Spoiler: Life After Death, a volta de Dead Like Me


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Dead Like Me: Life After Death

Os norte-americanos e sua obsessão por transformar seriados em filmes. Isto acontece desde que a TV existe, é verdade, mas é possível contar nas mãos os trabalhos revelantes que foram derivados de seriados – nestes, incluo Beavis and Butt-Head Do America, Arquivo X – Fight the Future e Os Intocáveis, entre poucos outros. O filme Dead Like Me: Life After Deathnão é o caso.

Estrelada por Mandy Patinkin (Chicago Hope, Criminal Minds), Dead Like Me foi uma dramédia levada ao ar pelo canal a cabo Showtime em 2003 e contava a história de Georgia “George” Lass, uma menina perdida em seus 18 anos: sem ambições, emprego, diploma, amigos. Joy – repara no nome -, mãe de George, a força a conseguir trabalho em uma agência de empregos temporários chamada Happy Time, que acaba por selar o destino da menina, uma vez que ao sair para sua primeira hora de almoço, é vítima fatal de um assento sanitário que cai de uma estação espacial.

Onde uma história de vida deveria acabar, é apenas onde começa. George descobre que foi escolhida para ser uma Ceifadora de Almas e após conhecer seus co-workers, sua nova vida e seu novo trabalho, começa a questionar sobre suas escolhas quando era viva. Em suma, Dead Like Me era uma série sobre a vida após a vida.

Por diversos motivos incluindo problemas contratuais e a venda da MGM para a Sony, Dead Like Me foi cancelada em 2004, após duas temporadas, deixando para fãs e críticos, aquela sensação de que poderia ter rendido muito mais – não há dúvidas quanto a isto.

Eis que cinco anos depois, é confirmado o boato que há muito rondava diversos sites e foruns sobre seriado: Dead Like Me se tornaria um filme. Nunca fui um destes entusiastas da idéia, mas o filme aconteceu. Pior: foi lançado com release direct-to-DVD e sem Mandy Patinkin, que não aceitou fazer o projeto – sábio. Sim, eu acredito que a série ainda tinha alguma coisa a dizer, mas não acredito que isto poderia ser feito através de um filme de oitenta minutos em DVD. Não é o formato ideal e ainda, considero a linguagem da série um pouco datada.

E a verdade, é que para não dizer nada, pouquíssimas coisas funcionam no filme. A fita abre com uma narração similar a de George no piloto da série: todo aquele lenga lenga sobre como Deus criou a morte e como a mesma fugiu, aquele lance do sapo e tudo mais. Mas já começamos com um porém: esta abertura é feita através de uma linguagem de quadrinhos, ou seja, vemos tudo isto em uma HQ que tem suas páginas viradas conforme Goerge vai narrando a história. Me desculpe, mas por quê? O que a temática quadrinhos tem a ver com Dead Like Me ou com a mitologia da série? Nada. Esta temática é usada e abusada durante o filme.

Outro grande problema é que o filme, que tem apenas uma hora e vinte, perde quase 10 minutos introduzindo as personagens, fato extremamente irritante. Ao contrário de filmes como Beavis and Butt-Head Do America, Arquivo X – Fight the Future e Os Intocáveis, fica claro que não é um filme apenas para fãs, para matarmos a saudade das personagens, e sim um produto voltado a conquistar novos adeptos. Por que motivo eu realmente não sei, considerando que a série tem ZERO chance de voltar ao ar e uma franquia cinematográfica é praticamente uma utopia – ainda bem.

O plot do filme é o seguinte: err… qual é o plot do filme? São tantos, ao mesmo tempo, que tudo é tão profundo como um pires. Temos o plot do desaparecimento de Rube, temos o plot de George se aproximando de Reggie, temos o plot de Reggie apaixonada por um menino em coma, temos o plot do sofrimento de Delores com os últimos dias de seu gato Murry, temos o plot de Joy (Cynthia Stevenson perfeita como sempre) se aventurando como autora de auto-ajuda e mediadora de grupos para pais que perderam filhos, e temos o plot da chegada de Cameron, o substituto de Rube.

O filme não tem um plot principal e com isto, todos se tornam bobos, supérfluos. Para que introduzir um novo chefe, se Cameron (interpretado por Henry Ian Cusick, o Desmond de Lost), aparece na tela por no máximo cinco minutos ou quatro cenas? E o que dizer de Crystal, recepcionista da Happy Time, uma das melhores personagens da série, que no filme, aparece em apenas UMA CENA sem ter ao menos UMA FALA? E qual foi da descaracterização do Mason? Na série ele era um loser, fracassado, que não conseguia se dar bem com mulher alguma. No filme, eis que ele se torna um garanhão e pega duas ao mesmo tempo.

Delores Herbig… and her big brown eyes continua incrível. Retomamos um dos plots do final da série, a doença de Murry, e ela proporciona as cenas mais engraçadas do filme. Roxy não muda muito também e continua badass. Já Daisy, que na série era magistralmente interpretada por Laura Harris, aqui é terrivelmente vivida por Sarah Wynter – que em uma coincidência bizarra, contracenou ao lado de Harris na segunda temporada de 24 Horas. Se Harris não quis voltar, por que não deixar sua personagem quieta? Ou por que não introduzir uma nova interpretada por Wynter?

Ellen Muth continua incrível com aquela mesma cara de bunda e sexy ao mesmo tempo. O problema é que o plot de George se aproximando de Reggie simplesmente não cola. As duas se reencontram porque o namoradinho secreto de Reggie na escola é um atleta que sofre um acidente e entra em coma. E adivinhem? George é a responsável por recolher a alma do cara. Tudo no filme é forçado demais.

Impossível contar os erros deste filme, que já se desenhava uma bomba quando Bryan Fuller, produtor original da série, recusou-se a participar do mesmo. Dead Like Me foi uma série muito importante para o Showtime, ajudou a consolidar o canal a cabo, mas sua mitologia parece meio ultrapassada, para não dizer brega. Dead Like Me: Life After Death é um exemplo de como algumas coisas enterradas, devem permanecer assim. Mas o que realmente assusta é que o filme acaba com um SUPER gancho que, dependendo das vendas do DVD, pode ocasionar uma continuação.

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  1. Mauro - 17/02/2009

    Olha Pedro, não concordo nem um pouco quando você diz que a “linguagem da série é datada e que a mitologia parece meio ultrapassada, para não dizer brega.” Pode até ser que esse filme seja dispensável. Mas eu não consigo lembrar de uma série que tinha um humor negro tão ácido e delicioso como essa. E e esse tipo de humor não tem como ser datado. Tenho os dois dvd’s e os amo. E é óbvio que não me importaria nem um pouco de rever alguns desses personagens novamente. Assim como gostei de rever Mulder e Scully naquele último filme absurdamente dispensável e ridículo.

  2. Bruno Eduardo - 17/02/2009

    Sinto muito mas não concordo em nada com o que vc disse Pedro, pois para quem é fã da serie como eu mesmo contendo erros ou não, é sempre bom vermos nossa personagens queridos novamente. O mesmo aconteceu com Sex and the city, muita gente odiou eu adorei.

  3. Flávia - 17/02/2009

    Não vi o filme ainda, mas adorava o humor negro – nada datado, muito menos brega – de Dead Like Me.

  4. Marcos Almeida - 17/02/2009

    Também discordo completamente do autor. Dead Like Me datada? Nunca. Brega? Tá maluco???

    Sem falar que o autor citou como exemplo de bom filme “Arquivo X – Fight the Future”, um dos piores filmes que já vi (e olha que sou o maior fã de AX, minha série predileta, tenho todas as temporadas em dvd, cards, livros etc – mas o 2ª filme é uma bomba, excelente sonifero).

    Outra coisa: não acho que a presença do Bryan Fuller fosse melhorar muito. Ele não participou da 2ª temporada (acho que abandonou ainda na metade da 1ª) e ela foi bem melhor que a anterior.

  5. Diego Cardoso - 17/02/2009

    Não vi o filme ainda, mas adorava o humor negro – nada datado, muito menos brega – de Dead Like Me. [2]

    Pedro, se você considera o a ““linguagem da série é datada e que a mitologia parece meio ultrapassada, para não dizer brega.”, certamente você nunca assistiu Dead Like Me. Se assistiu, sinto em lhe dizer, mas não deve ter entendido o sentido da série ou o humor que passava. Sugiro algo mais simples para assistir, como Friends…

  6. Paulo Antunes - 17/02/2009

    Em defesa do Pedro, quero dizer que entendo o que ele quer dizer com “linguagem datada”.

    Acho que esteticamente (não só na linguagem, mas na direção de arte e na fotografia também) Dead Like Me era meio simplória, não era uma série muito sofisticada.

    Mas não concordo com as críticas a mitologia. Eu ainda acho todo o plot da série muito original. Dead Like Me não é uma série muito relevante na história da TV, mas eu acho ela, ao lado de Joan of Arcadia, muito mais rica e interessante do que a maioria das séries que vieram depois e provocaram todo aquele boom na TV americana – que agora já virou ressaca.

  7. Edson - 17/02/2009

    A melhor adaptação de série pra filme foi “O Fugitivo”, película que deu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pra Tommy Lee Jones. Também existem as franquias de Jornada nas Estrelas e Missão Impossível.

  8. Mica - 17/02/2009

    Marcos, Fight the Future é o 1º filme de Arquivo X e ele é sim uma boa adaptação (eu gostei muito pelo menos).

  9. Marcos Almeida - 17/02/2009

    Pois é, Mica…depois que eu me dei conta da minha imensa lerdeza. Mas para ser bem sincero, o 1º filme também não foi um 10. Daria um 7.

  10. Patricia E. - 17/02/2009

    O problema de filmes inspirados em séries é que em sua grande maioria mais parecem episódios esticados com orçamento maior — foi a impressão que tive ao ver os filmes de Arquivo X (o primeiro) e Firefly (Serenity), só pra citar alguns.

    Gostava bastante da série, mas não imagino que ela duraria muito — a premissa é interessante, mas pra cair na mesmice era um pulo.

    Mais tarde, quando fiquei sabendo que o Mandy Patinkin e a Laura Harris não estariam no filme já fiquei com o pé atrás. Talvez eu veja só pra constar, mas se já não estava otimista antes, que dirá agora. E bizarro mesmo esse lance da Sarah Wynter substituir a Laura Harris… não gosto de troca de atores, se é pra trocar, que arrumem logo outro personagem.

    Quanto a assistir ao filme só pra matar as saudades dos personagens, bom, eu tentei assistir ao segundo filme de Arquivo X neste espírito mas não deu… aquilo ali foi ruim demais, mesmo com as piadinhas escolhidas a dedo e colocadas no filme só pros fãs. 😀

  11. cavalca - 17/02/2009

    Sim, é ruim. E dói ouvir palavrões tão mal colocados nos diálogos.

  12. Fernando dos Santos - 17/02/2009

    Em matéria de adaptação de série televisiva para o cinema, eu gostei dos filmes Miami Vice e SWAT.
    Arquivo X-Fight the Future não me agradou muito.

  13. Leonardo Toma - 17/02/2009

    Realmente gostava do seriado. Mas isso faz tanto tempo que eu não consegui lembrar quem era quem só lendo os nomes…

  14. Silvana - 18/02/2009

    DIA DESSES RELEMBREI A SÉRIE. NÃO SEI EXATAMENTE SE FOI NO MEGAPIX OU NO SPACE…APESAR DE DUBLADA, CONTINUO ACHANDO LEGAL.

  15. Rebeca - 01/03/2009

    Muito boa a crítica em relação a superficialidade do filme sem falar nas incosistências.. São fatos demais para um filme só. N me agradaram as críticas negativas à série e a sua possível volta.

    ***Como a Silvana citou, a série está sendo exibida no Canal SPACE (SKY) aos sábados e domingos às 12:00h, confiram!!!!!!***

  16. ricardo - 03/03/2009

    AAAAAAH eu amei o filme! 🙁
    nao ta PERFEITO, mas eu daria um 7, e um 9 pra série
    o filme foi muito bom pra quem era fã de carteirinha da série! eu chorei muito revendo e relembrando

  17. Gibran - 10/06/2009

    …bem oque axho a respeito deste seu “artigo”
    (oi eu sou muito fodão e me sinto escrevendo para o TIMES )
    sua visão foi tão pequena….
    pessoas que sentem saudade da serie realmente querem que tenha uma continuação!
    então o filme teve erros? claro…
    mas ele continuou sendo Dead like Me…
    sua “visão critica” é péssima!!!

  18. Celina - 08/08/2009

    Bom em partes concordo com o Pedro, tive contato com a serie em DVD e me apaixonei, pelo estilo simples, como a vida realmente deveria ser, é um seriado inteligente, pois trata de conflitos reais, com o q vou fazer agora, o q fiz para merecer isso, tenho q machucar(ou ceifar como no seriado) alguem q senti simpatia, nao posso voltar para minha familia, mentir no emprego, q atire a primeira pedra quem NUNCA pensou assim. Mas como todo seriado inteligente, tem vida curta, por q? nao sabemos, mas seria horrivel ver o seriado sendo adaptado para os moldes da nova emissora, tipo seriado sex and city ( q todas vive em crise de meia idade,qdo uma consegue sair da crise outra entra por motivos…inexplicaveis, q os fas me desculpe, mas …). Todo seriado q vira filme tem q ser caprichado, por q alguns esperam a continuacao do q acontece no seriado, outros querem descobrir o seriado assistindo o filme, o filme DEAD LIKE ME, tentou, mas nao deu certo, sem rube para dar aqueles puxoes de orelhas sutis,foi trocado por um cara q simplismente nao tem contato com o grupo, tudo é feito via digital, cara, eu achava o maximo aquela reuniao matinal na lanchonete de waffles, um comendo a comida do outro, falando sobre seu dia(uma coisa comum)suas duvidas, e qdo o chefe é procurado ele só fala q é para ela conferir se ele esta morto? mas nao a acompanha, nao responde a nada, como diz Pedro, ele aparece muuuuuuuuuuuuuito pouco e o jeitinho delicado (uma tipica atriz da decada de 30) da harris ao intepretar a daisy substituida por uma PUTA q transa com o chefe e quer atuar e acaba ficando bebada, mesmo assim seu melhor amigo a espera na saida do teatro e ela o ignora? A Daisy dos seriados tinha aquela discricao, deixava no ar algo sobre seu passado, sem deixar o charme. Roxie sendo o centro das atencoes? mason com mulheres? a unica q manteve a personagem da serie foi a george, suas duvidas, falsidade na happy time, e a delores tbm, sem esquecer do Murry q sobreviveu 5 anos,kkkk, quem nao assistiu o seriado nao entende por q a menina fez carinho no murry. Resumindo, tentaram agradar gregos e troianos, masssss….. desagradou todos os gregos e agradou alguns troianos…

  19. Marcelo Dantas da Fonseca - 11/11/2009

    A serie era muito booa, mas achei o filme fraquinho.

    saudades da serie, muito curta por sinal.

  20. Ieda fernandes - 24/05/2011

    Comecei a assistir a pouco tempo essa série.
    Tem umas coisas que estão sendo difíceis de engolir ou entender…. como eles vivem como se estivessem ainda vivos, se já morreram… como: trabalhar (emprego comum dos mortais), comer, beber, dormir…. etc…. espíritos não precisam disso… não dessa forma e com corpo ainda material.
    Me explique ???????   

  21. Ieda fernandes - 24/05/2011

    Comecei a assistir a pouco tempo essa série.
    Tem umas coisas que estão sendo difíceis de engolir ou entender…. como eles vivem como se estivessem ainda vivos, se já morreram… como: trabalhar (emprego comum dos mortais), comer, beber, dormir…. etc…. espíritos não precisam disso… não dessa forma e com corpo ainda material.
    Me explique ???????   

  22. Pedro Cavalcante - 24/10/2013

    Esse filme foi uma decepção, uma série tão boa, bem-feita e criativa tem um filme exatamente contrário a tudo que já foi feito, mal-feito, bobo, estúpido e repetitivo (cheio de clichês)! Assim não dá!

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