Rubicon: O fantástico jogo da espionagem

Data/Hora 24/10/2010, 10:11. Autor
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Rubicon - Piloto

Eu não durmo mais. Este trabalho faz com que a gente não se cuide. – Will Travers

Rubicon foi uma aposta do canal AMC nesta temporada que conseguiu conquistar a crítica, mas não parece ter atraído o grande público. As pessoas talvez ainda não estejam realmente acostumadas com narrativas mais lentas e tramas que tiram o espectador do lugar comum, aquele lugar convencional em que apenas assiste digerindo tudo o que está sendo mostrado. A trama foi criada e concebida por Jason Horwitch, que depois largou o show dando lugar a Henry Bromell, que enxergou possibilidades que antes poderiam não ter sido imaginadas quando o primeiro episódio foi ao ar.

No episódio piloto, o espectador conhece Will Travers e o seu cotidiano no Instituto de Inteligência Policial (API), um prédio em Nova York que funciona sem fins lucrativos para ajudar o governo a prevenir ataques terroristas. Pelo menos, é isso que as pessoas que trabalham lá sabem. Will é um grande amigo de David Hadas, o chefe da equipe que ele faz parte, muito por conta também do casamento que Will teve com a filha dele. Vivendo a partir dos fantasmas do passado de ter perdido a esposa e a sua filhinha nos ataques terroristas do 11 de setembro, Will se investe no trabalho para tentar esquecer as mágoas que ficaram e os arrependimentos que tomaram conta da sua vida.

Em um determinado dia, eis que ele descobre, a partir de palavras-cruzadas publicadas nos principais jornais de Nova York, uma chave que se abre para uma conspiração e uma teia de espionagem muito maior e mais perigosa do que ele próprio poderia imaginar. A morte repentina de David Hadas, mas que ele próprio já sabia que poderia acontecer, leva Will Travers a investigar os altos escalões do governo que contribuem para financiar a guerra que se instaurou nos Estados Unidos, isto é, o medo evidente que ganhou força com os ataques do 11 de setembro, quando as Torres Gêmeas do World Trade Center vieram abaixo.

Rubicon - Piloto
O Instituto para o qual Will trabalha surge com esta responsabilidade de, não somente investigar, mas acompanhar as atividades dos terroristas mais perigosos que foram registrados pela inteligência americana. É como se o IPA montasse dossiês que serviriam para que a segurança americana estivesse, de alguma forma, sempre à frente das ações destas pessoas. Mas o que fazer, por exemplo, quando são os próprios indíviduos de dentro do governo que planejam as ações?

A trama, aqui, exige um mistério que é muito bem plantado em contrapartida exatamente com a complexidade de alguns das suas personagens que compõem a história. Sentindo a falta da sua família, Will não consegue se relacionar com mais nenhuma pessoa, vive atarefado com o trabalho. O próprio trabalho que desempenha em meio á bagunça do seu escritório, muito bem construída pela direção de arte da série, também sugere uma interpretação a cerca da sua vida conturbada e complicada. O mesmo acontece com Tanya, uma outra analista, que se entrega ao álcool para conseguir suportar a pressão do dia-a-dia do API. Miles segue pelo mesmo caminho, mas a sua degradação é estampada por meio de seu rosto sempre cansado, como se ele nunca tivesse tempo de dormir.

No meio destes personagens complexos, a trama ainda se desdobra entre Truxton Spangler, o cara ambicioso, esperto e extremamente inteligente, dono de uma percepção e de uma presença que deixa qualquer pessoa com medo. O seu personagem é amedrontador, misterioso assim como é Kale Ingram, um dos chefes do API que já serviu ao Exército americano e que, agora, dedica o seu tempo em analisar os mesmos casos de Will. A construção e composição destes personagens são vistos ao longo dos 13 episódios da temporada, que apresenta diversas surpresas e caminhos surpreendentes que a série acaba tomando para o conceito da história e da espionagem.

Ao final do piloto, quando vemos uma reunião secreta dos poderosos que chefiam esta conspiração, a impressão que Rubicon deixa para o seu espectador é de curiosidade e de continuar seguindo em frente. Afinal de contas, quem não quer saber o que aquele grupo de poderosos financiados por grupos políticos estão tramando? Quem, a partir do momento em que se começa a assistir o episódio, não deseja compreender o significado das palavras-cruzadas que tanto fizeram Will pensar e se intrigar? O pior é que muitos desistem alegando que o “ritmo da série é lento demais”. E este conceito nos volta para as primeiras linhas deste texto, porque um dos propósitos de Rubicon é tirar o seu espectador do lugar-comum.

Outros elementos também ajudam na concepção de mistério e investigação que a série possui. E o mais presente deles é a trilha sonora, muito bem planejada nas cenas. Alternando entre o piano e o violino, sucedendo de momentos mais agitados com outros mais agonizantes, a trilha é cheia de concepções líricas, melancólicas e clássicas. A direção de arte também exerce um papel fundamental na concepção dos cenários. Os corredores e as salas do API, por exemplo, foram projetados com um espaçamento bastante pequeno, dando um significado de que, não somente todos estão sendo observados, mas que todos parecem se sentir sufocados em meio aquele lugar.

Claramente, Jason Horwitch, por mais que ele tenha desistido da série, insere características do seu cinema-documentário em muitos dos momentos de Rubicon. Ele, um confesso fã do cinema político produzido nos anos 70, não cai no excesso de soar nostálgico em relação àqueles momentos áureos do cinema americano. Mas, naquela época, cineastas como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, Terrence Malick e outros, traziam uma nova identidade ao cinema americano e também uma linguagem diferente daquilo que era produzido. O jornalista Peter Biskind relata em seu livro Como a geração sexo-drogas-e-rock’n’roll salvou Hollywood a empolgante magia de se fazer cinema naquela época.

Talvez seja por isso que a narrativa de Horwitch seja um completo labirinto e tomada também por uma lentidão que, às vezes, pode sim se tornar cansativa. Decisões importantes são colocadas nas mãos destes analistas que trabalham em agências fictícias onde eles juntam informações publicadas nos veículos de comunicação e, como se estivessem em uma reunião de pauta, decidem se devem bombardear um reduto terrorista, se devem espionar um determinado país por práticas ilegais, e assim por diante. Alguns não aguentam esta pressão, como Tanya, que se entrega às drogas para suportar a intensidade do trabalho e o fato de não conseguir compreender, dentro deste mundo, se o que ela faz é certo ou errado.

Rubicon - The Outsider
Diálogo contemporâneo – Recentemente, espiões russos foram descobertos dentro dos Estados Unidos que se passavam por americanos e mantinham o famoso “jeito americano de viver”, com o objetivo de se infiltrarem em órgãos públicos. Eles foram deportados para a Rússia e, algumas semanas atrás, o premier russo Vladimir Putin, que fez carreira na inteligência russa da KGB, condecorou os espiões pelos trabalhos que foram realizados dentro do solo americano.

A veracidade de Rubicon quanto ao que se vê nos episódios e ao longo desta temporada é a sua principal característica. A série está atenta para os fatos e, principalmente, se encaixa no atual contexto político. Esta espionagem que é vista em Rubicon se assemelha exatamente ao que os russos vinham fazendo, pois não é somente os americanos que se infiltram em outros governos ou que ficam monitorando a partir do trabalho de inteligência do FBI e da CIA os seus alvos/países.

O fato de os serviços de segurança russos de hoje não se reportarem a ninguém, aliado a seus métodos cada vez mais brutais — justificados por uma guerra interna sangrenta contra a militância islâmica — os tornam mais semelhantes à temida mukhabarat (polícia secreta) do mundo árabe que às velhas agências de espionagem soviéticas. Este fato dos espiões russos são dignos de um episódio da Guerra-Fria, algo que Rubicon também provoca em suas entrelinhas em uma discussão que abrange aspectos e conceitos muito maiores.

Mas Rubicon não dialoga apenas com este fato ocorrido envolvendo a Rússia. Assim como a série apresenta ao longo da temporada, com as pessoas de dentro do governo americano utilizando o Instituto contra os Estados Unidos, recentemente um site chamado Wikileaks divulgou documentos secretos que indicariam que as Forças Armadas dos Estados Unidos praticaram no Iraque execuções sumárias, crimes de guerra e se omitiram diante de denúncias de tortura praticadas por autoridades iraquianas desde a invação do país, em 2003.

As suspeitas sobre a divulgação dos arquivos recaem mais uma vez sobre Bradley Manem (que pediu demissão recentemente), o mesmo analista de inteligência do Exército americano que é investigado por supostamente ter repassado ao Wikileaks, em julho, mais de 70 mil documentos secretos sobre o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão. E este site possui o mesmo tipo de trabalho que é realizado na API, explicando a maneira como o Irã serve de bode expiatório para as ações que são vistas dentro da série ao longo desta primeira temporada.

E tudo isso faz parte de um jogo político que se parece (ou se equivale) ao que os Estados Unidos praticam. Lembro que, no final do ano passado, na realização da Convenção da COP-15 para discutir as questões ambientais, o presidente Barack Obama demorou até o último momento para confirmar a sua presença em Copenhague. Enquanto isso, os países participantes tentavam discutir quais seriam as melhores maneiras de proteger o meio ambiente, enquanto que os americanos não davam o braço a torcer porque, obviamente, eles estavam se preocupando apenas consigo mesmo. Já naquela época, as relações entre Estados Unidos e Irã estavam estremecidas, assim como toda a relação americana se deteriorou com o Oriente Médio. E não é apenas porque o Irã tem um projeto nuclear, mas também do país ser um grande produtor de petróleo.

No filme Sangue Negro (2007), de Paul T. Anderson, o personagem de Daniel Day-Lewis é apresentado no início do filme. Durante 15 minutos, não se tem nenhum diálogo sequer. Ele está escavando em uma região perdida dos Estados Unidos, procurando por petróleo. Em um dado momento, ele se acidenta e quebra a perna. Pensa errado quem acha que ele iria parar por causa disso. Pelo contrário, Daniel Plainview continua em sua busca incessante até o momento em que ele vê jorrar aquele líquido preto do solo e, por mais dor que ele estivesse sentindo no momento, é perceptível ver a sua satisfação em seu rosto. Daniel Plainview é o símbolo do americano, assim como é o símbolo de Truxton Spangler, um cara cuja ambição não pode ser sequer medida, pois ele despreza até mesmo as suas amizades e compromissos em prol do objetivo que ele deseja alcançar.


O Quarto Poder – A conspiração é um dos temas que mais se vê em filmes e séries, mesmo que não esteja diretamente ligada à história. Em relação à Rubicon, a produção possui um leque de outras produções que dialogam entre elas mesmas. Algumas vezes, o cotidiano da equipe de Will Travers se parece com a rotina dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, repórteres do jornal Washington Post e que foram os responsáveis por terem descoberto a ligação da invasão ao prédio Watergate com o Richard Nixon, o Presidente dos Estados Unidos naquela época que, levado pelas provas e pelos acontecimentos, renunciou o cargo.

O diretor Alan J. Pakula relata a investigação dos jornalistas no excelente filme Todos os Homens do Presidente (1976). O filme mostra o trabalho do jornalista para conseguir uma informação, mas uma informação que seja verdadeira. O trabalho de Bernstein e Woodward não é muito diferente do mesmo que Will Travers passa a fazer quando começa a investigar a relação da morte de David Hadas, com a representação dos quatro poderes e também com o próprio instituto em que ele trabalha, desconfiando dos seus empregadores. A história vista em Todos os Homens do Presidente é extremamente emocionante, assim como a jornada que é vista Rubicon, que surpreende o seu espectador a cada episódio.

Por outro lado, o fato dos personagens se sentirem perseguidos e terem as suas vidas observadas acaba nos remetendo para uma prática comum que acontecia na Alemanha Oriental, tomada pelo Socialismo e que foi muito bem mostrada pelo premiado filme A Vida dos Outros (2006). A história do longa-metragem alemão dirigido por Florian Henckel von Donnersmack se passa na época da Guerra Fria, quando a Alemanha havia sido dividida em duas. A trama mostra a diferença entre os dois lados, tanto que a fotografia é um contraste entre o desenvolvimento (Ocidental) e a resignação (Oriental).

Do lado das pessoas que viviam o modelo socialista, era uma prática “comum” que os intelectuais e artistas fossem “grampeados”, pois o governo alemão tinha medo do que eles poderiam escrever ou fazer temendo uma insurgência por parte deles em relação ao modelo que havia sido implantado. Em Rubicon o medo é bastante parecido. Will Travers corre perigo exatamente por investigar a verdade e por estar cada vez mais próximo dela. Então, matá-lo seria um ato sensato para continuar com os planos. Não é à toa que outros personagens morrem neste caminho, alguns chegam a cometer suicídio, porque lutar contra o sistema e, principalmente, entendê-lo é uma tarefa árdua e muito difícil. Basta ver o exemplo do Coronel Nascimento no fenômeno brasileiro Tropa de Elite 2 (2010). Mesmo não tendo uma relação de espionagem com o que é visto em Rubicon, o personagem de Wagner Moura se vê refém do próprio sistema que ele trabalha e, mais do que isso, que ele mata. Por isso que ele se pergunta no filme: “por quê e por quem eu mato?”

Agora, refaça esta pergunta para Will Travers: “por quê e por quem eu trabalho”? Talvez somente uma nova temporada para que estas perguntas venham à tona e, assim, ele consiga enxergar a configuração do sistema político no qual ele está inserido.

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  1. Tweets that mention Rubicon: O fantástico jogo da espionagem -- Topsy.com - 24/10/2010

    […] This post was mentioned on Twitter by TeleSéries, Thiago O. de Araújo. Thiago O. de Araújo said: RT @teleseries: Rubicon: O fantástico jogo da espionagem http://goo.gl/fb/cHbkg #TV […]

  2. Anonymous - 24/10/2010

    Vinicius, fico até sem graça de comentar porque você não deixou nada por dizer, e o fez da forma mais admirável possível.
    Eu entrei em uma fase de ler superficialmente a premissa de uma série e achar que já sei como será seu desenvolvimento. Por isso, só comecei a assistir a Rubicon neste mês. Como eu estava enganada: a série é surpreendente, a forma da narrativa foge inteiramente à que tradicionalmente temos visto. Questões como terrorismo e outras de ordem ética são apresentadas de modo não maniqueísta, de um modo que gera a reflexão – e não não postas como uma verdade acabada e indiscutível. A música, como você tão bem apontou, é perfeita e se encaixa extraordinariamente bem às situações e à atmosfera. Os atores são excelentes: fiquei especialmente impressionada com James Badge Dale (Will Travers) e Arliss Howard (Kale Ingran). E a Miranda Richardson arrasa em qualquer papelzinho que ela represente.
    Para mim, porém, nada foi “parado”, “lento”: não fiquei em paz enquanto não cheguei ao fim da temporada, e espero que não seja a finale. Espero também – e torço para – que mais pessoas possam apreciar esta série de tantas qualidades.

  3. Anonymous - 24/10/2010

    Eu penso que existam vários segmentos de público. Há o público que só aceita coisas como Doctor House (que é muito boa, nada contra), público para L Word, Sítio do Pica-Pau Amarelo, e assim por diante. Todos os públicos devem ser contemplados, e isso tem sido feito: é negócio, dá lucro. Não acredito que os produtores esperem que todas as séries deem uma imensa audiência; há outros interesses e objetivos, como prestígio (a HBO que o diga), o puramente artístico, etc. Há “Avatar”, “Titanic” (ou seja, filmes voltados basicamente para o entretenimento – e isso não é uma coisa ruim), e há “Crash”, “Obrigado por fumar” (isto é, filmes com uma proposta que visa mais à Arte, e menos ao retorno comercial). É assim que surgem as transformações na vida – senão só teríamos para apreciar e nos entreter com as pinturas rupestres…

    Rubicon, a começar pelo título, tem um material não exatamente popular. Referências históricas (como o episódio de Cesar atravessando o rio Rubicão), políticas, filosóficas (como o livro na mochila de Will, aberta por Andy, Tractatus Logico-Philosophicus, de Wittgenstein), discussões de uma maneira mais sofisticada sobre ética, deixam claro que o criador e os roteiristas não estavam em busca de um blockbuster.

  4. Fernando dos Santos - 25/10/2010

    Essa série parece ser bem interessante, pretendo conferir.Pena que Rubicon não alcançou sucesso de publico e crítica comparável a Breaking Bad e Mad Men(a dupla dinâmica do canal AMC).Acho difícil que o canal faça uma segunda temporada mas mesmo assim é louvável o esforço do AMC em sua tentativa de injetar mais criatividade na televisão americana.

  5. Flávia Ribeiro Varsano - 25/10/2010

    Ótimo artigo, fiquei com mais vontade ainda de ver essa série. Mas vou esperar estrear por aqui, continuo jurássica… Alguém sabe se algum canal brasileiro já comprou?

  6. Leticia - 25/10/2010

    Essa é uma das melhores séries que eu assisti em todos esses anos que eu acompanho seriados, pena que os americanos são preguiçosos e não aguentam uma série como essa.
    Excelente texto, adorei o parâmetro que foi estabelecido pela dissertação entre o seriado e os fatos históricos e a história que estamos presenciando.

  7. Fernando dos Santos - 25/10/2010

    Eu acho que as vezes falta mesmo é sorte a alguns projetos, por melhores que eles sejam e talvez Rubicon seja um desses casos.Os dois grandes hits do AMC são Breaking Bad e Mad Men e as duas são séries que também trazem um visão peculiar e contestadora da sociedade americana.São duas séries que também fogem(e bastante) do lugar comum mas mesmo assim conseguiram gerar mídia e obter grande sucesso junto a critica e publico.Nenhuma das duas é mero entretenimento.
    Rubicon seguiu essa mesma linha mas não conseguiu obter o mesmo sucesso de mídia.Contudo, pode ser que o canal renove mesmo assim, fazendo de Rubicon uma aposta para o futuro.Na HBO houve um caso semelhante com The Wire.A série era brilhante e fazia um aprofundado mergulho nas instituições americanas, fazendo um retrato bastante crítico delas.No entanto, em seus primeiros anos The Wire passou completamente batida pela crítica e pelo público, mas mesmo assim o canal mantinha a série no ar sem jamais desistir.Somente por volta da terceira temporada é que The Wire começou a conquistar os críticos e a ter o merecido reconhecimento.Hoje, eu acho que dez entre dez críticos americanos colocam The Wire entre as melhores séries de todos os tempos.
    O grande problema no caminho de Rubicon, está no fato do AMC ser ainda um canal um tanto pequeno e apesar do sucesso de Breaking Bad e Mad Men, não dispor de um estrutura gigantesca como a HBO que podia se dar ao luxo de renovar The Wire por anos até que ela encontrasse a merecida consagração.No AMC eu acho que a direção do canal exige retorno imediato ou cancela mas espero estar enganado.

  8. Fernando dos Santos - 25/10/2010

    Esqueci ainda de comentar outro fator que pode ter contribuido para a pouca repercussão alcançada por Rubicon.O próprio canal AMC não fez grande divulgação da série.Desde o início do ano a emissora está visivelmente mais empenhada em divulgar The Walking Dead, deixando Rubicon meio de lado como se o próprio canal não levasse fé na série.

  9. O fantástico jogo da espionagem | Sob a minha lente - 26/10/2010

    […] Texto publicado originalmente no site Teleséries Magazine […]

  10. Julia Albuquerque - 26/10/2010

    Texto realmente fenomenal! Eu cheguei a ver alguns episódios, mas acabei deixando de lado temporariamente. Não por não gostar, mas sim porque sentia que era um raro tipo de série que merecia ser vista de uma só vez.

    Depois de ler seus comentários, não tem como esperar mais.

  11. Anonymous - 27/10/2010

    Pois foi assim também que eu fiz, Julia – assisti a todos em uma semana. De fato, eu não sobreviveria assistindo a um por semana durante três meses.

  12. sobaminhalente - 28/10/2010

    Olá, amigos!

    Eu gostaria de agradecer a todos os comentários que vocês postaram aqui. Também li algumas coisas via Twitter, foi um texto que teve uma repercussão muito boa e fiquei bastante feliz pelas pessoas terem lido, apesar do tamanho, gostado e gerando discussão e debate. É bom saber que alguns vão dar mais uma chance para a série por causa do texto hahaha…

    Abraços!

  13. Flávia Ribeiro Varsano - 28/10/2010

    Sabe qual canal vai exibir no Brasil, Vinícius?
    Beijo.

  14. Renata - 28/10/2010

    Parabéns pelo artigo e considerações.. refletem exatamente como me sinto em relação à minissérie..Adoraria ver confirmada a 2a. temporada..Vamos torcer!

  15. Anonymous - 28/10/2010

    > Sobaminhalente: na verdade, somos nós quem devemos lhe agradecer pela belíssima análise.

    > Leticia: se você me permite, gostaria de acrescentar o seguinte. Assisto mais às séries britânicas, mas já vi coisas fantásticas feitas pelos americanos, como, por exemplo, Six feet under, Carnivàle, The Sopranos, Breaking bad. E até Lost, Batlestar Galactica (embora estes não sejam assim tão masterpiece). Para fazer série, temos de reconhecer que existem uns americanos nada preguiçosos.
    Nos USA, como em todos os outros países, há diversos grupos de pessoas. Em termos de produção de conhecimento, os Estados Unidos superaram o resto do mundo. E não é uma americanófila que está dizendo isso: está na imprensa mundial. O desempenho das universidades americanas é impressionantemente superior ao da França, UK, Alemanha, Suécia – e isso não se limita à área da tecnologia, não; estou me referindo também ao campo das ciências humanas.
    Lá e no mundo inteiro os temas mais ligeiros, que não exigem muito o esforço de pensar (e sobretudo pensar por si mesmo), têm mais audiência. Kant apontou muito bem essa acomodação do homem na menoridade… Mas isso não é exclusividade dos americanos. Aqui no Brasil a coisa não é diferente. Com muita generosidade, podemos dizer estão engatinhando na “arte” de fazer série (tadinhos…). E eu sei que na tv aberta são canceladas inúmeras séries – até nem tão “complexas” – porque não dá audiência.
    Em resumo, se Rubicon dependesse da audiência do público brasileiro, aí mesmo é que ela iria ser cancelada. Você não concorda?

  16. sobaminhalente - 29/10/2010

    @Flávia

    Eu ainda não sei qual o canal… Uma pena, acho que ainda nenhum se interessou pela série. Deve demorar para chegar por aqui.

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