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Review: Roma – These Being the Words of Marcus Tullius Cicero
06/05/2007, 07:00.
Laura Gomes
Reviews
Roma
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Série: Roma
Episódio: These Being the Words of Marcus Tullius Cicero
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 15
Data de Exibição nos EUA: 28/1/2007
Data de Exibição no Brasil: 29/4/2007
Emissora no Brasil: HBO
Nos episódios anteriores vimos como Marco Antônio, único sobrevivente do triunvirato a se manter fiel a César até a sua morte, ascendeu ao poder de Roma. O episódio anterior (14), mostrou ainda o conflito que deu início à inimizade declarada e aberta entre ele e Otávio, herdeiro e sucessor de César, colocando-os definitivamente em lados opostos.
Mas isso não é tudo, visto que as disputas e os acontecimentos não envolveram apenas os homens e as razões de Estado. O fato é que a série vem nos mostrando também um outro lado, talvez menos “cívico” da História de Roma. Através das disputas entre Atia e Servilia, bem como das ações e atitudes de Servilia e Níobe em relação aos homens próximos, assistimos o como e o quanto as mulheres influenciaram os acontecimentos.
Fundamentalmente, o episódio 15 apresenta uma transição na vida desses homens, não apenas à luz dos eventos políticos, mas, sobretudo, do ponto de vista da influência feminina. Sob este aspecto é interessante observar melhor como ela repercutiu em cada um deles.
Comecemos por Vorenus. Ele era um soldado e foi conquistar a Gália ao lado de Cesar. Em determinado momento, sua esposa que não era exatamente uma Penélope, considerando-o morto, envolveu-se com outro homem, um cunhado, de quem teve um filho. Tudo isso poderia ter sido apenas um pequeno drama doméstico, não fosse Vorenus um guerreiro exemplar que, como Ulisses, retorna ao lar, saudoso, cheio de honras e glória. Quem está fora de lugar nesta história? O guerreiro exemplar ou a esposa adúltera?
O amor infeliz de Vorenus e Níobe é importante para percebermos o quanto as relações entre os gêneros sempre tiveram um papel importante na história social e política do ocidente, apesar dos historiadores não darem muita importância a este detalhe. O fato é que a demorada ausência de Vorenus provocou o adultério de sua mulher e este ato teve conseqüências graves não apenas na vida do casal, como, posteriormente, na vida do Estado.
Na 1ª temporada vimos que Vorenus não estava ao lado de César na hora do ataque no Senado, porque foi desviado por Eleni (escrava de Servília) para que Brutus e seus seguidores agissem. O ataque e o ardil foram deliberada e pacientemente planejados por Servília nos mínimos detalhes. Enquanto Eleni contava a Vorenus o segredo terrível de sua mulher, César era apunhalado.
Temos então, a versão feminina do assassinato de César. Se no plano da vida cívica, tudo não passou de uma luta entre posições e tradições políticas opostas, no plano da vida mundana e doméstica, tudo não passou de uma intriga e uma vingança perpetrada por Servília contra o homem que a rejeitou. O amor se serve da política, ou a política se serve do amor? Eis a questão.
Quanto a Marco Antônio, até então vivera sob o comando de Cesar na condição de um de seus colaboradores militares mais próximos e importantes. Sem dúvida, não podemos nos esquecer também de seu enorme apetite sexual. Mas será que é somente isso que o distinguia de seus pares? Creio que não, e no episódio 15 o ainda futuro amante de Cleópatra deixa bem claro sua notável capacidade de compreensão, articulação e trânsito com o universo feminino que o cercava.
Certamente, Marco Antônio nos mostrou que ter a sensibilidade para perceber o que certas mulheres tinham em mente, como elas, a seu modo, eram figuras poderosas foi um dado importante para a sua sobrevivência, tanto quanto a sua visão propriamente “política” dos fatos.
De fato, o que Marco Antônio parece nos dizer neste e nos outros episódios que virão é que em tempos incertos e sombrios, é uma boa política escutar o que as mulheres têm a dizer e não calá-las. É nesse contexto que se insere a cena magistral do casal Atia e Marco Antonio. Ficamos surpresos porque, sob vários aspectos, a cena é incrivelmente moderna, chegando mesmo a ser prosaica.
Ali temos um casal discutindo seu relacionamento sexual junto com seus planos futuros de vida em comum, enquanto tomam sua refeição matinal. Sabemos que sob outra influência feminina, a de Jocasta, amiga de Otavia, Atia não quer ir mais para a Macedônia, deseja permanecer em Roma ou o mais próximo possível dela. Mas ela sabe também que não pode repetir os comentários de Jocasta, pois eles não valeriam de nada para Marco Antonio. Portanto, Atia recorrerá à política e ela já tem os seus argumentos na ponta da língua, de forma a persuadir e provocar o impacto desejado na mente do amante: para sobreviver, Marco Antônio precisa continuar a representar algum tipo de ameaça à Roma. A Macedônia é muito longe, não influi em nada em matéria de política, portanto, um lugar para o esquecimento e a própria destruição. Ora, mesmo não tendo as mesmas ambições de um César, Marco Antonio é um homem vaidoso e as palavras de Atia o atingem profundamente.
Novamente o amor se serve da política e de alguma forma serve também a ela. Um pouco mais adiante, o telespectador pode confirmar o poder que as palavras de Atia exerceram sobre Marco Antonio na magnífica cena onde ele enfrenta Cícero (David Bamber), nada menos que o grande senador e orador.
Moral da história: há quem pense que a política é o lugar da razão, logo uma coisa de homens. O amor envolve sentimentos, não é racional, logo é coisa de mulheres. Roma parece nos dizer que em muitos casos, amor e política se confundem. Da mesma forma que se age com política no amor (Átia), pode se agir como amante na política (Marco Antonio).
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Pra min, as mulheres são a melhor coisa de Roma. Suas manipulações é que acabam em tudo de importante que acontece na série. E eu amo a Atia e sua inteligência.
o Marco Antonio era o cara certo pra guerrear mas no momento de fazer politica não foi dos melhores não…gostei do review como sempre mas nem sei o que comentar…faz tanto tempo que vi esse episódio
sei que uma coisa é fato ‘por tras de um grande homem sempre tem uma grande mulher’ e Roma não era uma exceção
O “filho de Hades” está demais.
Agora esta explicado (pelo menos pra mim) aquela violencia supimpa em Roma, o produtor é o meu querido John Millius, diretor de Conan, o Barbaro, por Crom! o filho de hades é filhote do cimério de bronze.
Sim Darth!
John Millius é do tempo em que se fazia “machos” de verdade! Não esses chorões de divã de hoje!
Mas o Rei Leônidas de 300 me deu esperanças!
Longa vida a Clint Eastwood, John Wayne, Charles Bronson e Conan da Ciméria!!!
é isso ai Cristiano, pau na bolacha! kkkkk ja pensou nesse embate, Conan x Leonidas, sai de perto! ainda fico c/ o cimério.
A transformação pelo que passam os personagens, fazem essa 2ª temporada adquirir uma narrativa quase literária, espetacular!
Pullo, por exemplo, parece que renasceu. É outro homem, e o ator muito convincente.