03/10/2008, 07:30. Ana Boleyn
Reviews
The Tudors

Série: The Tudors
Episódio: Episódio 6
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 16 (2×06)
Data de Exibição nos EUA: 4/5/2008
Data de Exibição no Brasil: 2/10/2008
Emissora no Brasil: People+Arts

Alguns críticos de TV disseram que a segunda temporada de The Tudors era muito superior à primeira, porém, que perdera um pouco do “charme e diversão”. A questão é: como é que poderia ser “divertido” quando os riscos são tão altos? Fisher e More não acabaram de perder suas cabeças? Tudo podia ser perdido em questão de segundos.

Eu sei que andei deixando meio de lado o tema da Reforma, mas já que ela veio tanto à tona no episódio, esta é a hora de comentar. As faíscas saem por todos os lados, tanto do Papa quanto do Henrique, e acabam por atingir toda a população. Henrique manda fechar o monastério que tinha o sangue dos patos, para poder transformá-lo e reforma-lo junto às novas regras da nova Igreja. Mas como dito num outro episódio, Cromwell não tem o menor interesse em reformas na Igreja Católica, quer mesmo é destruir e esmagar. Para ele, não basta fechar o monastério, tem que massacrar tudo o que ainda tiver ligação com Roma (isso é mais bem ilustrado no episódio sete, então esperem até semana que vem!).

Uma das coisas que ajudou, e muito, a Reforma Protestante foi a invenção da prensa! Antes, uma bíblia custava muito caro, demorava cerca de um ano para ser feita e além de tudo, estava em latim! Com a prensa, se consegue mais de mil cópias em menos de um mês, a preço de banana e com a tradução em inglês. Era possível que todos lessem e tirassem sabedoria da bíblia, ao invés de apenas aceitar o que os padres falavam nas igrejas (mesmo muitos dos padres não sabiam latim, apenas falavam os lhes era dito para passarem à diante.)

O interessante do episódio foi que agora existe certo “clima tenso” em volta da Ana e do que poderia acontecer com ela. More e Fisher, duas pessoas importantes na corte, acabaram de perder as cabeças, por que seria tão diferente com ela? Atos pequenos, sem significado de que ela estaria “traindo” o marido, do tipo abraçar o irmão, ou ter a companhia de músicos, fazem com que sejam levantadas suspeitas sobre o comportamento dela, de que anormal não tinha nada, mas foi a má interpretação de aias bobinhas (e o imbecil do Henrique) que levaram ela para a Torre de Londres.

OK, tenho certeza de que vou ser a minoria aqui, mas what the hell foi o Henrique sendo aterrorizado pelo More, peladão, no meio do quarto? Michael Hirst, sei que você adora satisfazer a imaginação das fangirls desesperadas que existem por ai, mas precisa apelar? Não, não precisava! Bom, tirando o fato da nudez repentina e sem explicação do Jonathan Rhys Meyers, o rei se arrepende de ter tirado a cabeça do Thomas. E nem venha com a desculpa de que devia ter pensado melhor, ou que forjaram a sua assinatura (como eu li na Internet, essa é uma das “top 10 desculpas do Henrique VIII.” Quem sabe um dia eu posto aqui!)

George Bolena se casa com a (insuportável) lady Parker, Jane (Jane….tem alguma coisa nesse nome que faz todas as outras Janes também serem insuportáveis… ). Está mais que na cara que ela não queria casar com ele (resultado: casamento infeliz até que o cepo nos separe, tanto dele quanto dela). Com isso temos outro momento “o que diabos o Michael Hirst estava pensando?”: como assim, o George estuprando a esposa?? What the hell?? \o/ Sim, ela é uma mala sem alça, mas não, não precisava agir assim com ela!. Tudo bem, fiquem com pena dela agora (até eu fiquei), mas depois, é com a ajuda dela que cai a Ana e a “esposa numero 5”, Kathryn Howard.

Agora, o momento mais cute do episodio inteiro: Mary cantando para a Elizabeth. Acho que a Mary realmente gostava da Elizabeth, mesmo dadas as circunstâncias. Pena que lady Brian (essa mulher me dá medo) cortou totalmente as duas irmãs criando laços. Quando a Mary virou rainha, ela podia ter mandado a irmã para o cepo, mas não o fez. Isso só mostra que por mais que elas fossem rivais, ainda existiam relações de afeto entre as duas.

Começa o show de aberrações: tinha sempre um doido que tinha acabado de reencarnar da época da Santa Inquisição. “Ele foi seduzido por bruxaria” “ela é uma bruxa” “o cabelo do Chapuys é lindo”. Essas bobagens eram realmente levadas à sério. Pela Ana ser a rainha, quem melhor para culpar por tudo que estava acontecendo? (Parênteses fundamental – Não existe nenhuma prova substancial de que a Ana tinha marcas de bruxaria na pele, ou mesmo do infame “sexto dedo”. Isso eram histórias criadas pelo rebotalho da época, feitas apenas para irritá-la).

O Almirante francês vem para a Inglaterra para a pequena Elizabeth seja feita noiva do filho caçula do Francisco I. Mais tarde, é dito que por mais “apoio” que o rei da França tenha mostrado no episódio dois, ele não reconhece a Ana como esposa do Henrique, nem a Elizabeth como princesa.

Ana *voz doce e angelical* :

Aonde você vai?

Henrique *rude como sempre*:

Sair.

Ana *ainda doce e angelical *:

Onde?

Henrique *mala sem alça*:

Volte para dentro.

Ana *mostrando-se irritada*:

Aonde você vai? Quero saber!

Finalmente a Ana se mostra irritada com as amantes do Henrique e quer dar um basta, mas como é possível conversar com um brutamonte…

Não, a Ana não morreu esfaqueada pelo Brereton, mas que a seqüência foi otimamente filmada, isso foi!

Fiquei feliz de ver que a Ana não se conformou com a situação marital dela, e que em vez de se lamentar como no episódio passado, foi atrás do Henrique colocar a opinião dela.

E, mais uma vez, a Ana tenta falar com o Henrique sobre as amantes dele. A conversa não sai nada bem.

Ana:

Don’t you know I love you a thousand times more than Katherine ever did.

Henrique:

And don’t you know that I could drag you down as quickly as I raised you?

Daqui em diante, as coisas podem começar a cair muito rapidamente, e elas, infelizmente, caem.