Review: Everwood – All the Lonely People (episódio 84)

Data/Hora 07/06/2006, 11:23. Autor
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cena de All the Lonely PeopleSérie: Everwood
Episódio: All the Lonely People
Temporada:
Número do Episódio: 84
Data de Exibição nos EUA: 8/5/2006
Data de Exibição no Brasil: 1/6/2006
Emissora no Brasil: Warner

É difícil conhecer uma pessoa, não é? Quando pensamos que conhecemos, nos surpreendemos das mais diversas maneiras, boas e ruins, mas pelo visto é assim que tem que ser, pois não há como conhecer alguém na sua totalidade. Algumas pessoas demonstram facilmente como se sentem, ou como estão. Outras conseguem facilmente passar uma imagem que no fundo não é a verdadeira. Nós por vezes percebemos quando alguém não vai bem. Outras vezes, porém, quando vemos que está bem o tempo todo, dificilmente nos damos conta que pode haver algo por trás desse sorriso. E é quando precisamos estar preparados para isso. Falar da solidão humana, do quanto podemos nos sentir sozinhos e sem saída e do quanto nosso coração suplica por alguém, rendeu a esse episódio de Everwood momentos muito especiais, introspectivos, importantes e de uma sensibilidade marcante. Na reta final da temporada, nota-se uma preocupação maior em tentar encaminhar a vida de todos os personagens. Everwood voltou do hiatus se focando mais nos relacionamentos e abandonando um pouco a vida dos personagens em outros aspectos – a incerteza de uma renovação e o medo do cancelamento obrigou o seriado a abandonar algumas idéias dessa temporada e seguir outra linha, tentando deixar o menor número possível de assuntos pedentes. Mas nem por isso perdeu sua emoção e esse episódio é prova disso. Abordar um tema tão difícil, com tanta sensibilidade e realismo não é tarefa fácil, mas Everwood se saiu bem, trazendo de volta aquela sensação forte de emoção que nos tomava ao término de cada episódio.

cena de All the Lonely PeoplePrimeiro vamos a Bright e Hannah. Ele já reconheceu o erro, está tentando se aproximar dela, mas a verdade é que o perdão não virá tão cedo assim. Isso vem com o tempo. Quando não tomar mais conta do pensamento e do coração dela, daí sim o perdão poderá ser verdadeiro. Por enquanto, o que ela disse a Bright é que não pode perdoá-lo. O primeiro momento lindo deste assunto foi a cena entre Rose e Hannah. Se até um certo momento estávamos rindo com os murros na almofada, quando Hannah colocou toda sua raiva pra fora e caiu no choro nos braços de Rose foi que sentimos o quanto ela estava sofrendo. O outro momento marcante foi a cena de Bright e Harold. Primeiramente Harold critica o filho, dizendo que ele merece o que está passando, mas no decorrer do episódio temos um dos mais belos momentos entre os dois.. É quando finalmente Harold diz e demonstra o quanto ama e admira Bright. O abraço entre os dois e o cafuné no cabelo de Bright me emocionou muito e mostrou que aos poucos Everwood vai acertando os ponteiros entre os personagens rumo ao seu final.

Nina e Andy tem uma nova aproximação, graças aos piolhos que Sam pegou e a um jantar que Delia fez. Com Jake centrado no seu projeto, viajando direto, Nina vem ficando desapontada com a relação, como se aos poucos ela fosse se desligando e perdendo o interesse. E provavelmente isso a fez perceber que ainda tem sentimentos por Andy. Interessante a parte que Nina pergunta a Andy se é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo e ele diz que não sabe, quando estava escrito nos olhos de Andy outra resposta que deveria ser mais ou menos assim “não Nina, porque eu só amo você agora”. Foram cenas doces, principalmente quando ele passa a mão no cabelo dela. A surpresa foi Jake voltar mais cedo da viagem porque finalmente percebeu o quanto Nina faz falta a ele, o quanto precisa se dedicar a relação e não apenas ao trabalho. Mas será que a ficha não caiu tarde demais?

A vida costuma nos pregar peças, por vezes são fortes e difíceis, mas que precisamos enfrentar. Mas nem tudo é a vida quem se encarrega de nos dar porque algumas escolhas, algumas decisões são nossas, nós somos responsáveis por elas. E Reid chegou num desses momentos, no auge do seu desespero ao invés de enfrentar seu problema de frente ele tentou suicídio. Não estou aqui para julgá-lo, aliás não acho que seja essa a questão e nem devemos fazer isso, só Deus para saber o que se passa na mente e coração de uma pessoa para pensar em um ato assim. É estúpido, idiota, sinal de fraqueza? Você não faria isso, eu não faria isso? Que importam essas perguntas agora? Ele fez e enfrentar o resultado disso deve ser tão difícil e até mesmo mais humilhante do que os fatores que o levaram a fazer tal ato. E nesse momento é como Ephram disse, ele precisa dos amigos por perto. De um abraço, de ouvir “eu amo você, eu me preocupo com você e você não está sozinho, estou aqui do seu lado, pode contar comigo”.

E foi isso que o episódio nos mostrou e ensinou: apoio e amizade. Ephram ficou muito sensibilizado com a situação de Reid. Encontrá-lo caído no banheiro, a idéia da morte de frente assim, não é uma cena que qualquer pessoa enfrentaria bem. E Ephram começa a se culpar por não ter notado algo diferente no comportamento de Reid. A pessoa está ali do seu lado todo dia, mora com você, mas no fundo nem sempre nos damos conta disso ou realmente prestamos a atenção. Detalhes passam despercebidos, ou às vezes algumas pessoas mascaram sua verdade de tal forma que ninguém as percebe. Mas viver assim sustentando uma ilusão não é fácil. Um dia isso pode desmoronar. Mas é como Amy disse: ninguém pode salvar alguém de algo tão grande assim, está muito além, mesmo se amando tanto. E Andy falou a Ephram que quando Reid mais precisou ele o ajudou, salvou sua vida. Mas embora Amy e Andy tenham razão no que disseram, Ephram também consegue definir esse momento, dizendo que as pessoas precisam de alguém ao seu lado, não precisa ser a mesma pessoa para sempre, mas apenas alguém. E isso é verdade, talvez mesmo assim essa tragédia não fosse evitada, mas poderia ter sido menor. A participação da mãe de Reid foi muito bem apresentada. A sensação de culpa que ela sentiu, por não participar na vida do filho e a idéia de achá-lo perfeito, centrado, sempre disposto. É tudo que se pode sentir num momento desses, mãe é mãe e geralmente não poderia ser diferente a sensação dela.

Quando Reid acorda, ele tenta explicar o que aconteceu. Foi um momento difícil para ele, que sempre se escondeu atrás de uma aparência alegre, de bem com a vida e sem problemas. Mas depois de tudo ele consegue reconhecer que ele foi o responsável disso, ninguém mais, simplesmente ele. Cada ser humano é sozinho por si só e responde por tudo o que faz. A verdade é que ninguém vive nossa dor ou nossa alegria, no fundo passamos sozinhos por isso, apenas podemos dividir nossa dor e compartilhar nossa alegria.

Sem dúvida foram cenas fortes e emocionantes de um personagem secundário (que eu acredito que viria a ser do elenco principal se houvesse uma próxima temporada) que conseguiu nos mostrar as diversas nuances da vida nesse episódio, onde um ser humano pode ir ou deixar de ir.

Se Bright foi meio mesquinho e infantil com comentários dispensáveis sobre o problema de Reid, Ephram continuou mostrando o quanto amadureceu nesta temporada apoiando Reid, mesmo ele não sendo tão amigo assim. Além disso reconheceu o esforço de Amy para ajudá-lo na época da descoberta de seu filho. E a cena final, hein? Quando pensávamos que Andy estava no carro levando Ephram a estação, era Amy que estava com ele Nossa, como é lindo ver essa preparação para os dois, esse caminho que aos poucos se estreita e os aproxima novamente, com calma, e de forma especial.

Para encerrar eu estava pensando no título do episódio, All the Lonely People (todas as pessoas solitárias), como deve ser difícil, triste quando o ser humano se sente tão sozinho. Talvez uma maneira de vencer isso, esse isolamento, seria procurar alguém em quem confiamos, gostamos e falar do que nos aflige, sair dessa solidão criada por nós mesmos. E isso assusta, falar da solidão humana é difícil, reconhecê-la é difícil e o episódio foi tão doce ao tratar disso que nos comoveu por completo, que nos disse “não se sinta sozinho, busque alguém, busque você mesmo”. As pessoas se escondem por trás de suas vidas muitas vezes, inventam uma realidade alternativa e vão vivendo dessa ilusão. E quanto mais vivem disso, mais difícil se torna para encarar seus medos reais, sua vida real. É mais fácil responder tudo bem, guardar suas dores para si do que se abrir e demonstrar como nos sentimos. Como se fosse uma obrigação estarmos bem 100% do tempo. Porém nenhum ser humano sustenta isso 24 horas, sete dias por semana. Um dia isso explode e o pior é você passar batido, ninguém ter notado ou percebido você. Notar as pessoas, se preocupar com elas, é algo para ser alimentado dia a dia. Sair do nosso mundinho não é fácil, mas precisamos. Ser amigo, dar apoio é o mínimo que podemos fazer por alguém, é o mínimo e o máximo, e pode ser o tudo que alguém precisa naquele momento.pode ser a diferença. E Ephram nos mostrou isso perfeitamente: ser amigo, apoiar, confortar talvez seja a forma de vencer essa solidão humana, não só das pessoas que estão a nossa volta, mas a nossa própria solidão. Tente algum conforto, como diz a música do episódio, “Comfort” de Deb Talan:

So cry, why not? we all do
then turn to one you love
and smile a smile that lights up all the room.
Follow your dreams in through every out-door
it seems that’s what we’re here for.

And when you can’t remember a better time
you can have mine, little one.
In days to come when your heart feels undone
may you always find an open hand
and take comfort, there is comfort.
Take comfort wherever you can, you can, you can.

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  1. Laís - 07/06/2006

    aiiiiiiiiiiiiiii

    não assisti a esses episodios

    to revoltada.. hauhauahuaha

    Bjus
    Deve ter sido mto lindo mesmo!

  2. Marcia - 07/06/2006

    A cada episódio fico mais triste e inconformada com o final da série!
    Me acabei em lágrimas na cena do Harold com o Bright! A confissão do Harold foi demais!!!
    Nunca tinha visto muita graça no Reid, mas este episódio me fez vê-lo com outros olhos! Gostei muito da atuação do ator que mostrou estar à altura do restante do elenco.
    Ao ver a expressão de Andy ao tocar o cabelo de Nina, me fez querer que ela deixasse o Jake de lado e se atirasse nos braços do Andy… mas qdo o Jake volta e se declara…! Nossa, eu não queria estar na pele da Nina!
    Que bom que a Amy está voltando a ser o que era! Acho que a outra fase passou, fez parte do amadurecimento dela, mas passou.
    Outra que tb que não pode ser esquecida, é a Delia, pois mostrou ao Andy que é madura e que sabe o valor de uma amizade!
    VOU SENTIR MUITA FALTA DESSE PESSOAL TODO!!!

  3. Alinne - 07/06/2006

    Nossa muito bom esse episodio,amo demais Everwood,agora eu procurei a musica e nao achei em lugar nenhum,se alguem souber fala ai ta!!!

  4. Paulo Fiaes - 08/06/2006

    parece q nao vou me acostumar com essa dor, everwood tem servido para me fazer sobre problemas q eu finjo nao ter, esse episodio em especial mas a sua coluna me fez ver o qnto solitario podemos ser. e digo mais, os episodios dessa semana prometem

  5. Jaqueline - 08/06/2006

    Pessoas,

    bom dia !! Assim como vcs tb me emocionei e chorei e ja senti saudades.
    Vcs por acaso tem ou sabem quem tem as temporadas pra me ajudar a te-los para sempre pra mim??

  6. Marquinho - 08/06/2006

    Laís, eu também estou revoltado. Pra ser sincero perdi o “tesão” em acompanhar outras séries no momento, estou bem desinteressado aos finales que estão passando.

    Jaqueline, Everwood só saiu a temp 1 em dvd nos Eua e as demais temporadas não devem ser lançadas pelo que andei lendo, mas no orkut tem um cara que está vendendo, dê uma olhada: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=892605338052840702

    ou mande email para: seriesincriveis@yahoo.com.br

    Paulo, eu tentei falar de solidão porque acredito que foi o que o episódoi tentou nos mostrar. Também ouvi comentários que os próximos episódios estão muito bom, e que a finale foi satisfatória.

    Alinne, eu tenho essa música caso você queira, ok?

  7. Eudes Antonio - 08/06/2006

    Mais uma vez gostei da sua coluna.Realmente,todos nós,em algum momento de nossas vidas,nos sentimos sozinhos e parece que ninguém pode ajudar.E é difícil conhecermos as pessoas completamente,mesmo aquelas que convivemos a vida inteira,essas ainda acabam nos surpreendeno.Foi o que Eprham sentiu porque achava que Reid estava feliz e disposto e que uma coisa dessas,tentativa de suícidio,acabou surpreendendo.Enfim,Everwood nos ensinou,pelo menos pra mim,mais uma lição,de que precisamos nos importar mais com as pessoas,mesmo que for pra naum dizer nada,só pra estar presente,pra sentir que alguém se importa,pq é muito triste pensar que ninguem nos apoia ou se importa conosco.E os epis de hj prometem mais emoçoes!

  8. Kennya - 10/06/2006

    gosto muito dessa série, para mim é uma das melhores. Que pena que é o último episóio..perdi a segunda e aterceira temporada.mas com certeza irão reprisar…

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