Review: Law & Order: Special Victims Unit – Hothouse


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Law & Order: Special Victims Unit - Hothouse
Série: Law & Order: Special Victims Unit
Episódio: Estufa (Hothouse)
Temporada: 10ª
Número do Episódio: 214 (10×12)
Data de Exibição nos EUA: 13/1/2009
Data de Exibição no Brasil: 31/3/2009
Emissora no Brasil: Universal

Você já viu um nerd surtar? Não é nada bonito.

Vou verbalizar algo que pode soar contraditório: eu detesto séries policiais de procedimento. Embora a ciência seja fascinante, eu não tenho (mais) paciência para tramas que são construídas primordialmente sobre uma sucessão de achados forenses, ditados por legistas e quem mais estiver dentro de um laboratório. Claro, a parte científica pode proporcionar um excelente clímax ou anticlímax dentro da narrativa, mas (pelo menos para mim) os melhores episódios de qualquer série são aqueles que dão ênfase aos dramas humanos, aos conflitos internos, às reflexões acerca da sociedade e da psique humana.

Foi assim que compreendi o motivo pelo qual eu apenas assisto SVU hoje em dia e nunca ter tido interesse pelos CSIs e similares. Desde o princípio, o que me atraiu na série de Dick Wolf sempre foi sua intenção de sobrepor esse lado humano e os questionamentos políticos, sociais, sexuais, éticos, religiosos e afins acima do mero ‘trabalho de laboratório’.

Dito isso, não é de se admirar que eu tenha adorado o episódio acerca de uma adolescente superdotada que foi conduzida à quase esquizofrenia devido ao acúmulo de regras, pressão, inveja e padrões inatingíveis que lhe foram impostos sem piedade.

Já que o aspecto tecnológico-científico foi mencionado de cara, comecemos por ele. Quando a legista Melinda Warner disse “eu só sei que ela tem exatamente quatorze anos e dois meses de idade, através de uma análise do cristalino feita com carbono”, não pude evitar uma reflexão acerca do futuro. O constante (e veloz) avanço da ciência não me permite mais distinguir o que é fato ou o que é apenas um recurso narrativo futurista. Quem sabe se daqui a quinze, vinte anos, estas séries não estarão sendo vistas ainda como atuais? Talvez a intenção seja mesmo essa. É interessante pensar nesta possibilidade.

No campo narrativo, há quem não goste das transições radicais entre as estórias dentro de um mesmo episódio. Aqui, eu achei a ferramenta bastante criativa. A vítima não era uma prostituta trazida ilegalmente pelo tráfico de mulheres como os detetives primeiro deduziram. Ainda assim, o cafetão estrangeiro a conhecia. A conexão foi brilhante: a menina era tipo uma celebridade instantânea na Ucrânia graças aos seus estelares feitos acadêmicos. Bola dentro por parte dos produtores, que mudaram o rumo da trama muito bem.

Law & Order: Special Victims Unit - HothouseQuanto ao elenco, elogios devem ser feitos a atriz que foi convincente ao retratar a perturbação psicológica crescente da ré. Suas falas ultrarrápidas, a paranóia e o constante maquinamento de informações solidificaram sua atuação. Como sempre, senti falta do Munch e adorei ter visto a Greyleck de cabelo solto e usando trajes informais pela primeira vez!

O lado legislativo do episódio voltou as atenções para a jurisdição de Nova Jersey, que não hesita em julgar adolescentes como adultos e até em lhes atribuir a prisão perpétua caso julguem apropriado. O importante debate acerca da maioridade criminal e da punição para jovens que aparentemente têm plena consciência do que fazem está longe de um consenso. Aquele sorriso cínico e diabólico do menor infrator que abusou e assassinou sua irmã caçula de seis anos nos deixou – como de costume – com uma sensação pesada ao final do episódio.

Aliás, essa é outra característica marcante de SVU: o desconforto. Como teste, resolvi mostrar episódios a alguns amigos e eles sempre terminam a “seção” abalados. Enquanto uma amiga saiu da sala no meio de Confession (10×02), outro terminou o episódio Competência (03×22 – sobre uma garota com síndrome de Down que é estuprada pelo patrão, fica grávida e é declarada incapaz de cuidar do bebê) com lágrimas nos olhos.

Caso vocês tenham vivenciado alguma experiência da mesma espécie, adoraria ouvi-la de vocês.

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  1. Tati - 07/04/2009

    Pra mim o episódio mais marcante foi o Wildlife (episódio 7). Nele ficou claro o alto nível de atuação da série, eu assisti e parecia que aquilo era realidade! Stabler convenceu MUITO disfarçado, e a Olivia bancando a prostituta? Demais. Mostrou que a improvisação cola 🙂

    Olha, em Hothouse eu já estava na frente da TV querendo esganar o pescoço da nerd assassina. Se ela é a mais inteligente da escola, então deveria ter sido julgada como adulta sim, pq tem plena noção do que fez. E ainda disse que estava feliz. A obsessão dela era assustadora.

    Achei que era só eu que vivia meus momentos de raiva ou comoção com a série 🙂

  2. Ana Maria - 07/04/2009

    Meu caro Angelo Romão, já estava morrreeennndo de saudade dos seus reviews.Mais uma vez SVU me deixa fascinada. Achei o eposódio maravilhoso e a história perfeitamente plausível.O desempenho da atriz que faz a gorota superdotada homicida é digno de nota.Sobre esse episódio ao qual voce se refere, denominado “Competência”( o penúltimo da 3ª temporada)eu já o assisti mais de uma vez e a história é realmente pungente.Aliás SVU, que tem como principal tema histórias sobre violência sexual, abuso contra menores e idosos, nada mais é do que o retrato dos muitos dos males que afligem a nossa sociedade.Voce perguntou sobre experiências pessoais nesse sentido:durante 6 anos tive em minha residência uma empregada doméstica cujo pai havia estuprado e engravidado por duas vezes uma das filhas, E o detalhe:a garota tinha retardo mental.E, para completar a história, ele tentou estuprar por último a filha-neta de apenas 4 anos.Só não foi linchado porque correu a tempo. Mas ainda está solto. Esta faltando uma SVU aquí por essas bandas.Interessante Ângelo é que, como gosto de séries policiais, já tentei assistir CSI por várias vezes mas não consigo chegar ao final.Para mim nada supera um bom drama, uma história que me faça refletir, que me lembre da minha condição de ser humano,com capacidade para errar, se comover, amar e se solidarizar,de ter raiva, se descontrolar, mas também perdoar.Assistindo SVU eu aprendi, nesse tocante troco idéias com meu filho que é advogado(defensor público), que existe uma diferença entre lei e justiça. Eles, os detetives, sempre estão mais preocupados com esta última.É isso que torna a história fascinante.

  3. Edson R. Okudi - 07/04/2009

    Só uma pequena observação: o que atenuou a pena sobre o assassinato cometido pela “menina maluquinha” (ela pegou 7 aninhos de detenção)foi o fato dela utilizar um coquetel de estimulantes que provocavam uma privação de sono que, por conseguinte, provocava um estado paranóico e surto psicótico. Tanto que a determinação inicial da promotora de Nova Jersey era condená-la à prisão perpétua, mudando de opinião quando recebeu o diário esquizofrênico da garota pelas mãos da Olivia. Agora, o momento mais chocante desse episódio foi quando encarceraram a garota e ela se viu numa situação de total desamparo, caindo em si, apesar de ainda apresentar sintomas de hiperatividade cerebral.

  4. ELAINE - 08/04/2009

    Eu também adoro SVU e sim todos os casos me chocam. Gostei muito daquele em que o garoto abusa da professora e depois na instituição que deveria protegê-lo ele é estrupado por um pedófilo que se passa por guarda. Aí você vê como o sistema é terrível. A atuação da Casey (que eu sinto falta) foi muito boa. SVU mexe muito com os nossos sentimentos, principalmente para quem tem filhos como eu. Às vezes me pego pensando sobre o episódio e não consigo dormir. Parabéns pelo post.

  5. Paula Arruda - 08/04/2009

    Também adoro SVU e achei eese episódio bem interessante. E a Casey ainda faz falta, não consigo gostar dessa nova promotora.

  6. Nina Braga - 08/04/2009

    Adorei seu texto Ângelo, muito bem escrito, parabéns. SVU está cada vez melhor.

  7. Fernando dos Santos - 08/04/2009

    A cena final deixou bem claro pra mim que cada caso é um caso diferente.Se a garota superdotada matou por não suportar a pressão gigantesca para ser o melhor em um ambiente ultra-competitivo, o rapaz pareceu sentiu prazer no que fez e certamente faria de novo.São dois casos de homicídio, mas que a meu ver exigem punições diferentes.
    E a Greyleck estava um pouco mais suportável neste episódio, tenho a impressão que os produtores perceberam que ela não estava agradando e agora estão aos poucos modificando-a.
    SVU continua sendo uma série de uma coragem extrema em suas abordagens e merece parabéns além de seus realizadores, a direção da NBC por permitir que uma produção de tevê aberta possa ousar tanto.

  8. Renata S. Braga - 08/04/2009

    Excelente reviews, bons comentários(de todos) e mais um ótimo episódio de SVU que continua sempre surpreendendo na maneira de abordar temas nada simples, complexos mesmo, que deixa a gente dividida. De cara eu achei que ela deveria ser julgada com adulta e só finalzinho é que mudei de idéia, o que mostra que a trama foi bem conduzida.

  9. Laura - 19/08/2009

    Como é o nome da atriz que faz o papel da adolecente que mata outra no episódio 12 da décima temporada de Law and Order SUV. A personagem se chama Jennifer Banks e é aluna.

  10. patricia - 25/11/2009

    quero saber como faço pra ver esse filme de novo, da menina com sindrome de donw porq vi o filme pela metade e axei interessante me ajude por favor obrigado

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