16/10/2008, 08:00. Paulo Fiaes
Reviews
One Tree Hill

Série: One Tree Hill
Episódio: My Way Home Is Through You
Temporada: 5ª
Número do Episódio: 91 (5×03)
Data de Exibição nos EUA: 15/1/2008
Data de Exibição no Brasil: 15/10/2008
Emissora no Brasil: Fox

Três episódios e posso dizer que é o melhor começo de temporada de One Tree Hill. Ok, alguns vão dizer que eu falei disso na temporada passada e admito que falei mesmo, mas isso é um bom sinal, mostra que a série está evoluindo.

E quando digo evoluindo, quero dizer que assisti esse episódio duas vezes, e eu não gosto de assistir reprises, e pra falar a verdade gostei muito da segunda vez, talvez até mais do que a primeira, e isso é sinal de evolução.

E pra continuar nesse assunto, evolução, podemos falar de Mouth. Da primeira vez que o vi ficando com Alice pensei “pra quê tão rápido?”. Mas depois, analisando bem, Mouth cresceu, não precisa ser mais uma novela o fato dele ter que ficar com alguém. E o melhor disso, Mouth continuou sendo ele mesmo, porém mais determinado. É aquela velha história, se ficarmos julgando um livro pela capa, podemos está perdendo uma ótima leitura. Geralmente mulheres bonitas e poderosas costumam ouvir mais bajulações do que verdade, e o fato de Mouth ter dado um beijo na chefa, mais o fato dele ter dito inúmeras verdades pra ela, talvez isso tudo acabou fazendo com que Alice tenha percebido que ele não é mais um, não que isso o torne melhor ou pior que alguém, mas acreditem, as pessoas ainda reconhecem quando encontram alguém com caráter na sua frente, e quando essas pessoas são espertas o suficiente, elas tentam não deixar fugir essa oportunidade.

E quem também mostra sinais de evolução é Lucas, que finalmente voltou a escrever. A primeira crítica que faço a temporada, e não sei bem se pode ser uma crítica, ou se já foi planejado isso pela equipe criativa da série, enfim, o que quero dizer é que se querem formar um triângulo amoroso entre Lindsay, Lucas e Peyton, é necessário mostrar uma maior química entre Lucas e sua atual namorada. Eu gosto da personagem, mas sinto que ela possa ser uma daquelas atrizes convidada pra fazer alguns episódios e só. Seria mais interessante mostrar Lucas mais envolvido por ela. No momento que ele diz pra ela que a ama, eu senti que a boca dele dizia aquilo, mas a expressão dele queria dizer outra coisa (ok, o Chad também não ajuda). Posso está errado, e lógico, não sei o que aconteceu nessa pulada de tempo, mas seria mais intenso se esse triângulo amoroso fosse forte nos três lados, assim como foi com Brooke, Lucas e Peyton. Mas por favor, essa crítica não desmerece a história criada para os três, nem tão pouco Lindsay.

E o tema evoluir não vai fugir desse texto. Agora é a vez de Dan Scott, o homem das mil faces, aquele que realmente não sabemos se é o que mostra ser. Na última review da quarta temporada, meu colega de trabalho daqui do site, Osório Coelho, disse:

Paulo, como alguém que tenta se matar e recebe o desprezo em forma de uma cusparada alcança a redenção? Acho que essa análise foi equivocada.

E uma fã da série, Angel, respondeu:

Dan chegou ao ponto de redenção sim. Redenção não é sinônimo de perdão. Mas é aprender a assumir os erros e enfrentar suas conseqüências. E sem duvida isso foi o que aconteceu com Dan Scott.

E penso exatamente igual a ela, Dan parou de fugir e foi homem de fato, assumiu seus erros. E senti no pouco que vi agora, que estava certo em pensar que o tempo preso o faria rever suas prioridades, como aquela conversa com Nathan, onde ele diz que perdeu sua familia e liberdade, e diz pra Nathan que ele ainda tem isso. Não foi a toa que Nathan acabou deixando uma foto do seu filho para o pai.

Por falar em Nathan, será que também vai ser assim nessa nova fase? Pai e filho competindo para ver quem se destaca mais na série? Como disse nas primeiras reviews, eu entendia o fato de Nathan está sofrendo, como se não tivesse aceitando a virada que a vida deu. Contudo, mais uma vez Nathan mostra que por mais que sofra e erre, ao contrário de seu pai, ele não leva tanto tempo pra perceber o que importa na sua vida. E o que importa é sua esposa, seu filho. Eis um casal que admiro. E admiro também a ousadia da equipe criativa da série em mostrar um casal tão unido quanto eles e por tanto tempo. Claro que fico me perguntando, será que essa babá vai acabar separando os dois? Mas quer saber, espero que não, seria clichê. Então não vou ficar tentando adivinhar se essa babá vai ter alguma coisa com Nathan, prefiro curtir esse momento, essa série com cada episódio melhor do que o outro.

E o mais irônico é que aquela que mais “evoluiu” parece ser a mais estagnada. Do que adianta ter ao mundo aos seus pés se você não tem liberdade pra escolher seu próximo passo? Fiquei surpreso em saber que Victoria era mãe de Brooke. Uma reviravolta simples, mas que faz todo sentido. Mãe ausente durante todo o crescimento da filha, mas que agora, devido ao fato da filha ter ficado rica, quer está presente na vida dela, e mais, controlando a sua vida. E até triste dizer que isso não é ficção, é mais real do que gostaria de acreditar. Ainda não sei o que virá dessa história, mas foi uma ótima surpresa e podemos ter muita coisa boa disso.

E mais um ótimo episódio. Alguém me falou que saiu uma crítica lá fora na época em que essa temporada começou dizendo que a série perdeu o rumo. E é verdade, a série não tem mais a idéia original, dois irmãos brigando por tudo a sua volta. Mas isso não quer dizer que esteja ruim, é importante saber mudar. Sério, quando me disseram isso que o crítico falou, eu fiquei me perguntando o porquê de alguém abrir a boca pra dizer isso. Sei que todas as pessoas têm direito a não gostar de alguma coisa, e respeito isso, mas não gostar é uma coisa, desmerecer é outra. E posso está sendo cego, mas criticar episódios como esses três que passaram é uma pu*& de uma sacanagem. Se toda série teen tivesse essa qualidade, ouso afirmar que não estaríamos ouvindo reclamações de pessoas que sentem falta de uma série pra jovem que realmente nos faça pensar. E One Tree Hill tem feito isso, e pode não ser perfeito, mas está muito longe de ser ruim.