Sessão de Terapia – Semana 5


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“Personagens só com qualidades são mal escritos, não são humanos”

A frase de Dora para Theo refere-se a como uma lembrança pode ser traidora ao omitir detalhes de uma pessoa que se conhece, mas também ilustra como as imperfeições dos personagens enriquecem uma história. Vamos conhecer as questões dos humanos que passaram pelo consultório do mais imperfeito de todos, o terapeuta que não segue os próprios conselhos.

Segunda-feira, 16 h

carol - chamada - TS

Carol esperou por aquele instante a semana inteira. Estava ansiosa para chegar o dia de ir à consulta com Theo. Enquanto ele não chegava, tinha conversas imaginárias com o terapeuta, a partir das lembranças de encontros anteriores. Carol tem algo para contar. Na sala de quimioterapia, sente-se em um universo paralelo, habitado por pessoas que se entreolham em cumplicidade. Tudo parece suportável, até que chega em casa, e a angústia da solidão a lembra de sua fragilidade e do medo de perder o controle.  Carol está acostumada a não “alugar”, a ser forte e a cuidar do irmão. Gosta de saber o que os outros acham dela e quer saber se Theo a acha agressiva. Ele sabe que esta é apenas a forma que a menina encontrou de se defender contra as circunstâncias. Não encontra em seu oncologista  palavras que a confortem por mais de dois minutos e não quer ser um fardo para os pais e para melhor amiga, Gabi. Carol tenta mudar de assunto, pergunta sobre a vida pessoal de Theo, e sua família, e ele mente dizendo que não tem problema algum com seus pais. A personagem de Bianca Comparato, então, pede ao psicólogo que vá com ela ao hospital novamente. Theo propõe que reconsidere suas possibilidades e a diz que não está sozinha como pensa. Carol se sente rejeitada e desabituada a ouvir – e dizer –“nãos”, afirma estar em uma conversa humilhante. Ao levantar-se bruscamente para sair, desmaia. De novo. Theo sai com ela nos braços.  Destaque para o excesso de closes: olhos, mãos e garganta seca de uma paciente que reluta para admitir a própria humanidade.

Terça-feira, 09 h

otavio - chamada - TS

No horário de Otávio (Claudio Cavalcanti) quem Theo encontra ao abrir a porta é Tati (Aline Leite), a filha que o empresário tentou resgatar de um retiro espiritual. A primeira coisa que notamos é seu cabelo, cortado assimetricamente conforme relatado, com preocupação, pelo pai em sessão anterior. É um dos símbolos de seu rompimento com o passado opressor. Tati esconde a tatuagem, sua orientação sexual e a namorada Érica, que a convenceu a perdoar Otávio e a levou ao seu encontro em São Paulo. Ao chegar, percebe que o pai também tem seus segredos, os quais culminaram em severas crises de pânico e depressão. Relata que Dr. Isaque, psiquiatra, recomendou que não deixassem Otávio sozinho.O pai controlador, por sua vez, mesmo doente, liga para saber se a filha chegou bem ao consultório. Tati sente raiva de tamanha obsessão por domínio, a descreve como “patética”, ao mesmo tempo em que tem medo de sua reação quando, finalmente a descobrir, em sua essência, tal como é. Theo diz que, em mandarim, as palavras “colapso” e “oportunidade” são representadas pelo mesmo ideograma e reforça o quão tênue é a fronteira entre proteção e prisão. A mulher que fugiu do vínculo do pai agora teme matá-lo de desgosto. Theo oferece seu espaço para que conte ao pai em um ambiente controlado, tudo que a sufoca. Este foi um episódio bastante interessante, pois matou a curiosidade que quem já ouvia falar da jovem há quatro semanas. Aparentemente, todos têm segredos e absolutamente todos são difíceis de guardar. A precária saúde de Otávio que o diga.

Quarta-feira, 11 h

paula - chamada - TS_

Ah, a Paula. Como Carol, se faz de forte enquanto desmorona por dentro. Antes de começar, o terapeuta prefere esclarecer o que lhe tem preocupado e diz respeito também à sua paciente: quem o está defendendo no processo que Antônio, pai de Breno, abriu contra ele é Luiz, marido de Paula. A mulher  fica indignada e imagina uma série de conspirações envolvendo os dois, uma delas que riem suas pelas costas  e que conversam sobre tudo que ela conta na sessão. Chega a perguntar se Luiz está com “cara de solteiro” e acusa Theo de ser antiético e que a sua conduta é responsável pelo processo por parte de Antônio, um golpe baixo que o terapeuta desconversa pelo bem do profissionalismo. Mesmo resistente, Paula começa a se abrir novamente e revela sua desconfiança de estar grávida. Acha irônica a sincronia do destino em realizar seu desejo quando está em pleno processo de divórcio. Theo sugere que, na verdade, ela está com medo não da maternidade, e de ser ruim desempenhando este papel, mas sim de não estar esperando um filho, o último recurso que teria para salvar o casamento sem precisar dar o braço a torcer na relação. Embora rejeite a hipótese, Paula admite o receio de fazer o teste de gravidez sozinha. Ela tem um na bolsa e pergunta se pode fazê-lo ali, durante a sessão. Ao retornar, enquanto longos minutos se arrastam, relata que gostaria de ter pego o caso de Theo e defendê-lo, se colocando melhor qualificada do que o marido. O teste revela o desfecho da dúvida, com Paula reproduzindo com dor em um sussurro: “Deu negativo”. Ela chora, e mais uma vez Adriana Lessa dá um show. Sem ao menos ouvir as palavras de conforto de Theo sai pela porta como que em fuga, mais uma vez.

Quinta-feira, 14 h

dani- chamada - TS

A consulta de Daniel (Derick Lecouffle) foi, de longe, a melhor da semana, por três motivos, um deles nada imparcial: (é um de meus personagens favoritos). Finalmente João (André Frateschi) percebeu como é estar na pele do filho. Quem não chorou com a reconciliação dos dois, que atire o primeiro lencinho. Ana, a mãe, ainda está viajando, pois decidiu adiar seu retorno. Com isso, o convívio de pai e filho foi forçosamente prolongado. Para Dani, os dias que tem passado com o pai são“show”. João estranha o entusiasmo. Após a partida da mãe, o adolescente voltou a comer em excesso e a contrariar as ordens do pai. Posteriormente, revela para Theo que foi um período desgastante e difícil, que culminou com o nojo que sentiu do garoto que estava sem tomar banho há algum tempo. João confessa que entendeu a solidão do filho ao pegar uma mala e encontrá-la cheia de salgadinhos, chocolates e doces diversos. Imaginou-o triste, solitário em seu quarto, comendo escondido, como maneira de lidar com a dor que os pais acabam compartilhando com ele. João chama Daniel, pede desculpas e pergunta se eles estão bem. Com a confirmação serena do pequeno, ambos se cumprimentam de um jeito peculiar e saem felizes. Theo, por outro lado, se identifica com João quando ele diz não amar seu pai e se recusa a repetir os mesmos erros cometidos por ele. Para João, responsabilidade e culpa se confundem e o terapeuta o faz ver que o único a não abandoná-lo foi justamente, Dani e aquela era a forma de testar o amor do pai, após a última sessão, quando teve medo de ter sido “esquecido” no consultório de Theo. Mesmo depois de tantas revelações o lado pai do terapeuta faz o exato oposto ao seu discurso de paz e perdão e trata Malu (Mayara Constantino), sua filha, com frieza e esta ameaça abandoná-lo como Theo tem feito com pai, cada vez mais enfermo.

 Sexta-feira, 17 h

dora- chamada - TS

O último dia útil da semana é, também, a chance que Theo tem de resolver suas próprias questões. Entretanto, ele não parece aproveitá-las muito bem, protegendo suas verdades com muito sarcasmo e raiva em suas sessões com Dora.  O terapeuta tenta comunicar-se com Míriam várias vezes, e ela parece evitar suas ligações. Dora estranha a pontualidade de Theo mas ele confessa que chegou mais cedo para confirmar a teoria de que sua amiga de infância está fugindo dele, com medo de “acabar com seu casamento falido”. Dora o questiona se ele quer estar no papel de amante, para saber como é. Theo nega, e responde que gostaria apenas de uma oportunidade de viver uma história bonita com Míriam. O terapeuta está mais receptivo aos comentários de Dora, e é bom vê-lo concordando com a orientação recebida. Theo reclama de pressão e comenta sobre a ameaça da filha em deixá-lo. Para ele, Malu vê um monstro que não quer visitar o próprio pai, enquanto utiliza o autoengano para manter sua decisão. “Ele sempre fica bem”, reafirma, como um mantra. Theo se ressente de que até em um leito de hospital seu pai se faz presente com o mal que causa. Ainda o vê como um grande vilão. Sua memória só registra defeitos e talvez Theo tema ver a fragilidade de seu pai. Ele está preso m um ciclo em que sente remorso por antecipação, pois sabe que se não for visitá-lo, pode carregar uma culpa eterna. Ao mesmo tempo, não consegue ir vê-lo, e Dora diz que precisa tentar quantas vezes for preciso. Theo até procura vencer seu bloqueio e para em frente à clínica onde seu pai está, porém ainda é muito para ele atravessar o portão. Theo vai embora e nós ficamos torcendo para que ele continue insistindo.

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