02/12/2009, 09:50. Luiz Marcelo
Reviews
The Good Wife

Série: The Good Wife
Episódios: Fixed
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 4
Data de Exibição nos EUA: 13/10/2009
Data de Exibição no Brasil: 30/11/2009
Emissora no Brasil: Universal

Ética. Palavra de origem grega ethos, que foi criada para quando se aplicam os valores morais e os princípios ideais. Este episódio tratou exatamente disso, e esse tipo de história é praticamente abordada em todas as áreas, seja no campo médico, escolar, religioso e muitos outros setores. Em The Good Wife, o tema não deixa de ser menos relevante, pois se trata de tema corriqueiro em séries de tribunal. E um dos primeiros dilemas éticos acontece já no começo do episódio.

O advogado de Peter “oferece” favores do que Alicia precisar, de juízes, advogados e empresários. Talvez não fosse uma manobra tão inteligente parra quem tenta provar que não abusou do cargo obtendo ganhos pessoais. O caso da semana, que a princípio parecia se tratar de um duelo contra a indústria farmacêutica acaba tomando um rumo diferente quando Alicia descobre um papel no meio dos depoimentos que dá a entender que um dos jurados foi subornado. Conforme o episódio avança, vemos que um julgamento tem um grande aparato, como uma empresa especializada em analisar o perfil de cada jurado, mostrando que nos dias de hoje a justiça não é cega.

Este episódio abriu um espaço maior para Kalinda, responsável por investigar os jurados, e Daiane, a advogada do caso, o que eu achei muito bom. Alicia cria uma empatia com a mulher da vítima de paralisia. Muito possivelmente por ver no depoimento dela o quanto é difícil expor seus problemas em público, como ela diz, como se sua vida fosse uma “cena de um crime” que é minuciosamente analisada por todos. Alicia encontra uma fita que mostra sua família preparando uma festa. Por um momento fiquei preocupado, pois parecia mais uma gravação das escapadas de Peter.

E mais um problema para ela: quando vai a cozinha descobre comida, jogos de videogame e iPods dados a seus filhos. Percebendo a intenção do advogado de Peter, Alicia recolhe tudo, para o espanto de sua sogra e vai até ele para devolver os presentes. Ele está disposto a tudo para ter Alicia a seu lado e por consequência ter seu testemunho. Essas ações dele parecem mais medo pelo peso de Alicia ser a “mulher traída” e que possa se vingar de Peter ao testemunhar, o que não torna toda a situação aceitável, mas dá para entender os motivos dele ao tentar essa cartada.

Depois de perder um bom jurado, Kalinda descobre o jurado que foi realmente subornado. E que as evidências apontam que a defesa que ofereceu o suborno. Entretanto, em uma reviravolta inesperada, Alicia descobre que foi a mulher da vítima que subornou o jurado. Levando o caso para Daiane ela ignora, pois com o veredito a seu favor ela terá uma grande demanda de clientes e diz que “certo ou errado, a lei foi cumprida”. Novamente, a discussão ética entra em cena: seria justo mesmo com as provas a seu favor deixar passar essa grande descoberta? Podemos chamar o que aconteceu de justiça?

E mais uma questão aparece no final do episódio: Peter pede para Alicia testemunhar a seu favor na sua apelação. O grande problema é que Alicia descobriu que Peter na verdade ganhou a pulseira de um empreiteiro. E agora? Alicia depõe e comete perjúrio indo contra seus princípios ou ela não irá testemunhar? Ou ainda, ela testemunha e por vingança conta tudo que sabe? Essa sem dúvida foi a grande pergunta que fica no ar.

A série parece ter estabelecido um diferencial de outros dramas do gênero: as reviravoltas que ela nos oferece. Até agora os quatro episódios mantiveram estórias interessantes, tanto de Alicia quanto nos casos que ela trabalha. A série, que parecia apenas que se destacaria pela abordagem da vida pessoal de Alicia continua a surpreender, isso é muito bom e mostra que a série não está ganhando elogios e boas criticas a toa.