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The Crazy Ones – Dead and Improved
25/02/2014, 12:00. Gabi Guimarães
Reviews
The Crazy Ones
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“We’ll put the ‘fun’ in ‘funeral’!”
A morte súbita de um amigo. Uma filha enlutada, que deseja que o pai seja lembrado com carinho. Um funeral forçado para criar um legado. Uma missão impossível para Simon. Mais um episódio impecável. Assim podemos resumir Dead and Improved.
Como no episódio anterior, The Crazy Ones mais uma vez abordou com originalidade um tema talvez um tanto controverso no mundo da publicidade. E o fez com humor e leveza, brincando um pouquinho com a profissão de publicitário, ensinando-nos mais uma vez a não levarmos tudo tão a sério. Se antes tivemos um embate entre ciência e criatividade, agora paramos para nos perguntar: afinal, a mentira faz mesmo parte do jogo? Vale tudo para vender uma ideia ou um produto? Pois Dead and Improved foi perfeito ao nos chamar para esta reflexão.
“Na publicidade, os comerciais começam com uma mentira e isso é o que cria a propaganda. Uma boa campanha começa com a verdade, e depois cria a mentira.” – Simon
O episódio gira em torno da morte de Conrad, um célebre escritor de jingles – “snap, crackle & pop!” – e amigo pessoal de Simon… Ou coisa parecida. Logo de cara, ficamos sabendo que o morto não era exatamente uma pessoa amada ou mesmo bem-quista por todos que tiveram o privilégio – ou infortúnio? – de cruzar o seu caminho. Que o digam suas ex-mulheres e seus cachorros!
A única que parece se importar minimamente com a sua partida é sua filha Melora, em uma participação especial de Missi Pyle (A Fantástica Fábrica de Chocolates, O Artista). Arrasada (será mesmo?), a herdeira, sua cara de vítima e seu queixinho tremendo (ou “espasmo labial”, como prefere Zach), vão até a Lewis, Roberts & Roberts pedir encarecidamente que Simon faça o seu discurso fúnebre. Afinal, até mesmo a vida de um homem tão odiado como Conrad merece ser celebrada. Certo?
“Eu realmente acho que havia um homem feliz no fundo, no fundo, bem no fundo, doido para sair. Mas ele nunca saiu.” – Melora
O problema é que Melora não quer nada triste, muito pelo contrário. Ela quer pompa, circunstância, quer um espetáculo onde seu pai seja lembrado como alguém que foi amado. Entretanto, nem Andrew e toda a sua fofura e vulnerabilidade seriam capazes de operar tamanho milagre.
“Quando você terminar, quero ele irreconhecível!” – Melora
“Darei ao desgraçado o melhor funeral que ele não merece! As pessoas vão pensar: ‘por que ele não morreu antes?’” – Simon
A cena em que Sydney e Simon tentam “tirar leite de pedra” ao buscar pelas qualidades do homem que precisam homenagear é fantástica e ilustra com uma precisão dolorosa a realidade do mundo da publicidade. Aí, Conrad se transforma em um personagem “ativo na comunidade filantrópica”, cujas paixões – e, por “paixões”, por favor entendam “ódios mortais” – se resumem a flores, filhotes, canto dos pássaros, sorrisos e… bolo.
Para criar maior empatia, o jeito é apelar para ninguém menos que Fred Melamed, a voz que – aparentemente – transforma tudo o que diz em uma verdade absoluta. Quase como um Morgan Freeman. Pela barganha de dez mil dólares, o locutor topa participar desse show de absurdos. Mas nem mesmo apelando ao General Patton Simon consegue encontrar inspiração para dar forma à este pesadelo.
E é Sydney quem salva o dia, em uma das cenas mais honestas e ternas da série até hoje. Ao confessar à filha que suas campanhas são nada menos que uma representação de si mesmo, de sua personalidade e de sua loucura, Simon se dá conta de que ele mesmo é um grande “artifício da percepção”. Basta colocar uma enorme foto sua na parede da agência para que as pessoas acabem acreditando em sua grandeza e em qualquer baboseira que queira vender. Mas… O que elas realmente estão comprando? Qual será o seu legado, afinal? Ele será conhecido apenas por saber distorcer a verdade como ninguém?
“Papai, com você é sempre primavera. Você tem um jeito de fazer com que todos vejam as coisas assim também. Você é incrível. E nem precisa vender isso.” – Sydney
O funeral, claro, foi um sucesso de proporções épicas que só mesmo Simon Roberts poderia oferecer. Um coral gospel que faria jus à Whoopi Goldberg em “Mudança de Hábito” se encarregou da trilha sonora, e – vejam só! – até Victor Hugo e seu Os Miseráveis deram o ar da graça.
“Quanto do que falei sobre Conrad é verdade? Nenhum de nós realmente o conhecia. Exceto a filha dele. Melora, você queria que eu vendesse o seu pai como amado. Bem, querida, ele era amado, por você.” – Simon
E quem disse que a comédia tem como missão única e exclusiva fazer rir? The Crazy Ones, desta vez, emocionou. E muito. No fim das contas, o riso não exclui as lágrimas. Uma emoção não tem o poder de anular a outra. Não foi só Syd que salvou o dia. Simon também o fez, e devolveu a gentileza fazendo um lindo discurso em homenagem à filha. Sim, aquele discurso fúnebre cumpriu seu papel com maestria – finalmente colocando “Conrad” e “uau” na mesma frase –, mas não há como negar que ele foi feito para Sydney. E, em última instância, The Crazy Ones é sobre a relação entre pai e filha. Simon e Sydney.
“Quer o verdadeiro retrato de um homem? Veja-o através dos olhos de sua filha. Esse é o seu legado.” – Simon
No fim das contas, é isso que importa: ser verdadeiramente amado pela pessoa que melhor te conhece. It is as good as it gets.
A participação de Kurt Fuller e seu insano Mitchell não me passou despercebida, vale dizer. Muito pelo contrário: o arco de seu papel higiênico que dominaria o mundo, derrubando um lenço Kleenex de cada vez, foi pontual e serviu como perfeito alívio cômico para equilibrar o tom emocional que permeou todo o episódio. Sem ele, a epifania de Simon não teria acontecido, e o arco principal teria perdido muito do seu brilho. E a grande lição de sua breve passagem pela LR&R foi: “curta a cagada!”. Apenas.
Até a semana que vem!
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Gabi ,
que bela review; essas virgulas textuais com trechos da frases, tornaram a leitura leve. O episodio foi fantastico. parabens
eu estou louco pra saber o nome das musicas cantadas pelo coral nesse episódio e se tem como baixar *-*