, uma promessa: reviews em dia, sempre!

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