TeleSéries
As estreias da temporada: primeiras impressões
08/10/2010, 11:57. Vinícius Silva
Opinião, Spoilers
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Blue Bloods
A CBS é a emissora dos dramas policiais. Toda temporada estreia alguma produção nova. Há dois anos, por exemplo, o canal CBS levou ao ar The Mentalist e The Eleventh Hour que, injustamente, foi cancelada no final da temporada. É nela que também passa Criminal Minds, os CSIs da vida, os NCIS também. Nesta fall season, a CBS aposta em mais um drama policial: Blue Bloods.
Com um elenco que envolve o retorno de Tom Selleck à televisão, além da presença do experiente Len Cariou, Blue Bloods é sobre a família Reagan em que todos estão, de alguma forma, envolvidos com a Lei, de geração a geração. Henry Reagan (Cariou), pai de Frank Reagan (Selleck), é o mais antigo e o grande responsável por ter levado toda a família para este caminho. Mesmo os que não trabalham na polícia, como é o caso de Erin Reagan (Moynahan), o seu objetivo de ter se tornado advogada serviu como um pressuposto para também trabalhar a favor da Lei.
Frank Reagan é o Comissário de Nova York e as primeiras cenas da série são embaladas pela clássica canção de Frank Sinatra, “New York, New York”. Vemos alguns pontos turísticos e, claro, toda a movimentação de uma das cidades mais importantes do mundo que se caracterizou, não apenas por ser o centro financeiro, mas por abrigar pessoas de todos os lugares possíveis. Para isso, a polícia de NY precisa ser uma das mais bem treinadas para dar segurança a toda esta população que não para de crescer. Por isso, a todo momento são formados novos policiais (isso sem falar na divisão de detetives e investigadores que trabalham em casos mais complexos).
É o caso de Danny Reagan (Wahlberg), que faz a linha do policial durão da família. Após servir no Iraque, e ter que superar os traumas da guerra (ou continuar lutando para superá-los), Danny tem as mesmas características do avô, que normalmente o apóia em seus atos de raiva e força excessiva. Para salvá-lo de possíveis problemas, a sua irmã Erin é quem aparece para contornar a situação. Além deles, ainda tem o caçula Jamie Reagan (Estes), que largou a Universidade de Harvard, onde cursava Direito, para se tornar um policial após a morte do irmão em uma suposta batida policial que deu errado.
O caso apresentado aqui neste episódio, que serve de pano-de-fundo para ilustrar o convívio familiar dos Reagan, é o de uma menina que foi raptada. Danny segue as investigações, utiliza uma força excessiva à la Jack Bauer em uma cena de interrogatório e, no final, consegue achar a garota e se torna o herói do dia. No entanto, este caso é o que menos importa no primeiro episódio da série. O diálogo mais importante se dá quando Jamie é parado por outros dois policiais, e eles lhe falam sobre a possibilidade de existir uma organização secreta dentro da polícia, que é chamada de Templários Azuis (uma referência à cor do uniforme policial utilizado em Nova York). Assim, Jamie fica sabendo que o seu irmão, supostamente, possa ter sido assassinado porque estava investigando essa organização e chegando muito perto da verdade.
É bem possível que, neste caso, Jamie venha a assumir o lugar do seu irmão na investigação para continuar (ou terminar) aquilo que ele havia começado. Blue Bloods se apresenta, neste sentido, como uma série interessante que, até pode seguir as obviedades e os clichês do gênero, mas tem na família Reagan um grande argumento e mecanismo para torná-la interessante. Sem contar que o elenco está em sintonia, algo que pode ser observado nas discussões no almoço de domingo, ou nos embates entre Erin e Danny ou, ainda, nas tentativas do Comissário Frank de não misturar os assuntos familiares com os enfrentamentos que precisa lidar com o Prefeito de Nova York.
Blue Bloods é uma boa aposta da CBS, mas não apresenta nada de novo em relação gênero. Se pararmos para fazer uma comparação entre ela e a recente Detroit 1-8-7, da ABC, a segunda se sai com um estilo muito mais conceitual e tentando fugir dos clichês das outras séries que também estão em exibição na televisão americana, e com mais temporadas e um público definido. Mas Blue Bloods se sai bem, resta saber como ela se apresentará daqui para a frente.
Detroit 1-8-7
Detroit é a maior cidade do estado de Michigan e uma das importantes dos Estados Unidos por conta da sua fonte de economia, que é a indústria automobílistica em que abriga as sedes da General Motors e a Ford Motor Company. Mas, entra ano e sai ano, Detroit continua sendo considerada uma das grandes cidades mais violentas dos Estados Unidos, com a maior taxa de homicídios entre as 60 maiores cidades do país. E isso tudo se deve à má distribuição de renda, mantendo a linha de indicadores da pobreza em níveis altíssimos.
Essa história e estes números se tornaram um prato cheio para Detroit 1-8-7 narrar o cotidiano da Divisão de Homicídios da cidade. O ator Michael Imperioli (Família Soprano) interpreta o detetive Louis Fitch, um cara excêntrico e um dos mais antigos na divisão. Ele possui o maior indíce de resolução de homicídios entre todos do seu departamento. Acostumado a trabalhar sozinho, ele recebe um novo parceiro, o detetive Damon Washington, que logo no seu primeiro dia como investigador precisa lidar com um crime brutal dentro de uma farmácia.
Mas Damon não está exatamente tão preocupado com os homicídios, uma vez que a todo momento o seu celular toca. É a sua esposa que está no último mês de gestação e que, a qualquer momento, poderá ter o seu bebê. Além dos dois, somos apresentados também a Maureen Mason, chefe do Departamento de Homicídios e que já está lá há quinze anos; a detetive Ariana Sanchez, que perdeu o seu parceiro recentemente, há dois anos como investigadora; Aman Mahajan, um policial que trabalha infiltrado nas gangues para descobrir as rotas do tráfico de drogas, mas foi promovido agora a detetive também; e o sargento Jesse Longford, há tanto tempo nesse trabalho, está contando os dias da sua aposentadoria.
O roteiro escrito por Jason Richman, que também é o criador da série, apresenta de início dois homicídios. O primeiro deles acontece dentro de uma farmácia, enquanto que o segundo é em uma ponte nas proximidades do metrô da cidade. Aparentemente, os dois crimes não possuem ligação alguma. Mas as investigações acabam se encontrando e levando a um único suspeito, que saiu da prisão recentemente e deseja vingança. Assim, ele mata a sua mulher e o namorado dela em prol dos seus filhos, que ele não quer mais viver separado. As motivações são “ótimas” para a construção de um personagem extremamente complexo, que não está ali apenas para fazer figuração e constituir um álibi para a série apresentar o que tem para o público.
Detroit 1-8-7 tem características interessantes de uma narrativa que, a julgar, não sei se conseguirá atingir o público da televisão aberta norte-americana. Uma audiência que não está acostumada, ou pronta, para assistir séries como esta. Um exemplo disso foi o precoce cancelamento de Lone Star que vinha sendo transmitida pela Fox americana. A série tinha potencial e uma boa história, mas os contornos e as tramas que os roteiristas usaram acabaram não atraindo o público, que ainda é bastante conservador. O novo programa da ABC é crítico, extremamente crítico. Como explicar, por exemplo, que Detroit sofra deste mal há tanto tempo? Por que não existem políticas públicas, como foram feitas em outras capitais, para contornar a violência?
O importante é notar como estas críticas estão feitas de maneira sensível, mas objetiva. Em uma cena, quando os detetives estão procurando as cápsulas que foram disparadas da arma que resultaram em um dos homicídios que ocorreu na ponte próxima ao metrô, vemos os diálogos entre eles e o número chocante de outras cápsulas que também foram encontradas no mesmo local. Um dos detetives chegam a falar: “é nisso que dá procurar cápsulas em Detroit”. Ou seja: a violência se tornou algo extremamente comum. E o que a população precisa fazer, neste caso, é conviver com ela. Enquanto isso, a polícia tenta solucionar os crimes, mas também conta com o problema da falta de contigente necessário para tornar as operações mais objetivos e os processos mais rápidos.
De certa maneira, Detroit 1-8-7 se torna quase que um falso documentário. A direção do primeiro episódio, a cargo de Dean White, é extremamente real. Em muitos momentos, a sua câmera simplesmente acompanha a trajetória dos detetives, incluindo os seus interrogatórios (o que explica também as censuras quando há xingamentos) e os passos da investigação. Em uma perseguição, vemos claramente que a direção tem a proposta de ser mesmo um pouco “caseira”, de se apresentar com uma edição “capenga”, mas que expresse o real. Os cortes são mais bruscos, os enquadramentos feitos de maneira rápida e até desfocada, como se pode perceber em uma das cenas. No clímax do episódio, aliás, é possível como a câmera filma a personagem de longe, como se estivesse em um outro prédio. É uma metáfora inteligente para nos dizer: “não temos como ‘invadir’ a cena do crime, mas conseguimos dar um jeito de filmar e transmitir isso para vocês”. Além disso, o final é surpreendente e deixa uma expectativa para o espectador assistir logo o segundo episódio, saber o que realmente aconteceu ou o desfecho daquela trama.
Detroit 1-8-7 é uma grande surpresa. Os efeitos aqui são minímos, quase que imperceptíveis. O que se sobressai é exatamente esta “direção documental”, alinhada a um bom roteiro e um episódio que se constroi pela sua intensidade, dramaticidade e emoção.
Se alguém estava reclamando que a fall season ainda não tinha apresentado nenhuma série que realmente chamasse atenção, talvez Detroit 1-8-7 seja uma boa pedida para começar a se pensar de uma outra forma.
Hawaii Five-0
Considerada como uma das estreias mais aguardadas da temporada, Hawaii-Five-0, remake da série produzida entre 1968 e 1980 e que marcou uma geração, chegou com todo esse hype. Apesar disso, a emissora CBS, ao longo da campanha publicitária, divulgou até pouco material de lançamento da série. De qualquer maneira, esperei assistir dois episódios antes de fazer qualquer comentário sobre esta nova produção. Mesmo porque, tomando por base apenas o “Piloto”, é muito pouco para criticar algum produto julgando como bom ou ruim (apesar de se conseguir fazer isso com outras produções.
Até porque, o protagonista de Hawaii Five-0, Alex O’Loughlin, é um verdadeiro pé-frio. Quando ele estreou a boa Moonlight, a CBS não renovou a série ao final da temporada. Depois disso, ele fez Three Rivers, que também foi cancelada. A CBS, então, acabou criando mais uma série para lançar o ator no mercado. E optou por um remake de uma série que fez muito sucesso em seu tempo, o que, por si só, poderia (como foi) atrair o público.
A história gira em torno das atividades do Departamento de Polícia do Havaí, chefiado por Steve McGarret (O’Loughlin), um ex-fuzileiro Naval que, logo na primeira cena, aparece em ação protegendo um suspeito que procurara há muito tempo. Em contrapartida, o irmão deste acaba invadindo a residência do seu pai e fazendo-o refém. No tiroteio, o suspeito que estava sendo protegido acaba morto e, com isso, o seu pai também recebe o mesmo destino. A liderança no Departamento de Polícia é apenas uma justificativa para encontrar a vingança que prometera ao seu pai. Mas, no entanto, ele terá que lidar com situações ainda extremas, como o tráfico de pessoas, armas e de drogas, além da corrupção que atinge a própria polícia.
Na equipe formada por Steve, a pedido da governadora do Havaí, Patricia Jameson (Jean Smart, 24 Horas), estão Danny Williams (Scott Caan), um policial veterano que construiu a sua carreira no Departamento de Polícia de Nova Jersey. Além dele, tem também Chin Ho Kelly (Daniel Dae Kim, de Lost), um policial que foi expulso por suspeitas de ser corrupto, e a sua prima Kono Kalakaua (Grace Park, de Battlestar Gallactica), que está ainda entrando na carreira policial e ansiosa por iniciá-la.
Hawaii Five-0, por sinal, se torna uma série bastante agradável de ser assistida contemplando e inserindo, em meio às tramas, imagens da paradísiaca Havaí (como era de se esperar). E o mais importante de tudo: ela se torna divertida. Os papéis das personagens são muito bem definidos, tanto no primeiro episódio quanto no segundo. Mas a alma da série, que poderia residir em Alex O’Loughlin, na verdade está caracterizada por meio de Danny, que mantém uma relação tumultuada com Steve. Scott Caan consegue trazer uma personalidade real e também sentimental à sua personagem, que se torna uma das partes mais importantes dos dois episódios que assisti.
E, obviamente, não dá para esperar nada de espetacular de uma série como Hawaii Five-0. Mas, naquilo que ela se propõe, ela consegue fazer com episódios recheados com boa dose de humor, cenas de ação, diálogos rápidos, suspense e lindas imagens. E, para o público que assiste à série, provavelmente isso é tudo o que interessa e que mais vale a pena. Resta saber se Alex O’Loughlin não será novamente um pé-frio e a série seja cancelada (o que é difícil considerando os últimos números da audiência). Parece que agora ele vai conseguir emplacar alguma série e, apesar de ser limitado como ator, ele pelo menos é carismático. E isso é importante para um protagonista.
Nikita
Surpresa é uma das palavras que podem definir Nikita, nova produção do canal CW. Personagem famosa exatamente pela recriação dos americanos, mas desenvolvida pelo diretor francês Luc Besson, Nikita está atrás de vingança da Division, uma poderosa companhia que recruta pessoas para se tornarem assassinos. Todo o discurso é trabalhado em torno de que eles protegerão os Estados Unidos. Mas, sabe-se, que não é exatamente isso que acontece. A Division defende os seus próprios interesses, eliminando qualquer ameaça que possa interceptar as suas missões ou atrapalhar os seus objetivos.
E assim conhecemos a Nikita interpretada por Maggie Q, atriz que já trabalhou em filmes de ação como Duro de Matar 4.0 e Missão Impossível 3, uma mulher altamente sedutora e sensual que não irá descansar até acabar com a Division por esta ter destruído a sua vida ao matar o homem que ela havia se apaixonado. As motivações são óbvias, mas é bom que se diga o quanto a produção de Nikita é surpreendente para os padrões da CW, um canal que se especializou em ter programas voltados para o público adolescente e, principalmente, feminino.
No primeiro episódio, vemos boas cenas de ação e algumas surpresas que realmente ajudam o roteiro a criar reviravoltas interessantes. Sinceramente, eu estava um pouco acanhado em relação a acompanhar esta série. Mas, de qualquer forma, mesmo por ainda se tratar de um primeiro capítulo, as primeiras impressões foram boas. O elenco, se não estão completamente equilibrados, pelo menos conseguem definir bem as ações das suas personagens. E é interessante observar a maneira como as narrativas se desdobram, entre as cenas de treinamento que se passam na Division e com outras que se passam com Nikita arquitetanto os seus planos.
O tema da espionagem se tornou algo comum dentro da produção televisiva. Mas Nikita pode ser a chave de entrada para que a CW saia do seu nicho habitual, passando a produzir séries que alcancem um público mais adulto e, talvez, seletivo. E, por mais que a história aqui seja repleta de clichês, Nikita pelo menos consegue agradar e ser um bom divertimento pelos 40 minutos que ela tem. Aliás, o cenário da organização secreta Division lembra um pouco da cancelada Dollhouse, da Fox. Inclusive, a personagem de Melinda Clarke, Amanda, também é bastante parecida com Adelle DeWitt, interpretada de forma espetacular pr Olivia Williams.
Remakes, normalmente, são vistos com um certo desdém pelo público que tendem a preferirem as versões originais. E isso acontece tanto na televisão, quanto no cinema. A temporada é longa, difícil saber se Nikita conseguirá manter o fôlego que apresentou no primeiro episódio. Mas, ainda assim, foi uma boa amostragem de que a CW, ao que parece, pode ter começado a redefinir a grade de programação e o público que ela pretende atingir.
The Event
Me parece sempre que há um certo “urgentismo” (essa palavra existe?) em querer transformar alguma série estreante num fenômeno como Lost. Lembro que foi isso que estavam dizendo por aí quando FlashForward foi lançada pela ABC que, sendo a mesma emissora de Lost e já sabendo que a sua trama iria terminar na sexta temporada, vinha prometendo-a como a substituta para o programa de Damon Lindelof, J.J Abrams e Carlton Cuse.
Na ocasião, FlashForward foi a grande decepção da fall season, exatamente por se vender como algo que ela não conseguiria se tornar (apesar da tentativa e da pretensiosidade). Dessa forma, parece que The Event, nova série da NBC, sofrerá do mesmo mal. Já começaram a compará-la como um misto de FlashForward e Lost. São exatamente nestas comparações que a série tem tudo para não durar muito tempo na grande de programação da NBC, principalmente porque o público poderá facilmente se decepcionar com ela.
No episódio Piloto, The Event se divide em blocos e cada um dele é destinado para um determinado personagem. É a visão deles para um determinado fato, talvez uma conspiração que esteja acontecendo. Escrever tramas conspiratórias faz parte do momento, assim como as “sagas” vampirescas. Mas apenas uma série tem surtido efeito neste quesito: Rubicon, do canal AMC. The Event, aliás, cai na mesma armadilha de FlashForward – desenvolver todo um mistério, apresentar diversos personagens e, depois de um certo tempo, não conseguir mais desenvolver as suas histórias.
Logo de início, dá para perceber o quanto o roteiro é burocrático neste sentido. The Event abusa dos flashbacks, abusa mais ainda da repetição de cenas para mostrar o que possivelmente não foi visto. Mas, em meio a isto, ela não consegue exibir nada de novo que possa chamar atenção ou desviar o nosso olhar para acompanhar a visão de algum personagem. É muito cedo para falar, mas o elenco também não contribui em muito para a série. Talvez Blair Underwood, que interpreta o presidente dos EUA, venha a se destacar, mas é muito difícil considerando que ele não deve sair do seu lugar-comum (considerando até mesmo o Dennis Haysbert fez interpretando David Palmer, em 24 Horas).
Se continuar seguindo com esta maneira burocrática e com um roteiro extremamente mal escrito, acho difícil que The Event consiga sobreviver. Não será fácil superar a expectativa e agradar ao público que, com certeza, para se ter uma série comparada a Lost precisará de um combustível muito mais interessante e inteligente do que meros flashbacks e uma ação que se desenvolve por completo dentro de um avião (fazendo, assim, mais uma alusão à Lost, ainda que este não tenha sido o objetivo da série).
O maior problema de The Event é que ela soa sempre pretensiosa demais, com o objetivo de causar espanto no seu público. Mas acho, em outras palavras, que o espanto venha apenas por conta da sua qualidade ruim.
Boardwalk Empire
A Primeira Guerra Mundial acabou de terminar. Para os americanos, é sinal de que tempos melhores estão por vir sem colocar os seus soldados dentro das trincheiras pelo tempo que fosse necessário. Mas a História não aconteceu exatamente desta forma. A Crise Econômica de 1929 colocou os Estados Unidos no vermelho durante um longo período, questionando o próprio sistema capitalista que fora implantado naquela época. Mas, antes disso, Boardwalk Empire narra a interessante vida de Nucky Johnson, tendo como pano-de-fundo a Lei Seca que começou a vigorar em Atlantic City, e no restante dos Estados Unidos.
Com o primeiro episódio dirigido por Martin Scorsese, que retorna às produções envolvendo a Máfia, e escrito por Terence Winter (Família Soprano), em um determinado momento vemos os moradores em contagem regressiva. Mas ela não se dava pela chegada do ano novo, longe disso. Era pela chegada da Lei Seca, que coibia de maneira veemente o consumo e a produção de álcool. Mas já tinha gente pensando em lucrar com tudo isso. E é aí que surge Nucky Thompson (Steve Buscemi, de Cães de Aluguel), baseado em Nucky Johnson, que levava uma vida endinheirada, morava em um andar inteiro do hotel Ritz-Carlton, acordava só às 15h e saía em seu Rolls-Royce para controlar a prostituição, a exploração de bebibas e jogos.
Boardwalk Empire apresenta os lados dessa história, costura as suas diversas tramas em prol de um universo mafioso onde todos são corruptos e parecem estar ligados ao crime. Scorsese comanda a série com uma direção contundente e precisa, criando sequências realmente maravilhosas. A primeira delas, e a que mais chama a atenção, se dá exatamente em um momento quando um carregamento de álcool sai de Atlantic City em direção à Chicago. Com uma trilha sonora caprichada, Scorsese se utiliza de uma montagem interessante, tendo a convergência da cena do carregamento com uma outra batida policial. Espetacular como a narrativa ganha força e, principalmente, como isso causa apreensão em que está assistindo.
Sem contar que é impressionante também como a caracterização foi bem feita pelos produtores da série. A direção de arte teve um cuidado em conseguir os figurinos exatos daquela época, assim como os cenários, os carros e a própria música que era tocada. Boardwalk Empire mais parece uma produção cinematográfica, mas feita para a televisão com uma qualidade absurda e que dificilmente se vê. A série aposta em Steve Buscemi como o protagonista desta produção. A responsabilidade é grande, mas ele parece tão à vontade no papel que tudo funciona de maneira orgânica
Além de Buscemi, também fazem parte do elenco o ator Michael Pitt (Os Sonhadores), Michael Shannon (A Troca), Kelly MacDonald (Onde os Fracos Não tem Vez). Todos eles estão ótimos em seus respectivos papéis, com um destaque maior para Pitt que, cada vez mais, tem demonstrado o seu potencial. Quando dirigido por Bertolucci, em Os Sonhadores, ele já demonstrava essa capacidade. Em Últimos Dias, longa do Gus Van Sant, ele foi um dos responsáveis pela poesia visual do diretor americano. Ou seja, em termos de elenco, Boardwalk Empire tem tudo para continuar crescendo, inclusive por conta dos seus personagens.
É ótimo ver Scorsese novamente filmando um mundo que lhe é bastante habitual e profundo conhecedor. Alguns diálogos, por exemplo, lembram a maneira de filmagem que ele fez em Os Bons Companheiros, principalmente quando os mafiosos estão discutindo os planos para o carregamento de álcool chegar até Chicago. O interessante não vai ser observar apenas como será os diversos caminhos que serão tomados pela série nesta contextualização da Lei Seca, mas também as próprias transformações do personagem-central e a maneira como ele é parte político e parte mafioso. Boardwalk Empire é uma série charmosa e extremamente bem produzida, com um cuidado técnico impressionante.
E acompanhar a trajetória destes mafiosos tem tudo para ser incrível.
* * *
Resenhas gentilmente cedidas pelo weblog Sob a Minha Lente.
Liv vai exibir nova versão de Havaí 5-0 e Blue Bloods
29/07/2010, 20:31. Maria Clara Lima
Notícias
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O canal Liv comprou a nova versão de Havaí 5-0 (Hawaii Five-O), série da CBS que estreia em setembro nos Estados Unidos.
A série é a nova versão do clássico dos anos 70 de mesmo nome, que conta a história de um grupo de elite da policial que trabalha para acabar com o crime nas praias da ilha. A nova Havaí 5-0 será protagonizada por Alex O’Loughlin (Moonlight), Daniel Dae Kim (Lost), Grace Park (Battlestar Galactica), Jean Smart (24 Horas) e Scott Caan (Entourage).
Em nota para a imprensa, a vice-presidente e diretora do Liv, Claúdia Chagüi, garantiu que a exibição da série no Brasil ainda esse ano. “Queremos exibi-la com apenas algumas semanas dediferença em relação aos Estados Unidos”, afirmou.
O canal também adquiriu os direitos de Blue Bloods, drama sobre uma família de policiais, com Tom Selleck liderando o elenco. Clique aqui para continuar a leitura »
Moonlight ressuscita (em reprises) nos Estados Unidos
07/05/2010, 15:04. Maria Clara Lima
Notícias, Programação EUA
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Aproveitando a onda vampiresca, a rede norte-americana The CW resolveu que reprisar o seriado Moonlight juntamente com as reprises de The Vampire Diaries, a partir do dia 3 próximo mês.
A emissora pretende usar Moonlight, que originalmente foi ao ar na rede CBS, para preencher a lacuna causada pelo final de temporada de seus principais shows, criando um bloco de séries sobrenaturais na noites de quinta-feira.
Moonlight gira em torno de Mick St. John (Alex O’Loughlin), um vampiro que trabalha como detetive particular, e sua relação com a jornalista Beth (Sophia Myles). A mitologia da série mistura enredos que remetem a obra famosa de Anne Rice e de um jogo chamado “A Máscara”, e tem como diferencial a desconstrução de alguns mitos como os vampiros não poderem ficar ao sol ou morrerem com estacas.
Após seu cancelamento precoce em 2008, depois de apenas uma temporada, a série virou cult e a notícia inesperada de sua reexibição despertou esperança de que talvez a emissora possa dar continuidade ao seriado. Clique aqui para continuar a leitura »
Atrizes de Without a Trace e Sons of Anarchy voltam à TV
18/02/2010, 12:30. Bruno Piola
Notícias
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Preparem-se, marmanjos! Duas beldades voltarão em breve a dar o ar de sua graça na telinha. São elas Poppy Montgomery, a Samantha Spade de Without a Trace, e Taryn Manning, que fez a Cherry na primeira temporada de Sons of Anarchy.
Montgomery vai estrelar o piloto de True Blue, da rede ABC. O drama gira em torno de seis policiais que se reúnem para solucionar o assassinato de um amigo. A atriz será Katherine Miller, a única capitã da polícia de São Francisco. Divorciada recentemente, a personagem tenta conciliar o trabalho com sua vida pessoal. True Blue tem Jon Feldman, Chris Brancato e Bert Salke como produtores executivos e Peter Horton como diretor. O piloto ainda terá no elenco Marc Blucas, o Riley de Buffy – A Caça-Vampiros.
Já Taryn Manning foi escalada para o remake da série Havaí 5-0, que já tem no elenco atores como Daniel Dae Kim, o Jin de Lost e Alex O’Loughlin, astro da cancelada Three Rivers. Clique aqui para continuar a leitura »
Ator de Lost em nova série da CBS
08/02/2010, 23:37. Maria Clara Lima
Notícias, Novos Pilotos e Séries
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Com o fim de Lost programado para esse ano, é natural que o elenco da série já comece a procurar novos empregos. Enquanto algumas estrelas de série já falam em encerrar a carreira na televisão, Daniel Dae Kim, o coreano Jin, já assinou com a CBS para atuar em novo programa.
Ele terá um dos papéis principais no remake de Havaí 5-O (Hawaii Five-O), drama policial ambientado no estado do Havaí, que foi exibido com sucesso nos anos 60 e 70. Kim fará o papel do detetive Chin Ho Kelly, um dos membros do 5-O, grupo de elite da polícia de Honolulu.
Em sua versão original, Havaí 5-O durou 12 temporadas, e foi gravada inteira no Havaí. Desse jeito, Daniel Dae Kim não precisa nem fazer as malas.
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CBS vai produzir nova versão de Havaí 5-0
12/08/2008, 15:05. Redação TeleSéries
Notícias, Novos Pilotos e Séries
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A moda dos remakes segue a todo vapor na televisão americana. A próxima série de TV a ganhar uma nova roupagem, deverá ser Havai 5-0 (Hawaii Five-O), uma das séries policiais mais famosas de todos os tempos.
De acordo com o The Hollywood Reporter, a rede CBS encarregou ao produtor Ed Bernero, de Criminal Minds, de desenvolver o piloto desta nova versão da série.
Bernero apelidou o projeto de “Havaí 5-0 2.0”.
Havai 5-0 teve 12 temporadas produzidas de 1968 a 1980 e posssui uma das músicas-tema mais famosas da história da TV americana. E uma coisa já está certa: se a série retornar, a música, de Morton Stevens, também será usada, ganhando apenas um novo arranjo. Clique aqui para continuar a leitura »
Sobre Listas
13/04/2008, 15:07. Paulo Serpa Antunes
Opinião
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Listas. Eu tenho uma obsessão por listas, talvez até maior que a do Rob Fleming e seus colegas da Championship Vinyl, em Alta Fidelidade. Lista pra mim é coisa séria, seríssima. Não gosto de errar, odeio cometer injustiças e tenho vontade de surrar trouxas que fazem listas ridículas.
Eu já comecei uns dois ou três Top 10 aqui no TeleSéries que foram adiados ou cancelados até eu me sentir em condições morais de definir quem ficaria dentro e quem ficaria de fora.
E além de sérias e injustas, listas são polêmicas, sempre polêmicas.
Por isto decidi passar longe daquele Top 50 da Empire. Apesar de que, numa rápida passada de olho me pareceu honesto (um Top 5 com Lost, The West Wing, Família Soprano, Buffy e Os Simpsons, não é nenhum disparate). Já este Top 100 que a Monet preparou (edição 61, de abril de 2008, já nas bancas) é assustadoramente bizarro. Me deu urticárias.
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