TeleSéries
Review: Lost – Happily Ever After
08/04/2010, 13:00. Rafael Maia
Reviews, Spoilers
Lost
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Série: Lost
Episódio: Happily Ever After
Temporada: 6ª
Número do Episódio: 114 (6×11)
Data de Exibição nos EUA: 6/4/2010 na ABC
Data Prevista de Exibição no Brasil: 20/4/2010 no AXN
Lost é como uma poesia. Existe o plano superficial, visível, o das letras no papel. Mas somente quando se empreende uma viagem profunda para dentro das páginas é que se atinge sua real razão de existência. Nada mais natural, então, que um misterioso, intrigante, esperançoso e um tanto irônico episódio que se utiliza do clássico encerramento dos contos de fada “Happily Ever After”. Pela primeira vez nesta temporada, a série abre caminhos que andam mais no sentido do esclarecimento do que da dúvida. E, com isso, produz-se um material excepcional.
THE ISLAND ISN’T DONE WITH YOU YET, sentencia Widmore. Após a chegada de Jin à Ilha vizinha de Hydra, no aparente comando de Charles Widmore, vê-se todo maquinário experimentativo do homem e também um velho companheiro de jornada. Guardadas as proporções, e com todo respeito ao ator Daniel Dae Kim, ele é o animalzinho curioso que faz as vezes da consciência inconsequente do espectador. Sua função ali é fazer as perguntas que nós queremos fazer e escolher os caminhos que nós tomaríamos. Lá, naquele momento, acontecem testes nos quais Widmore possui interesse especial, ainda que aparente: a ‘ajuda’ de Desmond para ‘apagar’ a realidade de que Penny o odeia e de que ele nunca chegou a sequer conhecer seu neto. Um bastante desorientado Mr. Hume, o Desmond, é trazido de volta à ilha, sob a égide da impactante frase, algo como ‘sua história com a Ilha ainda não terminou’.
YOU’RE NOT READY YET. No entanto, o episódio não trairia seu título e se cercaria somente ao redor da personagem de Desmond. A história vai bem mais a fundo. Desde o início desta temporada, não era tão claro o porquê das incessantes narrativas alternativas. Aqui, a proximidade entre as duas realidades, que, em certos momentos, parecem se cruzar, grita aos olhos. Não me é tão óbvio, porém, como, nesta espécie de realidade paralela dos flashsideways, as pessoas têm pequenas lembranças de um passado que elas não viveram ou, ao menos, não se recordam de terem vivido. É o caso do reencontro com Charlie e da irônica cena do afogamento, com o roqueiro, dessa vez, sendo salvo. Desmond é acometido por lapsos de memória com a frase ‘this is not penny’s boat’. Seria esta realidade alternativa realmente diferente da original a que assistíamos por anos e as lembranças uma espécie de déjà vu, brincando com o princípio de que, ao escolher um caminho, exclui-se o outro, embora ele continue existindo em um universo paralelo? Ou seria esta realidade dos flashsideways um trabalho do próprio Charles Widmore de deletar um certo período da mente das pessoas, assim como, ao que parece, fez com Desmond e, ao mesmo tempo, ativar a nova realidade?
WHATEVER YOU LOOKING FOR, YOU NEED TO STOP LOOKING FOR IT, pede Eloise, na ‘nova’ realidade parte do clã Widmore, com um tom de quem demonstra saber algo para além da compreensão de Desmond. Seja o que ele estivesse procurando, fosse a aprovação de Widmore, o que, diferentemente da realidade original, ele já possuía com louvor, fosse encontrar Penny, Eloise parecia saber que esta história havia ficado em um passado que deveria ser lacrado e jamais tocado novamente. Eloise Hawking, ou Eloise Widmore, daria sinais de compreender que universos paralelos não devem, ou não deveriam, se comunicar.
SHE’S AN IDEA, diz Desmond quando se refere à então desconhecida Penny, que, neste momento, é somente a filha de seu patrão. E o mundo das ‘ideais’, todas sustentadas por vagas lembraças desconexas pertecentes ao imaginário, não se encerra aqui. Em conversa com o físico Daniel, nesta realidade também um membro da família Widmore, fica bastante claro que a menina que ele descreve a Desmond como sua grande paixão é Charlotte. Incríveis olhos azuis, ruiva, mantém um trabalho no museu e, quando Daniel a viu, ela estava com uma barra de chocolate na mão, uma referência ao momento de sua morte, na temporada passada, quando ela falou sobre comer chocolates depois do jantar. É particularmente interessante e sentimental a conversa de Desmond e Daniel sobre se ter uma nova chance, uma nova vida para mudar as coisas. Sentimental e ironicamente intrigante, assim como quando o físico fala sobre a possibilidade de, prestes a acontecer algo muito ruim, existir a possibilidade de liberar uma quantidade muito grande de energia, como em uma bomba atômica, para tudo recomeçasse em branco, como um livro novo, por assim dizer. Esta situação abre espaço para se considerar que, talvez, esta realidade alternativa tenha sido ‘ativada’ não diretamente por Widmore, mas por Juliet, no momento da explosão no poço.
A LOT CAN HAPPEN IN TWENTY MINUTES, poetiza Desmond ao final. Vinte minutos é o tempo que Desmond disse a Charlie que levaria para transformá-lo em um rockstar longe das drogas. É também o tempo necessário para deletar uma memória para ‘ajudar’ um amigo. Nestes minutos, um avião pode cair e uma ilha pode se mover como se mais de trinta anos tivessem passado. Ou até mesmo o espaço de tempo necessário para que uma quantidade de energia muito grande seja liberada e o passado, o presente e o futuro sejam reescritos. O que resta deste episódio é que você até pode escolher os caminhos, e, sim, eles podem ser diferentes. Mas o destino é imutável. O final da jornada está determinado e todas as escolhas conduzirão para a mesma saída. Das certezas que Happily Ever After afirma, uma delas é que, se Lost é uma grande batalha entre o bem e o mal, estamos lidando com conceitos de ‘bem’ e ‘mal’ diferentes dos quais a humaninade, ao longo da história, definiu. Nada é muito certo ou direito. Nada é tão ao céu ou à terra, literalmente. A despeito do nome e da poesia de suas tramas, aqui, o final não parece estar próximo, nem de longe, da lembrança de um conto de fadas.
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Um episódio perfeito, bem melhor que o anterior, ” The Package”, porém ainda perde o posto de melhor episódio da temporada para ” Ab Aeterno”, definitivamente impressionante. Seria a realidade até então paralela a realidade “oficial”, e tudo ocorrido durante essas 5 temporadas, fruto de um descuido de Daniel Wildmore (Faraday), como ele proprio cita na conversa com Desmond ? Lost finalmente responderá tudo nos 5 episódios restantes ? Ao mesmo tempo que diversas questões vão parecendo ser respondidas, surgem ainda mais incertezas. Dia 23 de Maio saberemos tudo,ou quase tudo.
esse, pra mim, é o 2o melhor eppi de lost. se na primeira temporada lost era uma “série de aventura de uma turminha do barulho aprontando loucuras numa ilha cheia de confusão”, hoje ela é uma série sci-fi, e uma boa. essa derradeira tiveram episódios bem fracos, mas eu acho que o caminho pra um series finale digno é se agarrar nesse lado ficação científica mais hard core e deixar de lado todo o mimimi dos personagens.
oka, eles são mais importantes que os mistérios da ilha, mas quem se importa com a reação da Kate quando podemos ouvir falar mais de flashsideways? eu realmente não.
Lost me surpreende mais a cada episódio.
Excepcional o episódio, e além de responder algumas duvidas e começar a explicação de como tudo funciona, tem vários detalhes dignos de atenção:
– O quadro na sala do Widmore, com uma balança contendo uma pedra branca e do outro lado uma preta.
– Informação de status do vôo 815 na tela do aeroporto está em branco.
Acho que estes últimos 5 episódios serão assim, rico em detalhes..
Que venham …
Só lembrando que a temporada terá 18 episódios, portanto ainda faltam 7, ou 6 se considerarmos que o último será duplo 17-18.
Ab Aeterno e Dr. Linus não foram suficientes. Tinha que ter mais uma obra-prima nesse ano!
Happily ever After foi uma forma excepcional de fechar a trilogia de Desmond, que começou com Flashes before your Eyes, e teve sua continuação com The Constant.
Quando é a direção de Jack Bender aliada a um roteiro direto de Carlton Cuse e Damon Lindelof, o resultado final é quase sempre primoroso.
Henry Ian Cusick sempre soube retratar uma das características essenciais de Desmond: sua sensação de ser usado como um fantoche nas artimanhas de pessoas que não sujam as próprias mãos.
Finalmente, a série deixou claro que as linhas alternativas realmente podem ter pontos de interseção. Era evidente que Desmond tornaria-se o foco desse rumo.
Tinha de ter uma forma do sindicato de atores permitir a mudança dos créditos pro fim do episódio. Já sabia que tanto Charlie, quanto Faraday, Eloise e Minkowski iriam dar as caras graças ao uso liberado dos nomes no início.
Acho engraçado terem colocado o recém-oscarizado Fisher Stevens de volta na trama, quando esse mesmo papel era feito por Lance Reddick (Matthew Abbadon), atualmente envolvido com Fringe.
Sempre um prazer rever Charlie Pace! Dominic Monaghan sempre teve afinidade com Desmond.
Assim como o episódio do Richard, quase não teve cenas no tempo “atual”, ou mesmo na própria ilha nesse caso.
Mas a forma como o roteiro brinca com os conceitos e idéias que impulsionam personagens é genial. Isso sem falar nos paralelos visuais, como Penny assumindo a posição de Jack correndo os degraus. O fato da realidade alternativa assumir parâmetros opostos, com personagens atingindo seus sonhos não deixa de obstruir o lado negativo que isso ainda pode trazer.
A questão de poder fazer escolhas, e quebrar os padrões pré-estabelecidos na ordem natural das coisas foi muito sem sintetizada através dos avisos que Desmond recebe durante a trama.
Incrível como Desmond evoluiu nesses 43 minutos. Sua habilidade de viajar entre duas dimensões paralelas abre inúmeras possibilidades pra resoluções de tramas. Uma pena que restam apenas 7 episódios.
Contando o último duplo como um, realmente faltam 5 episódios.
Whoa, Rafael, esta foi a melhor review EVER que já li!
charles wildmore é o sogro mais fdp que eu conheço como maltrata o desmond até a sua filha odeia ele
PESSOAL LEMBRA NA 5 TEMPORADA QUANDO A KATE RECEBIA UMAS LIGAÇAOES AINDA O JACK TEVE ALGUMAS ALUCINAÇOES COM SEU PAI.NAO APAREÇO QUEM TAVA LIGANDO PRA ELA FOI O JOHN?
o episódio foi bom, mas no geral fiquei com a sensação de enrolação no ar.
tá parecendo Heroes, os caras estão perdendo a mão………….
Excelente, Rafael!
E o episódio pode não ter sido melhor que o Ab Aeterno, mas esse foi o que mais disparado me deixou ancioso pelo episódio da próxima semana. Finalmente as realidades se chocaram… e fiquei boquiabert com isso!
No mais, Penny + Desmond = one of best couples ever!
Realmente o episódio foi absolutamente fantástico. O que eu acho fenomenal é o fato dos produtores terem realmente abraçado a teoria quântica para explicar tudo que está rolando. O que aconteceu com a explosão da bomba por Juliet foi a criação de um Universo alternativo, chamado Universo Tangente. Pelas leis quânticas, o passado não poder ser mudado, tudo que ocorreu já ocorreu e tende a acontecer novamente independente de fatores que o tentem modificá-lo. De qualquer maneira quando uma variável altera o espaço tempo de maneira expansiva, um universo tangente é criado de forma a minimizar os danos, mas esse universo tende sempre a voltar a linha temporal inicial, devolvendo ao continuum do espaço tempo sua formação original – o universo tangente é instável por não fazer parte do continuum espaço temporal. Funciona, mais ou menos, como o princípio de Le Chatêlier para o equilíbrio químico, que relata que um sistema em equilíbrio quando é perturbado, tende a retornar a um novo estado de equilíbrio após o distúrbio. Mas o sistema espaço-temporal é muitíssimo mais complexo do que um sistema químico fechado e as variáveis, mesmo que muitas, são fundamentais na re-organização do sistema, mesmo que todo o corpo seja mesmo baseado nas constantes (como Faraday já havia dito antes na temporada passada). O universo tangente criado pela explosão da bomba est tendendo a retornar ao original (o que explica as memórias, flashes e tudo pelo que os personagens daquela realidade estão passando), o negócio é que a transição pode ser similarmente instável e é imprevisível o resultado final da junção de ambos. Para mim é claro que a ilha é a maior das constantes e os personagens do universo tangente irão tender a retornar até lá (acredito que por isso que Desmond pediu a lista, ele de certa forma sabe o que está acontecendo e o fato dele ter aceitado tudo de bom grado no final do episódio me indica isso veementemente). Estou super excitado com o que está para acontecer e o que está por vir… de certo muitas surpresas ainda nos aguardam, sejam elas científicas ou não… 😉 ehehehehehehe…
Abraços
Cadê mesmo o pessoal que achava os flash sideways mera embromação? 😛
Leoff, e não são? servem pra que? tomar tempo do episódio… Basta a gente saber que existe, dá um flash rápido e voltar pra ilha e não passar 32 dos 42 minutos com uma realidade que já já acaba…
Porém esse episódio foi show. É preciso correr para dar as respostas agora, não?
O GRANDE IRMÃO ZELA POR TI!