Review: Stargate Atlantis – Ghost in the Machine


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Stargate Atlantis - Ghost in the MachineSérie: Stargate Atlantis
Episódio: Ghost in the Machine
Temporada:
Número do Episódio: 85 (5×05)
Data de Exibição nos EUA: 15/8/2008
Data de Exibição no Brasil: 17/9/2009
Emissora no Brasil: FX

Quando a Dra. Weir apareceu no comando de uma nave dos replicadores, criou-se uma grande expectativa sobre qual seria o novo arco de histórias que poderia se desenvolver a partir daquela imagem, no mínimo, intrigante. Mas de lá para cá muita água rolou e ao menos dois fatores afetaram a continuidade da história: o cancelamento da série e a decisão de Torri Higginson de não renovar seu contrato.

Em meio a todos esses percalços, Ghost in the Machine tem uma longa história de gestação, talvez tão interessante quanto o tema apresentado na versão final do episódio, apesar do seu desenvolvimento ter deixado a desejar.

Segundo informações de bastidores, desde Progeny na terceira temporada, os produtores pensavam em um grande arco na história com Elizabeth Weir ligada aos Replicadores. A cena final de Be All My Sins Remember’d seria o início desse novo arco: Weir no lugar de Oberoth. Por isso é impossível não se especular sobre como teria sido o desenrolar da história se Torri Higginson não tivesse saído, o roteiro original tivesse sido filmado e a série não tivesse sido cancelada.

Pode-se presumir que o inimigo potencialmente mais perigoso e mortal que já havia sido criado pela franquia surgiria ainda mais forte, liderado por alguém que conhecia intimamente os segredos de Atlantis e de seus habitantes. A cena final daquele episódio parece deixar claro que a intenção de Weir (e dos roteiristas) era substituir Oberoth, que acreditava na superioridade dos replicadores e não admitia nem sequer se falar em Ascensão. Some-se a isso a declaração de Higginson após ler o roteiro original de que, em respeito aos fãs, desejava apenas um fim para o personagem e que sentia que o arco da história poderia se estender indefinidamente.

E… c´ést la vie.

O roteiro, que já estava pronto dando continuidade à história, teve que ser refeito e, aparentemente, não foi somente a atriz que foi substituída.

Na versão que foi ao ar, Michelle Morgan assumiu o papel do replicador Elizabeth Weir e os produtores tentaram, inutilmente, colocar um quadrado dentro de um círculo, pois fato é que o rosto e a voz de Elizabeth Weir pertencem à Tori Higginson. Quem é que se lembra de Jessica Steen, a primeira a interpretar o personagem na sétima temporada de SG-1?

Se já se soubesse do cancelamento quando o episódio foi filmado, Ghost in the Machine poderia ter finalizado o ciclo do personagem na série como queria a atriz: os replicadores, inclusive Weir na pele de Higginson, flutuando no espaço e ponto.

Mas apesar do incomodo visual causado pela ausência de Higginson, os roteiristas marcaram um ponto quando substituíram o enfrentamento anunciado pelo desejo de ascender, já que o tema ainda não havia ganhado destaque em Atlantis. Inteligente também, porque diferentemente de SG-1, onde a ascensão é vivida pelo Dr. Daniel Jackson, em Atlantis esta experiência é buscada por máquinas e talvez a primeira impressão produzida pelo que parece uma discrepância, venha sintetizada na descrença de Mckay:

Ascensão de máquinas!?

Parece natural que a Ascensão esteja implicitamente ligada ao fator humano, portanto, ao que ontologicamente define o homem enquanto ser. Mas onde estaria depositada essa essência? Na sua capacidade de discernir? No seu ser biológico e mortal, capaz dos mais variados sentimentos? Na sua individualidade mesmo em meio à coletividade?

Os replicadores se apropriaram de todas essas características e ainda assim seu status não mudou, continua-se a vê-los como máquinas.

Stargate Atlantis - Ghost in the MachineTalvez não se consiga mudar de idéia a seu respeito porque no nosso íntimo a definição do homem enquanto ser esteja intimamente associada, mesmo para o mais cético dos cientistas, à existência de uma alma imortal e, em decorrência, na esteira dessa (incômoda?) ideia, à sua intrínseca relação com a existência de um Ser supremo e anterior, pois, bem ou mal, nas teorias que tentam explicar racionalmente a origem do universo, nem teoricamente se consegue chegar ao sempre almejado princípio do princípio.

A emenda, portanto, só não ficou pior que o soneto, porque o tema do episódio foi de uma inspiração ímpar, o que só comprova o talento dos roteiristas da franquia Stargate que conseguem abordar a ficção científica sob os seus mais variados aspectos.

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  1. Cleide - 19/09/2009

    o Mckay sempre com as melhores fala !!!

    realmente é uma pena pois esse arco com a Elizabeth e replicadores daria bons episódios a mais

    mas fico feliz que ao menos [em minha humilde opinião] a história da Weir tenha tido um final(?)

    e parabéns pelo review, gosto muito de ler

    😀

  2. Mica - 19/09/2009

    Embora teria sido muitíssimo melhor ver Tori Higginson no papel de Weir-replicador, a Michelle Morgan não fez feito. A história também foi legal e fechou a história da Weir (ao mesmo tempo que deixou levemente em aberto).
    Mas sem dúvida nenhuma o maior erro tático da produção de Atlantis foi tirar Elizabeth Weir do comando para colocar Sam. Embora o arco da Weir em meio aos replicadores fosse interessante e rendesse bons episódios, Atlantis simplesmente nunca mais foi Atlantis desde que ela deixou o Comando. A série foi se perdendo e as estruturas sendo desfeitas. E não porque Sam ou Wolsey não fossem bons, eles eram! Na verdade eu gostei dos dois no comando, mas com a saída da Elizabeth todos os personagens ficaram meio baratinados, toda estrutura mexida demais. A graça não era a mesma, nunca mais foi. (e ela sinceramente não merecia o final que teve)
    Mesmo assim, os caras tiraram água de pedra e mesmo sem a Higginson deram um episódio que valeu a pena assistir. E você nos deu um review muito bom. Obrigada ~_^.

  3. Marcos Almeida - 19/09/2009

    Eu também nunca entendi a saida da Weir. Adorava a persoangem. Alguém sabe se teve algum problema com a atriz ou foi burrice dos produtores?

  4. George Dantas - 20/09/2009

    Eu acompanho Atlantis desde a primeira temporada (só Atlantis nunca assisti SG-1), mas nunca me liguei em comentários de bastidores, tipo: motivo da saída dos atores, mudanças de produção etc. Talvez seja por isto que a minha visão do episódio tenha se resumido ao último parágrafo do review: eu achei simplesmente genial a forma como o roteiro integrou ficção científica com temas metafísicos. Pra mim daria pra escrever um livro de ficção excelente, onde o enredo se desenvolveria com muito mais profundidade. E sobre o episódio, definitivamente entrou pra minha lista dos 10 melhores desta série.

  5. Regina Monteiro - 20/09/2009

    Cleide
    Concordo: o Mckay é ótimo. E muito obrigado mesmo pelo comentário, fico meio sem jeito com elogios.

    Mica,
    Também senti falta da Weir no comando. Acho que teria gostado mais se o Wolsey tivesse entrado logo depois Weir. A Amanda sempre me deu a impressão de que estava lá tapando buraco até comerçarem a filmar Sanctuary.

    Marcos
    Nunca descobri porque a Tori saiu. No seu blog o Mallozzi diz que ela ficou empolgada com a cena final de Be all my sins remember´d mas quando leu o roteiro da continuação declinou da oferta de continuar em Atlantis.
    Pra falar a verdade até hoje tenho a impressão de que tiraram a Tori para dar lugar para a Amanda. Sem desmerecer a Amanda Tapping, mas acho que ela é queridinha da casa.

    George
    Acho que também colocaria o episódio na lista dos 10 melhores de Atlantis se a ausência da Tori não tivesse me incomodado tanto.

  6. Cesar Adriano - 20/09/2009

    ótimo review e um interessante tema, mas respeitosamente discordo do seguinte:

    “Talvez não se consiga mudar de idéia a seu respeito porque no nosso íntimo a definição do homem enquanto ser esteja intimamente associada, mesmo para o mais cético dos cientistas, à existência de uma alma imortal e, em decorrência, na esteira dessa (incômoda?) ideia, à sua intrínseca relação com a existência de um Ser supremo e anterior, pois, bem ou mal, nas teorias que tentam explicar racionalmente a origem do universo, nem teoricamente se consegue chegar ao sempre almejado princípio do princípio.”

    O cientista(qual cientista não é cético?), ou a pessoa cética, não tem por que acreditar em alma, já que não existe nenhuma evidência da sua existência, e a evidência é a base de tudo nesse mundo, senão, papai noel e gnomos existem.

    A ciência estuda o mundo físico, e com isso chegou ao Big Bang, por enquanto é o que sabemos, o que existia antes dele? ninguém sabe, mas a ciência é sincera e objetiva e não vai criar especulações pra explicar mistérios não compreendidos ainda.

  7. Regina Monteiro - 22/09/2009

    Cesar

    Primeiro preciso me desculpar pela redação. O mais cético dos cientistas era uma referência ao Mckay, pois fiquei pensando que mesmo após viver a experiência de The Seer, para ele tudo o que foge da confortável zona da ciência não merece crédito, pelo menos em um primeiro momento.

    Quanto à “evidência é a base de tudo nesse mundo senão, papai noel e gnomos existem” me parece um pouco exagerado. Se aceitarmos essa premissa então ou se entende por vidência algo que comprove fisicamente uma teoria qualquer e consequentemente só o método empírico seria válido e a física teórica não passa de pura especulação, não tendo nenhuma validade; ou se aceita a construção de modelos matemáticos como métodos explicativos sem que necessariamente sejam experenciáveis, o que nos coloca diante do método dedutivo.

    De qualquer forma a própria Teoria do Big Bang é uma tentativa de se explicar o princípio e seres datados que somos, dificilmente conseguiríamos abstrairmo-nos das categorias espaço/tempo, por isso a necessidade implícita de se retornar ao princípio.

    As diversas especulações sobre este princípio diz respeito ao homem na sua dimensão ontológica, e isto já não pertence ao campo da ciência e sim ao campo da filosofia.

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