TeleSéries
Review: Lost – Recon
23/03/2010, 12:30.
Thiago Sampaio
Reviews, Spoilers
Lost
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Série: Lost
Episódio: Recon
Temporada: 6ª
Número do Episódio: 110 (6×08)
Data de Exibição nos EUA: 16/3/2010 na ABC
Data Prevista de Exibição no Brasil: 30/3/2010 no AXN
Assumindo novamente (de forma interina) o episódio de Lost da semana, sinto a necessidade de retomar algo que tomei como foco principal na review que escrevi semana passada: “(…) importante mesmo são seu personagens, que antes de descobrir sobre os segredos da ilha, precisam encontrar sua redenção.”
De maneira muito bela, o perdão pessoal, ou a paz de espírito, atingiu Benjamin Linus. Dessa vez, no episódio Recon, focado em James Ford Sawyer, a redenção propriamente dita não ocorreu, mas a importância de se trabalhar com os esqueletos no armário dos personagens mostrou-se mais vital que o foco nos mistérios da ilha… que não ficaram inteiramente de lado, graças à F-Locke e Widmore. O resultado? Mais um ótimo episódio.
Os flash-sidways aparentam ser, numa interpretação mais preguiçosa, um recurso narrativo que serve apenas pra nos enrolar, ocupar tempo desnecessário em episódios e nos afastar das soluções de Lost. Ledo engano. Certa vez (não me lembro quem) chegaram a dizer que a principal diferença entre Lost e FlasForward (dois seriados da ABC focados em uma premissa de mistérios) são seus personagens: enquanto que em Lost nós apreciamos a maioria deles, em FF seria perfeitamente aceitável matar todos os nada carismáticos protagonistas, pois o importante lá é só a resposta do “por que”.
Sim, em Lost temos uma infinidade de “por ques”, mas os personagens são os que fizeram valer a pena nesses seus seis anos de duração.
Explano isso porque sou um defensor dos flash-sideways. Os eventos paralelos (que pessoalmente prefiro chamar de “flash-if” – “flash-se” – pois realmente não me importo se esses universos um dia vão chegar a se cruzar) podem até nos afastar dos segredos da ilha, que obviamente só serão solucionados no episódio final, mas estão lá pra entendermos melhor os personagens, pra sabermos como seriam suas personas caso Jacob não tivesse entrado em suas vidas.
Os pais de Sawyer morreram por causa de Anthony Cooper. Isso não foi recontado. Porém, a caneta que ele usou para fazer a carta de vingança não foi trocada por Jacob e James deve nunca ter terminado o que escreveu. E apesar dos fantasmas do passado, ele não assumiu o nome do vigaristas que arruinou sua família e se tornou um policial. Seu parceiro? Miles.
A questão de livre-arbítrio continua sendo confusa . Observem que mesmo sem a interferência de Jacob, Miles e James acabaram se tornando parceiros assim como nos anos 70, quando se infiltraram na Iniciativa Dharma. Mesmo sem o toque de Jacob, Ford ainda mantém um arquivo escondido sobre o cara que arruinou sua vida e usa seu trabalho para caçá-lo. Inexplicavelmente, ainda usa a palavra LaFleur… Mas é essa confusão que deixa Lost agradável. É ver os personagens que, mesmo sem passar pelos traumas da ilha, seguem errando e se encontrando ocasionalmente em Los Angeles.
Miles arrumou um encontro para o parceiro. Era Charlotte (por que não a Juliet?!), que passou a infância na ilha e acabou morrendo lá no universo original. Charlie Pace encontra-se preso no mesmo distrito onde James trabalha, visto que seu irmão o procurava por lá. E a sardentinha Kate topou (literalmente) com Sawyer – primeiro fugindo no aeroporto, agora fugindo nas ruas de LA.
Fica claro que em breve todos os personagens vão se reunir nessa 2004 paralela e algo muito importante (nem imagino o que seja) será revelado no final do seriado. Os universos vão se fundir? Existem duas versões das mesmas pessoas em locais diferentes? Todos vão ter conhecimento do que acontece em outra vida? Sendo honesto, mesmo que nada aconteça, fico satisfeito só com a estrutura narrativa desse 2004 alternativo.
Do que já vimos, pelo menos dois plots (Sawyer e Miles como policiais em LA, mais Ben e Locke como professores em um colégio) seriam ótimas premissas para novos pilotos. E quantos seriados existem, atualmente, com um material tão rico na figura de seus personagens, onde podemos admirar um “e se” deles, e notar que faríamos questão de acompanhar suas histórias apenas pela existência dessa ligação, desse carisma que temos para com eles?
E ainda existe a ilha…
Na linha de tempo original, Sawyer não toma partidos: ele não quer favorecer nem o Monstro, nem Widmore. Não se importa nem mesmo em saber quem matou os sobreviventes da Ajira (mas eu sim! Quem foi? Jacob? Widmore? O Monstro? Mais alguém?!) e tudo o que ele quer é sair da ilha. Seu plano é esperar um vencedor na batalha que está por vir e tomar o submarino e partir com Kate pra fora do rochedo.
Kate que vive topando (literalmente) seu caminho.
A rotina paralela de Kate ainda não me cativou (não é uma daquelas que criaria um bom novo seriado), mas a sardentinha está com participação muito rica em narrativa lá na ilha. O único motivo de seu retorno era encontrar Claire e devolvê-la pra Aaron. Só que isso já era: a australiana surtou nos três anos de isolação e virou um caso perdido. Pra piorar, Kate se afastou de seu grupo, Sayid ficou do mal, Claire ora quer matá-la, ora quer agradecê-la e quem vem se mostrando um bom aliado é uma força que assumiu o corpo de Locke, que morreu.
Kate está perdida e seu rumo será o que Sawyer tomar. Claro, se Jack estivesse por perto ela seguiria o rumo dele, mas Shepard nem deu as caras… e como o doutor é um daqueles personagens que não me cativaram esse ano, acabou me sendo um excelente favor.
Resumindo tudo então, temos James paralelo como um policial, atormentado pelo assassino de seus pais e com a fugitiva Kate em mãos. Temos também o James original, atormentado pela morte de Juliet e com a sem-rumo em mãos. E claro, a série não está limitada ao Sawyer: Widmore chegou, Jack tem o que conversar com Ben, Richard muito o que revelar, F-Lock tem seu exército, Sun e Jin ainda não se veem há três anos… Isso por que não comentamos sobre os flash-sideways!
Lost não está nada monótona. E segue nos entupindo com dúvidas, mas a cada episódio a série vem nos revelando pequenas respostas e diversos momentos de rica estrutura narrativa de seus bons personagens. Ela tem suas falhas, não é perfeita (nada é) e pode acontecer que um dos próximo episódios seja uma droga, mas aproveitem a viagem: já já termina e vamos sentir muita falta. Seja dos enrolados mistérios, seja dos excelentes personagens.
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Que review maravilhosa Thiago!
Uma das melhores de Lost que já li!
Parabéns!
Essa é uma questão que eu venho realçando desde o primeiro ano da série. Sem dúvida que a ilha é um personagem essencial, mas Lost jamais seria o que se tornou se não fosse pela riqueza de seus personagens, e principalmente da forma como os atores se apossaram destes personagens.
Pra um roteirista estreante, Jim Galasso fez um belíssimo trabalho com a narrativa de James Ford. Claro que também não dá pra ignorar a influência da autora e produtora executiva Elizabeth Sarnoff, veterana de Lost desde o segundo ano.
Jack Bender também não deixou por menos. 38 episódios dirigidos sem nunca perder a mão no resultado final dessas horas inesquecíveis (e isso sem contar os mobisodes).
É evidente que Carlton Cuse e Damon Lindelof planejaram a inclusão desses flashes alternativos com cautela e preparo. No fim das contas, independente de como eles se relacionam às questões temporais criadas em Lost, eles funcionam como um veículo de caracterização e delineação da motivação específica de cada personagem relevante na trama.
Interessante descobrir que Ford sem a influência de Jacob conseguiu explorar melhor o lado xerife dele, algo já estabelecido nos tempos da Dharma. Mais também é interessante deixar claro que seus instintos principais permanecem desobstruídos. Anthony Cooper ainda é um possível alvo (irônico levando em conta que aparentemente ele agora possui uma relação saudável com Locke).
Ao mesmo tempo, a teoria de Faraday e Eloise Hawking permanece viável mesmo na realidade alternativa. Por mais que você goze do livre-arbítrio e trace seu caminho, seu destino eventualmente o alcançará porque o universo corrigirá os desvios não-planejados. Agora o universo o jogou de volta pra Kate da forma mais violenta literalmente possível.
Interessante saber mais detalhes sobre os eventos que levaram a esse tempo alternativo. Era evidente que Charlotte iria eventualmente aparecer viva, e que teria alguma relação com Miles (já que Cheng conhecia a família dela). Já sabemos de Dr. Linus que a ilha e a Dharma existiram antes de afundar.
Na ilha, fico cada vez mais perturbado com Claire. Engraçado que revendo o quarto ano, consegui perceber o ponto em que ela deixou de ser a Claire. Emilie de Ravin sabe transmitir essa insanidade.
Era evidente que Sawyer vinha enganando Men in Black, assim como Widmore. Já previa isso desde The Substitute. Isso condiz com o Sawyer que eu conheço (outro grande trunfo de desenvolver um personagem de forma consistente desde o primeiro ano).
Eu queria saber quem é aquela atriz de óculos que vinha enganando o Sawyer. Evidente que não é a Tina Fey de 30 Rock, mas o rosto me é conhecido.
Foi o primeiro episódio que eu consegui antecipar cada reviravolta, incluindo a omissão de Sawyer quanto a existência do submarino como veículo de fuga. Valeu a pena assistir esse!
Eu achei bem divertido ver o Miles e o Sawyer encarnando o velho clichê da dupla de policiais que briga o tempo inteiro mas que no fundo são grandes amigos, no melhor estilo Máquina Mortifera,Starsky & Hutch e tantos outros filmes e séries.Por falar no Miles, faltou mencionarem se nessa linha temporal alternativa ele também pode ouvir os mortos ou não, aliás um dom que seria bem útil para um policial.
E na outra linha temporal fica cada vez mais evidente que a Claire perdeu completamente o juízo.Falta ainda revelarem porque ela abandonou o Aaron e foi viver na cabana.
Que review maravilhosa Thiago!
Uma das melhores de Lost que já li!
Parabéns! (2)
Obrigado mesmo, Irina e Anderson.
Só que o texto já ficou datado rapidamente: hoje tem epi novo
Lost tem dessas =T
E Eduardo, a atriz de óculos (que me lembra muito a Amanda Peet) é Coco, a grávida bipolar de ER que Carol cuida na clínia durante a 5ª temp. Caiu a ficha? huahuahuha
Tudo nesse episodio foi perfeito, ver Sawyer de volta na ilha foi ótimo, além de ter a cofissão de Dark-Locke de que ele é o Monstro da fumaça(Alguém se lembra do John Locke, naquele corpo??),Sayid completamente alienado sem reação nenhuma diante do ataque de Kate.
Ver como James seria sem presença de Jacob, foi muito bom pois percebemos que ele seria alguém que não deixaria sua origens para trás, no caso à morte de seus pais, e o responsável Anthony Cooper, e que a fugitiva Kate iria atravessar o seu caminho de qualquer maneira, o mesmo com o seu parceiro Miles.
Sawyer tem tudo para ser o sustituto de Jacob, pois quando traí `a confiança de Dark-Locke, ele o faz por querer salvar seus amigos daquele lugar, pois o que importa não é Windmore ou Monstro.
Aliás como Windmore foi parar na ilha????Ele mesmo diz a Ben no ep.5×12, que ele está tentando voltar à ilha mais de vinte anos, e o maior mistério é:Quem está na sala dentro do submarino???
Eu acho que é Desmond ou uma nova bomba de hidrogênio, mas poderosa que irá afundar a ilha como vemos no começo dessa temporada.
Mas parabéns Thiago pelo review, muito bom mesmo.
Muito boa review thiago , nao quero mais entender lost , to deixando os roteirista me levar e ta bom assim.
Faz tempo que não assisto Lost, que pelo jeito está ótima nesta temporada. Ainda mais depois de ler o teu review, que está excelente, parabéns Thiago. E vou fazer como a Ana (7), não faço mais questão de entender Lost, vou só curtir, sem procurar explicação para tudo.
Tenho de rever a quinta temporada de ER eventualmente. Não me lembrava desse caso com essa mulher, apesar de me lembrar da clínica.
Quanto a Lost, Widmore não pode estar tentando voltar pra ilha durante 20 anos, afinal ele foi banido em 1992/93, quando a Alex já tinha 4 anos. A quarta temporada também deu a entender que Widmore foi um dos responsáveis pelo extermínio da Dharma antes de Ben tomar seu lugar (a matança ocorreu em 92). O encontro dele com Ben ocorre em 2005/06.
Widmore pode ter tido ajuda para voltar nesse submarino, seja na forma de Desmond ou Eloise. De qualquer forma, a rota específica de Faraday deve fazer parte desse esquema de alguma forma. Lembrando que ele é filho de Widmore.
Gostei muito do episódio, o que era de se esperar – geralmente, histórias centradas no Sawyer rendem bastante.
O Josh Holloway se saiu bem como policial na realidade alternativa. Não sei porque, mas ele me lembrou um pouco o Don Johnson em Miami Vice.
Destaque também para a “participação especial” do Michael Landon, em uma cena de “Os Pioneiros”.
Um pequeno detalhe:
– “a caneta que ele usou para fazer a carta de vingança não foi trocada por Jacob”
Quem disse que Jacb não tocou no pequeno Sawyer?!
Esse encontro aconteceu antes de 1977, momento em que a bomba explodiu (o Sawyer comenta isso quando era Le Fleur, dizendo que seus pais morreram enquanto ele estava no passado).
A menos que apresentem um bom motivo para isso não ter acontecido.
Opa! Muito bem lembrado, Robfarah.
Vamos pensar num motivo pra isso então.
E se… a detonação da bomba fez com que, no universo alternativo, todas as intervenções de Jacob fossem nulas? No caso de Sawyer… ele perderia a carta, por exemplo. Vai saber =P
A série já deu mostras de que a criação da nova realidade não foi exatamente na explosão da bomba – porque Ben e seu pai estão fora da ilha, e não haveria como terem saído de lá antes da explosão.
Apesar da evacuação ter levado as crianças, Ben estava no templo, não teria tempo de ir até o submarino.
Sem contar que seu pai sequer comenta o fato do filho ter tomado um tiro e dele ter atirado no culpado como motivos saírem da ilha, sinal de que isso não aconteceu.
Ou os roteiristas comeram bola (o que é improvável) ou vão dar outra explicação para a criação da nova realidade.
Mas ainda acho que o fato do Sawyer ser o único a ser tocado pelo Jacob antes de 1977 (a Kate também era criança em seu encontro, mas é bem mais nova, deve ter sido no meio dos anos 80) deve ser explorado de alguma forma – meu palpite é que ele será o elo entre as realidades.
A personagem Zoe é interpretada por Sheila Kelley:
http://www.imdb.com/name/nm0445992
Com referência ao Locke alternativo, o que me deixa curioso é como ele foi parar na cadeira de rodas? No universo “normal”, isto foi pela tentativa de assassinato do papai, mas nesta linha alternativa parece que os dois se dão bem, qual será a explicação que vão dar? SE acontecer…