Review: The West Wing – Ninety Miles Away


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Cena de The West Wing
Série: The West Wing
Episódio: Ninety Miles Away
Temporada:
Número do Episódio: 129
Data de Exibição nos EUA: 16/3/2005
Data de Exibição no Brasil: 10/6/2005
Emissora no Brasil: Warner

Cuba Libre

Ninety Miles Away não é um episódio imune a críticas, possui defeitos, mas é um desses episódios que fará muitos fãs esboçarem aquele sorriso de satisfação que há tempos não saia. Tem boas atuações, tem humor e drama, tem segredos dos personagens vindo à tona e uma boa dose de crítica política, que por sua vez rende polêmica. O passado de glória se foi, mas aquele clima de magia se mantém.

No programa, Leo incita Bartlet a rediscutir o embargo à Cuba – faltando cerca 321 dias para o final do mandato (pelo menos é o que recordo de ver escrito no quadro negro de Leo). Bartlet compra a briga e manda Leo em uma missão secreta. A mentirinha: Leo foi visitar a casa do escritor Ernest Hemingway. Isto exposto, Charlie pergunta: “qual delas?” lembrando das residências de Key West, na Flórida e de Sun Valley, em Idaho. Bartlet não responde, mas a resposta está na cena seguinte, quando Leo chega em outra residência do escritor, localizada a “ninety miles away” dos EUA (144,81 quilômetros), em Cuba, onde ele é esperado por Fidel Castro (aliás, aquele Castro no escuro ficou esquisito, poderiam ter procurado um sósia para fazer a cena com uma iluminação maior…).

O episódio finalmente dá o destaque devido a Leo e proporciona a John Spencer uma grande atuação – dos protagonistas da série, Leo foi até aqui o mais desprezado neste sexto ano. Começou a temporada repetindo, sem nenhuma novidade, as brigas com Bartlet, e de lá saiu para o hospital, para a longa recuperação e pequeninas e esporádicas boas participações (Leo só teve um grande episódio para si na temporada, 365 Days, quando retorna para a Casa Branca com um novo papel). Aqui, John Spencer se vira até em uma série de diálogos em um espanhol pra lá de razoável.

O episódio também dá destaque a Charlie, certamente o personagem mais mal aproveitado da temporada – que teve sua presença reduzida desde que deixou de ser o assistente de Bartlet para trabalhar no gabinete de CJ. Infelizmente, a trama paralela de Charlie é ruim. Ele estuda com duas empresas a melhor forma de deter uma invasão de cupins na Casa Branca. É legal ver o Dulé em cenas cômicas, mas que argumento idiota este! A Casa Branca não possui nenhum outro funcionário público da área de manutenção que possa lidar com isto?

Destaque ainda maior ganha Kate que, sem saber dos planos de Bartlet e Leo (até CJ não sabia!), aciona seus ex-colegas da CIA para confirmar boatos sobre a saúde de Castro. Kate é ponto chave do episódio, despertando suspeitas de CJ e revelando nas entrelinhas que os agentes da CIA tem sua própria agenda – alheia aos desejos da Presidência.

Cena de The West WingEnfim, Ninety Miles Away está repleto de boas performances e boas cenas e boas novidades: a transformação de Toby no decorrer dos episódios em um grande speaker é espantosa; Leo não grita mais “Margaret”, mas Margaret está lá, atendendo a CJ e cada vez mais engraçada; Clifford Calley nos passa a impressão de que sempre esteve na Casa Branca e tem uma fantástica química com CJ; a cena de CJ pegando a ficha da Kate e vendo todas as páginas riscadas em preto (nos dando a surpreendente noção que além do círculo do poder, existem outros poderes ocultos) é fantástica; Bartlet nos delicia mais uma vez com sua cultura enciclopédica, contando aquela história deliciosa sobre os 1200 de charutos comprados por Kennedy horas antes de assinar o embargo à Cuba; e por fim a excepcional presença de Brian Dennehy no papel do senador da Flórida, distribuindo suco de laranja batizado para todos que chegam a seu gabinete e articulando para que as sanções a Cuba continuem.

E o destaque, é claro, vai para a cena flashback final, que mostra um inusitado encontro de Leo e Kate em Cuba, em 1995. Leo era ministro do trabalho, estava no país para um reencontro dos envolvidos na Invasão da Baía dos Porcos e acabava de passar por uma nova recaída em sua reabilitação. Caindo de bêbado, ele encontra a época espiã da CIA Kate Harper, que lhe dá uma carona até o seu hotel. Ela lembra do evento. Leo não. Depois de anos distante da série, o alcoolismo de Leo volta a ser o tema – tanto em Third Watch como em ER, Wells usou muito nesta temporada este recurso de trazer personagens e fatos do passado de volta à tona e isto é absolutamente admirável.

Enfim, o episódio traz de volta muito daquela mágica das primeiras temporadas do seriado. O roteirista aqui é John Sacret Young, que só tem quatro episódios no currículo, todos pós-Aaron Sorkin, mas todos muito bons (o meu favorito é Memorial Day, último da quinta temporada).

Há peça soltas no roteiro, é claro. Bartlet rediscutir as relações diplomáticas de EUA-Cuba às vésperas das primárias de Flórida é por si só absurdo demais para ser verossímel. A abordagem do tema também é mais uma crítica à política externa de George Bush, como tem sido constante na série (e até em Jack & Bobby a gente vê críticas assim). Mas a forma de fazer as críticas na era John Wells é mais radical, mais declaradamente anti-Bush, e isto acaba deixando o telespectador desconfortável, porque deixa a série mais desconectada do mundo real.

Mas só o fato de The West Wing se prestar a tocar um tema espinhoso destes e abraçar uma polêmica – meio demodê, mas ainda assim polêmica – já é um grato acontecimento na atual temporada. O seriado não escapou das críticas (clique aqui para ver o depoimento de americo-cubano detonando a série, com direito a vários “fuck” no final do texto). Pois é, numa determinada cena Leo fala para o senador que Fidel Castro venceu. E a verdade é que muitos americanos e cubano-americanos que não admitem isto até hoje.

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