Despedida em grande ESTILO!

Data/Hora 03/12/2015, 22:28. Autor
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Minha história com o TeleSéries começou em 2009, enquanto eu cursava o segundo ano de faculdade. Uma das minhas colegas de sala, a Maria Clara, já fazia parte do site e enviou um e-mail convidando. Eu ainda não fazia ideia naquela época, mas o TeleSéries mudaria minha vida. Primeiro porque foi um grande aprendizado. Foi através do site que tive meu primeiro contato com “leitores de verdade”, e, pela primeira vez, meus textos não eram lidos apenas pelos professores da universidade. Eu aprendi muito com os leitores. Desde os elogios, guardados com carinho no coração, até as críticas, sempre ditas com doçura (às vezes nem tanto, é verdade, mas igualmente construtivas) e que me ensinaram tanto. Também aprendi com meus colegas de equipe, que, em pouco tempo, se tornaram uma grande família virtual. Aprendi muito sobre mim mesma, ganhei novas paixões e mergulhei num universo absolutamente fantástico.

Eu sabia que minha história com o TeleSéries chegaria ao fim em algum momento. Na verdade, ela já vinha se reduzindo gradativamente ao longo dos últimos anos. Não por falta de amor ao projeto, que sempre se manteve muito vivo. Mas porque a vida me levou para outros caminhos. Eu sabia que minha história terminaria, mas não sabia que o site também. E por mais que tenha sido um roteiro divertido e emocionante, a gente nunca está preparado para se despedir definititavente; é como a series finale de nossa série preferida. Pois bem. Mas chegou ao fim. Eu vou sentir saudades das palavras de cada leitor, que não eram milhares, mas se mantiveram fiéis por todos esses anos. Muitas dessas palavras ainda são nítidas na minha cabeça e assim permanecerão. Vou sentir falta das ideias, do verdadeiro brainstorming na nossa redação online. Vou sentir falta de, mês a mês, escrever minha coluna Estilo. E mais do que isso: vou sentir falta do estilo de escrita de cada um que preencheu as páginas deste site – meus colegas de equipe e amigos da vida. Clique aqui para continuar a leitura »

Cross-genre, trocadilhos e… Memória afetiva! Esse é o estilo do “FULLERVERSE”


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MINHA MEMÓRIA AFETIVA

Sempre achei que o que faz a vida valer a pena são as memórias afetivas que a gente carrega. Não é dinheiro, não é o emprego que a gente tem e muito menos quem a gente conhece. São as coisas que a gente viveu.  Por isso, quando vejo alguém dizer que quem olha para trás tem medo do futuro, sinto pena e penso que essa pessoa não deve ter vivido coisas incríveis no passado. O futuro, sem dúvidas, é instigante. Pensar na página em branco que podemos preencher com absolutamente qualquer coisa é a melhor sensação do mundo! O presente, ora é um sufoco, ora é pura alegria… Mas “é o que a gente tem para hoje”. Já o passado… Aaaah, o passado! Como é bom relembrar todas as coisas que foram tão importantes em nossas vidas e que definiram o que somos agora.

No último sábado, o escritor Pedro Bandeira esteve em minha cidade, no interior de São Paulo. Um velhinho com um bigode engraçado, de fala enérgica – e apaixonada. Foi lendo a série de livros Os Karas, no ensino fundamental, que eu descobri um carinho pela leitura. Com ela, veio uma paixão avassaladora pela escrita, que foi determinante para que eu fizesse a faculdade de Jornalismo.

Na faculdade, pensando em um dia me especializar em Moda, fui fisgada, quase sem querer, por outra paixão: as narrativas audiovisuais. Aí, o Jornalismo, simplesmente por não ser ficção, perdeu seu charme; a Moda, puramente, eu deixei para lá… a escrita e o cinema, nunca! Sempre gostei de ver filmes e séries, mas, nos últimos cinco anos, virou uma verdadeira dependência. Se meu dia começa com uma xícara de café bem quente, ele termina com um episódio da(ssss) minha(sssss) série(sssss) preferida(sssss). E se, na literatura, Pedro Bandeira sempre teve um cantinho especial no meu coração, no audiovisual esse posto é ocupado pelo Bryan Fuller. Você deve estar se perguntando: okay, mas o que tem a ver isso? É que foi de todas essas relações, desses pequenos acontecimentos na minha semana e de sentimentos rebuliços aqui dentro, que saiu a coluna de hoje; da minha memória afetiva, de todas as coisas guardadas com carinho no meu passado.

UMA DÉCADA DE BRYAN FULLER NA TV

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Coincidentemente, no último dia 31 de outubro, fez dez anos que o último episódio de Dead Like Me foi exibido. Em dezembro, será a vez de Wonderfalls completar uma década desde seu último episódio. As duas séries foram os primeiros projetos de Fuller na TV americana e, embora não tenham tido um enorme sucesso de público, foram aclamadas pela crítica, tornando-se, agora, um clássico cult… Uma memória afetiva para um grupo específico – incluindo esta pessoa que vos escreve! 🙂

Mesmo que você não tenha assistido às séries, provavelmente, já teve contato com o trabalho de Bryan Fuller. Ele é conhecido por ter escrito alguns dos melhores episódios da série Heroes, ainda como colaborador, além de capítulos de Star Trek: Deep Space Nine, e também foi responsável pelo roteiro do filme Carrie, a estranha, que passava toda semana, no SBT, até poucos anos.

Depois de Dead Like Me e Wonderfalls, ele continuou a criar clássicos cult televisivos. Pushing Daisies, de 2008, também não conseguiu grande sucesso de público, mas é ovacionada pela crítica até hoje. Mockingbird Lane, que só teve o episódio piloto produzido e exibido, sequer chegou a virar série por falta de audiência. Hannibal, que vai para a terceira temporada depois de muito sufoco, é um recorde para Bryan, que parece lutar para encontrar seu público. Não por acaso, ele é conhecido como gênio incompreendido. E se as séries dele são especiais, mesmo diante de tantas dificuldades, é exatamente por se tratarem de memória afetiva.

Primeiro, porque elas falam de sonhos, de sensações comuns às crianças. Quem nunca fingiu falar com um animal, como a carismática protagonista de Wonderfalls? Ou quis trazer um ente querido de volta à vida, como podia o confeiteiro Ned de Pushing Daisies? E as tortas feitas por ele, hmmmm. Tem coisa mais casa da vó do que tortas com frutas? Não bastasse isso, os seriados criados por Fuller estão cheios de referências uns aos outros. Ele utiliza atores repetidos, nomes de personagens repetidos e até lugares repetidos. Eu falei: é pura memória afetiva! É tanto afeto que os fãs dessas séries até apelidaram essa “nuvem” de referências como FULLERVERSE (algo como “Universo Fuller”).

Por estratégia, vou começar com WONDERFALLS, o segundo seriado dele. Outro dia, estava lendo um texto acadêmico sobre conteúdo televisivo e o autor citava a série como exemplo de atração que não teve tempo suficiente para ficar no ar e conquistar espectadores – ela foi cancelada ainda na primeira temporada, com menos da metade dos episódios exibidos na TV. Segundo o autor, a série requeria tempo para que os espectadores pudessem compreendê-la, adaptar-se a ela e, assim, conquistar seu público, tamanha a originalidade criativa que propunha. Em outras palavras, as séries de Bryan Fuller não são feitas sob medida para a enorme massa, mas nada impede que essa massa goste delas. As séries exigem abertura por parte do espectador, doses fartas de sensibilidade. Não estou dizendo aqui que ninguém é mais ou menos inteligente por assistir a uma série dele. Mas elas falam, sim, para um público específico.

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Wonderfalls é a série mais fácil de ser assistida dentre as criações desse gênio da televisão. Jaye (Caroline Dhavernas) é uma menina de 24 anos, formada em Brown, uma das melhores universidades dos Estados Unidos, que volta para a cidade natal e vai morar em um trailer depois de fracassar em conseguir um emprego. Agora, ela trabalha em uma lojinha de souvenirs em frente à Niagara Falls, catarata localizada na fronteira americana com o Canadá. Para tornar tudo ainda mais dramático, ela começa a conversar com os bonecos de animais vendidos ali e, depois, de todos os lugares.

A atração tinha ares de comédia romântica e passava longe de ser infantil, como uma leitura da sinopse à primeira vista pudesse sugerir. Wonderfalls, na verdade, ousava justamente ao BRINCAR COM OS SONHOS E FANTASIAS DE CRIANÇAS, ao resgatar esses sentimentos inocentes nos adultos. A série pode ter falhado em conseguir esse sucesso diante de seu público-alvo, mas não foi por falta de bom conteúdo.

Bryan Fuller disse que a história se inspirava em Joana d’Arc (que alegava ouvir vozes divinas e foi condenada à fogueira) e, num balde de realismo, revelou que Jaye poderia, sim, se tratar de uma personagem com problemas mentais. Sem romantismo. Não que ele tenha dito isso como veredicto final. Existe uma coisa sobre o Fullerverse que você precisa saber: as perguntas nunca são respondidas de fato, fica tudo no ar, vez ou outra Bryan Fuller até dá umas entrevistas bombásticas para deixar a gente com “a pulga atrás da orelha”. Mas as respostas ficam sempre à mercê da nossa própria imaginação.

Uma coisa interessante nos trabalhos de Fuller é o CROSS-GENRE, ou mistura de gênero. Isto é, quando dois gêneros opostos – humor e terror, por exemplo – são usados ao mesmo tempo em cena. Comédia, musical, terror e suspense andam juntos no Fullerverse. Não raramente, no meio de uma passagem cômica, uma situação de perigo nos é apresentada e, a partir daí, a iluminação e o tom de voz dos personagens ganham ares obscuros repentinamente, tudo de forma meio pasteurizada, sem deixar o humor para trás. Beira o trash mesmo. O cross-genre ocorria principalmente em Wonderfalls e Pushing Daisies – a última, até tinha cenas musicais.

A comédia Wonderfalls em uma cena estilo noir.

A comédia Wonderfalls em uma cena estilo noir.

DEAD LIKE ME deu mais trabalho para eu acompanhar. O seriado narrava o cotidiano de ceifadores – popularmente conhecidos como “a morte” – que viviam entre os humanos roubando-lhes as almas.

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A atração era protagonizada por Ellen Muth, que interpretava Georgia, uma adolescente que morria depois que o assento de um vaso sanitário de uma estação espacial caía sobre a cabeça dela – você riu, eu sei. Desde então, ela virou uma ceifadora. O grande problema para mim é que a Georgia me parecia uma personagem arrastada, mórbida, sem energia… sem vida. Fiquei extremamente incomodada com a aparente falta de carisma da Ellen Muth no papel principal. Só depois percebi que estava sendo incoerente. Como é que eu queria que uma personagem morta fosse, na verdade, cheia de vida? Desde o primeiro instante, Muth acertou o tom do personagem, que não poderia ser outra coisa senão moribundo. E quando, finalmente, me dei conta disso, percebi o quanto essa série era genial. E, aí, pronto, vi em uma sentada só! Com o perdão do trocadilho, é claro.

Dead Like Me tinha um HUMOR NEGRO, em que o politicamente incorreto era explorado de forma escrachada. E isso é recorrente nas séries do Bryan Fuller. Todos os personagens se utilizam de meios moralmente questionáveis para conseguir o que querem, para ganhar a vida (ou a pós-vida, no caso). E o mais legal é que não precisa ser o vilão da história para agir imoralmente. Por exemplo: na série seguinte, Pushing Daisies, o Ned explorava os mortos para ganhar dinheiro….

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….e nem ouse pensar mal dele! Ned era um chameguinho em forma de personagem.

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Fuller o escreveu especialmente para o ator Lee Pace, com quem ele tinha trabalhado em Wonderfalls (e quem ele quer, loucamente, que participe de Hannibal). Lee Pace é desses atores ultra fofos, que fala baixinho e sorri com as sobrancelhas (a-ham!). Na história, ele interpretava um confeiteiro cujas habilidades iam muito além do preparo das deliciosas tortas vendidas na Pie Hole. Ele tinha um poder especial: sempre que ele tocasse em algo que estivesse morto, essa coisa – podendo ser uma fruta, uma pessoa, um besouro – voltava à vida. Se ele tocasse de novo, então essa coisa morreria para sempre. E ele tinha um minuto para realizar o ritual, uma vez que, passado um minuto e ele não tocasse o indivíduo novamente, outra pessoa próxima morreria no lugar do, agora, ex-cadáver.

Ele, então, conhece o detetive Emerson Cod e, juntos, eles lançam um plano. Sempre que uma pessoa morresse e fosse oferecida uma recompensa para solucionar o caso, Ned traria a vítima de volta à vida e perguntaria o que aconteceu com ela. Em um minuto, ela estaria morta novamente e eles, mais ricos. Bem imoral. Mas fica pior.

No primeiro episódio, Chuck (Anna Friel), o amor de infância de Ned, morre. Ele a traz de volta e nunca mais a toca novamente, colocando a vida de Emerson, que estava próximo ao caixão dela, em risco. A partir daí, Ned e Chuck, completamente apaixonados, nunca poderão estabelecer qualquer contato físico, senão ela morre para sempre. Meio Romeu e Julieta.

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Por falar em outras histórias, Pushing Daisies estava repleta de referências a outros clássicos do cinema. A primeira inspiração a ser notada é O Fabuloso Destino de Amelie Poulain. Bem como no filme francês, PD tem um NARRADOR que, logo nas primeiras cenas, nos conta que Ned descobriu seu poder especial aos “9 anos, 27 semanas, 6 dias e 3 minutos de vida” “por ressuscitar o seu Golden Retriever, Digby”. E, aí, eu quase tive um treco. Detesto o enfadonho destino da desocupada Amélia e quando vi que a série teria ares do filme, quase desisti. Não era apenas o narrador que fazia lembrar o clássico, mas as cores da série, a fantasia em demasia. Mas, depois de acompanhar um pouco mais, percebi que PD se parecia com Amelie apenas esteticamente – e nesse quesito, não há o que falar, o filme é GENIAL. A história, em si, mais se parece com A Fantástica Fábrica de Chocolate. É que Amelie, embora seja fantasioso, tenta nos vender uma ideia de que aquilo seria possível, é uma ideia romantizada da vida e que nos é vendida como podendo ser real – quando não é. Já A Fantástica Fábrica de Chocolate segue o mesmo roteiro, mas deixando claro se tratar puramente de fantasia. E é aí que PD reside.

LEIA MAIS: ‘PUSHING DAISIES’: REVISITE OS CENÁRIOS DA SÉRIE INSPIRADA POR AMÉLIE POULAIN

Outra referência memorável foi um capítulo que homenageou Alfred Hitchcock.  Primeiro, aconteceu um assassinato em que golpes de faca eram dados no ar, com uma música parecidíssima com a de Psicose e sua famosa cena do chuveiro. Depois, houve uma referência ao filme Vertigo e a cabeça de Emerson flutuando. Compare:

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O piloto de MOCKINGBIRD LANE foi exibido em 2012, na NBC, e se conseguisse audiência seria transformada em série. Não deu. Bryan Fuller esperneou, dizendo que a data escolhida para a transmissão não o beneficiou, e o canal exibiu o piloto mais uma vez, como especial de Halloween. Falhou de novo. A série seria uma remontagem de The Munsters, clássico da CBS nos 1960, parecido com A Família Addams. Eu assisti ao episódio e com muita, mas muita dor no coração, devo dizer: não gostei. Embora esteticamente fosse interessante, os diálogos e situações simplesmente não prenderam. Apesar do humor negro e da família de mortos-vivos, marcas de Fuller, estava abaixo daquilo que ele já apresentou.

Como já deu para perceber, a MORTE sempre foi o tema principal das séries desenvolvidas por Fuller. Desde os ceifadores de Dead Like Me, passando pela volta à vida em Pushing Daisies, até a família de mortos-vivos de Mockingbird Lane. Dá para dizer que a única exceção foi Wonderfalls, que narrava uma jovem com o poder de falar com os animais. Mesmo que Hannibal não trate a morte diretamente – todos os personagens, a princípio, estão vivos – a gente pode dizer, sim, que se centra no tema, já que o protagonista é um assassino serial.

Hannibal é a série mais madura de Fuller. É um enredo mais denso, em que o humor é menos explorado e nosso psicológico é pressionado a todo instante. Nos primeiros episódios, a gente tem até alguma dificuldade em entender a história, cheia de complexidades e quebra-cabeças.

LEIA MAIS: TERAPIA ELEGANTE: VEJA, EM DETALHES, O LUXUOSO ESCRITÓRIO DE ‘HANNIBAL’

Esteticamente, Fuller vive seu auge. Hannibal é sempre mencionada como um exemplo de série visual, em que verdadeiras metáforas – tanto em palavras, quanto em objetos – nos são jogadas de forma constante.

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As cores na tela sempre nos dão pistas e indicam quem está a salvo ou corre perigo na série. Verde e marrom são as cores de Lecter e Will Graham.

Como eu disse, não é apenas visualmente. Os trocadilhos e as dicas também estão nos inteligentes diálogos da atração – Fuller até ganhou um troféu pelos trocadilhos em uma premiação promovida por um blog americano.

Por exemplo, na segunda temporada da série, Will (Hugh Dancy) está preso porque o FBI acredita que ele cometeu os crimes. Em um diálogo com o agente Jack Crawford (Laurence Fishburne), Will dispara:

– You don’t believe me now.

Ele, então, faz uma pausa dramática e diz enfaticamente:

– You WILL.

“You will” não quer dizer apenas que Jack VAI acreditar, mas “Will” é o nome do próprio personagem que disse a frase. Além disso, “will” ainda significa “desejo”, “vontade”, “determinação” em inglês. Tudo isso, e não apenas a tradução “você vai”, reforçava ainda mais a ideia de que o agente Crawford iria acreditar em Will Graham – ao mesmo tempo, remetia à cena inicial do episódio, que se passava alguns meses depois dessa narrada, e que mostrava o agente em uma luta corporal épica com Hannibal Lecter, o verdadeiro assassino.

A cena de luta, aliás, teve cada detalhe milimetricamente pensado, para que tudo ficasse criativo – e visual – na tela:

Alguns episódios mais tarde, quando Will quer que Hannibal pense que ele matou uma jornalista, Will diz que “ela não irá se levantar das cinzas, mas o assassino dela irá”. Tudo em duplo sentido, é claro:

– She won’t rise from the ashes… but her killer will. (but her killer Will Graham).

Dr. Lecter pegou essa, com certeza.

Dr. Lecter pegou essa, com certeza.

Lecter é interpretado pelo renomado Mads Mikkelsen. A pronúncia correta é “Més quelsen”, mas o ator dinamarquês não se incomoda em ser chamado de “Méds” – inclusive pelos colegas de elenco. Finesse!

Embrace the Mads… Não, pera.

Diversidade

Por último, mas não menos importante: Bryan Fuller, que é homossexual, gosta de colocar personagens gays em todas as suas séries. Em Wonderfalls, ela era Sharon, a irmã da protagonista Jaye.  Inicialmente, em Dead Like Me, era para o pai de Georgia ser homossexual, mas quando Fuller deixou a série – ainda na primeira temporada por diferenças criativas com o Showtime -, os roteiristas mudaram isso e deixaram Fuller bastante chateado. Em Pushing Daisies, o legista do necrotério Coroner, interpretado por Sy Richardson, também era homossexual e tinha uma quedinha por Emerson. Em Hannibal, há um burburinho sobre a relação do Dr. Lecter e Will e muita gente torce para que eles tenham um caso amoroso. Fuller diz que se diverte com as teorias criadas pelos seguidores do seriado, mas não revela muito. Para ele, Hannibal poderia, sim, querer algo mais com Will, mas, segundo ele, Will é definitivamente hetero.

 POR DENTRO DO FULLERVERSE

 

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Ellen Muth interpretou Georgia Lass, uma ceifadora em Dead Like Me. Em Hannibal, ela foi Georgia Madchen. Lass é uma expressão que significa menina em inglês; Madchen quer dizer a mesma coisa em alemão. Além disso, em Hannibal, a personagem dela sofria de uma síndrome que a fazia acreditar estar morta e ainda matava outras pessoas.

Ellen Muth interpretou Georgia Lass, uma ceifadora em Dead Like Me. Em Hannibal, ela foi Georgia Madchen. Lass é uma expressão que significa menina em inglês; Madchen quer dizer a mesma coisa em alemão. Além disso, em Hannibal, a personagem dela sofria de uma síndrome que a fazia acreditar estar morta e ainda matava outras pessoas.

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Em Dead Like Me, a irmã de Georgia se chamava Reggie Lass. Miriam Regina Lass era o nome da personagem de Anna Chlumsky em alguns episódios de Hannibal.

A veterana Beth Grant interpretou a personagem Marianne Marie Beetle em três ocasiões: Wonderfalls, Pushing Daisies e Mockingbird Lane.

A veterana Beth Grant interpretou a personagem Marianne Marie Beetle em três ocasiões: Wonderfalls, Pushing Daisies e Mockingbird Lane.

O mesmo aconteceu com Chelan Simmons, que viveu Gretchen Speck-Horowitz tanto em Wonderfalls quanto em Hannibal.

O mesmo aconteceu com Chelan Simmons, que viveu Gretchen Speck-Horowitz tanto em Wonderfalls quanto em Hannibal.

Em Pushing Daisies, Gina Torres interpretou a esposa do detetive Emerson Cod. Em Hannibal, ela é casada com outro detetive, o agente Jack Crawford.

Em Pushing Daisies, Gina Torres interpretou a esposa do detetive Emerson Cod. Em Hannibal, ela é casada com outro detetive, o agente Jack Crawford.

Raul Esparza integrou o elenco de Pushing Daisies como Alfredo, um homem que vendia ervas que tratavam a agorafobia. Em Hannibal, seu psiquiatra Frederick Chilton tenta manipular seus pacientes, num tratamento questionável.

Raul Esparza integrou o elenco de Pushing Daisies como Alfredo, um homem que vendia ervas que tratavam a agorafobia. Em Hannibal, seu psiquiatra Frederick Chilton tenta manipular seus pacientes, num tratamento questionável.

O cachorro de Reggie, em Dead Like Me, foi o mesmo que fez Digby, o cachorro do Ned em Pushing Daisies.

O cachorro de Reggie, em Dead Like Me, foi o mesmo que fez Digby, o cachorro do Ned em Pushing Daisies.

E mais:

– No quarto episódio da segunda temporada de Hannibal, uma das investigadas pelo FBI se chama Katherine Pimms, nome que Chuck usava como disfarce em Pushing Daisies.

– Em Dead Like Me, Georgia trabalhava na Happy Time Temp Agency, mesmo lugar que Ned finge trabalhar no episódio Bzzzzzzzzz!, de Pushing Daisies.
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Genial, não? Por isso, tenho certeza que, daqui dez anos, verei todas essas séries com a mesma empolgação que vejo hoje. Ou talvez até mais. Graças a minha memória afetiva!

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Saiba como a série ‘Hannibal’, que estreia hoje nos EUA, foi desenvolvida

Data/Hora 04/04/2013, 17:40. Autor
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Logo mais à noite, o banquete estará servido! A série Hannibal, que narra o cotidiano de um dos serial killers mais famosos do cinema e da literatura – um canibal – estreia na NBC, às 22h, no fuso horário dos Estados Unidos.

A atração é uma das mais anunciadas e aguardadas não só entre os americanos, como pelo público geral (no Brasil, a AXN estreia a série no próximo dia 16). Na história, o ator dinamarquês Mads Mikkelsen (o vilão Le Chiffre de 007: Casino Royale) repete as malvadezas como o protagonista Dr. Hannibal Lecter, um assassino que, com a identidade ainda não descoberta, presta consultorias ao agente especial do FBI Will Graham (papel de Hugh Dancy, do filme Adam). Graham é professor na Academia do FBI e considerado o mais habilidoso do mundo em detectar assassinos em série – ele é capaz de decifrar a mente deles e conseguir recriar a cena perfeita do crime em sua cabeça. Lecter e o agente ficarão muito próximos, a ponto de o criminoso considerar Graham um aprendiz em potencial.

NOTÍCIAS | Mads Mikkelsen diz que se inspirou no “Anjo Caído” para interpretar Hannibal Lecter em série

O Anjo Caído

Hannibal é inspirada no livro Dragão Vermelho, do escritor Thomas Harris. No cinema, Anthony Hopkins deu vida ao serial killer no filme homônimo à obra literária, enquanto Edward Norton interpretou o agente genial e criativo.

Mas, de acordo com a criador da série, Bryn Fuller (Pushing Daisies, Wonderfalls), o assassino do programa de TV está mais maléfico do que nunca. “Em um dos primeiros encontros que tive com o Mads [Mikkelsen], ele estava falando sobre interpretar algo mais parecido com o Lúcifer e o Anjo Caído, que tem essa admiração tão grande pela beleza e a arte do espírito, que se você não respeitá-la, ele pode se tornar bastante punitivo e te mandar para o inferno, de sua própria maneira”, contou o produtor, fazendo referência à uma passagem bíblica.

Para Mikkelson, Hannibal Lecter é o que de mais próximo podemos ter do Diabo. “As motivações dele não são banais, como abuso na infância ou pais ruins”, começou o ator. “Está no gene dele. Ele acha que a vida é mais bonita no leito da morte. E isso é algo que é mais parecido com o Anjo Caído do que com um psicopata em si”, refletiu ele, dizendo que Hannibal é muito mais que um psicopata e que, embora não possamos entendê-lo, iremos tentar fazê-lo com bastante empenho.

O Hannibal Lecter da NBC é refinado, elegante e tem senso de estilo

Ideia da série

Bryan Fuller revelou que a ideia de fazer a série surgiu quando ele leu o livro de Thomas Harris. De acordo com ele, há um trecho em Dragão Vermelho que o inspirou a criar o programa:

 

– Você me atrai essencialmente porque você é louco, também. – diz Hannibal ao encontrar o agente Graham, na obra literária.

 

 

 

 

 

Foi quando Fuller decidiu que deveria produzir o show. “Então, eu pensei ‘Existe um bromance incrível e não explorado nisso, que eu, enquanto membro da platéia, gostaria de ver.”

Para o produtor, uma das vantagens de adaptar o livro para a TV é que, na série, haverá mais tempo para explorar profundamente o emocional abalado que tortura o personagem Graham – que pode até, quem sabe, encontrar instintos assassinos nele mesmo.

Estética e recordar é viver

Como é possível notar nos inúmeros trailers da série, Hannibal aposta na estética; e os crimes ocorridos serão quase teatrais, assegura a imprensa especializada americana, que já teve acesso ao episódio piloto.

Bryan Fuller, aliás, é conhecido (e até adorado) pela estética de seus trabalhos. A série Pushing Daisies, por exemplo, era inspirada em O Fabuloso Destino de Amelie Poulain e retratava um mundo de sonhos. O cancelamento da atração, ocorrido em 2009, é lamentado pelos fãs até hoje. Mas, em Hannibal, os espectadores poderão ver alguns dos antigos atores reunidos outra vez: Ellen Greene, Gina Torres, Molly Shannon e Raul Esparza participam do novo projeto, assim como Caroline Dhavernas, que esteve em Wonderfalls, e Ellen Muth (protagonista de Dead Like Me, também criada por Fuller).

NOTÍCIAS | Estômago forte: trailer de dois minutos de ‘Hannibal’ transborda sangue e violência

Agente Graham

O personagem de Hugh Dancy, o agente Graham, é descrito como extremamente inteligente e criativo – não por acaso, em uma das cenas divulgadas, o mentor dele no FBI, Jack Crawford (Laurence Fishburne), pergunta “Posso emprestar sua criatividade?”. Mas, diante de toda essa sagacidade, Graham não vai desconfiar que Lecter é, na verdade, o assassino que ele tanto procura? “Definitivamente, há alguns acontecimentos nessa área, interpreto o melhor detector de assassinos em série do mundo”, contou Dancy. “Ao mesmo tempo, Hannibal não é só o mais inteligente, ele está sempre um passo a frente de todos”.

Mads Mikkelsen tem a mesma opinião que o colega de cena – que conheceu em 2003, durante as filmagens do filme Rei Arthur e, desde então, são amigos – e acredita que a empatia entre os dois personagens, que vai ficar evidente logo no primeiro encontro, será tóxica para Graham, enquanto Lecter saberá tirar proveito da situação. “Essa empatia está matando o Graham, ele não consegue controlá-la. É ela que o controla. E Hannibal tem o poder contrário: ele usa a empatia como uma ferramenta”, argumentou o protagonista. “Hannibal ama o Graham e irá longe para ajudá-lo. Se é o tipo de ajuda que o Graham precisa, não tenho certeza”, falou o ator, que acredita que Lecter poderá, sim, transformar o agente em assassino.

Já sobre o primeiro encontro com Bryan Fuller, Mikkelsen disse que leu o roteiro da série e adorou, mas precisava saber sobre o futuro da história para assinar o contrato. “Fuller levou algumas horas para fazer isso, ele foi até a temporada 28 ou algo assim! Ele é fantástico e tem uma mente brilhante”, elogiou o ator. Para o protagonista, a versão televisiva de Hannibal, por apresentar o assassino fora da prisão, obriga o personagem a fazer amigos, ter uma vida normal, mais próxima da humana e deixar as pessoas confortáveis em sua companhia. A nova condição foi essencial para que ele aceitasse o trabalho. “Pensei ‘Hamlet foi interpretado tantas vezes – com perfeição – e isso não deveria impedir que alguém tentasse fazer algo mais com Hamlet.”

Comparar Hannibal com Shakespeare. Quer saber se você concorda com ele? A nova série estreia hoje à noite, às 22h, na NBC dos Estados Unidos. No Brasil, a atração começa a ir ao ar no dia 16 de abril, também às 22h, pelo canal pago AXN.

Com informações do EW e TV Line.

Ellen Greene ganha personagem regular em ‘Hannibal’

Data/Hora 03/10/2012, 19:10. Autor
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Elle Greene, conhecida pelo papel de Vivian Charles em Pushing Daisies, acaba de conquistar uma vaga em Hannibal, nova série do canal NBC.

Na história, ela será a Senhora Komeda, uma escritora e integrante da elite cultural de Boston. Ela é amiga de Dr. Lecter – o protagonista da atração e um dos seriais killers mais temidos do mundo fictício.

A nova atração é produzida por Byan Fuller, que já havia trabalhado com Greene na própria Pushing Daisies.

Na semana passada, Chelan Simons também foi conhecida como integrante do seriado, reprisando seu personagem de outra série: a Gretchen de Wonderfalls (Fox, 2004). Além dela, Carolina Dhavernas e Aaron Abrams, ambos de Wonderfalls, foram escalados para o programa.

O ator dinamarquês Mads Mikkelsen (Rei Arthur, 007 – Cassino Royale) é o protagonista Hannibal Lecter.

Mais detalhes sobre enredo e personagens, você confere aqui.

Hannibal deve estrear na metade de 2013 na grade de programação da NBC americana.

Com informações do TV Line.

“Empréstimo”: Chelan Simons reprisa papel de ‘Wonderfalls’ em ‘Hannibal’

Data/Hora 27/09/2012, 23:40. Autor
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A série Hannibal, do canal NBC, estreia na temporada de midseason dos Estados unidos, entre 2012 e 2013. Informações referentes ao elenco da atração, naturalmente, são divulgadas com certa frequência. Há pouco mais de um mês, a emissora anunciou vários atores contratados para o programa. Hoje, mais uma atriz foi conhecida: Chelan Simons, de The L.A. Complex (da CW).

Mas os espectadores com memória mais aguçada lembrarão da moça em outra série; Wonderfalls, de 2004, produzida pela Fox. Na atração, ela era Gretchen, representante de classe no Ensino Médio e rival da protagonista Jaye – que era interpretada por Caroline Dhavernas, que também está em Hannibal.

O curioso é que Simons reprisa o papel de Gretchen no novo show da NBC. Já Dhavernas interpreta uma professora de psicologia na Universidade de Chicago, chamada Dra. Alana Bloom. Vale lembrar que outro atual integrante de Hannibal saiu da extinta Wonderfalls: o ator Aaron Abrams vai viver o investigador Brian Zeller.

As coincidências têm explicação, é claro. O criador da série Hannibal era também produtor de Wonderfalls e decidiu “readotar” suas “crias”. Pelo Twitter, Bryan Fuller se disse entusiasmado em voltar a trabalhar com Chelan Simons:

Hannibal conta a história de Hannibal Lecter, um dos seriais killers mais famosos da literatura, escrito por Thomas Harris. No cinema, ficou conhecido na pele do ator Anthony Hopkins. A versão mais recente apresentada na sétima arte foi interpretada pelo ator francês Gaspard Ulliel, em Hannibal Rising.

Já o protagonista da série da NBC  será o ator dinamarquês Mads Mikkelsen (Rei Arthur, 007 – Cassino Royale).

Com informações do TV Line.

Nova série de Shonda Rhimes já tem protagonista


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Atriz canadense Caroline DhavernasCaroline Dhavernas conseguiu um dos três papéis principais do novo drama médico Shonda Rhimes, chamado Off The Map. Na série, que terá como cenário uma selva na sul-americana, Dhavernas fará o papel de uma jovem médica chamada Lilly, que se muda para outro continente após viver uma tragédia pessoal. Lá, a personagem decide trabalhar em uma clínica gratuita na selva, e conhece outros dois médicos, Meena e Manny.

Dhavernas irá atuar na série ao lado de Enrique Murciano, ex-astro de Without a Trace.

A atriz canadense, de 31 anos, ficou conhecida ao estrelar Wonderfalls, dramédia de fantasia criada por Bryan Fuller (Dead Like Me, Pushing Daisies) e exibida no Brasil pela Fox. Clique aqui para continuar a leitura »

Produtor de Pushing Daisies reforça Heroes e aponta os erros da série

Data/Hora 12/12/2008, 17:35. Autor
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Bryan FullerResta uma esperança para Heroes! O produtor Bryan Fuller, criador das conceituadas séries Pushing Daisies, Wonderfalls e Dead Like Me, já está trabalhando novamente em Heroes como consultor. Fuller trabalhou como co-produtor da série em sua primeira temporada, quando Heroes era um hit. E a expectativa é que ele possa colocar o seriado de volta nos trilhos.

Nesta quarta-feira (10/12), o colunista Michael Ausiello, do TV Guide, entrevistou Fuller, que fez alguns comentários sobre o programa. Ausiello abriu a entrevista de forma franca, perguntando aonde o show errou. E Fuller respondeu:

A série se tornou muito densa e caiu em algumas armadilhas da ficção científica. Por exemplo, no arco “Villains”, quando a série começa a falar sobre fórmulas e catalisadores, você tira o foco do drama. E eu acredito que o objetivo de todos é retornar ao drama.

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Pushing Daisies: Morte, Vida e um Pedaço de Torta

Data/Hora 09/04/2008, 09:00. Autor
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Lee Pace em entrevista coletiva em SÃo Paulo

Imagine a cena. Uma mesa redonda no mezanino de um hotel de luxo, luzes baixas, sete pessoas com a atenção focada em um homem esguio que afirma poder trazer pessoas mortas de volta à vida.

Não, não é uma sessão espírita. O homem é Lee Pace, o protagonista de Pushing Daisies, e os ouvintes são os jornalistas que participam da entrevista coletiva realizada para promover a estréia da série no Brasil. Intérprete do confeiteiro Ned e com uma indicação ao Globo de Ouro pelo papel, Pace tenta calmamente explicar o conceito de um dos seriados mais surreais já concebidos para a TV aberta norte-americana. Ele diz:

É um conto de fadas sobre um cara que pode trazer coisas mortas de volta, e as complicações que vêm com esse dom. E é engraçado, é uma comédia, apesar dos elementos mais dramáticos. É difícil definir. É uma série muito estranha.

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