Star-crossed – Our Toil Shall Strive to Mend


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Ainda é cedo. Afinal são apenas três episódios. Mas a impressão que Our Toil Shall Strive to Mend me deixou é de que Star-crossed conta duas histórias paralelas e de que essas duas histórias estão com certa dificuldade para se encontrar. Uma delas, uma história de amor entre dois adolescentes (Ronan e Emery), pertencentes a mundos diferentes que, no rastro de intolerância e ódio, socialmente, não devem se tocar. Outra sobre uma guerra em gestação, que, apesar de ser fruto da mesma intolerância e ódio, evolui independente da vida efetivamente vivida pelos personagens principais.

Uma delas deveria ser o foco em Star-crossed, a outra, a que lhe dá suporte. Mas me parece que a equipe criativa tem encontrado dificuldade para decidir qual delas deve sobrepor-se à outra. Embora os pré-requisitos da série (principalmente público a que se destina e canal de TV em que é exibida) indiquem que o romance deveria prevalecer, no segundo e no terceiro episódios essas histórias correram em paralelo. O desenvolvimento da ação simplesmente falhou ao tentar fazer a interação.

Qual o fio condutor da história em Our Toil Shall Strive to Mend? O distanciamento entre Ronan e Emery e o mal entendido sobre o relacionamento dele e Julia? Ou a articulação dos atrianos rumo à guerra declarada com os humanos? Talvez a pergunta certa seja: diante dessa falta de definição e da ausência de intersecção entre as histórias, com qual expectativa eu verei a série? Esperando que Ronan e Emery ganhem a cena ou esperando o próximo passo dos Tracks e Falcões Vermelhos? A resposta poderia contemplar esses dois plots; mas um deles tem que ser o fio condutor, em um roteiro que não faça apenas junção de cenas para justificá-los, mas onde argumento e desenvolvimento destaquem e levem à história principal, sem descuidar das outras histórias que lhe dão suporte.

Poderia definir  Our Toil Shall Strive to Mend como uma coleção de cenas postas em seqüência para montar uma história. O problema é que uma história não se resume a uma coleção de cenas, mas na articulação que se estabelece entre elas e com qual propósito elas existem. No caso, para Ronan e Emery o propósito do episódio pode ser definido por orgulho ferido e mal entendido; e, para a guerra entre Tracks e Falcões Vermelhos, por revelações.

Os efeitos colaterais experimentados por Julia em decorrência da aplicação do Cyper foram apenas um pretexto para promover uma aproximação entre ela e Ronan e, na busca pela cura, uma planta produzida por outra tribo que não a de Ronan, provocar a aproximação entre Teri e os Tracks, uma vez que ela, depois de lhe trazer a planta, sentiu-se traída pelo discurso de Ronan, na celebração do Dia da Chegada. Orgulho ferido. Por outro lado a cena final em que Julia abraça Ronan para agradece-lo pelo Vyrer, serviu apenas para que Emery interpretasse um possível interesse afetivo entre ele e Julia. Mal entendido.

Já, na guerra anunciada entre Tracks e Falcões Vermelhos, a palavra que define o episódio continua sendo revelações. Sobre o caráter de Drake que mostrou-se menos rancoroso e disposto a obedecer cegamente a qualquer ordem vinda dos Tracks. Sobre a descoberta de Emery a respeito dos verdadeiros objetivos de Grayson. Sobre a identidade de Glória. Sobre a dupla aplicação do Cyper.

Outra característica do episódio que me desagradou foi a facilidade com que algumas dificuldades foram superadas. Como Ronan conseguiu com Castor a informação sobre como proceder à cura de Julia; a forma como ele e Julia saíram da estufa dos Vwasak sem serem vistos; o aparecimento providencial de Castor, quando Emery estava sendo ameaçada pelos atrianos…

Por outro lado, o que mais me agradou, nesse episódio, foi a ingenuidade e a pureza demonstrada por Sophia e Lukas, os personagens que considero mais verdadeiros até aqui. Eles são o que são, sinceramente, sem meias verdades, dramas ou segundas intenções.

Mas o problema, na construção da história, pode ser o “desencontro” da equipe criativa. Talvez, o que, no primeiro episódio, funcionou muito bem: a junção de uma roteirista de dramas existenciais (Meredith Averill – The Good Wife ) e um diretor de filmes de suspense (Gary Fleder – Beijos que Matam) seja o que, agora, esteja atrapalhando o desenvolvimento da série.  Our Toil Shall Strive to Mend foi escrito por Adele Lim (One Tree Hill, Private Pratice) e dirigido por Deran Serafian (CSI, Nikita).

Mas, como eu disse no início, é apenas o terceiro episódio, ainda são mais dez pela frente. Tempo suficiente para correção de rumo.

PS: não me entendam mal quando digo que em virtude do canal em que é exibida e ao público a que se destina a história de amor deveria prevalecer. Digo isso reafirmando a necessidade de que prevaleça uma história principal, que, não necessariamente, por ser um romance, tem que ser exclusivamente açucarada.

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