Review: Law & Order: Special Victims Unit – Liberties


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Law & Order: Special Victims Unit - LibertiesSérie: Law & Order: Special Victims Unit
Episódio: Liberties
Temporada: 10ª
Número do Episódio: 223 (10×21)
Data de Exibição nos EUA: 19/5/2009
Data de Exibição no Brasil: 13/7/2009
Emissora no Brasil: Universal

É com pesar que eu venho falar sobre mais um episódio ruim. Liberties foi o episódio mais fraco da temporada; e se alguém disser que ele foi o pior da série, eu não o chamarei de louco. Um enredo bagunçado, sem foco e o que é pior: diálogos pobres e resoluções ridículas desfilaram descaradamente diante de nós.

A grande verdade é que fomos mal acostumados pela excelência dos roteiros e pela consistência da série em seus primeiros oito anos. Só que, inexplicavelmente, ela começou a ficar desleixada a partir da nona temporada, e o que era uma sucessão de estórias marcantes se transformou em algo que só anda oferecendo um material que impressiona a cada três ou quatro episódios. Esta décima temporada, sem dúvida, apresentou episódios icônicos e de qualidade, mas em comparação as demais o saldo é bem inferior. Afinal, por que isso está acontecendo?

Parece mesmo inexplicável, já que a equipe criativa e a produção do programa se mantêm praticamente imutável desde a 3ª temporada. Ver scripts precários creditados a gênios veteranos como Jonathan Greene, Neal Bear e Dawn DeNoon (a quem pertence este último episódio) é difícil de aceitar. Quem disser que as bases da série estão desgastadas não poderá estar mais enganado, visto que o vem prejudicando a narrativa não é uma possível mesmice, mas a execução fácil e mecânica do que outrora era concebido com precisão cirúrgica. As famosas múltiplas tramas paralelas por capítulo estão sendo atiradas à toa, conectadas de forma banal e, mais uma vez, novelesca. Todo o apelo do que seria um quebra cabeça complexo acaba se tornando um simples jogo de “ligue os pontinhos”. Vejamos os acontecimentos avulsos e esdrúxulos do episódio:

Uma mulher liga desesperada para a emergência, alegando ter sido atacada por um estranho que invadiu sua casa. Ele está caído e ensaguentado, resultado da reação da vítima, que o golpeou na cabeça. No hospital, o agressor quer prestar queixa contra a mulher, já que ele afirma que tudo foi combinado entre eles – desde a planta da casa até o que ele deveria falar no momento do “ataque” – pela internet através de um site onde a suposta vítima descrevera em detalhes o quanto ela gostaria de realizar sua fantasia: um estupro simulado.

As evidências são encontradas pela perícia no computador dela. Chocada, ela nega tudo. Numa análise mais rígida, os técnicos descobrem um cavalo de tróia no computador e concordam que tudo pôde, de fato, ser arquitetado por terceiros. Até aí tudo bem, certo? Por mim, o episódio poderia ter sido unicamente construído sobre esse enredo. Mas tem mais, muito mais…

Quem poderia fazer isso?

Meu ex-namorado psicótico, é claro! Eu até consegui uma liminar contra ele.

A polícia acaba descobrindo que o sujeito se mudou recentemente para o edifício em frente ao da ex e o prende. E é aí que tudo desanda. De forma inacreditável, o roteiro nos apresenta ao juiz Koehler (vivido aqui pelo onipresente Alan Dale), que vai presidir a audiência. Alex Cabot se aproxima dele para discutir o caso e ele fala que é um homem justo e tudo o mais, rebatendo do nada algo como:

Eu fui imparcial até mesmo durante o que aconteceu com meu filhinho há trinta anos.

Sim, há trinta anos o filho do juiz foi sequestrado e morto por um serial killer, que confessou todos os seus crimes ao ser capturado, mas, como todo sádico que se preze, se negou a revelar onde os corpos foram enterrados.

Durante os argumentos, o juiz parece distraído. Inclusive, ele está brincando com umas moedinhas, algo que o faz lembrar-se do já mencionado filho. O réu tenta fugir do tribunal e acaba tendo sua fiança revogada e sendo despachado para a cadeia. Indignado, ele cita uma frase sobre tiranos e oprimidos enquanto é retirado do local pelos guardas. Reparem na cretinice do roteiro: essa frase fazia parte de uma estorinha que o juiz lia para seu filho, que poderia ser aquele homem a sua frente. Por favor…

Law & Order: Special Victims Unit - LibertiesEnquanto os detetives perdiam tempo falando com o serial killer a pedido do juiz na tentativa de extrair informações (o que seria um desvio interessante, aqui só serviu para completar os 40 e poucos minutos do episódio), o meritíssimo já havia solicitado um exame de DNA do réu, conversado com ele e se vingado do verdadeiro sequestrador que havia abusado de seu recém achado filho durante a infância. Por favor…

Preso por agressão, o juiz diz que merece ser preso por suas ações. No Squad, ele pede para falar com seu filho, pois vai revelar toda a verdade para ele. Koehler pergunta quando foi que ele ouviu a citação sobre o tirano bradado no tribunal, ao que o homem responde que se lembra de seu pai falando isso para ele quando criança. O juiz então fala:

Lembre-se da voz que te falava isso.

O homem leva dois segundos e conclui em prantos:

Era você!

Ah, por favor… Os dois choram, o juiz vai para o mesmo presídio que seu filho e lá eles vão recuperar o tempo perdido.

É ou não é um dos piores episódios da série? Semana que vem teremos o final da temporada. Rezemos para que esse décimo ano seja encerrado da mesma forma digna que vimos em diversos episódios do primeiro terço desta temporada.

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  1. Renata S. Braga - 17/07/2009

    Não acho que tenha sido o pior episódio dessa temporada, mas infelizmente tenho que concordar que a trama envolvendo o juíz foi mau desenvolvida, ficou incoerente demais. Acredito no entanto que não dá para ser consistênte o tempo todo (nem acho que tenha sido assim nas oito primeiras temporadas) e sempre haverá episódios ótimos, outros nem tanto e aqueles em que você depois de assistir só consegue dizer: ¨Dá um tempo, por favor, assim já é demais¨.Liberties foi assim.

  2. Eliane Moura - 17/07/2009

    Foi de lascar!Mas parece que é a nova moda em todas as séries L&O: começa com uma história e no meio do episódio vira outra coisa. Ontem aconteceu o mesmo no Criminal Intent. A série tá virando novela!! Drama pessoal de detetive, detetive bancando assistente social, etc. Depois, eles não saben pq as séries perdem audiência! A Agatha Christie – que vendeu mais de 700 milhões de livros – dizia que se vc quer escrever uma boa história policial, basta ler os jornais. Os roteiristas de L&O até usam histórias reais, mas depois estragam e inventam finais ridículos.

  3. Bernardo SA - 17/07/2009

    Parece bem fraco mesmo – pena que perdi (essa semana tá uma bagunça acompanhar programas).

  4. Leonardo Toma - 17/07/2009

    Episódio ridículo mesmo. O conjunto de “coincidências” da história é simplesmente impossível de se acreditar. Além de abordar (mais uma vez) os métodos explosivos de Elliot em interrogações, o episódio consegue ficar com mais cara de novela do que a 9ª temporada que foi ruim de doer.

  5. Letícia - 17/07/2009

    Parei com SVU, não aguentava mais a vida sofrida da Benson e o Elliot e sua penca de filhos…problemas de família já tenho os meus…

  6. Amanda Darling - 17/07/2009

    Esse ep foi mesmo muito ruim, no meio da historia eu tava quase dormindo, e eu nunca durmo num ep de SVU, é a minha série de drama favorita, mas realmente ta decepcionando no enredo de alguns eps, e o que eu acho uma pena que desperdiçaram uma das participações da ótima Sthephanie March num ep tão ruim, uma lástima

  7. Cláudio G. Schon - 17/07/2009

    Concordo que foi um tiro n’água, mas a premissa é boa, afinal de contas estas coincidências estúpidas às vezes acontecem mesmo na vida real, porque os roteiristas não podem usar isto numa série? Que o filho do Juiz não estava morto eu já saquei logo de cara, quando o Serial Killer se recusou a dar a localização do corpo do menino, mas aquela cena da mancha no chão desviou um pouco minhas suspeitas. Eu acho que os roteiristas tiveram uma boa idéia, que foi mal executada. Será que a culpa não seria dos egos da equipe de atores?

  8. Fernanda - 17/07/2009

    Um “quÊ” de novela Mexicana!!!

    Só faltou a moça retirar a queixa, a Alex perdoar td mundo, e os dois viverem felizes para sempre!!

  9. letícia - 17/07/2009

    não vi o episódio,mas pelo q eu li,concordo com a fernanda disse ali em cima,foi um drama de novela mexicana,q coisa mais bizarra

  10. Eduardo - 17/07/2009

    Sei lá, eu gostei até, mas com certeza foi um dos mais fracos da temporada. Episódio forçado demais. Mas ainda achei melhor que “Trials” (também escrito pelo Dawn DeNoon, fiquei chocado com um episódio tão fraco pra season premiere), “Smut”, “Ballerina” (com certeza o pior da temporada) e “Baggage”.

  11. Ana Maria - 18/07/2009

    Acho que o episódio começou bem, tornou-se monótono no desenrolar e foi salvo em parte no final pelo drama( eu adoro drama),do juíz em busca do filho perdido.Evidente que houve falhas e aquela do juiz reconhecer o filho desaparecido por este ter repetido a moral de uma fábula de um autor grego(Esopo), que escutara do pai quando ele,o filho, tinha apenas 3 anos de idade; essa, é de doer.Repetindo o que disse no comentário anterior,acho que SVU passa por uma crise de criatividade.São histórias e roteiros rocambolescos, recheados de situações quase inverossímeis,que nos deixam entre incrédulos e estupefatos.Tudo bem que é ficção mas, mesmo nesta, é necessário uma certa razoabilidade.O ator que fez o filho do juíz e réu na historia, sempre irritadiço,não me agradou.Não acho que tenha sido o pior episódio da temporada, eu o classificaria como mediano, mas sem dúvida não me empolgou em nenhum momento.Entendo que não se pode atribuir aos atores da série qualquer parcela de culpa sobre o fiasco desses últimos episódios. O que está faltando mesmo são boas tramas, roteiros bem desenvolvidos e engenhosos, que prendam a atenção do espectador, para que no final ele se sinta gratificado e com vontade de ver logo o episódio da próxima semana. Era assim que eu me sentia, há algum tempo atrás.Hoje eu estou saudosista; é que estou revendo calmamente a 6ª temporada, e me deliciando com cada um dos episódios.Agora, só nos resta esperar a “sessão final” e torcer para vir coisa melhor no futuro.
    Atenção Ângelo Romão: você poderia fazer o obséquio de nos dizer qual foi o episódio dessa temporada que deu a Mariska sua 6ª indicação para o Emmy? Grata desde já, um abraço e mais uma vez parabéns pela excelência do seu texto.

  12. Cristina - 18/07/2009

    Concordo totalmente com o texto.
    Como já foi dito aqui várias vezes, essa coisa de começar com uma história e no meio mudar o foco tem sido uma constância em SVU. Esse tipo de narrativa tem que ser excessão e não a regra. Na série clássica não acontece tantos desvios como nessa.
    O último episódio que gostei foi o 10X18 (Baggage).
    O incrível foi que o roteiro era simples. Serial Killer, análise do M.O., pegaram ele no ato e pronto. Totalmente linear e crível.
    Esse episódio não teve a Olivia e não entendi porquê não teve review aqui no Teleseries.

  13. Ângelo Romão - 18/07/2009

    Gente, essas mudanças de rumo nos episódios sempre existiram em predominância na série e eu gosto. O problema é que ultimamente elas não andam sendo bem executadas e, quando não erram feio, são desinteressantes: o que não ocorria com frequência.

    Ana Maria,
    desculpe-me, mas eu não sei te responder isso a menos que eu faça uma pesquisa. Caso encontre, eu volto aqui para te responder ou falo disso no próximo texto. E já que estamos falando do Emmy, não foi nenhuma surpresa saber que vários convidados especias dominaram as indicações, hein? Ellen Burstyn TEM que levar a estatueta para casa. A mulher arrasou.

    O pobre do Meloni é que nem foi indicado. E olha que essa temporada foi do Elliot, tanto pelos episódios focados no personagem quanto pelo tempo de tela que ele recebeu por causa dos problemas de saúde da Mariska. Uma pena.

    Cristina,
    o episódio Baggage teve review aqui no teleséries e você pode achá-lo nos arquivos do site clicando em ‘Lei & Ordem’ no menu do lado direito da página ou no meu nome na lista de autores. Ele também não foi dos meus favoritos.

  14. Francisco Koller - 18/07/2009

    Creio que esta forma de contar uma história foi determinada pelo sr. Wolf, para LAOSVU não ficar igual à Law and order original. De qualquer forma, está mal executada. Desperdício de atores talentosos e roteiros circenses. Gostei do Juiz “Widmore”, que no episódio tinha sobrenome semelhante ao meu.

  15. Fernando dos Santos - 19/07/2009

    Maldita seja a hora em que a Mariska ficou doente.Antes do hiato causado pela doença da atriz a temporada estava boa, mas neste pós-hiato ficou muito irregular.
    Momentos brilhantes se alternaram com forçações de barras intoleráveis em todos os episódios desta fase.Liberties não foi diferente, começou bem mas foi patinando aos poucos e afundou no final.

  16. Taciana - 19/07/2009

    Concordo que a história do juiz foi forçada, mas eu até que gostei do episódio, a primeira parte foi muito interessante, a Mariska teve falas ótimas e eu adorei ver o Elliot pressionando o assassino sem ninguém pra ficar regulando.
    Não foi ótimo mas também tá longe de ser um dos piores da série, e na temporada, ele ainda consegue ser melhor que Baggage e que o episódio com a Hillary Duff.
    As indicações ao Emmy foram merecidíssimas, mas a ausência – de novo – do Melloni é um absurdo!

  17. Paula - 20/07/2009

    Esse episódio foi uma porcaria mesmo. Totalmente incoerente. Fiquei arrasada de ficar acordada até meia-noite para ver aquilo. Estou acompanhando a reprise da terceira temporada simultaneamente e o nível de qualidade dos roteiros é destoante e incomparável.

  18. Edson R. Okudi - 20/07/2009

    Eu acredito que o episódio foi mais ‘alegórico’ do que ‘realista’. Pra mim, as situações beiravam ao absurdo, mas mantinham os ‘discursos’ possíveis. Neles, o Juiz era a lei e o Pai que perdeu o filho. Ou seja, aquele que representa a interdição e também está interditado. E, no entanto, sendo Pai e perdendo seu filho pra reencontrá-lo no oposto da sua própria lei, o Pai-Juiz se vê forçado a transgredir a lei que defende pra ‘reparar’ um crime primordial, que tornou ambos os sujeitos, Pai e Filho, em falta. Quanto inverossimilhança, creio que ela é desculpável em favor de uma tentativa de dramatizar essa perda de ambos. E, ontem, quando eu assisti esse episódio, não me pareceu tão ruim assim.

  19. monica tereza - 09/05/2010

    Realmente meio mentiroso o episodio mais eu achei otimo e o ator que fez o filho do juiz foi brilhante.

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