Nashville – Too Far Gone

Data/Hora 15/02/2014, 13:28. Autor
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“Você matou a minha mãe? Você tentou assassinar o pai das minhas filhas?” – Rayna

Drama. Assim podemos definir Too Far Gone.

Se Rayna andou um tanto apagada nas últimas semanas de Nashville, este episódio veio para acabar com qualquer resquício de calmaria em sua vida, ao mesmo tempo em que prepara o território para a última metade desta temporada, que pode (ou não) ser a última da série.

Enfim, Tandy abriu o jogo com sua irmã e contou à Rayna que foi ela quem denunciou o pai às autoridades. E mais: confessa que fez isso porque foi ele quem assassinou a mãe delas há muitos e muitos anos. Covarde e sem caráter como sempre foi, óbvio que ela sequer chega a mencionar o fato de que estaria em sérios apuros caso não colaborasse com a Promotoria (aliás, muita ingenuidade de Rayna achar que a irmã – braço direito do pai por singelos 15 anos – não estaria a par de toda a sujeira escondida debaixo dos tapetes das Indústrias Wyatt). Além disso, claro que a confissão não se deu de forma espontânea: um Teddy cada vez mais transtornado e obcecado por descobrir a verdade sobre o assassinato de Peggy tratou de contar à Rayna tudo o que sabia. Acuada, Tandy se viu obrigada a falar a verdade.

O encontro entre ela e o pai foi no mínimo desconcertante. Desta vez, aquela que sempre pareceu ser “a filha favorita” de Lamar sequer conseguiu olhar em seus olhos e encará-lo de frente. Não era óbvio que algo estava errado ali? Aquela festa de “boas-vindas” só não foi mais melancólica e bizarra porque Maddie e Daphne estavam lá, fazendo o que sabem de melhor: cantando – pela primeira vez junto com a mãe! – e conferindo enorme doçura à cena.

Mas de nada adiantou. Na hora do acerto de contas, percebemos que, apesar do difícil relacionamento, é Rayna a filha que Lamar respeita. Aliás, aí percebemos uma gigantesca diferença entre as irmãs: enquanto Tandy é covarde e fraca, Rayna é o seu completo oposto. Direta e dona de uma sinceridade quase brutal, não hesita nem por um segundo ao tirar satisfações do pai.

Enquanto perguntava a Lamar se ele havia matado sua mãe – em uma atuação magistral de Connie Britton, há que se dizer – vimos toda a raiva, frustração e decepção tomarem conta de Rayna. Enfim, a verdade. Ou coisa assim. Não sei se consigo acreditar nessa versão “ela já estava morta, então eu fugi” da história. Ainda mais porque, logo em seguida, Lamar é incapaz de negar que está envolvido no atentado contra Teddy – pai de suas netas, vale lembrar –, provando mais uma vez que está disposto a fazer qualquer coisa para defender seu poder e seus interesses, custe a quem custar. Rayna não tolera tamanha falta de caráter e rompe com seu pai e irmã. Um tempo longe de tanta hipocrisia certamente lhe fará bem. Melhor assim.

A cena final, entre Lamar e seu ex-genro, foi… Inusitada. Sem qualquer cerimônia, Teddy joga na cara do sogro que Tandy é a responsável por sua quase ruína, e o que se segue me fez revirar os olhos por um momento. Pensei: “outro ataque cardíaco? Really?”, mas assim que percebi que Teddy não tinha qualquer intenção de pedir socorro, entendi o recado. O viúvo enlutado quer vingança, e, ao que parece, não pretende desperdiçar a oportunidade que lhe foi oferecida. Apenas Teddy e Lamar, e a chance de fazer justiça com as próprias mãos. A impressão que fica é de que o velho desta vez vai provar do próprio veneno – afinal, Teddy aprendeu tudo o que sabe com ele –, e não sobreviverá para contar a história. Será?

“(…) Eu não poderia te derrubar, mesmo se eu quisesse. Apenas alguém que estava com você e trabalhou para você por 15 anos e que sabia onde os corpos foram enterrados poderia fazer isso. Seu próprio sangue.” – Teddy

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Enquanto Rayna vivia todo este drama, vimos uma Juliette em situação oposta, completamente acuada e resignada com a desastrosa situação de sua carreira. Cansada de remar contra a maré e de ser vítima constante de sua própria fama e personalidade difícil, Juju decide… que não quer decidir absolutamente nada por enquanto. E se afasta. De tudo e de todos. Exceto de Avery. Ela busca refúgio em sua casa, redecora o seu apartamento, cozinha, passa o dia comendo pipoca e assistindo aos filmes de Fellini – chamando-os carinhosamente de “filmes italianos estranhos de ficção científica” –, recusando-se a atender os insistentes telefonemas de Emily ou a encarar sua nova realidade de frente.

Neste processo de humanização que a personagem vem sofrendo ao longo da temporada, acho importante, e muito válido, que ela passe por esta fase, mas Avery, que tem sido o seu grande porto-seguro e sua única constante neste processo, precisa puxar as suas orelhas e trazê-la de volta para o mundo real:

“Não é porque você fecha os olhos que você se torna invisível.” – Avery

Simples, não? E uma grande verdade. Juju não é burra, entendeu bem o recado e pretende utilizar o enorme talento de seu novo namorado como produtor para reconstruir sua carreira, um pequeno passo de cada vez. Don’t Put Dirt On My Grave Just Yet já começou a despertar o interesse de outras gravadoras e é uma excelente maneira de recomeçar. Daqui para frente, parece que não veremos mais esta Juliette apática e sentindo pena de si mesma. Mãos à obra!

“Acontece que eu odeio ser invisível mais do que odeio estar errada.” – Juliette

Brent

A parte decepcionante do episódio ficou, mais uma vez, por conta de Will Lexington. Depois de sua tentativa de suicídio, o cantor parece não ter mudado e isso é muito frustrante. Apesar de ter aberto uma enorme gama de possibilidades para o personagem, o roteiro escolheu a saída mais preguiçosa e… absolutamente nada mudou. Rapidamente, Will voltou a ser o menino medroso e cheio de nojo de si mesmo, repetindo os mesmos erros over and over again, demonstrando que não foi capaz de tirar nenhuma lição da experiência traumatizante que viveu. E do que é feita a vida senão de nossos tropeços e suas lições? O que Will espera conseguir com suas atitudes? No fim das contas, sobrou para Brent.

“Eu sei o que quero, e não deixarei que ninguém fique no meu caminho” – Will.

Sem saber como lidar com seus sentimentos por ele (sem mencionar a noite que passaram juntos!), Will age como um babaca homofóbico e vai correndo se queixar para Jeff (of all people!). Tem a pachorra de insinuar que Brent está agindo de maneira “imprópria” e coloca em xeque também a competência profissional do rapaz. Jeff, depois de perder as duas maiores artistas da Edgehill, está apostando alto em Will – inclusive adiantando o lançamento de seu álbum de estreia para 1º de maio, numa estratégia desesperada para concorrer com o novo álbum de Rayna –, e não está em posição de contrariar sua maior estrela. Resultado? Brent é demitido, e Mr. Fordham cuidará da carreira de Will pessoalmente daqui para frente (um bom castigo por si só).

Mas desta vez temos Gunnar para chamar a atenção de Will e trazê-lo de volta para a dura realidade. Será que ele realmente acha que Brent é o problema? Que basta tirá-lo da sua vida – custe o que custar – para que ele seja “curado” de sua homossexualidade? Que tipo de pensamento é esse, meu Deus? Como muito bem lembrado por Gunnar, Will tentou beijá-lo não muito tempo atrás. E ainda foi categórico ao afirmar que todos ao redor percebem que existe algo entre eles. Será que ele não percebe? Às vezes tenho a impressão que Will vive na década de 50. Esqueceram de avisar para ele que estamos no século XXI. A compaixão que eu senti por ele naquele último episódio de 2013 – e que já parece tão distante – sumiu por completo. Para ele, vale tudo nesta incessante busca pela auto aceitação, mesmo que para isso ele tenha que passar por cima de si mesmo – e de quem mais ousar atravessar seu caminho. Azar de Brent, que não fez absolutamente nada de errado. Patético e decepcionante, nada mais.

Enquanto isso, se por um lado Gunnar está desempenhando o papel de bom amigo para Will, com Zoey ele não passa de um namorado medíocre. Aliás, a linda moça tem se mostrado uma das personagens mais avulsas da série. Neste episódio especificamente, o roteiro até tentou dar um propósito à personagem que fosse além de namorada-do-Gunnar-e-ex-melhor-amiga-da-Scarlett, mas o tiro saiu pela culatra. Não consigo sentir empatia por ela, e a vejo bastante deslocada na trama. Se nem mesmo Gunnar se importa com os anseios e aspirações de Zoey, quem mais se importaria? Menção honrosa para o machismo e a babaquice colossais do nosso compositor favorito, quando diz à namorada que ela deveria se contentar em ser sua namorada e assistir seus shows da tão cobiçada primeira fila. Seriously, Gunnar? Quando lembramos que outro dia ele a comparou com Scarlett, não fica difícil concluir que este romance não tem um futuro muito promissor. O que será de Zoey, então? Pensando por este lado, uma carreira como backing vocal até que não é uma má ideia. Ainda mais porque a atriz Chaley Rose, intérprete de Zoey, tem uma bela voz e poderia dar mais certo quem sabe dando mais ênfase a uma possível carreira musical do que a seus relacionamentos fracassados.

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E o que dizer de Scarlett, então? Com ela, é sempre assim: one step forward, two steps back. Sem Liam, a personagem novamente se perdeu e ficou à deriva. Numa tentativa desesperada de acompanhar o ritmo alucinante de sua nova carreira, Scarlett se agarrou com todas as forças à válvula de escape errada e está rapidamente se tornando uma viciada em remédios controlados. Até quando a veremos nesta espiral destrutiva? Aquela incômoda sensação de que desconstruíram – e destruíram! – a personagem ainda me acompanha. Scarlett não consegue lidar com o que a carreira exige dela, e continua variando entre o amor e o ódio pela profissão. Até onde ela será capaz de se sacrificar? Que preço estará disposta a pagar por isso? Pelo menos vimos que aqueles que realmente a conhecem e se importam com ela já perceberam que tem algo estranho, fora do lugar. Deacon, Zoey, Avery, e até mesmo Juliette… Todos ficaram surpresos com suas atitudes tão atípicas. E Liam, que papel terá nisso? Ele será a salvação ou a perdição de Scarlett?

Seu tio Deacon, por sua vez, teve um episódio bastante movimentado. Eu tinha certeza absoluta que o fato de Megan estar ajudando Teddy na investigação do assassinato de Peggy traria ainda mais conflitos para os dois, afinal, não basta brigar “apenas” pelo amor de Rayna e Maddie.

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“Por isso você está comigo. Sou esse bêbado esquentado que você seduziu para satisfazer seu complexo salvador. (…) Estou falando de você se trancar em salas com pessoas que tem problemas para se sentir melhor consigo mesma.”

Confesso que fiquei um tanto assustada com a reação de Deacon. Ok, a cena que ele interrompeu entre Teddy e sua namorada dava margem a muitas interpretações, mas precisava tanto? Assim como vimos acontecer no episódio em que ele foi pressionado por sua nova gravadora, é nessas horas que percebemos o quanto ele se sente inseguro e indigno da felicidade e do amor. Sempre procurando razões para desconfiar de Megan e de seu amor por ele, sempre à espreita de um motivo para arruinar tudo. E vocês? Também veem as intenções de Megan com desconfiança? Acham que ela só está com ele por pena, por um desejo de “consertá-lo”, ou – para usar as palavras de Deacon – porque ela é “viciada em tragédias”? Eu acho que não. De uma vez por todas, Deacon precisa aprender a ser feliz. (e eu sinceramente espero que Megan não abandone o caso por causa deste mal-entendido.)

O casal fez as pazes na gravação de seu álbum de estreia como artista solo no Bluebird. Tudo terminou bem. Mas… Por quanto tempo? Apesar de achar que Megan faz um bem enorme a ele, sinto que este romance também está fadado ao fracasso. Ouvir a voz de Charles Esten, por outro lado, é sempre um privilégio. Linda voz, belíssima canção. Um brinde à carreira solo de Deacon, por favor!

Nashville entra em novo hiatus e retorna com um episódio inédito e cheio de emoções no dia 26 de fevereiro. Qual será o destino de Lamar?

 

A má notícia é que a audiência da série continua oscilando, e nesta semana novamente registrou números muito baixos, com pouco mais de 5 milhões de telespectadores e 1.3 na demo. Essa inconstância nos índices é angustiante, e nós ainda sofreremos por mais alguns meses até que seja anunciado o destino da série. Cancelamento à vista ou renovação? Torçamos!

Até a volta!

Sintonia – O (Re)Início/Cronologia das Séries Musicais


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Oi, leitores! A coluna Sintonia, após um bom tempo inativa – não me perguntem quanto -, está de volta pra falar de duas das melhores coisas do mundo: SÉRIES e MÚSICA! Quem vos fala aqui é uma moleca chamada Carol (muito prazer, o prazer é todo meu, as pessoas não deveriam reivindicar o prazer de conhecer as outras assim, gente egoísta). Eventualmente o meu texto ficará menos bobo, não se preocupem, isso tudo é empolgação.

O tema do mês inicial – escolhido por quem vos fala e autorizado pela chefia – é a história das séries musicais. Nesses dias que vivemos, as séries musicais têm feito grande sucesso – destaque para Glee, por diversos motivos óbvios -, mas como foi que isso começou? Voltemos então, à década de 1960.

Não dá pra falar de tudo. Pouco tempo se passou desde que a televisão foi inventada, mas muita coisa já foi produzida, então temos de escolher um foco. O nosso consiste nas produções ocidentais de maior destaque. A primeira série musical de que se tem notícia é chamada Once Upon a Tune, de 1951, que adaptava contos de fadas e musicais da Broadway de modo satírico.

Anos 60:

Once Upon a Tune abriu o mercado, mas não foi o primeiro destaque. Este destaque data de dez anos depois, e foi algo que esteve bastante em voga nesses últimos anos, mas que muitos não sabem ser tão antigo: Alvin e os EsquilosThe Alvin Show, que estreou nos EUA pela CBS em 1961, não durou muito: teve apenas uma temporada na emissora, mas desde então, foi sendo vendido e continuado/exibido por outras emissoras, sob o nome de Alvin and the Chipmunks, até 95, última exibição da série animada nos EUA pela Nickelodeon. Desde sua criação, o estilo de canto dos esquilos é mais ou menos o mesmo, com as vozes fininhas, coisa e tal – o que eu, particularmente, acho adorável, por se tratar de esquilos, amo esquilos, esquilos para sempre. Alvin, Simon e Theodore com certeza ainda são lembrados, vide o sucesso de bilheteria dos três filmes baseados na série, e foram muito importantes para a história das séries musicais.


The Archie S
how também foi uma série de grande sucesso na década de 60. A animação durou apenas uma temporada, contando a história de Archie Andrews e seus amigos, que formavam uma banda de pop rock. E eu nem caí de amores pela abertura quando vi, né? Chequem aqui, vale a pena ver =)

Ainda na década de 60, tivemos o início da produção de séries que estrelavam bandas. Sim! Todos os mini-seriados/filmes do S Club 7 que você assistiu na infância/adolescência não foram inovações. Por mais legal que o SC7 possa ser – eu acho, gente. Até peguei pra ouvir aqui agora. A primeira banda a estrelar um seriado próprio foram os lendários Beatles. Durante dois anos, foram produzidos episódios da série, que foram exibidos de 65 até 69.

 

Outras bandas que seguiram o exemplos dos Beatles foram o Jackson Five, o The Monkees, o New Kids On The Block e os Jonas Brothers.

Anos 70:

Na década de 70, tivemos a estreia de um dos maiores clássicos do grupo das séries musicais: Josie e as Gatinhas. Mesmo tendo durado pouco – como a maior parte das séries da época – Josie fez história. Criação de Hanna-Barbera, a série contava a história da banda Josie e as Gatinhas, que se envolviam numa história de mistério a cada episódio, regada à trilha sonora feita especialmente para a performance das meninas. Hanna Barbera também foi responsável pela criação de Butch Cassidy, série nos moldes de Josie, exibida em 73.

 

Também nos anos 70, foi lançada a série Schoolhouse Rock!, uma série de vídeos educativos para crianças, exibidos na ABC. A exibição durou doze anos, de 73 a 85.

Anos 80:

Na década de 80, temos a primeira produção televisiva musical brasileira relevante: Balão Mágico. Uma série infantil, apresentada pelos integrantes do grupo infantil Turma do Balão Mágico, com músicas que marcaram a infância de muitos de vocês e que, até hoje, são tocadas e conhecidas. Eu, que nem sonhava em nascer quando Balão Mágico foi exibida – de 83 a 86 -, tenho “Super Fantástico” em um lugar especial do meu coração.

 

Nos Estados Unidos, um clássico dos anos 80 foi a série Fame, exibida entre 82 e 87, que contava a história dos estudantes da New York High School for the Performing Arts. A série fez tanto sucesso que o elenco gravou diversos álbuns e fez algumas turnês pela Europa. Em 2008, o Channel 4, do Reino Unido, fez um especial, reunindo alguns dos membros do elenco da série.


Anos 90:

Nos anos 90, tivemos algumas tentativas de séries musicais. Cop Rock foi uma das malsucedidas, e por ter recebido tanto destaque por sua má qualidade, achei digna de registro na cronologia. Se quiserem checar o estilo da obra, temos aqui um exemplo. Por mais que eu seja apaixonada por séries musicais, essa acho que não engulo não.

Tivemos também uma miniprodução britânica, em 93, Lipstick On Your Collar, que é ambientada em 1956, no contexto da área de Inteligência Britânica em Guerra Fria. Um dos agentes, cansado de todo o trabalho, começa a imaginar seus colegas fazendo performances de músicas populares da época, com toda a novidade rítmica dos anos 50. Além de ser uma série com excelente qualidade musical, é estrelada pelo Ewan Lindo McGregor. E, como são só seis episódios, não tem desculpa de “Ah, não tenho tempo pra ver!”. Estou apaixonada com os vídeos que vi, então esperem em breve um Sintonia sobre LOYC 😉

(OBS: A música aí é Don’t Be Cruel, não Teddy Bear. Pequeno erro de quem fez o vídeo.)

 

Anos 2000:

Passando aos anos 2000, muito aconteceu. Nós fomos crescendo, e nossos gostos quanto às séries musicais foram mudando. Quando eu tinha dez anos, o que bombava na mídia era o Disney Channel, com todas aquelas séries sobre cantoras da nossa idade, superfamosas, e tudo o que eu queria ser era a Hannah Montana. Hannah foi um estouro entre nós. Era uma garota que era superstar e, ao mesmo tempo, conseguia viver uma vida normal. O quão mais legal algo poderia ser?

 

A Disney tinha diversas outras séries musicais, e ainda as produz: Austin e Ally, Violetta e Peter Punk estão entre elas. Emissoras como a Nickelodeon também investem no ramo, tendo produzido Victorious e Big Time Rush.

E então, temos de falar das três grandes do período: Glee, Nashville e Smash.

Começo com Smash, que é o meu xodó, como dá pra ver. Pra mim, foi uma das melhores séries já feitas, apesar de todas as críticas e do cancelamento. E sobre a trilha sonora, posso dizer que não tem NENHUMA música que eu ache ruim. O plot era muito bom – a disputa entre Karen e Ivy pelo papel de Marilyn, além de todas as complicações do backstage de um musical da Broadway – porém concordo que se perdeu bastante com o tempo. Mas nada cura essa ferida no meu coração. São boas as lembranças.

 

Nashville, série focada no country music business, tem se mantido forte.  Muitas personagens interessantes – claro que existem as chatas, mas dá pra curtir, na maior parte do tempo – com linhas de histórias muito bem criadas dentro do contexto da série. E a trilha, ó Deus. Um pouco do melhor do Country norte-americano, com umas músicas ou outras enlatadas, já que isso faz parte dos negócios. Apesar de Nashville começar com um plot fraco, a trilha me conquistou já no episódio piloto. Eis a música:

 

E, finalmente, Glee, iniciada em 2009, que é a maior e mais imponente de todas. De início, resumidamente, conta a história de um coral de ensino médio de Ohio, explorando a vida e os problemas de cada personagem, além da situação do coro. Não há como negar que as performances de Glee são muito bem montadas – apesar de algumas não terem me agradado tanto assim porque não sou das maiores fãs da voz da Lea Michelle (Gleeks, não me odeiem). Adoro todo o jogo de divisão de vozes que fazem, enfocando um ou alguns artistas a cada número. A série sofreu diversos baques, mas ainda está aí, firme e forte, com seis temporadas garantidas.


Considerações Finais:

No passado, e ainda hoje, a maior parte das séries musicais são infantis/animadas, o que faz com que a maior parte delas sofra um certo preconceitos por parte dos seriadores. Eu digo: PERCAM-NOS! SÉRIES MUSICAIS SÃO VIDA! Existe muita coisa boa para ser descoberta – ou relembrada.

Até mês que vem!

Nashville – It’s All Wrong But It’s Alright

Data/Hora 06/02/2014, 10:00. Autor
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A caminho da Highway 65?

Mais um episódio impecável de Nashville, e, mais uma vez, o episódio foi só dela: Juliette Barnes.

Na review da semana passada, comentei que após algumas polêmicas a respeito da “novelização” excessiva da série, Nashville parecia estar voltando às origens, dando maior ênfase aos bastidores da indústria da música country e ao seu trio de personagens principais – Juliette, Rayna e Deacon –, fórmula bem-sucedida na primeira temporada. E It’s All Wrong But It’s Alright parece confirmar as minhas suspeitas.

O episódio veio como um furacão, mas também como um bálsamo para o coração de Juliette – e para os nossos! Depois das duras e injustas palavras de Jeff Fordham no episódio anterior, eis que Juliette deu a volta por cima. Well, kind of.

Afinal, até onde Juju estaria disposta a ir em nome da fama? Será que ela realmente faria qualquer coisa para salvar sua carreira em queda livre, qualquer que fosse o preço? Mas… Não se deve pedir perdão por aquilo que não se fez, certo?

Aquela menina resignada que vimos nos primeiros minutos do episódio em nada lembra a Juliette que conhecemos e aprendemos a amar. Por isso mesmo, fiquei extremamente orgulhosa da personagem pela difícil escolha que fez. Contrariando as ordens de Fordham, Juliette não cedeu e não pediu desculpas por todo aquele “incidente” ridículo de que “Deus não existe”. Como Rayna disse, foi uma decisão estúpida, mas muito corajosa.

Ao se tornar membro do Grand Ole Opry, maior honraria da indústria da música country, Juliette fez o que seu coração pediu. Cantando Don’t Put Dirt On My Grave Just Yet, música que compôs em parceria com Avery especialmente para a ocasião, Juju deu o seu recado à Edgehill e a seus detratores em alto e bom som: “Eu estou aqui para ficar”.

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Se este é o caso, poderíamos resumir este episódio da seguinte maneira:

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De um lado, Glenn com um sorriso estampado no rosto, tamanho o orgulho que sente pela coragem de sua pupila. De outro, Jeff Fordham…

O resultado? Juliette está fora da Edgehill Records. E parece não estar nem aí. Muito pelo contrário: Juju parece aliviada com a sua decisão. A cena do confronto com Jeff foi nada menos que sensacional e lavou a sua alma – e as nossas também.

 “Só para constar, burrice é perder as duas artistas mais lucrativas em menos de seis meses no cargo, sem contar apostar todas as suas fichas numa cantora de karaokê que ficou em segundo lugar numa competição de talentos. Eu posso ter colocado fogo na casa, mas eu me certifiquei que você estava dentro quando acendi o fósforo. A gente se vê na fila do desemprego” – Juliette Barnes

É, Jeff… A verdade dói. Fato é que Juliette tocou exatamente na ferida: pelo pouco que vimos, o executivo, além de mau-caráter, é um profissional incompetente. Aplaudi Juliette de pé por sua coragem. Inquieta por natureza, desafiadora e – por que não? – vingativa, ela jamais conseguiria conviver em paz consigo mesma se cedesse às ameaças de Jeff. Vítima de uma das famigeradas consequências da fama, ao menos dessa vez a culpa não era dela. E aqui, mais uma vez, fomos testemunhas da tremenda evolução da personagem; a mudança é visível: não tenho dúvidas de que a Juliette do início da série – mimada, imatura e geniosa – estaria disposta a tudo para manter sua fama e sua carreira no topo, custasse o que custasse. Hoje, com a ajuda e a amizade de Avery, ela aprendeu da maneira mais difícil que este não é o caminho, que ela não precisa sacrificar sua dignidade e aquilo em que ela acredita em nome de coisa nenhuma. Inclusive, já vínhamos notando sinais desta maturidade recém-adquirida ao longo de toda esta segunda temporada quando a vimos lidar com o vazamento de seu affair com Charlie à imprensa, por exemplo. Ela parece estar em constante transformação, e para muito melhor.

Mas, e agora? O que acontecerá com Juliette e sua carreira? O caminho natural parece levá-la em direção à Highway 65, o que, na minha opinião, seria nada menos que genial. Caso se concretize, a contratação de Juju pelo selo de Rayna potencialmente trará Nashville de volta aos seus trilhos, além de abrir uma infinidade de possibilidades à série ao explorar uma nova fase do relacionamento entre a rainha da música country e a jovem cantora cuja carreira está em queda livre. Mais um plot twist genial dos roteiristas, e eu mal posso esperar para conferir o que este novo arco representará para a série. Mais alguém está empolgado com a possibilidade desta nova – e inusitada – parceria?

Mas isto não foi tudo o que aconteceu com Juliette neste episódio, não é mesmo? A cantora, fazendo jus a esta nova – e mais honesta – fase de sua vida, resolveu baixar a guarda mais uma vez e abrir seu coração a Avery, que desta vez correspondeu lindamente a todos os seus sentimentos. Finalmente, Juvery. 

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Juliette rapidamente se tornou a minha personagem favorita em Nashville. E não poderia ser diferente: como não amar e morrer de orgulho de sua evolução até aqui? Ela não se transformou em uma pessoa perfeita, é claro, e acho que ainda veremos alguns resquícios daquela velha Juliette aqui e ali, mas está sendo uma delícia acompanhar a sua redenção. Agora que seu coração pertence a Avery, estou ansiosa para ver como ela irá lidar com este novo amor, que assim como vimos acontecer com Deacon, também representa uma novidade em sua vida. Mas o fato é que o melhor ainda está por vir. #TeamJuvery

Por outro lado, confesso que estou achando Rayna bastante apagada nesta temporada, o que parece um pouco contraditório, já que a personagem tomou as rédeas de sua própria carreira ao fundar a Highway 65 em nome de sua liberdade artística. Isto deveria representar um passo grande em sua carreira, além de trazer arcos mais interessantes para ela, certo? De qualquer forma, algo parece estar fora do lugar: ela parece deslocada e um tanto perdida em sua nova função “administrativa”, e o romance com Luke não funcionou, pelo menos para mim. Gostaria de ver a personagem nos palcos novamente – apenas para divulgar seu dueto com Luke não vale! –, e concentrada em sua própria carreira. Aliás, se pensarmos com frieza, até mesmo todo o drama envolvendo a gravação de seu novo álbum já se arrasta por mais da metade da temporada e se tornou bastante cansativo. Pelo menos, vimos que o álbum está finalmente pronto, inclui o single que ela compôs com Deacon, e já tem data de lançamento: 1º de maio.

Embora toda a ação – e burocracia – que vimos neste episódio retrate fielmente a realidade dos bastidores da indústria da música, o arco com Sam Boone e a briga pelo espaço nas prateleiras de sua loja também se mostrou bastante chato. Serviu apenas para Rayna perceber o quão difícil será administrar a sua própria carreira, e que ela definitivamente não está disposta a passar por cima de seus princípios – e de Juliette! – para conseguir promover seu novo trabalho.

Ah, ela também assumiu publicamente seu namoro com Luke, mas… Who cares, really? Acho que apenas Daphne, que demonstrou estar bastante apegada ao novo padrasto…

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Mas se as coisas não andam muito bem para Rayna, Scarlett enfim parece ter saído daquele horrendo ciclo vicioso de autopiedade, mesmo que tenha sido forçada a tanto.

E Liam foi o responsável pela mudança na atitude da aspirante à cantora. No fim das contas, um pouquinho de tough love era tudo de que Scarlett precisava. Tudo bem que os meios utilizados por ele foram um pouquinho escusos (roubar o diário dela, seriously? Voltamos à quinta série?), mas acho que, ao menos neste caso, os fins justificaram os meios. E ainda tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida de Scarlett e sua complicada relação com a mãe, o que acabou se transformando em Black Roses, uma linda canção para o seu álbum de estreia. Aaah Scarlett, por favor continue assim! Agora sim eu consigo ver uma saída para a personagem, que andava completamente perdida e incoerente, mas vejo com desconfiança este arco que parece se iniciar agora: viciada em remédios controlados para conseguir acompanhar o ritmo de sua nova carreira? I don’t know…

Seu tio Deacon também começa a trabalhar no primeiro álbum solo de sua carreira, mas, ao contrário da sobrinha, é mais experiente e sabe exatamente o que quer, mesmo que isso signifique contrariar as vontades de sua nova gravadora. Com isso, ao invés de um cd de duetos, Deacon opta por gravar um álbum ao vivo no Bluebird. Impressão minha ou ele hesitou sobre sua nova carreira por um momento naquela conversa com Avery?

Will, Layla e Gunnar foram responsáveis por aquele que certamente foi o arco mais chato e fraco do episódio. Will insiste em seu namoro condenado ao fracasso com Layla, e, para falar a verdade… Quem se importa com ela e aquele seu drama ridículo? Layla, minha querida, todos nós já sabíamos que você não tem nada de útil a dizer. #ficadica Drama desnecessário.

Para terminar, a bomba que está prestes a explodir… Teddy está cada vez mais próximo da verdade sobre a morte de Peggy, e tem certeza daquilo que venho falando desde o início: Lamar acha que é ele o responsável pela sua derrocada e a testemunha principal da promotoria. Tandy, como sempre fraca e sem caráter, se acovarda diante do início do julgamento do pai e foge, complicando as coisas para todos, mas mais ainda para si mesma. Ela prefere ir à cadeia do que enfrentar a ira e a retaliação de seu pai sem escrúpulos. Numa manobra jurídica daquelas que nos fazem questionar o conceito de justiça, descobrimos que todas as provas obtidas por Tandy contra Lamar são inadmissíveis. Ele é um homem livre. A promo do episódio desta quarta-feira promete trazer fortes emoções.

Nashville, mais uma vez, teve um discreto aumento em sua audiência, registrando 5,28 milhões de telespectadores e 1.5 na demo, subindo um importante ponto em relação ao episódio da semana passada. Em tempos de incerteza e indecisão, alguns sites e blogs especializados veem o futuro da série com certo otimismo e começam a apontá-la como uma “possível renovação”. Ótima notícia!

Até a semana que vem!

Nashville – Just For What I Am

Data/Hora 31/01/2014, 09:52. Autor
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Depois da tempestade, a bonança. Após apresentar dois episódios tensos e cheios de emoção nas últimas semanas, Just For What I Am vem apaziguar os nossos pobres coraçõezinhos. Mas nem tanto.

Muito se tem falado sobre os rumos de Nashville, e mais que isso, sobre um excesso de drama, uma “novelização” excessiva da série. Um show que, a princípio, deveria retratar os bastidores da indústria da música country em seu berço, foi, aos poucos, cedendo lugar aos dramas pessoais de personagens periféricos, aos lugares-comuns, ao mesmo tempo em que se afastava dos conflitos entre Rayna e Juliette – foco de toda a primeira temporada. O resultado? Uma sensível queda na audiência e a ameaça constante de um cancelamento iminente.

Confesso que não sei muito bem o que pensar sobre esta polêmica, mas o fato é que Nashville parece estar voltando às origens. Pouco a pouco, estamos vendo o roteiro da série retornar aos trilhos e voltar seu foco novamente à música country e ao seu trio de protagonistas: Rayna, Juliette e Deacon. E isso muito me agrada.

Para quem estava sentindo falta de Jeff Fordham, eis que o crápula – em toda a glória de seu espírito suíno – retornou à Nashville dando um belo chacoalhão em Juliette. A cantora parece ser incapaz de se livrar de seus próprios demônios e controvérsias – sejam eles verdadeiros ou não. O público da cantora parece ter deixado de lado por um momento toda a história dela ter sido pivô da separação de Charlivia, mas agora a crucifica por um “crime” ainda mais grave: ser uma “Godless bitch”. Os esforços de Layla – cheia de segundas intenções, é verdade – não ajudaram em nada a causa da nossa antagonista, e agora ela vê sua carreira correndo sério risco. Seus shows foram cancelados, um a um, e ela é obrigada a enfrentar a ira do executivo, repreendido pela má repercussão de sua artista.

“Você acha que é talentosa? Hein? Você acha que merece esta casa? Porque eu acho que você está só de visita, que é uma sem valor escondida sob lantejoulas. Você devia agradecer por sua boa sorte, e não negar que Deus existe. (…) Você é uma mentira. Uma mentira sem educação, com o mínimo de talento, e você sabe disso.” – Jeff Fordham

Eis que Juliette leva mais uma porrada da vida ao ouvir as duras – e injustas! – palavras de Jeff. Há quem concorde com ele, eu aposto, mas ao longo desta temporada e meia, eu aprendi a respeitá-la e a entendê-la melhor. Juliette não é apenas uma garota mimada que deu sorte na vida e ficou famosa. Quem acompanhou a sua trajetória até aqui, foi testemunha da tremenda evolução da personagem. E vou além: ainda que cheia de defeitos e falhas de caráter graves, impossível não ter um mínimo de empatia por ela. Impossível, também, concordar com Jeff. Mas ainda bem que temos Avery – sempre ele – para salvar o dia!

Para mim, mais uma vez ele foi o responsável pelo ápice do episódio. Já venho batendo nesta mesma tecla há algumas reviews, mas é incrível como ele consegue ser o contraponto perfeito para a difícil e muitas vezes destrutiva personalidade de Juliette. A cena em que ele prova para ela que Jeff não tem a mínima ideia do que está falando é simplesmente linda. Tocante. Assim como tem sido todos os momentos envolvendo os dois, nessa eterna dança, nesse eterno flerte. Anseio pelo momento que eles serão um casal: na companhia de Avery, estejam certos de o melhor de Juliette ainda está por vir. E aliás, mesmo com o sucesso de seu show anônimo, Jules ainda está receosa pelo que o futuro lhe reserva. Será que ela realmente sempre terá a música e o sucesso na sua vida? Talento, no fim das contas, não é tudo neste meio.

Enquanto isso, no outro lado do que um dia foi aquele incômodo “quadrado” amoroso, temos Gunnar e Zoey… Em crise. Não tenho palavras para dizer o quanto me incomodou o momentâneo – porém inesquecível – “lapso” de Gunnar ao comparar Scarlett e Zoey. Provando que não entende absolutamente nada sobre as mulheres, será que ele realmente achou que sua namorada encararia uma crítica tão “sutil” numa boa? C’mon!

Mas é no âmbito profissional que sua vida vai de vento em popa. Reconhecido pelo seu belo trabalho como compositor, sua carreira deslancha com uma velocidade assustadora. Passa a colaborar com artistas renomados como Jay DeMarcus (Rascal Flatts), e é o protagonista de uma festa patrocinada pela Edgehill para celebrar o sucesso de seu primeiro hit para Luke Wheeler. Apesar de alguns deslizes, fico satisfeita ao ver o sucesso do personagem e o julgo merecedor de todos os louros que estão por vir.

Scarlett_Rayna

Entretanto, sinto que, apesar de ter tido seu próprio arco, mais uma vez ele foi ofuscado pelos intermináveis chiliques de Scarlett. Apesar de tê-lo prejudicado quando a oportunidade de compor para Kelly Clarkson apareceu, a moça parece não estar satisfeita. Aquela que era a minha personagem favorita na primeira temporada conseguiu se transformar em alguém que eu simplesmente não reconheço. Entendo um pouco a reação dela diante da descoberta de Gunnar e Zoey, afinal, nunca é fácil ver um ex (por quem ela claramente ainda tem sentimentos!) declarando amor eterno à sua melhor amiga. Ok, é compreensível. Mas o injustificável é ela não conseguir seguir em frente, não conseguir evoluir, seguir com a sua vida. A amizade com Zoey já não existe mais, e ela faz questão de arruinar sua relação com Gunnar sempre que tem uma chance de fazê-lo. Ela parece estar completamente imobilizada por sua própria vida, e isso inclui também a sua carreira. E aqui, a verdade é que consigo entender melhor suas atitudes e reações. Sua personalidade, seus valores e seu caráter parecem incompatíveis com uma carreira na música. Sua solidão, sua exaustão e toda a sua tristeza são compreensíveis. Mais do que isso: são legítimos. Scarlett está lutando para se estabelecer na música country, mas ninguém disse que o caminho até lá seria fácil.

“Não tenho controle sobre a minha vida. Nem queria vir à esta festa. Você pode ter relacionamentos estranhos e dependentes com seus ex-namorados, mas eu não. (…) Se você disser a ele para pular, ele sempre perguntará de qual altura. Não aguento mais isso.” – Scarlett

Mas, se por um lado, ela pareceu bastante confortável no palco com a Zac Brown Band, por outro, nem toda a empatia do mundo poderia servir como justificativa para algumas de suas ações. A personagem ainda patina em sua própria confusão e parece meter os pés pelas mãos com mais frequência do que deveria. Aquela agressão gratuita à Rayna – embora em meio a algumas verdades – foi no mínimo constrangedora. A sorte de Scarlett é que Rayna entende como ninguém as dificuldades de se fazer uma carreira na música, e está disposta a ser mais do que sua empresária e passar toda a sua experiência à sua pupila. Mas… Até quando? Se Scarlett não mudar sua postura em um futuro próximo, todos começarão a desistir dela, inclusive eu.

Deacon_Rayna

O motivo da birra de Scarlett com Rayna, como não poderia deixar de ser, atende pelo nome de Deacon. Em busca pelo single perfeito, a cantora sente que seu novo álbum precisa de um pouquinho daquela “Deacon magic”. Gostei muito da reaproximação dos dois, pois sou uma shipper confessa do casal, e há muito sentia falta desta interação bacana entre eles. Maddie, claro, contribuiu muito para um bom relacionamento entre os dois, mas é quando eles estão juntos também na música – compondo ou dividindo o palco – que o casal funciona melhor.

Apesar de tudo isso, sabemos que Scarlett tinha um pouco de razão ao esbravejar com Rayna, afinal, sempre que ela chamar, Deacon estará lá. Mesmo que, para isso, ele tenha que abrir mão de si mesmo. E acho que foi exatamente por isso que eu fiquei tão feliz quando ele decidiu se colocar em primeiro lugar – talvez pela primeira vez na vida – aceitando o tão sonhado contrato com a gravadora e dando o pontapé inicial à sua carreira solo. Também fiquei feliz por Rayna entender a sua decisão: ela também sabe, no fundo, que Scarlett tinha razão. Apesar de torcer pelo casal, sinto que essa separação é necessária; necessária para que Deacon possa descobrir quem ele é sem a sombra de Rayna. E olha, serei obrigada a dar o braço a torcer: Megan está fazendo um bem enorme à ele.

Não posso dizer o mesmo sobre Ruke (ou Layna?). Depois de dar a impressão de que o romance havia esfriado sem motivo aparente, eis que Mr. Wheeler retorna à Nashville já assumindo seu romance com Rayna (após uma breve hesitação da cantora). Confesso que fiquei surpresa e não sei bem o que achar sobre isso, mas ainda não o vejo como um romance duradouro.

Teddy

E eis que, no final do episódio, fomos gentilmente lembrados pelos roteiristas que Megan não é apenas a namorada de Deacon em Nashville. Em um plot twist genial, descobrimos – junto com Teddy – que a competente Megan é a nova advogada da família de Donald Stoffel, o assassino de Peggy. Whaaat?

E mais do que isso: foi ela que revelou a um Teddy visivelmente transtornado que o atirador trabalhava para a Hollander Enterprises – uma subsidiária “não oficial” das Indústrias Wyatt – permitindo, enfim, que o prefeito ligasse Lamar de uma vez por todas ao crime. Além disso, está claro que o atirador não se matou, como acredita a polícia de Nashville.

Que Lamar estaria envolvido na morte de Peggy eu não tinha dúvida nenhuma, mas foi uma bela sacada do roteiro colocar Megan como peça fundamental no desenvolvimento do caso. Isso significará ainda mais conflitos entre Teddy e Deacon? I can’t wait!

A audiência de Nashville continua patinando, e a série se manteve na casa dos 5 milhões de telespectadores nesta semana, marcando 1.4 na demo. Números um pouco melhores que os da semana passada, mas ainda preocupantes. Continuemos na torcida!

Até a semana que vem!

‘Orphan Black’, ‘Nashville’ e ‘Supernatural’ na Netflix

Data/Hora 28/01/2014, 15:00. Autor
Categorias Notícias


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A Netflix anunciou novidade no seu catálogo de séries.

As quatro primeiras temporadas de Supernatural chegam ao serviço em 1° de fevereiro. Na mesma data, a primeira temporada de Nashville fica disponível para os assinantes.

NOTÍCIAS| Netflix desenvolverá série baseada nas aventuras de Marco Polo

E no dia 6 de fevereiro a aclamada série canadense de ficção-científica Orphan Black entra no catálogo da Netflix.

Vale lembrar que em março os últimos episódios de Breaking Bad chegam à Netflix.

Com informações da Netflix.

Nashville – I’ll Keep Climbing

Data/Hora 23/01/2014, 21:21. Autor
Categorias Reviews


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Adeus, Peggy.

E é assim, sem muitas delongas, que Nashville faz sua estreia em 2014, em um episódio quase perfeito. Sem qualquer rodeio ou mistério, já no primeiro minuto de I’ll Keep Climbing ficamos sabendo – com grande alívio, há que se dizer – que a personagem que deixa a série, afinal, é a insossa esposa de Teddy.

Devo dizer que não engoli nem por um segundo toda aquela história de que o atirador, na verdade, tinha Teddy como alvo, pois culpa o prefeito pelo seu desemprego crônico. E mais do que isso: que ele teria sido encontrado morto pela polícia de Nashville em um aparente suicídio. Teddy – que pode até ser um completo babaca, mas não é ingênuo – também desconfiou desta versão tão simplista e sem sentido dos fatos, e está certo de que existe algo muito maior por trás desta tragédia. Sua certeza de que algo está errado é tanta que ele decide manter distância até mesmo de Maddie e Daphne, por uma questão de segurança. Continuo apostando em Lamar, afinal, o ex-poderoso chefão de Nashville ainda pensa que foi seu genro quem o denunciou para a polícia e, portanto, responsabiliza-o pela sua derrocada.

Desnecessário dizer que Peggy já foi tarde e não vai fazer nenhuma falta à série. E, apesar de seus tremendos esforços, voz embargada e choro desesperado, Teddy não conseguiu me comover por uma simples razão: eu nunca acreditei no amor que ele dizia sentir pela esposa. Todo aquele arco da falsa gravidez e do aborto simplesmente não funcionou, não mostrou a que veio, e ficou completamente solto, aleatório, quando considerado dentro do contexto da série. Fico satisfeita ao ver que os roteiristas perceberam esta falha e optaram por matar uma personagem que era inútil, no fim das contas. Peggy, talvez, terá maior utilidade para Nashville em sua morte do que quando estava viva e planejando seu próximo golpe. Tudo depende de como este novo arco que se inicia será desenvolvido daqui pra frente.

Mas nada disso importa diante do enorme alívio que eu senti ao ver que Will está vivo. Apesar de todo o asco que sente de si mesmo, o cantor não teve a coragem – ou a enorme covardia – de tirar a própria vida. Ao invés disso, ele foge para as montanhas, literalmente. Na minha opinião, o destaque do episódio foram as cenas do cowboy com seu amigo Gunnar. Enfim, um pedido de ajuda. Enfim, alguém pode dizer para ele que tudo vai ficar bem, que as coisas vão melhorar. It’s ok to be gay.

“Estamos no século XXI. Não tem problema ser o que você quiser. Você é muito bom para desistir. Especialmente da sua vida.” – Gunnar

A jornada para a autoaceitação de Will será longa e cheia de obstáculos, mas eu fico feliz que os roteiristas tenham escolhido este caminho para o personagem, pois ele abriu um leque enorme de possibilidades para a sua história. Emocionalmente instável e ainda muito abalado, Will insiste em continuar se reprimindo; prefere fingir ser o que não é a encarar a realidade e o julgamento das pessoas – especialmente quando a fama faz parte desta equação. Mas o primeiro passo foi dado, e pela primeira vez posso dizer que estou ansiosa para ver onde este arco o levará. Diferente de antes, pelo menos agora ele sabe que tem um verdadeiro amigo em Gunnar. (Confesso que fiquei um pouco surpresa, já que depois da investida de Will no amigo ainda na primeira temporada, não imaginava que Gunnar estaria tão disposto a estender a mão a ele de maneira tão aberta e honesta. Good for him.)

KC_Nashville

Falando em Gunnar, isso me traz ao plot que menos me agradou em todo o episódio. Não, a culpa não foi dele (muito pelo contrário), mas… Quem aguenta Scarlett? Já comentei isso na review passada, mas, diante de suas atitudes, é impossível não tocar na mesma tecla novamente: a personagem se transformou em uma pessoa egoísta, fraca, amarga, e que adora se fazer de vítima.

Diante daquela que foi provavelmente a oportunidade de sua vida até agora, Scarlett preferiu deixar seu profissionalismo de lado para dar lugar ao seu eterno mimimi (porque isso não tem outro nome). Coitadinha, sempre vítima das circunstâncias, preferiu olhar Kelly Clarkson (em sua minúscula participação) nos olhos e ter a cara de pau de dizer que ela e Gunnar não tinham mais condições de trabalhar juntos a encarar uns dias reclusa com seu ex para compor algumas músicas inéditas para a queridinha da América. Como assim? A cena foi patética e me deixou com ainda mais raiva da personagem. Scarlett está se transformando na personagem mais contraditória e incoerente da série com uma velocidade assombrosa. Não gosto nem um pouco do que estou vendo, e temo pelo futuro da personagem, que rapidamente está se tornando um peso e nada mais em Nashville.

Outra coisa que eu não entendo em Scarlett é a sua atitude de “mulher traída” em relação à Gunnar e Zoey. Enquanto o novo casal claramente seguiu em frente, apesar da amizade arruinada, Scarlett se recusa a fazer o mesmo, não perdoa e nem esquece o que houve. Até quando, meu Deus? Isso só deixa claro que a cantora ainda sente algo pelo ex, o que não faz sentido nenhum se considerarmos que foi ela quem terminou com Gunnar, não é mesmo? Ainda na review passada, comentei o quanto insistir em um remember entre Scarlett e Avery era um tremendo erro, na minha humilde opinião, e os roteiristas parecem ter ouvido as minhas preces. Scarlett apenas disse o óbvio: ela e Avery estava juntos apenas porque era confortável. E, assim, jogou o rapaz praticamente nos braços de Juliette.

A relação entre os dois está bastante estranha, cheia de dedos e de momentos embaraçosos desde que Juliette abriu seu coração para Avery apenas para se deparar com uma Scarlett seminua em seu apartamento e ter seu coração partido mais uma vez. O término dos dois nos dá um fiozinho de esperança de ver este novo casal florescer diante de nossos olhos. Ele traz à tona o que Juliette tem de melhor, e será no mínimo interessante ver como os dois funcionarão, enfim, como um casal.

Layla

Mas este não é o único drama na vida de Juliette. Imersa numa tremenda ressaca moral, a cantora ainda sofre as consequências de seu affair com Charlie e sua recém-conquistada fama de “destruidora de lares”.

“Deus não existe.” – Juliette

Todos nós sabemos que não foi bem isso o que Juliette disse. Layla também sabe, e foi desconcertante vê-la posando de boa moça na frente das câmeras e salvando o dia (ou tentanto). O problema agora é que Juliette ficou “devendo uma” à novata. Nas mãos de sua arqui-inimiga, quem duvida que isso ainda vai lhe render uma boa dor de cabeça? Péssima ideia, Jules. Não faço ideia do que vem a seguir, mas sei que vai ser doloroso assistir. Fico apenas ansiosa para ver a derrocada de Layla, e espero em um futuro não muito distante vê-la caindo nas mesmíssimas armadilhas da fama que hoje condenam Juliette.

E Rayna? Como dona de sua própria gravadora, ela não se mostrou tão talentosa ou mesmo segura de suas decisões. Liam retornou para sacodir um pouquinho as coisas e mandar às favas a tal “pesquisa de mercado” feita por Fordham que não sai da cabeça da cantora. O que está em jogo para ela não é apenas o sucesso de seu novo álbum. Rayna arriscou tudo em nome de sua liberdade artística, e agora está receosa sobre seus próximos passos profissionais. No fim das contas – e a contragosto de Liam – teremos um novo single para o álbum: Rayna decidiu ouvir a voz da razão. Mas… Isso será suficiente para garantir o sucesso de sua nova empreitada?

Por outro lado, Luke Wheeler e sua participação mínima – pelo telefone! – me fazem ter a certeza absoluta de que este romance realmente esfriou, como suspeitei na última review. E Liam não fez a menor questão de esconder seu desgosto pelo relacionamento dos dois. Seria esta uma oportunidade para uma reaproximação entre eles? Ou talvez – e apenas talvez – entre Rayna e Deacon?

Nosso guitarrista favorito também não ficou longe do drama. Pressionado pela gravadora que pretende lançar sua carreira solo, Deacon não reage bem. Briga com Megan, surta, vai à loja de bebidas, tudo porque não consegue compor boas canções de um lugar que não seja a dor, a decepção e a frustração. Ser feliz definitivamente é uma novidade para ele, e, a princípio, ele não consegue lidar com isso. Deacon precisa, de uma vez por todas, aprender a fazer sua vida funcionar também nos momentos bons, de amor e realização. E quem mais poderia ajudá-lo nessa nova fase além da doce Maddie? O fim de “I’ll Keep Climbing” nos presenteia com mais um número musical entre pai e filha, que é sempre lindo e funciona tão bem. Não sei o que o futuro reserva à você, Deacon, mas vai ser um prazer acompanhar a sua jornada.

Maddie_Deacon

A má notícia para os fãs de Nashville é que a série estreou em 2014 com uma sensível queda, registrando a pior audiência de sua história, com apenas 5,10 milhões de telespectadores e marcando 1.3 na demo. Isto, infelizmente, torna a sua situação cada vez mais complicada quando o assunto é renovação. Resta-nos apenas torcer!

Até a semana que vem!

‘Nashville’: Connie Britton e produtores comentam polêmicas envolvendo a série

Data/Hora 19/01/2014, 12:39. Autor
Categorias Notícias


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Nashville começou como uma típica novela, mostrando os conflitos de uma estrela em seu auge, Rayna (Connie Britton), e uma em ascensão, Juliette (Hayden Panettiere). O mundo da música country tinha um papel importante no enredo e dividia a atenção dos telespectadores com as reviravoltas nos relacionamentos pessoais dos personagens.

Mas, durante o desenvolvimento da primeira temporada – um dos lançamentos mais fortes de 2012 – o lado mais dramático foi se tornando o elemento central da série, tendência essa que continuou na segunda temporada. A série se afastou dos conflitos entre Rayna e Juliette, que até então era o coração da série, para se concentrar nos personagens periféricos.

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Rumores dizem que na segunda metade da temporada haverá uma correção de curso, com o relacionamento de Rayna e Juliette e Deacon (Charles Esten) voltando ao centro do palco novamente.

Essas mudanças não foram aleatórias e nos bastidores os comentários são de que a ABC pressionou para que o drama se tornasse o foco da série, fazendo com o que o produtor musical, T Bone Burnett, pedisse para deixar o show. Em uma entrevista, Burnett comentou que houve uma grande discussão entre os executivos e até Britton se mostrou insatisfeita com os rumos que a direção criativa estava tomando.

Durante o evento promovido pela Television Critics Association (TCA), o site Deadline conversou com a criadora da série, Callie Khouri, com a showrunner, Dee Johnson, e Britton, que falaram sobre a evolução da série e os rumores dos bastidores. “Eu realmente não sei muito das coisas e principalmente de onde elas vêm”, disse Britton quando perguntada sobre a influência da emissora, mas deixou clara sua posição: “Eu sempre defendi que a série tem que ser menos dramática. Porém há um monte de outras coisas envolvidas” finalizou.

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Johnson foi categórica ao responder com um sonoro “não” a pergunta sobre a pressão do canal. “Enquanto a audiência permanecer fiel, a música continuará”, disse Dee. E completou: “Mostramos a verdadeira industria e temos no mínimo três músicas em cada episódio”. Johnson reconheceu que existe sim uma pressão, mas para manter a história acelerada, ainda mais com a série concorrendo com outros grandes dramas nas telas atualmente (Downton Abbey, Scandal, Revenge, entre outros). “Você tem 42 minutos para contar a história mais criativa que puder” finalizou a showrunner.

Por sua parte, Khouri se limitou a dizer: “Estamos menos dramáticos do que eu pensei que seria, mas também acho que podemos contar boas histórias sem ser tão folhetinesco”.

Nashville é transmitida toda quarta, pela ABC.

Com informações do Deadline.

Nashville – Tomorrow Never Comes

Data/Hora 19/12/2013, 16:07. Autor
Categorias Reviews


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Will Lexington.

Quem acompanha as minhas reviews, sabe que eu nunca fui uma grande fã do personagem. De fato, o plot do cantor nunca me agradou e, de uma maneira ou de outra, sempre me deixou um pouco incomodada. O fato de Will ser incapaz de se aceitar como é, ao mesmo tempo em que não me despertou nenhuma empatia (principalmente pela forma como a história nos foi apresentada), me deixou inquieta. Fiquei pensando: como pode ser possível que, em pleno século XXI, uma pessoa tenha tanta vergonha, tanto asco de si mesma apenas por se descobrir… Homossexual? Inúmeras variáveis devem ser consideradas nesta equação, e eu nem vou entrar no mérito da questão, mas o fato é que a homofobia ainda existe, e é duramente esfregada na cara daqueles que tem a coragem de ser quem são.

Em Tomorrow Never Comes, posso afirmar que, pela primeira vez, fui capaz de sentir uma enorme compaixão por Will. O que vi nos olhos dele durante todo o episódio foi medo. Um medo paralisante. Ali, ele não passou de um menininho aterrorizado com o que ele sabia que estava por acontecer. Um menino confuso. Um menino que, por tantos e tantos motivos, achou que seria melhor acabar com a própria vida do que viver sabendo-se homossexual. O que sabemos ao certo até aqui é que haverá uma morte na série; resta apenas saber quem morreu: Will ou Peggy? Confesso que não esperava que o plot do personagem tomasse este rumo, mas sentirei muito se, no retorno da série em 15 de janeiro, descobrirmos que Will se despediu de Nashville de forma tão melancólica. Ninguém teve a oportunidade de dizer para ele: “Calma! Everything is gonna be alright! A vida dá voltas, as pessoas mudam, e as coisas eventualmente se tornam melhores. Não desista.” Eu realmente espero que a sua tentativa de suicídio não tenha passado disso: uma tentativa frustrada. Até porque, se este for o caso, a série abre um leque enorme de possibilidades para ele, para trabalhar o assunto, dar um final – ou um “meio” – feliz para ele, e até mesmo – por que não? – para mandar um importante recado para quem estiver disposto a ouvi-lo: it’s ok to be gay.

Bom, depois desta (não tão) breve introdução, fica até meio redundante dizer que o último episódio de Nashville em 2013 foi nada menos que sensacional. Impecável em todos os sentidos e mais do que merecedor da nota máxima. Em 42 minutos, os roteiristas foram capazes de nos presentear com aquele que foi, sem dúvida, o melhor episódio da temporada. Inclusive, pareceram ouvir as minhas preces e deram rumos promissores até mesmo para aqueles arcos de que eu vinha reclamando há algumas semanas. Nenhuma ponta ficou solta, por assim dizer, e isso me deixa muito animada para o retorno da série em 2014. Aliás, a ABC – emissora da série nos EUA – decidiu não mais dividir esta 2ª temporada em duas partes (como acontece em Pretty Little Liars, por exemplo), e o hiatus, que inicialmente duraria até o final de fevereiro, irá apenas até 15 de janeiro. Isso porque o canal quer aproveitar o bom momento que a série atravessa, com um discreto aumento em sua audiência, o que é um ótimo sinal e pode ser decisivo na batalha por uma renovação.

Outra excelente notícia para Nashville foi a merecidíssima indicação de Hayden Panettiere ao Globo de Ouro como melhor atriz coadjuvante em série dramática. A categoria é difícil e está repleta de nomes de peso (um beijo pra você, Monica Potter!), mas, independente do resultado, é um baita reconhecimento ao talento da jovem atriz e sua complexa Juliette Barnes.

Nashville 2

Falando nela (e voltando ao episódio), serei obrigada a mais uma vez dizer o quanto estou amando cada momento, cada plot da personagem nesta temporada. Juliette vive mais um momento conturbado tanto pessoal quanto profissionalmente, que explode com toda a força quando a imprensa sensacionalista aparece no festival de música da cidade – da qual é garota-propaganda e atração principal – para tirar satisfações sobre seu affair com Charlie.

O que vimos no início foi a Juliette de sempre: imatura, mimada e “chiliquenta”, por falta de uma palavra melhor. Enfim, Juliette being Juliette. Dando pitis homéricos nos bastidores e descontando toda a sua raiva e frustração em Glenn (sempre ele, coitado!). Tudo o que quer é um bode expiatório: o nome de alguém – QUALQUER um! – para colocar a culpa, dar à imprensa e fazer com que a deixem em paz. Até Avery chegar e mudar tudo. É incrível como ele tem o dom de trazer à tona o que Juliette tem de melhor, e em como ele está ali, ao seu lado, sempre que ela precisa de um ombro amigo.

Raros são os momentos em que vimos Juliette perder a sua majestade na série até hoje. Ela parece sempre muito segura de si, inabalável. Talvez por isso mesmo foi bastante interessante ver o quanto ela ficou abalada com a reação de seus próprios fãs ao boato que a apontava como a pivô da separação de “Charlivia”.

“Vocês estão prontos para ter uma ótima noite?” – Juliette

“Foi isso o que você disse para Charlie?” – Fã

Hostilizada por aqueles que deveriam apoiá-la apesar de tudo, Juliette se vê desamparada e esquece a letra da música. Ver Avery correr em seu socorro e ajudá-la naquela hora difícil foi muito bonito, e um dos pontos altos do episódio. Ele foi capaz de passar toda a serenidade de que ela precisava para terminar o show e cumprir o seu papel. Foi como se, naquele momento, ele dissesse para ela: “Hey, está tudo bem! Eu estou aqui, e nós vamos passar por isso juntos!”. E, assim, ela cantou para ele. Só para ele.

A cena no camarim, após o show, também foi um presente. Avery, mais uma vez, se mostra um excelente amigo, capaz de entender Juliette como ninguém e ser alguém em quem ela pode confiar.

“Você pode ter que ir até lá e enfrentar a imprensa, mas isso não significa que você tenha que jogar o jogo deles.” – Avery

A Juliette que vemos falando com a imprensa é completamente diferente daquela que estamos acostumados a ver, e isto é uma consequência direta da presença de Avery em sua vida. Tranquila, madura, limitou-se apenas a dizer:

“Cansei de entregar manchetes. Minha vida pessoal é exatamente isso: “pessoal” e “minha”.

A cena só não foi melhor do que o lindo “closure” que sua conturbada história com Charlie ganhou. Aquele “muito obrigado” não surpreendeu apenas Juliette. Mas Charlie tinha toda a razão: se não fosse por ela, ele não teria tido a coragem de mudar a própria vida, e continuaria infeliz. Juliette abriu seus olhos para novas e infinitas possibilidades, fazendo-o ver e encarar o mundo de uma maneira diferente.

“Me desculpe por não ser capaz de fazer o mesmo por você.” – Charlie

Ponto final. Simples, porém perfeito.

Mas, como nem tudo são flores, nossa antagonista levou um duro golpe ao abrir seu coração e se declarar para Avery. Poxa, como foi difícil assistir aquilo! Finalmente, vimos uma Juliette vulnerável baixar a guarda e expressar os seus sentimentos da maneira mais direta e honesta possível, demonstrando a tremenda evolução da personagem. Até ser interrompida por uma Scarlett seminua, claro. Acho uma pena que os roteiristas continuem insistindo no relacionamento nonsense entre esses dois. Tenho a nítida impressão de que o tempo de Scarlett e Avery como casal se esgotou lá nos primórdios da primeira temporada, e é um tremendo erro insistir neste “remember”. Espero que eles tenham a oportunidade de explorar Juliette e Avery como casal também, porque isto certamente significaria um crescimento ainda maior para ela. Como ela vai reagir diante do que aconteceu?

Nashville 3

Enquanto isso, tivemos um desenvolvimento para o insuportável “quadrado amoroso” – antes tarde do que nunca! E começamos com Scarlett de volta à Nashville, tentando lidar com a descoberta sobre Zoey e Gunnar. Ela demonstra uma frieza incrível e ignora a amiga por completo. E aqui, eu preciso dizer: transformaram Scarlett em uma personagem absolutamente insuportável. Esqueçam aquela menina doce, ingênua e batalhadora que conhecemos na primeira temporada. Hoje, a personagem foi reduzida a um mimimi sem fim que pouco acrescenta à série.

“Meu ex está dormindo com a minha melhor amiga, e eu não devo levar isso para o lado pessoal?” – Scarlett

Não, Zoey e Gunnar não deveriam ter escondido dela o seu relacionamento, ainda mais se eles realmente gostam um do outro e pretendem levar a história adiante, como dizem (eu não acredito nesse casal, não adianta!). A maioria das pessoas, acredito eu, também se sentiria traída em seu lugar, e, pensando assim, eu até consigo entender a reação de Scarlett. Mas se ali existe mesmo uma amizade de mais de 20 anos, eu me recuso a acreditar que ela possa ser tão ingênua, bradando aos quatro ventos que “eles agiram pelas minhas costas” e que Avery é o “único que não mente” para ela, mergulhando de cabeça numa nova relação com ele. Por outro lado, como bem observado por Avery, quem terminou com Gunnar foi ela, e ele apenas aceitou a realidade e seguiu em frente. Coerência manda beijos, Scarlett!

Sinto como se ela e Gunnar nunca tivessem tido um “closure” decente, uma conversa definitiva para colocar os “pingos nos is” após aquele pedido de casamento frustrado, e talvez essa seja a razão para essa reação um tanto exagerada por parte dela. Acho, sim, que ali ainda existe um sentimento, uma coisa mal resolvida, e que ainda vai dar muito pano pra manga, especialmente quando eles forem obrigados a continuar convivendo na turnê de Luke.

Zoey, claro, cansa de se humilhar pelo perdão da amiga e resolve investir no relacionamento com Gunnar, apesar de tudo. Senti como se estivesse assistindo um episódio de Gossip Girl com toda aquela conversa de “se ela fosse realmente minha amiga, perceberia o quanto estou feliz com você”, digna de Blair Waldorf e Serena van der Woodsen em seus tempos áureos, e isso, meus queridos, não é um bom sinal! Que preguiça…

Nashville 4

“Onde se ganha o pão, não se come a carne.” – Deacon

Não tenho palavras para descrever o quanto eu ri com esse conselho de Deacon! Foi engraçadíssimo e, claro, completamente ignorado por Gunnar. De qualquer forma, não me canso de dizer: como é bom ver o nosso guitarrista favorito com um sorriso como este no rosto!

“Bem-vindo ao clube dos rejeitados.” – Deacon

Quando ele descobre que Teddy boicotou sua participação no festival, decide firmar uma parceria – perfeita! – com Gunnar (que também estava decepcionado com sua posição no festival – no pior palco e às 11h da manhã – cortesia de Jeff Fordham), e fazer o seu próprio festival. Quão sensacional foi ver a reação de Teddy à notícia? “Você não tem os alvarás necessários”? Really? Ao ver Teddy – e sua babaquice – com toda a polícia de Nashville tentando, sem sucesso, acabar com o show de Deacon dentro de uma propriedade privada, não pude evitar em pensar se o prefeito – tão “hospitaleiro” – não tem nada mais importante para fazer. Mas enfim… Maddie está cada vez mais próxima de Deacon, não há nada que Teddy possa fazer a respeito, e isso é fantástico.

Gunnar ajudará a divulgar o show. Em troca, Deacon chamará seus contatos nas gravadoras para assistirem e conhecerem o trabalho e a música de Gunnar. Em poucas horas, foi capaz de fazer por ele o que Jeff não fez no que pareceram meses. Deacon definitivamente cansou de viver à sombra da carreira alheia; agora, quer ser o frontman de sua carreira e o protagonista de sua própria história, e é fantástico poder ver isso acontecer aos poucos.

Apesar de todos os esforços de Teddy e sua insossa Peggy, Maddie e Rayna marcam presença no show, assim como os executivos das gravadoras que Deacon convidou. Entretanto, o tiro meio que sai pela culatra, já que eles não estão interessados em Gunnar: Deacon brilhou de tal maneira que os executivos só querer saber de construir a sua carreira solo. Quem precisa de Teddy e seu festival estúpido?

Nashville 5

Rayna também não ficou imune ao clima de drama que permeou todo o episódio, e ela parece estar em rota de colisão permanente com o inescrupuloso Jeff Fordham. Mesmo com o prometido dueto com Luke, o empresário pretende lançar o álbum de Rayna para alavancar os seus preciosos “lucros trimestrais”, e não desiste da ideia de explorar o fato de que ela quase morreu em um acidente de carro. Rayna, claro, não vai ceder facilmente, e jamais permitiria que ele sabotasse seu trabalho, ainda mais quando ele admite que “ninguém se importa com álbuns”.

“Resumindo: preciso lançar um cd de Rayna James ou de um cheque de 20 milhões.” – Jeff

Na opinião de Rayna, o problema de Jeff (além da óbvia falta de escrúpulos) é achar que a música se resume a números. Aquela pesquisa de mercado mostra que as músicas que ele descartou serão rejeitadas pelo público de Rayna, e ele ainda defende que não há um único single entre elas. O prognóstico é desanimador e prevê que o álbum não venderá bem.

Quem mais aí acha que Rayna comprometer todo o seu dinheiro e seus bens, além de envolver a irmã de caráter duvidoso nos negócios, é uma PÉSSIMA ideia? Temo pelo futuro dela e da Highway 65, pois, além de tudo, ela demonstrou não entender absolutamente nada de como gerir um negócio. Tandy pode até ter experiência na área administrativa, mas eu jamais confiaria nela. Será que Rayna não aprende?

“A primeira regra dos negócios é nunca arriscar tudo o que se tem.” – Tandy

Vale a pena arriscar? Não senti firmeza na decisão de Rayna, especialmente quando ela não consegue tirar a tal pesquisa da cabeça. A estratégia de Jeff estava mesmo errada? Prevejo problemas para ela nesta nova empreitada, mas o fato é que ela comprou a Highway 65, seu álbum e sua liberdde pelo “preço total”.

Além disso, impressão minha ou o relacionamento dela com Luke deu uma bela esfriada? No início do episódio, ele concorda em ser o seu “pequeno segredo”, mas ao mesmo tempo demonstra estar contrariado com a briga de Rayna com Jeff e sua posterior saída da Edgehill. “I’ll see you when I see you”? Really?

Também vi uma Rayna aborrecida ao ver Peggy agir como a mãe de Maddie e Daphne na abertura do festival de música: o retrato de uma família feliz. E, vamos combinar: se uma morte na série é inevitável, que seja a da insuportável Peggy. Não sei quem poderia estar por trás de um atentado como esse além de Lamar – que ainda acha que foi o genro quem o denunciou –, mas considerando que Teddy é um político no poder, tudo é possível! Só não acredito nem por um minuto no “amor” que ele descobriu sentir por ela, assim, de repente.

Para terminar, estou torcendo para que Layla seja desmascarada logo como a cobra que é e como a delatora de Juliette. Jeff deixou muito claro que, neste caso, seu contrato com a Edgehill correrá grande risco – não por amor à Juliette, apenas pensando no número de cds que ela é capaz de vender, claro – e eu mal posso esperar por este momento. Ao contrário de Juliette, por enquanto não vimos uma faceta de Layla capaz de nos fazer sentir um mínimo de empatia pela personagem. Ela é má, ponto final. Ainda bem que, no fim do dia, “haverá outra vice-ganhadora do ‘American Hitmaker’”. E que ela seja um pouquinho mais humana do que Layla, por favor! É pedir muito?

E vocês? O que acharam do episódio? Quem vocês acham que vai morrer? Will Lexington ou Peggy Kent?

Nashville encerrou o ano com chave de ouro, e promete muitas emoções para 2014:

Até lá! Um Feliz Natal e excelente 2014 para todos vocês!

Kelly Clarkson fará participação em ‘Nashville’


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Os bons fãs da música country podem se preparar. A campeã do American Idol e ganhadora do Grammy Kelly Clarkson, está escalada para fazer uma aparição (ou apresentação) no seriado Nashville.

De acordo com o site americano TVLine, Clarkson, que recentemente participou da comédia da CBS The Crazy Ones, aparecerá na segunda temporada o drama, mas precisamente no episódio 11.

“Se vocês se lembram, uma das músicas mais populares da primeira temporada foi a canção escrita por Gunnar e Scarlett chamada “Fade Into You”,” disse o showrunner Dee Johnson.“E na verdade, na vida real, quem foi a responsável pela música foi a Kelly Clarkson”, explicou.

Será que a cantora pop se juntará aos astros de Nashville em alguma parceria?

O episódio 11 da segunda temporada será exibido apenas em janeiro de 2014. Mas pode ser contado como um belo presente de Natal para os fãs da cantora e da série, não?

E por falar em clima natalino, o especial natalino da cantora foi ao ar ontem (11), pela NBC e foi intitulado Kelly Clarkson’s Cautionary Christmas Music Tale. No dia anterior, Kelly Clarkson havia postado em sua conta no Youtube, um vídeo dos bastidores do seu especial, ao lado de Trisha Yearwood e Ronnie Dunn, e da estrela country  Reba McEntire.

 

Nashville é exibida pela ABC, às quartas-feiras, no horário local das 22h. Aqui no Brasil, a série é transmitida pelo canal Sony.

Nashville – I’m Tired of Pretending

Data/Hora 12/12/2013, 10:05. Autor
Categorias Reviews


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Nashville está de volta – após um breve hiatus – com um episódio bom (mas não ótimo), cheio de altos e baixos. A seguir, tentarei explicar por que gostei e não gostei de I’m Tired of Pretending, o nono episódio desta segunda temporada da série.

Gostei, em primeiro lugar, porque ele soube explorar os pontos fortes da série: o fortalecimento da relação pai x filha entre Maddie e Deacon, o papel fundamental que Rayna desempenha na relação de Maddie com seus dois pais, a explosiva personalidade de Juliette e seus relacionamentos fracassados – tanto pessoais quanto profissionais –, e a situação de Lamar, praticamente esquecida desde o episódio em que ele foi preso.

Por outro lado, sinto que é necessário insistir em alguns pontos negativos que eu já mencionei diversas vezes em outras reviews, mas que se fizeram mais presentes do que nunca no episódio da última semana: Will Lexington, Layla, Teddy e Peggy, além daquele horroroso “quadrado amoroso” formado por Gunnar, Zoey, Scarlett e Avery, ganharam um excessivo tempo de tela, na minha opinião, tornando os 42 minutos lentos – e sonolentos! – em mais momentos do que eu gostaria de admitir.

“Quero ver minhas netas de novo, antes que eu morra aqui.” – Lamar

Bom, impossível não começar esta review falando de Lamar. He’s FINALLY back, baby! E nossa, como demorou! Quando Rayna vai visitá-lo na cadeia, Lamar não me parece muito diferente que o usual: forte como uma pedra, ele não parece estar muito abatido ou incomodado com a sua situação (certeza da impunidade, talvez?). Não demora a contar para Rayna que seus advogados pedirão prisão domiciliar, mas que, para isso, precisa de testemunhas de caráter – piada pronta! – para afirmar que ele não representa qualquer risco de fuga. Mas enganou-se redondamente quem pensou que era a ajuda de Rayna que ele queria: Lamar não é idiota, sabe bem que nunca teve um bom relacionamento com sua filha famosa, e sequer esperava que ela aparecesse na audiência. O que ele queria era saber de Tandy, a filha que um dia foi seu braço direito, que não só trabalhou com e para ele, mas também sabia melhor do que ninguém o que ele fez ou deixou de fazer no exercício de sua profissão. A mesma filha que, mal sabe ele, trocou todos os seus segredos mais sujos por sua imunidade, e é nada menos que a principal testemunha da Promotoria.

Quando Rayna a confronta sobre o pai, Tandy deixa claro que não tem a intenção de defendê-lo publicamente (mas não é isso o que vemos a seguir, não é mesmo?). Rayna diz que ela deveria pelo menos considerar a possibilidade, mas ao mesmo tempo, conhecendo a (falta de) caráter do pai, não sabe se ela mesma é capaz de apoiá-lo.

Tandy, claro, está numa situação bastante delicada. Ela confessa ao Promotor que está sendo muito difícil para ela esconder tudo da irmã, que está enlouquecendo com as mentiras e as “saídas pela tangente”, e que – pasmem! – está considerando testemunhar a favor do pai, apesar de tudo. Quer dizer que a Promotoria apresenta provas irrefutáveis de que Lamar está envolvido até o pescoço na morte de sua mãe, e nem mesmo isso é capaz de demover Tandy da ideia de defendê-lo em sua primeira audiência? Uau. Isso é baixo até mesmo para você, Tandy! Ela é “convencida” a manter sua posição inicial apenas quando o promotor garante que, neste caso, ele seria obrigado a expô-la como sua testemunha-chave, já que Lamar representa perigo real aos seus inimigos.

“Você está disposta a fazer isso apenas para que ele possa ficar no conforto de sua casa?” – Promotor de Justiça

Ao final do episódio, acho que ninguém ficou surpreso quando Tandy não compareceu à audiência do pai, fazendo com que Rayna testemunhasse em seu lugar. Foi no mínimo estranho ver Rayna dizer que Lamar não faria nada para comprometer sua família. Really? Tem certeza disso, Rayna? O pedido é negado (tá aí, uma das muitas diferenças entre os Estados Unidos e o Brasil!), e Lamar volta para sua solitária cela. Fiquei pensando em como Tandy conseguiria explicar sua ausência e a mudança em seu comportamento com o pai, mas, quando questionada pela irmã, ela apenas se limita a dizer que precisa manter a distância por um tempo, já que percebeu “que não o conhecia tanto quanto imaginava”. Acho que não vai demorar muito para Rayna perceber que algo está muito errado nesta história.

Mas este não foi o único momento de fortes emoções para a nossa protagonista neste episódio. Em meio ao drama envolvendo Lamar, vimos Rayna também ao lado de Teddy e Maddie, que surpreendeu ambos ao perguntar se poderia ter aulas de violão com Deacon. Teddy fica obviamente contrariado com o pedido da filha, mas Rayna garante a ele que ninguém está tentando substituí-lo e argumenta que de nada adiantaria tentar separar Maddie de seu pai biológico, pois seria inútil e doloroso.

Rayna merece ganhar o prêmio de mãe do ano pela forma madura e amorosa com que tem lidado com todo este caos na vida de sua filha mais velha. Ela tem apoiado Maddie de todas as maneiras possíveis, dando-lhe carinho, amor, e os melhores conselhos, tomando todo o cuidado para não afastar nem Teddy, nem Deacon da vida da menina. Pena não poder dizer o mesmo sobre Teddy, que é um completo babaca e, sem sombra de dúvidas, tornará este momento tão importante muito mais difícil para todos, especialmente para a filha a quem ele diz amar tanto.

Nashville - I'm Tired of Pretending 3

“Três acordes e a verdade.” – Deacon

Segundo Deacon, é tudo o que você precisa para escrever uma canção. Mais uma vez, Maddie e Deacon foram responsáveis por um dos momentos mais bonitos da série. A “estranheza” da primeira aula de violão, a confissão de Maddie de que não consegue parar de ouvir o álbum do pai – e a confissão dele, ao dizer que tem planos de gravar outro! –, o convite de Maddie para que ele a veja tocar no festival de música, enfim, todos os momentos entre pai e filha são de uma delicadeza incrível, e eu não me canso de dizer como é bonito ver os dois se descobrindo, pouco a pouco.

Como não se emocionar com o mais aguardado dueto desta temporada? Ver Maddie e Deacon, enfim, juntos no palco foi um presente para nós, fãs da série. Ao som de A Life That’s Good, vimos os dois, lindos, complementando um ao outro, como pai e filha devem fazer.

“Sittin’ here tonight

By the fire light

It reminds me I already have more than I should

I don’t need no fame, no one to know my name

At the end of the day

Lord I pray, I have a life that’s good (…)”

Não, Teddy. Desculpe cortar o seu barato, mas nem o seu chilique ridículo foi capaz de estragar esse momento. E gente, acho que não estou sozinha, mas eu vibrei muito com a reação do nosso (ex?) guitarrista favorito. Enfim, Deacon mostra o homem que é, e levanta a cabeça para lutar pelo que acha certo, por aquilo que quer.

“Você ainda deveria estar preso por todo o mal que causou à minha família.” – Teddy

“Todo o mal? Que tal se casar com sua amante e pedir para suas filhas cantarem no casamento?” – Deacon

Clap, clap, clap… *standing ovation* Ninguém poderia ter dito melhor, Deacon! Que orgulho!

As consequências desta discussão foram muitas, e sobrou para todo mundo: de um lado, Peggy tira satisfações com Teddy pela briga com Deacon (e aqui um breve parênteses: eu juro que não lembrava que ela não sabia que Maddie é, na verdade, filha de Deacon!). Por outro, Megan questiona um Deacon muito revoltado:

“Você está preparado para ser uma parte permanente da vida da Maddie?”

Esta é a pergunta que não quer calar desde a bombástica finale da primeira temporada, mas essa história ainda tem um terceiro lado, e talvez o mais importante: Maddie. Ela fica tão chateada, que começa a se questionar se não seria melhor simplesmente eliminar os dois de sua vida de uma vez por todas. E aí, o que seria de todos se não fosse a Rayna?

“O engraçado nas pessoas é que cometem muitos erros que acabam machucando quem está à volta. E o que percebi é que isso não os faz te amar menos.” – Rayna

A pequena “reunião” entre Rayna, Teddy e Deacon serve apenas para ilustrar o meu argumento: Rayna é uma excelente mãe, e está disposta a colocar o bem-estar da filha acima de qualquer coisa, inclusive de si mesma. Pede cautelosamente que Deacon e Teddy não deem à Maddie “um motivo para se afastar dos dois homens mais importantes da vida dela.” Tenho a certeza absoluta de que Deacon a ouviu com todo o seu coração, mas… O que falar de Teddy? Tão maduro quanto uma criança de 5 anos, mexe seus pauzinhos e retira o nome de Deacon da lista de apresentações do festival da prefeitura. Que vergonha, Teddy. Uma combinação de péssimo pai, péssimo caráter e falta de vergonha na cara estão me fazendo criar uma aversão total pelo personagem. Apesar dos esforços de Rayna, Maddie certamente tem muito mais a ganhar se afastar-se de seu pai adotivo.

Nashville - I'm Tired of Pretending 2

Enquanto isso, Scarlett, Avery, Zoey e Gunnar continuam com seu chatíssimo “quadrado amoroso”. Aquela cena das ligações telefônicas foi no mínimo embaraçosa, e eu começo a duvidar da amizade de Zoey por Scarlett. Se elas são melhores amigas, por que diabos Zoey decidiu esconder dela seu affair com Gunnar? Isso não faz sentido nenhum. Entre melhores amigas, não existem – ou não deveriam existir! – segredos, certo?

Mais uma vez, fiquei com pena de Scarlett ao vê-la se sentindo tão deslocada. Ao contrário de Gunnar, que aparentemente faz amizade “com tudo que se mexe”, a personalidade de Scarlett não permite que ela seja ou aja assim, tão despreocupada e extrovertida. A novidade é que a essa sensação de “deslocamento” agora não diz mais respeito apenas à sua nova vida de artista. Ao se encontrar com Zoey, Avery e Gunnar e ver o quanto a amizade deles floresceu enquanto ela estava fora, ela percebe que também não se encaixa mais em sua antiga vida de garçonete do Bluebird. Isso a deixa bastante desconcertada, e, em seu sentimento de “não pertencer à lugar nenhum”, ela recorre justamente à Zoey para desabafar. Zoey, claro, faz o papel da boa amiga, com aquele belo discurso do everything’s-gonna-be-alright, que termina com um abraço e um incômodo “eu não sei o que faria sem você”. Dica: Nós sabemos como isso vai terminar, Scarlett, e não vai ser legal para você.

Desnecessário dizer que Scarlett obviamente flagra Zoey e Gunnar se beijando na porta do quarto do hotel, e ficamos agora na expectativa (ou não) para saber qual será a reação dela. Confesso: para mim, este arco continua absolutamente insosso, e é, de longe, o mais desinteressante da série (Will Lexington manda lembranças). Boooring, mas… Até quando? Scarlett e Gunnar formam um casal muito mais interessante, assim como a eterna possibilidade de um romance entre Avery e Juliette (Ah, Avery, por que você ignorou o recado dela?).

Nashville - I'm Tired of Pretending 4

Falando em Juliette, nossa rainha evil was on fire! Estou adorando os arcos dela nesta temporada, e, mais uma vez, digo que Hayden Panettiere é merecedora de todos os elogios por ser capaz de interpretar com perfeição uma personagem tão difícil, tão cheia de “camadas” como ela.

Eis que Layla, enfim, mostra a que veio. Me diverti horrores com a briga de egos entre as duas durante todo o episódio, mas confesso que, apesar dos pesares, sou #TeamJuliette até o fim. E que festival de bitch slaps presenciamos!

“Difícil lidar com uma diva e uma diva em treinamento.” – Brent

Will – com sua atitude infantil de “só estou tentando viver como uma estrela” – que o diga! Ficou no meio do fogo cruzado, e pelo jeito assim ficará por muito tempo ainda.

Depois de ser passada para trás por Layla em seu último show, quando a novata estendeu seu set list “sem querer” e, assim, diminuiu o seu tempo no palco, Juliette toma as rédeas da situação – passando por cima de seu empresário, como sempre – e se vinga da menina ao trocar a ordem de seu show, deixando-a por último, depois de Will. Tudo isso, claro, com a “melhor” das intenções, já que Layla precisava chegar em casa cedo para dormir. Ha.

Layla, por sua vez, decide tirar proveito da situação e cantar um dueto com Will. Juliette, claro, toma o lugar da menina na última hora e entra no palco de Will em seu lugar, para surpresa de todos – “Ela que começou!”. Mas o que Juliette – e ninguém! – esperava era o desfecho dessa história. Provando que Will e Juliette tinham toda a razão quando a chamaram de manipuladora, Layla faz uma ligação anônima para o TMZ (of all places!), e…

“Quer saber por que Charlie e Olivia Wentworth se separaram? Duas palavras: Juliette Barnes.”

No fim das contas – quem diria? – eu não estava completamente enganada quando falei aqui que Juliette seria vítima de um slut shaming muito público. As coisas só não aconteceram da maneira como eu esperava!

Justo agora que a história com Charlie parecia ter se resolvido da melhor maneira possível…

Ele bem que tentou convencê-la de suas boas intenções, de que realmente queria construir uma vida com ela, mas Juliette é muito mais esperta e não acredita nele, mesmo quando o bom moço anuncia publicamente sua separação da sofrível Olivia. Juliette afirma gostar da forma que Charlie a vê, afinal, ele tem todo um jeito de fazê-la se sentir especial. No entanto, ela está preocupada com sua imagem recém reconstruída, e não quer adicionar “destruidora de lares” à lista de seus escândalos pessoais (irônico, não?).

 “Eu acho que você gosta de jogos, e eu não sou um brinquedo.” – Juliette

E é exatamente em dois momentos que aparentemente nada tem a ver que Juliette percebe que Charlie não é o homem da sua vida. Em mais uma de suas intermináveis discussões, Glenn mostra para ela que, apesar de Charlie não ter nada a ver com sua carreira, ele tem um jeito de trazer à tona o que de pior ela tem. Juliette não dá a mínima para o comentário, até ouvir as sábias palavras de Will Lexington (que só não é capaz de usar o conselho em sua própria vida, mas enfim…):

“Se eu tiver sorte, quem sabe um dia encontre alguém que me faça sentir como a melhor versão de mim mesmo.”

E para que mais serve o amor, não é mesmo? A “hora da verdade” entre Juliette e Charlie me surpreendeu justamente pela maturidade que ela demonstrou. Sem querer, Glenn e Will mostraram para ela que Charlie não a ama de verdade, ama apenas o desafio que ela representa, um impulso, nada mais. O próprio Charlie admite, ao final, que não a ajuda a ser a melhor versão de si mesma, muito pelo contrário… Mas agora, com a “ajudinha” de Layla, o que vai acontecer?

Eu estou muito ansiosa por essa Winter Finale. O último episódio de Nashville em 2013 vai ao ar esta semana nos Estados Unidos, e em breve estarei de volta com mais uma review. Até lá!

PS: Luke, cadê você?

Nashville – Hanky Panky Woman

Data/Hora 26/11/2013, 14:41. Autor
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O episódio de Nashville desta semana começa exatamente onde o último terminou: Olivia agarrando Juliette, numa tentativa de provar para a cantora que seria muito melhor como amante do que o seu marido. Mas… espera aí! Não foi bem isso o que aconteceu, foi? Como se a situação em si já não fosse bizarra o suficiente, Juliette, ainda atônita pela reação da “mulher traída”, mal tem tempo de se recuperar antes de levar outro soco na boca do estômago: Olivia propõe à ela um ménage à trois, aparentemente com a bênção de Charlie. Whaaat?

Pelo menos essa bizarrice toda serviu para aproximá-la de Avery novamente. Na verdade, não deu para entender muito bem como essa reaproximação aconteceu, já que na última vez em que os vimos, Avery estava muito magoado com Juliette – com razão – por ser “apenas mais um funcionário na folha de pagamento”. Fiquei um pouco surpresa ao vê-los juntos na casa de Juliette compondo como se nada tivesse acontecido, mas foi uma surpresa muito positiva. Gosto dos dois, e acho que a amizade (amor?) entre eles funciona muito bem na série. Uma prova disso é que Avery não levou nem dois minutos para perceber que algo estava errado com a amiga – pobre iPhone! – e não hesitou em oferecer seu ombro e seus conselhos para ela.

Juliette confia nele e conta toda a novela envolvendo “Charlivia”, e de como se sente “o prato do mês” no meio desta confusão. Avery, por sua vez, conta sobre quando foi seduzido por sua empresária, que acabou arruinando a sua carreira (mas vamos combinar que a culpa não foi só dela, né Avery?).

“Você não é descartável. E você não precisa deixar os ‘Wentworths’ do mundo te tratarem como lixo. Precisa parar de dar poder para essas pessoas.” – Avery

Mais uma vez, gostei muito de ver Juliette lutando suas próprias batalhas. Ela vai à Dallas atrás de “Charlivia” – afinal, ela também tem um jatinho particular! – e joga as cartas na mesa, sem quaisquer papas na língua. Vê-la dando uma bela lição de moral em quem quer que seja é bastante estranho – afinal, estamos falando de Juliette! – mas, no fim das contas, ela estava coberta de razão quando disse que de nada adianta ter sangue azul se você é uma “cadela bilionária” e fútil.

“Minha educação de pobre deixou a desejar, porque eu não fui esperta o suficiente para perceber o quão vazios vocês são.” – Juliette

Enquanto Juliette sente que tirou um peso enorme de seus ombros e termina seu dia com uma taça de vinho, agradecendo a Avery pela “sessão de terapia musical” e relembrando como eles se conheceram, Charlie fica inconformado com a situação. Tão inconformado que vai para Nashville confrontá-la:

“Acho que estou me apaixonando por você.” – Charlie

E agora, Juliette? Charlie já havia demonstrado ser um cara bacana e mais pé no chão do que uma primeira impressão poderia sugerir, e agora ele abriu seu coração à ela dizendo que não quer mais ser a pessoa vazia em que se tornou. Mas será que ele é realmente tão bom, tão perfeito assim? Confesso que gostaria de ver Juliette e Avery juntos, mas não sei se esse ainda seria o momento para desenvolver esse arco. Além disso, acredito que ela realmente sinta algo por Charlie. O que a vida amorosa de Juliette aguarda daqui para frente? Uma caixinha de surpresas, com certeza…

Rayna, por sua vez, também tem sua porção de problemas para resolver. Enquanto arruma suas malas – repletas de lingerie sexy, diga-se de passagem – para ir ao primeiro show de Scarlett na turnê de Luke em Tampa, Florida, ela é surpreendida com uma ordem judicial para que entregue as matrizes de seu novo álbum, já que estaria de posse ilegal de propriedade da Edgehill Records. Ah, como não amar esse Jeff Fordham? Rayna se vê sem saída e entrega todo o material para a polícia.

Depois de sabotar a Highway 65, roubando Will e intimidando Scarlett, Jeff quer capitalizar com o acidente que quase tirou a vida de Rayna. O problema é que quanto mais o novo álbum demorar para sair, menor será o lucro. Afinal, “tempo é dinheiro”, “os fins justificam os meios” e mais um monte de outros clichês do gênero, certo? Aquela arte para a capa do álbum foi nada menos que medonha, assim como todo o conceito de “Renascendo das Cinzas”. Buck tenta argumentar que Jeff está sob enorme pressão para entregar um bom primeiro trimestre, mas Rayna está irredutível – para o bem de sua própria carreira!

Como se não bastasse, Jeff ainda intimida Scarlett logo antes de seu primeiro show, dizendo que como Rayna não conseguiu comprar a Highway 65 ela deve responder à ele e à Edgehill Records.

Scarlett ganhou enorme destaque neste episódio, e, enfim, pôde dar o pontapé inicial em sua carreira como cantora. Como já havia comentado em uma review anterior, tenho uma única certeza: independente da intimidação de Jeff, ela terá enorme dificuldade em se adaptar a esta nova vida de estrela da música country justamente por ser tão meiga, tão ingênua, tão… Scarlett. Todo cuidado é pouco para que ela não seja engolida pela “selvageria” da indústria fonográfica.

“Eles estão aqui para ver o Luke.” – Scarlett

Visivelmente nervosa e desconfortável, ela se apavora quando percebe que não consegue ouvir o retorno nos vocais e interrompe a apresentação várias vezes. Diante das vaias, foge do palco como um cachorro escorraçado, mas Rayna a obriga a voltar para retomar a apresentação. Mais do que isso: Rayna vai ao palco com ela, e dá uma pequena lição de moral nos 41.807 fãs de Luke, hostis e pouco receptivos. Como foi difícil assistir isso! Scarlett continua deslocada e nervosa na segunda tentativa, mas consegue levar a apresentação até o final. Só não consegue se livrar da sensação aterrorizante de que decepcionou Rayna. A cena entre mestre e pupila foi muito bonita, e a veterana tratou de resgatar um pouco da auto-estima de Scarlett ao reafirmar o seu talento e o quanto acredita nela como artista.

Quem ficou contrariado com essa situação foi Deacon, que expressou toda a sua preocupação em uma conversa com Rayna, que discordou dele: “O aço é forjado em fogo”. Ao contrário de Deacon, que acha que esta hostilidade pode ser prejudicial à uma jovem artista, Rayna acredita que Scarlett deve enfrentar seu medo do palco, pois essa é a única maneira de ela conseguir realizar seu sonho.

“Nem todos são durões como você.” – Deacon

No segundo show de Luke, vemos uma Scarlett completamente diferente. Confiante, comandando o palco, dona de seus escassos 25 minutos de apresentação.  Deacon admite para Rayna que estava errado a respeito de Scarlett. O que ninguém viu – e eu não esperava! – foi vê-la falando ao telefone com sua mãe, largada na cama em posição fetal, completamente entregue à tristeza, chorando ao fim do episódio. Preocupante, para dizer o mínimo. Gosto muito da Scarlett e espero vê-la dando a volta por cima, pois talento não lhe falta. Espero também que Deacon perceba que sua sobrinha não está tão bem quanto parece. Mas, no fim das contas, acho que quem vai ajudá-la mesmo é Gunnar.

Depois daquele primeiro encontro meio constrangedor no ônibus da turnê, fiquei bastante feliz ao ver os dois se reaproximando. Quando Gunnar encontra dificuldades em escrever um novo hit para Luke Wheeler – com seus 30 milhões de discos vendidos e seu conselho de que “nem todos ficam famosos. Como cantores ou compositores” – é ela quem corre para socorrê-lo. O resultado é “Ball and Chain”, um dueto que Luke gostou tanto que cantou ao lado de Rayna em seu show. Arrisco dizer que a mágica de Gunnar e Scarlett como artistas acontece quando eles estão juntos, não necessariamente como um casal, mas como meros parceiros musicais. Arrisco ainda dizer que a solução para toda a insegurança de Scarlett no palco será ter Gunnar ao seu lado. Estou adorando esse arco e ansiosa para ver o que nos aguarda. Nashville só tem a ganhar com os dois juntos. Impressão minha ou aquele “quadrado amoroso” nonsense não fez a menor falta? Zoey who? (Aliás, Will e Layla também não deram as caras e não fizeram falta.)

E eis que Rayna – com a valiosa ajuda de Luke – encontra uma solução para seu impasse com Jeff e a Edgehill Records, ao propor que ele lance o novo dueto como música digital para aumentar as vendas trimestrais, desde que ele devolva as matrizes de seu novo álbum (e esqueça aquela ideia horrorosa de “Renascendo das Cinzas”!).

nashville - hanky panky woman

“Nada me daria tanto prazer quanto uma parceria de sucesso com você, Rayna!” – Jeff

Eu continuo sem saber muito bem o que achar do casal Rayna & Luke, mas parece que a nossa protagonista já caiu nas graças dele e está cada vez mais envolvida. Luke, inclusive, parece ser o exato oposto de Deacon em certos momentos, sempre sereno, seguro, compreensivo e dono dos melhores conselhos, mostrando a Rayna que ela pode contar com ele.

Teddy e Peggy… Ah, o que dizer desses dois? Apenas que cansei. A mentira de Peggy começa a cair por terra quando Teddy diz que quer ir com ela ao médico ver o bebê. Aí Nashville se transforma na mais canastrona das novelas mexicanas quando Peggy “passa mal” e usa o sangue de porco (???) que comprou para forjar um aborto. Really? Zzzzzz… O mais assustador é ver o quão genuína é a tristeza dela pela “perda” do bebê. Ou ela é uma excelente atriz, ou é apenas insana e psicótica mesmo. Não acredito nem por um segundo que aquilo tudo seja apenas insegurança em relação ao amor do marido. De qualquer forma, zzzzzzzzzzz… Teddy, meu querido: até quando?

E, para terminar: alguém mais ficou com a pulga atrás da orelha com Deacon? Primeiro, aquele diálogo misterioso com Luke, onde ele insinua que ambos deveriam estar dividindo o palco – “É uma pena o que aconteceu com a sua mão”. E depois, aquele diálogo com Scarlett:

“Eu arruinei todas as chances que tive de ser um artista solo.” – Deacon

“Você não morreu ainda.” – Scarlett

“Não morri, e não desisti.” – Deacon

Aí tem! E eu mal posso esperar para ver o retorno de Deacon! Como vocês acham que ele vai acontecer?

Essa semana não teremos episódio inédito, mas estarei de volta na semana que vem com mais uma review. Até lá!

PS: Mais uma semana sem Lamar. Quando teremos a oportunidade de vê-lo na cadeia? E o seu julgamento? Tantas perguntas ainda sem resposta…

Nashville – She’s Got You

Data/Hora 20/11/2013, 13:11. Autor
Categorias Reviews


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Mais uma semana, mais um episódio ótimo de Nashville. E que episódio!

Hoje, vou começar a review já comentando o final – bombástico! – do episódio pelos motivos óbvios. Quando eu já estava pronta para reclamar que Nashville tinha abandonado por completo o arco de Olivia e sua descoberta da traição de Charlie e Juliette, eis que os roteiristas sambam na minha cara e nos entregam aquela cena final estapafúrdia! Sim, estapafúrdia. Porque eu não consigo imaginar um adjetivo melhor para descrever o que se passou. Fiquei completamente surpresa – e chocada! – com o rumo que este arco tomou, mas… Alguém aí pode dizer com sinceridade que esperava que Olivia fosse agarrar Juliette e mostrar que a traição deveria ter sido “ao contrário”? Uau. Eu, que até comentei em outra review que esperava um “slut shaming” público para a cantora, não faço a menor ideia do que esperar daqui pra frente, mas o que já aprendi até aqui é que podemos esperar qualquer coisa quando se trata de Juliette…

Aliás, esse episódio foi cheio de acontecimentos para ela, não? Confesso que nessa queda de braço entre ela e Layla, sou mais Juliette, até porque a Ms. Grant já provou que não é flor que se cheire. Gostei bastante de ver Juliette lutando suas próprias batalhas, mesmo que de um jeito meio torto (meio Juliette!) – sob a influência de Charlie –, e se rebelando contra o status quo da indústria da música. A cena em que ela se abre para Charlie sobre o quão humilhante é ser uma mulher jovem e bonita neste meio foi poderosa, e mostra por que, mesmo com todos os seus imensos defeitos, eu ainda não consigo detestar Juliette por completo. Hayden Panettiere merece todos os elogios por conseguir interpretar com maestria todas estas “camadas” da personagem. E o que dizer de Bobby Delmont?

“Nós o chamamos de ‘Papai Noel’ porque cantoras jovens tem que sentar em seu colo para tocar na rádio.” – Juliette

Seriously? Charlie não demora a mexer os seus pauzinhos – nada como ser dono de metade da mídia americana – e Delmont é demitido. Adorei ver Juliette tirando proveito da situação da melhor maneira possível e usando toda aquela maldade que lhe é peculiar para, digamos, fazer o “bem”. Quem não ficou com a alma lavada quando ela colocou aquele pervertido em seu devido lugar?

Layla bem que gostou e se mostrou mais do que confortável nesse jogo, adorando sua posição de “jovem estrela” da rádio KCUT, e esnobando com toda a arrogância, inclusive, o conselho que Juliette lhe deu, em um raríssimo momento de boa vontade.

Ainda não consegui definir bem a que Layla veio nesta temporada, e acho que ainda não pudemos ver o suficiente sobre a personagem para formar uma opinião, mas uma coisa é certa: temos uma nova Juliette em formação, que, ao contrário da nossa antagonista, carece de um lado mais solidário e humano. Por enquanto, esse plot não me atrai muito, e eu posso dizer o mesmo de tudo o que envolveu Will Lexington até agora. O casal formado por esses dois – por motivos estritamente “profissionais” – é insosso, até agora não teve razão nenhuma de ser, e me parece ser uma tremenda perda de preciosos minutos do episódio, que poderiam de repente trabalhar melhor outros arcos muitos mais interessantes (onde foi parar Lamar?).

Além disso, o dilema homossexual de Will também já se tornou extremamente cansativo e, sinceramente, não é mais capaz de me comover. Muito pelo contrário: Will me dá sono toda vez que aparece. Fraco e covarde, quer provar para todos – e para si mesmo – que é machão e que gosta mesmo é de mulher. Sorte da Layla. Presencia uma cena grotesca de homofobia à Brent e seu namorado Craig, e prefere esperar os bullies do lado de fora e arranjar um pretexto qualquer para enchê-los de porrada a fazer a coisa certa. Deus o livre de alguém descobrir a verdade! Apenas… Não.

Enquanto isso, Scarlett finalmente sai em turnê com Luke e qual não foi sua surpresa ao ver ninguém menos que Gunnar se juntar à eles, numa oportunidade incrível que lhe foi dada por Jeff Fordham. Confesso que não achava que essa reunião entre os dois teria algum resultado positivo para Gunnar, ainda mais considerando o grande canalha que Jeff mostrou ser, mas estou ansiosa para ver o que esta reaproximação forçada vai fazer com o ex-casal. Seria um adeus para Avery e Zoey? Eu espero que sim. Também quero ver o que esta oportunidade significará para a carreira de Gunnar.

Rayna, por sua vez, ainda tenta lidar com o turbilhão de sentimentos de Maddie em relação à Deacon e ao casamento de seu pai, enquanto ela mesma tenta entender o que Luke significa em sua vida.

Sob o pretexto de negociar a participação de Scarlett em sua turnê, Luke se reúne com Rayna em sua casa e – surprise, surprise! – tudo termina em sexo. Ainda não sei bem o que acho do casal – shippo Rayna e Deacon, eu admito! –, mas achei muito bacana as cenas em que ela abre seu coração para ele, e ele se mostra muito compreensivo e dá conselhos valiosos sobre como lidar com o divórcio, as filhas e o novo casamento de Teddy.

Maddie – bem-vinda de volta à Nashville! – ainda está revoltada com todos os acontecimentos em sua vida, e não aceita o casamento de seu pai com Peggy. Embora esse plot também esteja se tornando já um pouco cansativo, foi muito válido explorá-lo novamente pois desta vez ele proporcionou ótimos momentos e tornou “She’s Got You” um episódio melhor em todos os aspectos. Adorei as cenas entre mãe e filha, e foi lindo ver Rayna incentivando-a a ter uma boa relação com seus dois pais, apesar de tudo. Já disse anteriormente e volto a dizer: Nashville cresce toda vez que as talentosíssimas Lennon e Maisy Stella tem a oportunidade de cantar. Até arrisco dizer – com todo o devido respeito aos demais – que as irmãs (na ficção e na vida real) são as artistas mais talentosas desse elenco. Ver uma Maddie muito mais madura e serena – apesar da pouca idade – dedicar uma música à Teddy durante seu casamento e fazer as pazes com ele foi lindo.

Nashville 2

Lindo também foi todo o arco envolvendo Deacon, sem dúvida nenhuma o ponto alto do episódio. Finalmente vimos uma reaproximação – ainda cautelosa – entre ele e Rayna, e isso aconteceu justamente por causa de Maddie (thank you, baby!). Enfim, a realização de que “não podemos manter a distância, temos uma filha e ela pergunta por você” …

A menina quer se aproximar de seu pai biológico, quer conhecê-lo melhor, e Rayna se mostra um tanto receosa com esta possibilidade, já que sequer sabe se Deacon quer ser o pai dela. Ela quer proteger à si mesma e à filha, e se Maddie terá um relacionamento com Deacon, é óbvio que Rayna também terá. Impossível separar as coisas. Confesso que fiquei de coração partido quando Maddie pergunta para a mãe: “Você acha que Deacon vai olhar para mim um dia como o papai olha para a Daphne?”

“Era bem mais fácil quando eu era o tio Deacon. (…) Preciso ser alguém de quem ela se orgulhe.” – Deacon

Determinado em se tornar um homem de quem Maddie possa ter orgulho, Deacon procura Avery – depois daquela cena absurdamente constrangedora no café-da-manhã – e pede sua ajuda para voltar à música. Está aí, mais uma parceria musical completamente inesperada! Está sendo um grande prazer ver o personagem voltar a ser aquele cara confiável e querido por quem nos apaixonamos na 1ª temporada, e, mais do que isso, é inspirador vê-lo voltar àquilo que mais ama. Desta vez, o piano é deixado de lado e tivemos a oportunidade de ver quem Deacon é como vocalista – e apenas vocalista. Um pouco atrapalhado sem sua guitarra, sem saber o que fazer com seus braços “desocupados”, foi uma lição de humildade ver sua persistência.

Ele reluta em voltar ao Bluebird, pois sente que decepcionou a todos, mas engole o orgulho e vai lá, por Maddie. A melhor cena do episódio foi vê-los ali, juntos, conversando na mesa do bar, vendo que realmente são pai e filha e tem muito mais em comum do que imaginavam – e Deacon até pede desculpas por ter transmitido à sua herdeira a completa inabilidade de fazer uma performance sem um violão.

“Só não cresça muito rápido. Eu acabei de chegar.”

Perfeito.

Até a semana que vem!

PS: Alguém aí se importa com o casamento de Teddy e Peggy, sua falsa gravidez e a preocupação com a reputação política do marido? É, eu também não.

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