TeleSéries
Série Virtual – Outsiders – Unleash
24/11/2011, 12:15. Redação TeleSéries
Ficção (séries virtuais)
Outsiders
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Série: Outsiders
Episódio: Unleash
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 1×07
CENA 01 – SALA DA MANSÃO LIEFIELD – NOITE
JULIA atravessa a sala onde JOEY está assistindo TV.
JULIA: Liga pra Cathleen. Temos trabalho essa noite. Eu vou pro campo.
JULIA sobe as escadas com pressa.
CENA 02 – THE ALLEY – NOITE
[MÚSICA DE FUNDO – DIRTY LITTLE SECRET, THE ALL-AMERICAN REJECTS]
CATHLEEN está servindo uma mesa com muitos garotos. Eles falam alto e nas mesas ao lado há mais garotos. A lanchonete está cheia. ZACK passa por ela, apressado, com uma bandeja em cada mão.
ZACK: Mesa 12 está sem ketchup.
CATHLEEN: Deixa comigo.
Ela anda rapidamente pela lanchonete. Ouvimos um bipe e ela tira o celular do bolso da calça. A câmera foca o aparelho onde se lê uma mensagem. “Trabalho novo. Essa noite. Esteja aqui o mais rápido possível”.
CATHLEEN: Você só pode tá brincando.
ZACK: [Voice over] Cathleen!
[Música fade out]
CENA 03 – SALA DE PESQUISA DA MANSÃO LIEFIELD – NOITE
JOEY está conectando alguns cabos a um dos três computadores sobre uma mesa. No resto da sala vemos mais duas mesas com três computadores sobre cada uma delas. Nas paredes há mapas, quadros brancos e uma tela grande plana. JOEY circula sua mesa e senta em frente aos monitores. Ele digita algumas coisas no teclado. Ouvimos o toque da campainha.
JOEY: Droga.
O garoto sai da sala que dá para a sala de treinamento. Ele atravessa o tatame, saindo da sala e chegando à sala de estar.
CENA 04 – SALA DA MANSÃO LIEFIELD – NOITE
JOEY abre a porta revelando KENNEDY muito bem arrumada.
KENNEDY: Hey. A Cathy tá ai?
JOEY: Ainda no trabalho.
KENNEDY: Droga.
JOEY olha para trás, visivelmente ocupado, mas KENNEDY apenas troca seu peso dos calcanhares para as pontas dos pés algumas vezes. Ele coça a cabeça e esvazia os pulmões.
JOEY: [contrariado] Você quer entrar e esperar?
KENNEDY sorri de orelha a orelha e entra.
KENNEDY: Que bom que ofereceu.
JOEY fecha a porta como se a ação requeresse muito esforço. Quando ele chega à sala KENNEDY já está no sofá.
JOEY: Você quer beber alguma coisa. Água, suco?
KENNEDY: Não, obrigada. Não posso demorar muito. [ela checa o celular] Nem a Cathy. Melhor ela chegar logo ou vamos perder a última sessão.
Ele senta no sofá ao lado dela, mas um pouco afastado.
JOEY: [franze o cenho] Vocês vão sair hoje?
KENNEDY: Sim. Tem essa inauguração de um cinema perto da faculdade.
JOEY: Ah…
KENNEDY: [sem graça] A gente te convidaria, mas—
JOEY: Vocês não querem.
KENNEDY: Não, é só que—
JOEY: [sorri] Vocês não querem.
KENNEDY fica sem graça.
JOEY: Não tem problema, Kennedy. Eu provavelmente não ia achar muito divertido ver vocês levando cantadas de universitários no escuro enquanto estou sendo obrigado a assistir um filme de garotas. E, a propósito, não sei se Cathleen vai poder ir.
KENNEDY forma uma expressão indignada e levanta do sofá.
KENNEDY: [irritada] Fala sério! Por que não?!
JOEY parece meio assustado com o tom da garota e se encolhe no sofá.
JOEY: [gaguejando] É só que… hum… a Julia… a gente meio que tinha que… organizar a sala de treinamento dela há algum tempo… hum… e o prazo acaba hoje à noite. Ela fica realmente irritada quando a gente não faz o que ela manda.
KENNEDY: [indignada] Você só pode tá brincando! Por que a maldita Hannover não me avisou isso?
JOEY: Na verdade eu acabei de falar com ela. Acho que ela não tinha lembrado.
KENNEDY encosta no sofá como se desmoronasse.
JOEY: Não é culpa dela. Vocês podem ir ao cinema amanhã.
KENNEDY: Não tem nada a ver com isso. Eu nem queria ir pra esse cinema idiota.
JOEY: Então por que você tá tão chateada?
KENNEDY: É só… Ultimamente ela tá tão… [suspira] Tá acontecendo alguma coisa com ela que eu não sei?
JOEY se faz de desentendido.
JOEY: Não. Claro que não.
KENNEDY: Porque ela me diria, certo?
JOEY: Com certeza!
KENNEDY: Sou a amiga mais próxima dela.
JOEY: Claro que é!
[MÚSICA DE FUNDO – STRAIGHTJACKET FEELING, THE ALL-AMERICAN REJECTS]
KENNEDY reflete por uns momentos e JOEY a olha intrigado.
KENNEDY: Mas alguma coisa… alguma coisa mudou e eu não to sabendo o que é. Eu só… queria que ela conversasse comigo. Ela nunca foi tão aberta assim sobre a vida dela, mas pelo menos a gente conversava sobre algumas coisas. Mas agora… ela tá tão distante. E eu… [triste] às vezes eu preciso de alguém pra conversar. Talvez eu… talvez eu tenha feito alguma coisa e—
JOEY: Hey, hey!
JOEY se aproxima dela.
KENNEDY: Não é sua culpa.
JOEY: Como você sabe?
KENNEDY: Eu só… eu simplesmente sei.
KENNEDY o olha nos olhos por uns instantes e de repente parece perceber que é JOEY quem está ali. Ela se recompõe e sorri, sem graça.
KENNEDY: Meu Deus, olha o papel de idiota que eu tô fazendo.
JOEY: Não tem problema.
KENNEDY: Não. Você é o Joey. Você é o Joey e eu não deveria ter esse tipo de conversa com você.
JOEY define o maxiliar e engole a seco, se afastando dela no sofá.
JOEY: É, acho que não. [levanta] Então, se você já tiver terminado… eu tenho trabalho a fazer.
Ela olha para ele meio espantada com o tom.
KENNEDY: Claro.
Kennedy pega rapidamente a bolsa e se dirige à porta ainda com semblante entristecido. Joey caminha para sala de treinamento com passos de elefante.
[Música fade out]
[MÚSICA TEMA – LATE GREAT PLANET EARTH, PLUMB]
CENA 05 – SALA DE PESQUISAS DA MANSÃO LIEFIELD – NOITE
CATHLEEN entra com pressa na sala. Ela ainda está com o uniforme do The Alley.
CATHLEEN: [ofegante] Já cheguei, já che–
JOEY levanta o dedo interrompendo a garota. Ele está em sua mesa cercado por computadores e tem um fone no ouvido e um microfone perto dos lábios.
JOEY: Continua nessa direção por mais duzentos metros. Você deve encontrar uma sala adjunta à parede interna norte.
CATHLEEN: [impressionada] Adjunta? Quem diria que o Ehlios poderia fazer milagres com seu vocabulário.
JOEY olha para CATHLEEN com uma expressão de tédio. Ele aperta um botão e o mantém pressionado.
JOEY: Já devia estar aqui há vinte minutos. Você não faz idéia de como ela tá irritada com você!
CATHLEEN caminha até sua mesa.
CATHLEEN: Lido com isso todos os dias. Tenho certeza que aguento, Joe.
A garota senta e coloca o fone anexado ao microfone nos ouvidos.
JOEY: A Lester teve aqui atrás de você.
CATHLEEN solta um suspiro cansado.
CATHLEEN: Maldição! Ela vai me matar por ter furado mais uma vez.
JOEY: Ela tava bem chateada. [fecha a expressão] Mas não quis falar muito sobre o assunto.
CATHLEEN: Essa vida vai me custar mais um grupo de amigos.
JOEY olha pra ela com pesar.
CATHLEEN: Hey, nós temos trabalho pra fazer. Deixo você sentir pena de mim depois que a gente tirar o traseiro da Julia de seja lá onde ela se meteu dessa vez. Você pode até fazer tranças no meu cabelo.
JOEY sorri e balança a cabeça em negativa.
JOEY: As plantas estão no WP3. E, acesse o satélite da Hellertech. Vamos ficar de olho na movimentação dos soldados.
CATHLEEN: [digitando] Então, qual é o plano?
JOEY: Julia acabou de roubar o uniforme de um soldado raso e está indo pro gerador.
CATHLEEN: O velho disfarçar e infiltrar? [risada irônica] Vocês são tão originais.
JOEY: Não é como se a gente tivesse muito tempo pra bolar o plano. Ela mal revisou as plantas da base.
CATHLEEN: Não se preocupa. É a Julia. Ela vai sair ilesa daquele lugar antes que a gente fale “Cluckty Cluck Cluck day”.
JOEY: [sussurra] Espero que sim.
CATHLEEN: Então vamos! Me intere dos fatos.
CENA 06 – EXT. BASE WHITE PINE – NOITE
JULIA está vestida com um uniforme camuflagem e anda apressada, mas sem levantar suspeitas, ao lado de um muro.
JOEY: [Voice over] Agora ela está indo para o gerador.
Ela chega ao vértice do prédio e vê, adjacente ao muro, um pequeno quarto. JULIA tira um cartão do bolso.
JOEY: [Voice over] Uma vez lá dentro [Julia entra na pequena sala] ela plantará o detonador.
Dois homens munidos de uma Colt cada um riem. O primeiro soldado é gordo e baixinho, enquanto o segundo é bem magro e aparenta ter passado dos 40 anos.
SOLDADO 1: “…e se você acha que eu vou aceitar ordens de mulher…”. Então McFlynn dá uma joelhada nas partes que ele tanto ama e o que dizem é que ele caiu quase desmaiado de tanta dor! [riem alto] Ela então abre as calças dele e tira uma faca do seu bolso. “Eu acho que vou ter que nos igualar então”.
Os dois riem alto.
SOLDADO 2: Estou te dizendo, Jeff, Jessica McFlynn foi a melhor coisa que aconteceu nessa base em muito tempo.
SOLDADO 2 coloca as mãos a frente do corpo fazendo menção a seios e os dois riem ainda mais alto, soltando um uníssono “Yeah”. JULIA se aproxima deles.
JULIA : Hey, caras.
Os dois olham pra ela e a câmera subjetiva mostra que no lugar de JULIA eles vêem um homem.
JEFF: O que está fazendo aqui, Danny? Não devia estar na torre nordeste?
A câmera mostra os três, e é JULIA quem continua falando com eles.
JULIA: É, mas um dos holofotes parou e o sargento me pediu pra vir dar uma olhada no gerador.
JEFF: Ah cara, você sabe que não posso deixar ninguém de patente inferior entrar ali [aponta para uma porta]. Você tem que trazer pelo menos um sargento. Porque não trouxe seu sargento?
JULIA: [sem graça] Eu não posso trazer o sargento porque a verdade é que… eu estive ali ontem à noite, Jeff.
Os homens se entreolham em surpresa.
JULIA: É, cara. Eu tava lá dentro com… Jessica [os dois arregalam os olhos] em ela meio que esqueceu sua… roupa íntima. Então eu preciso pegar de volta, cara, ou eu tô na rua. Já pensou se alguém acha?
Os dois se entreolham e de repente começam a rir.
JEFF: [irônico] Ok, Bill, eu dei um fora na Angelina Jolie ontem.
Eles continuam rindo.
JULIA: Vamos cara, quebra esse pra mim? Juro que fico te devendo. E outra, vocês nem precisam acreditar. A prova está lá dentro.
Eles parecem analisar a proposta.
JULIA: Eu mostro pra vocês.
JEFF suspira em rendição e começa a tirar o molho de chaves do bolso.
JEFF: [desapontado] Essas coisas nunca acontecem no nosso turno.
JULIA sorri.
CENA 07 – SALA DE PESQUISAS DA MANSÃO LIEFIELD – NOITE
CATHLEEN e JOEY continuam em suas mesas.
JOEY: A criatividade feminina me assusta.
CATHLEEN: A mente masculina me assusta.
JOEY sorri e CATHLEEN franze a testa, focando-se em seu monitor.
CATHLEEN: Agora, isso é estranho.
JOEY: O quê?
CATHLEEN: No mapa das linhas de força da base.
JOEY digita algumas coisas e, em seu monitor, linhas vermelhas tomam a planta da base.
CATHLEEN: Dá uma olhada em cima. Na parte direita.
JOEY: [parecendo entender] Sela 17.
CATHLEEN: Exatamente. Agora me diz, por que diabos, em uma base onde tudo é controlado por eletricidade, haveria uma sala – apenas uma – onde os cabos elétricos nem se aproximam?
JOEY, intrigado, afirma com a cabeça enquanto encara seu monitor.
JOEY: Saca só no satélite as leituras de calor. Ok, os pontos laranja são os soldados, mas tá vendo esse grande ponto vermelho onde a Julia está?
CATHLEEN: O gerador emanando calor.
JOEY: Exatamente. Agora na sela 17 tem um ponto do mesmo tamanho, mas totalmente frio…
CATHLEEN: [afirma com a cabeça] O gerador reserva inativo. Vai ver a sela não tem linhas de energia para prevenir um curto circuito, ou algo do tipo.
JOEY: É uma possibilidade. O gerador é subterrâneo e o único cabo saindo de lá também parece estar inativo. Leva energia até o centro de distribuição do outro lado. [franze a testa] E que diabos é isso?
CATHLEEN: O quê?
JOEY: Canal 9 do satélite. Esse troço faz tantas coisas que eu fico perdido. São umas linhas azuis estranhas oscilando em volta do gerador principal.
CATHLEEN vasculha alguns papéis.
CATHLEEN: Aqui. Freqüência 9: Sonar de campos elétricos.
JOEY: Qualquer dia Ulisses vai conseguir fazer esse satélite ler pensamentos.
CATHLEEN: [sorri] Não precisa. Nós temos a melhor pra isso.
CENA 08 – INT. BASE WHITE PINE – NOITE
Total escuridão e um barulho alto de motor. Uma porta se abre trazendo luz ao local. Jeff tateia a parede a as luzes se acendem. Julia olha em volta, impressionada. A câmera subjetiva mostra uma grande sala com maquinário pesado que chega quase ao teto. As máquinas formam um corredor no centro da sala e outros dois, rente às paredes.
Bill se treme ao entrar na sala.
BILL: Cara, eu odeio entrar aqui dentro. Me arrepio todo.
JULIA: Eu também. Que estranho.
JEFF: Nos disseram que esse trambolho cria um forte campo elétrico ao redor quando tá funcionando. Ar carregado. Se você der muita sorte dá pra ver até umas faíscas elétricas no ar de vez em quando.
BILL: Então… onde vocês ficaram?
JULIA: Acho que vocês vão ter que me ajudar a procurar na sala inteira.
BILL E JEFF: [juntos, rindo e afirmando com a cabeça] Yeah!
Os homens riem e dão tapas nas costas de Julia, jogando-a um pouco pra frente. Ela rola os olhos sem que percebam.
JULIA: [mexendo o ombro] Eu procuro do lado de lá.
Os três se separam e JULIA vai para um dos corredores rente à parede. As máquinas a encobrem da visão dos soldados. Ela tira um dispositivo do bolso, menor que a palma da sua mão.
JULIA: [sussurra] Acho que você vai precisar de uma ajuda pra acabar com isso tudo aqui.
JULIA começa a tatear o maquinário e olhar em volta procurando algo.
JEFF: [off] Hey, Danny! Que cor que é?
JULIA: [desinteressada] Hum… vermelha!
BILL E JEFF: [juntos em off] Yeah!
JULIA se permite uma gargalhada baixa e sorri. A câmera a mostra abrindo um painel e revelando uma tela sensível ao toque. Ela abaixa e tira uma tampa no pé de um dos maquinários. Vemos muitos fios. Ela escolhe um dos mais grossos e começa a desgastá-lo com uma faca. JULIA levanta e pressiona a tela em diferentes pontos. A câmera a mostra pressionar um local onde diz “Abastecimento de Emergência” e nesse momento o barulho do maquinário se intensifica pelo aumento da produção de energia.
CORTA PARA:
JEFF: [para Bill ao seu lado] O que é esse barulho?
BILL: Isso é um gerador, Jeff. O que você queria? Canções de ninar? Só continua procurando.
CORTA PARA:
JULIA volta a abaixar e vemos o cabo que ela havia desgastado faiscar perigosamente. Ela coloca um explosivo dentro da máquina e fecha a tampa.
JULIA caminha atravessando o corredor central e vemos BILL e JEFF de costas procurando em baixo de ferramentas. Ela vai até o outro maquinário e coloca mais um explosivo. O timer acende marcando cinco minutos e o display começa a regredir. JULIA circula o maquinário e instala rapidamente mais duas minas.
Ela olha em volta e pega uma flanela suja de graxa do chão. JULIA se aproxima dos dois soldados.
JULIA: Hey, caras. Achei.
Ela levanta a flanela imunda. CAM subjetiva mostra os soldados vendo uma calcinha vermelha de renda na mão de DANNY. Eles parecem hipnotizados. JEFF levanta a mão para pegá-la, mas JULIA a afasta.
JEFF: Vamos, cara. Eu só quero dar uma olhada.
JULIA finge ponderar por alguns instantes.
JULIA: Só lembrem depois o grande amigo que eu sou.
BILL: [desesperado] O melhor!
JULIA entrega a flanela e os dois começam a virá-la de todos os lados.
JEFF: [sem graça] Eu posso…?
Ele menciona seu nariz.
JULIA: [indignada] Não, cara! Eu não vou deixar você cheirar a calcinha da minha garota! Como que você ainda pede isso?
JEFF: [atrapalhado] Não, cara. Me desculpa… me… me desculpa, mesmo.
JULIA: A não ser que…
Os dois sorriem.
JULIA: Tem essa aposta rolando na muralha leste. Os caras não acreditaram que eu peguei a Jess. Eu tenho que ir lá mostrar isso antes da refeição da meia noite, só que meu sargento já deve ter notado minha ausência então…
BILL: [receoso] Ah, cara, a gente não pode sair daqui. E se alguém aparecer?
JULIA: Vamos, Bill. Vai ser só cinco minutinhos. Além disso, você sabe que ninguém nunca aparece aqui. Por que acha que a Jess escolheu esse lugar?
Eles se olham receosos.
JEFF: Bill, ele realmente é a primeira pessoa que vem aqui em semanas. A gente sempre fica sozinho a noite toda. Por que você acha que nos colocaram aqui? Porque é trabalho fácil. Quer dizer, olha pra gente.
JULIA olha apreensiva para o relógio. O cronômetro marca 3m12s.
JULIA: Vamos, Jeff, vocês não são tão ruins assim. E pensem bem, vocês vão ser os caras com a calcinha da Jess.
Bill finalmente abre um sorriso sacana.
BILL E JEFF: Yeah!
JULIA: [já irritada] Tá, tá, tá. [joga a flanela pra eles] Divirtam-se.
JEFF afunda o rosto na flanela suja. JULIA faz uma cara de nojo. JEFF levanta o rosto da flanela, revelando-o todo sujo de graxa. JULIA contém o riso enquanto BILL puxa a flanela da mão de JEFF e faz o mesmo. JULIA respira fundo e consegue fazer seu rosto tomar uma expressão séria.
JULIA: [puxando a flanela] Já tá bom. Não abusem.
JULIA toma um momento para olhar para os dois soldados com o rosto sujo de graxa.
JULIA: Agora cumpram sua parte do trato e levem essa belezinha [levanta a flanela e balança no ar] para o soldado Smith na muralha leste.
JEFF: Você é o melhor, Danny.
Os dois soldados com os rostos sujos pegam a flanela e saem da sala. JULIA olha para o relógio e sai com rapidez da sala de maquinário.
CENA 09 – INT. BASE WHITE PINE – NOITE
Julia espera os soldados saírem da sala e tranca a porta.
JOEY: [Voice over] Você tem menos de um minuto e meio pra chegar ao laboratório.
JULIA: [nervosa] Eu sei, eu sei. [se força a pensar] Aqueles tarados não estavam nos meus planos.
CORTA PARA
CATHLEEN digita velozmente no teclado. O computador mostra a planta da base com linhas de cores diferentes aparecendo a cada clique da garota. Ela para num mapa com linhas marrons.
CATHLEEN: Achei. Sistema de esgoto.
CORTA PARA
CATHLEEN: [Voice over] No canto esquerdo à porta.
JULIA vê uma bancada com um monitor de vigilância no local. Ela arrasta o móvel revelando um alçapão no chão de madeira. Ela o abre, entra, desce alguns degraus e o tranca por dentro. CAM subjetiva mostra um corredor úmido com muitos canos nas paredes. O local parece ser uma galeria de esgoto.
CATHLEEN: [Voice ver] Corre!
[MÚSICA DE FUNDO – CURSED, CHRISTOPHER BECK]
JULIA começa a correr velozmente.
CATHLEEN: [Voice over] Rastrea–
JULIA aperta um botão em um dispositivo em sua cintura.
CORTA PARA
Um ponto amarelo começa a brilhar e se mover na tela do computador.
CATHLEEN: Obrigada.
CORTA PARA
JULIA correndo.
JOEY: [Voice over] Um minuto.
JULIA se esforça e ganha velocidade.
CATHLEEN: [Voice over] Direita.
JULIA faz a curva perfeitamente sem diminuir velocidade. Ela corre por mais uns segundos.
CATHLEEN: [Voice over] Outra vez.
Ela faz outra curva fechada e escorrega em uma poça, mas recobra o equilíbrio e continua correndo.
CORTA PARA
CATHLEEN e JOEY acompanham o ponto amarelo se aproximar na planta do quadro que leva a legenda “Laboratório de Testes.”
CATHLEEN: Só mais um pouco. Até o duto de ventilação.
JULIA expressa no rosto o esforço.
[Música fade out]
CENA 10 – SUB. BASE WHITE PINE – NOITE
Em uma galeria subterrânea, dois soldados jogam cartas. Ao fundo vemos um maquinário semelhante ao gerador principal. Um dos soldados bate as cartas na pequena mesa.
SOLDADO 1: Full House, otário!
SOLDADO 2: Você tá trapaceando.
SOLDADO 1: Não, você que é ruim mesmo. [ri] Quer parar ou topa perder mais cinqüenta?
SOLDADO 1 ri ainda mais enquanto SOLDADO 2 tira o dinheiro do bolso e o bate na mesa.
SOLDADO 2: Ainda te pego escondendo cart–
Barulhos de passos rápidos. Eles olham para o único corredor de acesso à galeria e pegam suas armas, colocando-as em posição. Em total silêncio, eles cruzam o corredor com SOLDADO 1 guiando o caminho. Quando o corredor termina, SOLDADO 1 levanta o punho fechado e SOLDADO 2 para de andar, apontando a Colt para o teto e encostando-se na parede. SOLDADO 1 espia rapidamente o corredor e CAM subjetiva mostra alguém em trajes militares abrindo a báscula de um duto de ventilação que sobe, sumindo no teto do corredor.
SOLDADO 1, através de sinais, conta até três e ambos rapidamente apontam a arma para JULIA com um clique característico.
SOLDADO 1: É melhor que tenha uma ótima explicação para o que faz aqui em baixo soldado.
JULIA, ainda de costas, levanta os braços em rendição.
CENA 11 – SUB. BASE WHITE PINE – NOITE
JULIA se vira lentamente. SOLDADO 2 se aproxima enquanto SOLDADO 1 continua com mira firme em JULIA.
SOLDADO 2: Quem diabos é você e ordens de quem segue para estar aqui embaixo? SOLDADO 1: Fred, eu achava que McFlynn fosse a única mulher na base.
FRED olha ainda mais sério para JULIA.
FRED: E ela é.
FRED ajeita a mira da arma.
FRED: Quero ver identificação!
JULIA: Se acalma. Está no meu bolso de trás.
A câmera mostra as costas de JULIA que possui uma faca no cinto. Ela começa a abaixar a mão lentamente–
SOLDADO 2: Não, não, não! Mãos pra cima! [sorri, malicioso] Vai ser um prazer pegá-la.
Ele levanta a mão aproximando-a da cintura de JULIA, quando um estrondo muito alto de explosão é ouvido. Um bloco de concreto do teto cai sobre SOLDADO 1, que desmaia.
[MÚSICA DE FUNDO – FAITH’S END, CHRISTOPHER BECK]
Mais pedaços de concreto soterram o soldado abrindo um buraco no teto. FRED, assustado, vira para ver o amigo no chão. Rapidamente JULIA chuta a arma e saca a faca, batendo seu punhal na nuca de FRED. O homem vai ao chão, perdendo o alcance de sua metralhadora. Ele tenta levantar, mas JULIA, rapidamente, o pega pelo colarinho e com um soco o deixa inconsciente. Toda a ação dura poucos segundos. JULIA entra pelo duto, saca uma arma com um ponteiro e atira para o teto, liberando um cabo que se prende ao fim do duto. A vemos ser içada no ar.
CATHLEEN: [Voice over] Gerador reserva em… 14 segundos. Ah, e a propósito, eu já falei que esse plano é loucura?
CENA 12 – EXT. BASE WHITE PINE – NOITE
Na superfície da base vemos o caos. Soldados e carros correm para todos os lados, enquanto outros tentam apagar o fogo da sala do gerador. Tenentes gritam ordens de comando. A CAM mostra uma placa onde lemos “REFEITÓRIO” e vai descendo até a entrada, onde dezenas de soldados saem correndo do local.
CENA 13 – INT. BASE WHITE PINE – NOITE
Muitos soldados correm até uma porta onde vemos a placa “ARMAMENTO”. Um deles força a maçaneta, mas a porta não abre.
SOLDADO: É a energia! As portas estão travadas!
CENA 14 – INT. LABORATÓRIO – NOITE
Uma das básculas do duto de ventilação se solta e vemos JULIA com uma lanterna na boca. Firmando as mãos na borda da passagem, ela sai do duto com uma cambalhota. JULIA solta as mãos do duto e pousa no chão com o mínimo barulho.
CATHLEEN: [Voice over] Dez.
Ela olha ao redor e parece nervosa. CAM subjetiva mostra no foco da lanterna mesas onde vemos microscópios, tubos de ensaio e outros utensílios para experiências químicas.
JULIA: Não tem nada aqui!
CATHLEEN: [Voice over] O quê?! Sai daí, Solaris! Você tem 6 segundos!
JULIA pega a báscula do chão e olha para o duto por onde entrou.
CORTA PARA
JOEY se levanta nervoso de sua mesa e fica em pé ao lado de CATHEEN.
CENA 16 – INT. BASE WHITE PINE – NOITE
As luzes do corredor se acendem em seqüência, sendo acompanhadas pelo olhar de soldados no corredor. A câmera mostra que ao lado da maçaneta de uma porta, uma luz vermelha fica azul. Nesse momento um homem com um jaleco branco abre rapidamente a porta do laboratório sendo seguido por alguns soldados. A câmera mostra o laboratório vazio e no canto da tela vemos a báscula se ajeitando discretamente no duto de ventilação. Os soldados começam a vistoriar o laboratório.
[Música fade out]
CENA 17 – INT. BASE WHITE PINE – NOITE
JULIA esgueira-se pelo duto.
CATHLEEN: [Voice over] O quê você quer dizer com não ter nada lá?
JULIA: [irritada] Que eu vi gnomos fazendo presentes de Natal!
CATHLEEN: [Voice over] Duendes.
JULIA: [gira os olhos] Quis dizer exatamente o que disse. Não tem nada lá!
JULIA alcança o duto vertical e agarra o cabo que ainda estava preso ao teto. Ela começa a descer.
JULIA: O lugar é um laboratório químico. Provavelmente para criar armas químicas. Não tinha nada de receptor nenhum lá.
JOEY: [Voice over] Você acha que eles já transportaram o satélite?
JULIA: Não sei. Pra falar a verdade eu acho que nunca houve satélite nenhum nessa base. Os equipamentos de lá não pareciam exatamente novos e considerando que aquele é o único laboratório dessa base, eu diria que ele sempre foi o que é.
JULIA sai pela passagem do duto, estando agora novamente nas galerias de esgoto da base. FRED ainda está desmaiado no chão. Ela vai até ele e começa a amarrar suas mãos.
CORTA PARA
CATHLEEN: Espera, você tá dizendo que Robert armou isso tudo?
JULIA: [Voice over] É a única explicação que me vem à mente. A pergunta é: com que propósito?
A câmera desliza das costas dos garotos para o monitor de JOEY onde as linhas azuis agora oscilam como ondas em volta da sela 17.
CENA 18 – SUB. BASE WHITE PINE – NOITE
Na galeria do gerador reserva, a câmera circula o maquinário, onde um barulho ensurdecedor mostra que ele produz energia a todo vapor. A câmera vai movendo-se para cima para cima, passando através do teto e mostrando a sela acima do gerador, que contém apenas uma maca.
CENA 19 – INT. BASE WHITE PINE – NOITE
[MÚSICA DE FUNDO: DEVIL’S CHILD, CHRISTOPHER BECK]
A câmera foca de perto um braço em cima da maca. Todos os seus cabelos eriçam ao mesmo tempo e um barulho de desmoronamento é ouvido. Filmado de costas, o homem deitado na maca se senta rapidamente, mas não vemos sua identidade. A câmera acompanha seu lento movimento de mão e vemos um raio elétrico faiscar no ar por onde ela passou. O homem levanta e vai até a porta de sua sela. A câmera mostra a mão dele em concha. Raios elétricos dançam entre os dedos freneticamente. Ele passa a mão sobre a fechadura e um barulho característico condena que foi destravada. O homem começa a gargalhar alto.
[Música fade out]
CENA 20 – SUB. BASE WHITE PINE – NOITE
Julia dá um último puxão e o soldado altamente ferido e ainda desacordado sai debaixo da pilha de entulho. Ela o arrasta até seu companheiro de turno inconsciente. Limpando o suor da testa Julia encara a pilha de entulho que bloqueia o corredor.
JULIA: A passagem tá bloqueada. [olha para o buraco no teto] Vou ter que sair por cima.
CATHLEEN: [Voice over] De maneira alguma! Você não faz idéia do formigueiro de soldados que tá lá em cima agora. Você não conseguiria controlar a mente de todos!
JULIA: Não é como se eu tivesse o Joey aqui pra abrir uma passagem no meio desse entulho, mas se vocês tiverem outra saída, estou aberta a sugestões.
JULIA fica calada e os garotos nada respondem.
JULIA: Foi o que eu achei.
Ela começa a escalar a montanha de concreto visando alcançar a abertura no teto.
CORTA PARA:
CATHLEEN acompanha no monitor a movimentação de centenas de pontos laranja pela base.
CATHLEEN: Você vai sair no banheiro de uma das selas. Aí dentro não parece ter ninguém, mas lá fora a coisa não tá nada boa.
JOEY, em pé ao lado da garota, aperta um botão e o mantém pressionado.
CATHLEEN: Por que você cortou a comunicação?
O garoto aponta para alguns pontos azuis no monitor.
JOEY: [arregala os olhos] Têm corpos por todo o corredor.
JOEY e CATHLEEN se entreolham. A câmera foca o monitor, onde vários pontos laranja vão ficando verdes e depois azuis rapidamente.
CORTA PARA:
JULIA atravessa o buraco saindo dentro da área da ducha do banheiro. Ela abre com cuidado a porta e vemos a sela onde o homem fugiu. Um alarme insistente toca sem parar.
JULIA: Base? Base?
Silêncio. JULIA aperta o ponto no ouvido.
JULIA: Base?
CATHLEEN: [Voice over] Estamos aqui.
JULIA: Está seguro para sair?
JULIA se aproxima da porta. Do corredor, além no alarme, não vem nenhum barulho.
[MÚSICA DE FUNDO – ESCAPE, CHRISTOPHER BECK]
CATHLEEN: [Voice over] Acho que seguro não seria a palavra certa.
Julia sai da sela e parece chocada. A câmera subjetiva mostra cerca uma dúzia de soldados mortos no corredor. Vemos no chão algumas marcas da borracha dos coturnos queimados. JULIA olha pra cima e a câmera mostra todas as lâmpadas do corredor estouradas. O vermelho das poucas sirenes que restam cintilam no local.
JULIA: Quem fez isso?
JOEY: [Voice over] A gente descobre isso depois. Sai daí rápido antes que você seja a próxima!
[MÚSICA DE FUNDO – CURSED, CHRISTOPHER BECK]
JULIA corre pelos corredores onde tudo que se vê são corpos. Ela desvia e pula por alguns deles.
CATHLEEN: [Voice over] Esquerda no próximo corredor.
CORTA PARA
JOEY: [abismado] Você está a guiando através dos corpos?
CATHLEEN: [irritada] Você quer discutir ética agora, Joe? Nós temos que tirá-la de lá. Pelo menos dessa forma ela não vai ser pega.
JOEY nada responde. No monitor, mais pontos laranja vão ficando azuis com maior velocidade.
JOEY: Está no pátio.
CATHLEEN: [sussurra] Meu Deus, é um massacre.
CORTA PARA
JULIA tropeça em um cadáver e vai ao chão, dando de cara com um soldado morto de olhos arregalados. Ela se afasta rápido, pega uma das armas no chão e levanta. Ela engatilha a arma e continua correndo.
CATHLEEN: [Voice over] Estamos quase saindo.
JULIA atravessa a porta e ganha o pátio. Num cenário de terror vemos dezenas de corpos no gramado. O som da cena é abafado pela música. Do lado esquerdo, a sala do gerador emana altas labaredas de fogo, que alguns soldados tentam apagar sem sucesso. JULIA parece em choque com a quantidade de mortos e caminha lentamente através deles. A câmera mostra oficiais gritando ordens de comando. Um jipe corta caminho entre os mortos enquanto soldados empilham nele os corpos dos companheiros.
[Música fade out]
HOMEM: [voice over] Soldado!
JULIA parece sair do transe. Atrás dela vemos um tenente com a farda suja de sangue. JULIA fecha lentamente os olhos e vira para o tenente. A câmera subjetiva mostra DANNY novamente no lugar de Julia.
TENENTE: [irritado] A formação é do outro lado!
JULIA: Sim, senhor. Desculpe, senhor.
TENENTE: [irritado] Não quero suas desculpas, quero seu traseiro naquele pelotão, agora!
O homem vai até JULIA e empurra a arma contra seu peito.
TENENTE: [irritado] E segure a sua arma como um homem!
Ele passa por JULIA desviando dos corpos e ela o segue.
CORTA PÁRA
CATHLEEN: Solaris, você não pode ir por aí.
JOEY: Fala mais baixo ou vai quebrar a concentração dela.
CATHLEEN: [sussurra] Nessa direção há o que parece ser uma grande concentração de soldados.
CATHLEEN corta a comunicação com um toque no teclado e olha para JOEY.
CATHLEEN: Ela não vai conseguir enganar tantos soldados.
CORTA PARA
A câmera mostra JULIA de costas, seguindo o tenente. Ela leva à mão às suas costas onde vemos a faca. Ao firmar a mão no cabo, JULIA vê os dois soldados do jipe de recolhimento acompanhando sua movimentação. Ela solta a faca e continua andando.
O tenente vira num alojamento e quando JULIA faz o mesmo vemos um pelotão com mais de cem soldados em formação cerrada com oficiais à sua frente. A cada passo, mais soldados desviam o olhar para os recém chegados e JULIA vai ficando visivelmente tonta. A câmera gira em torno de JULIA e ela parece estar prestes a desmaiar. Um general olha para a os dois se aproximando.
GENERAL: Quem é ela?!
O tenente vira pra trás, surpreso. A câmera mostra que agora ele vê JULIA onde achava estar DANNY. O tenente saca uma pistola. A câmera mostra a visão de JULIA turvar quando quase todo o pelotão olha para ela. As vozes ficam graves e ela vai ao chão, mas não desmaia de imediato. Vemos pela visão dela os pés do TENENTE em primeiro plano, e atrás dele pares de pés correm para todos os lados e tiros são ouvidos. De repente os pés do tenente tremem com força e JULIA vê raios elétricos cobrirem-nos através de sua visão nebulosa. Ele vai ao chão e agora um par de pés descalços se aproxima de JULIA lentamente. JULIA pisca e a tela fica preta algumas vezes até que ela desmaia. Baque surdo.
CORTA PARA
A câmera mostra um aglomerado de pontos laranja se dissipar e boa parte deles se torna azul. CATHLEEN levanta da cadeira e encara o monitor com os olhos marejados.
CATHLEEN: [sussurra] Oh, Deus.
JOEY: [nervoso] Solaris, aqui é Base, responda! [silêncio] Solaris, pode me ouvir?! [irritado] Droga, Julia!
JOEY, com urgência, pega um laptop em cima da sua mesa. No monitor pontos ficam azuis como numa onda circular crescendo.
JOEY: Cathleen, pegue as chaves.
JOEY caminha até a porta, mas Cathleen continua encarando o monitor.
JOEY: [grita] Cathleen, as chaves!
A garota, saindo do transe vai até um armário e o abre. Vemos uma fileira de chaves. Ela pega qualquer uma e segue JOEY.
CENA 20 – EXT. MANSÃO LIEFIELD – NOITE
Um porshe cromado canta pneus na saída da garagem da mansão. Vemos CATHLEEN na direção e JOEY no carona com o laptop no colo.
CATHLEEN: Em quanto tempo chegamos lá?
JOEY digita freneticamente.
JOEY: Se corrermos, vinte minutos. [sussura] Não é o suficiente…
CATHLEEN aperta o volante.
CATHLEEN: Então chegaremos em quinze.
A câmera mostra o carro ganhando velocidade nas ruas de Naranda.
JOEY: É melhor irmos pela estrada antiga. Ser parado pela polícia não seria interessante agora.
CATHLEEN fura um sinal vermelho e um carro vira tudo para a direita. Ouvimos a buzina se distanciar.
JOEY: [põe o cinto] Não quero nem pensar como você dirigiria bêbada.
CATHLEEN não responde e se concentra na estrada.
JOEY: Direita aqui.
O carro canta pneu na curva. No final da rua CATHLEEN vira novamente e ganha a estrada de chão batido.
CENA 21 – INT. CARRO EM MOVIMENTO – NOITE
Uma chuva fina cai na estrada, e o barulho de teclas é o único som dentro carro. CATHLEEN parece hipnotizada pela estrada e Joey ainda tem os olhos grudados no laptop.
JOEY: Bem, o rastreador foi pro espaço.
CATHLEEN engole a seco, mas permanece calada. JOEY observa o monitor e agora os pontos laranja são raros. Ele define o maxilar e fecha o laptop, irritado.
CATHLEEN: [vacilante] Você ac– [respira] Você acha que ela está viva?
JOEY não tira os olhos da estrada.
JOEY: [sério] É claro que ela está viva.
CATHLEEN encara o amigo.
JOEY: É a Julia. E se tem alguma coisa que eu sei sobre ela é que ela sabe sair dessas situações.
CATHLEEN: Achei que tivesse dito que não a conhece.
JOEY: [respira fundo] Eu não sei quem ela foi, mas… eu sei quem ela é. E agora isso pra mim é suficiente.
CATHLEEN: [olha pra ele] Parece que a conversa surtiu efeito.
JOEY leva a mão aos cabelos.
JOEY: [negativa com a cabeça] Eu só… Eu não acredito que ele armou isso tudo!
CATHLEEn olha para JOEY nos olhos.
CATHLEEN: É por isso que não podemos confiar em mais ninguém além de nós.
JOEY olha pra frente e seu rosto é tomado pelo medo.
JOEY: [grita] Cuidado!!
CATHLEEN finca o pé no freio e as rodas travam, derrapando na estrada lamacenta. O carro patina por alguns metros até parar bruscamente. CATHLEEN e JOEY se encostam novamente no banco e olham para frente. Na luz do farol vemos alguém em trajes militares deitado no meio da estrada. Os garotos se entreolham e saem apressados indo até o desconhecido.
[Música de fundo: “A Hole In The World (acoustic)” by Thursday]
CATHLEEN o vira de frente e vemos JULIA, desacordada e com o rosto sujo de lama. Ela tem um corte no supercílio por onde sai muito sangue e seu rosto tem hematomas.
CATHLEEN: [sussurra] Meu Deus!
JOEY abaixa e pega JULIA no colo. Ela se mexe e geme quando ele a levanta.
JOEY: Sh, sh, sh. Somos nós. Nós vamos pra casa.
Os dois começam a andar até o carro.
JOEY: Está segura agora.
A música vai diminuindo de volume.
PRODUÇÃO EXECUTIVA
Samir Zoqh
Luciana Rocha
ELENCO
Keira Knightley como Cathleen
Riley Smith como Joey
Paul Wasilewski como Zack
Ashly Lyn Cafagna como Kennedy
Bonnie Somerville como Julia
ESCRITA E EDITADA POR
Luciana Rocha
REVISADA POR
Samir Zoqh
Rafael Schuindt
CRIADA E DESENCOLVIDA POR
Samir Zoqh
Luciana Rocha
MÚSICA TEMA
Late Great Planet Earth, Plumb
TRILHA SONORA
Dirty Little Secret, The All-American Rejects
Straightjacket Feeling, The All-American Rejects
Cursed, Christopher Beck
Faith’s End, Christopher Beck
Devil Child, Christopher Beck
Escape, Christopher Beck
A HYBRID STUDIOS PRODUCTION
DISTRIBUTED BY TELEVISION SERIES NETWORK
©2005
Nuvem de Séries
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