TeleSéries
Review: Law & Order: Special Victims Unit – Hell
20/06/2009, 11:58.
Ângelo Romão
Reviews
Law & Order, Law & Order: Special Victims Unit
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Série: Law & Order: Special Victims Unit
Episódio: Inferno (Hell)
Temporada: 10ª
Número do Episódio: 219 (10×17)
Data de Exibição nos EUA: 31/3/2009
Data de Exibição no Brasil: 16/6/2009
Emissora no Brasil: Universal
Uma menina de dez anos é encontrada por um mendigo abandonada em um lixão com a garganta cortada. Socorrida ainda viva, felizmente a garota consegue se recuperar do ataque. Impedida de verbalizar o ocorrido por conta das lacerações, ela descreve o que lhe aconteceu de forma perturbadora ao desenhar o diabo com uma lâmina nas mãos.
Na busca por informações, os detetives acabam por trazer à superfície o passado sombrio de integrantes de uma comunidade de refugiados africanos a quem foram concedidos Green Cards. Entre eles, um membro de uma milícia de extermínio em seu país de origem.
Há quem não goste das múltiplas tramas e subtramas presentes na esmagadora maioria dos episódios de SVU. Eu as defendo porque enxergo que todo e qualquer acontecimento jamais é isolado. Em toda gama de ações e reações, sempre há diversos indivíduos afetados direta ou indiretamente, em maior ou menor grau, em determinado momento. Retratar isso aumenta a riqueza do universo apresentado – principalmente num programa policial – em que todas as perspectivas devem ser consideradas.
Um dos episódios que mais abusou desse recurso foi Histeria (1×04), já na 1ª temporada. Dos 45 minutos do episódio, mais de 40 deles são gastos pela SVU à procura de um serial killer. Quando é finalmente capturado, ele admite a autoria de todos os crimes coletados pelo Squad, com exceção justamente daquele que originou a investigação.
Eu quero minhas obras documentadas com precisão. Você sabe… Para a posteridade.
Somente nos minutinhos finais descobrimos o verdadeiro autor do crime, porém percebemos que a equipe foi naturalmente jogada em outra direção pela maré. Isso é um recurso poderoso do roteiro, que acaba por aniquilar boa parte da previsibilidade das estórias. Essa estrutura multidimensional da narrativa está presente na série desde a sua gênese.
Em Hell, Samuel Mbazzi, um guerrilheiro assassino batizado de “O Diabo” após ter posto dezenas de habitantes de uma aldeia em uma igreja e incendiá-la, foi reconhecido pela menina como um dos estupradores que saquearam sua vila enquanto vivia em Uganda. No entanto, durante o processo de investigação, outras pessoas da comunidade naturalmente acabaram se envolvendo. E é Elijah, um dos frequentadores da igreja do bairro e amigo da menina, quem acaba se prejudicando pelo ocorrido. Apontado como integrante de uma milícia desde a infância, ele escapa de julgamento por seus atenuantes: sua mãe foi executada na sua frente pelo bando que o capturou e o transformou em assassino contra a sua vontade. Ele optou pela sobrevivência.
O dilema se instala quando o governo exige a deportação de Elijah, alegando haver provas de que ele continuou a atuar na milícia por algum tempo após atingir a maioridade, exonerando-o da clemência concedida de início. Obviamente Stabler assume uma postura crítica perante tal decisão.
Vivendo escondido no mato em meio a fugas e chacinas por sabe lá quanto tempo, quem é que celebra aniversários? Como desertar o grupo e não ser executado logo em seguida? Foi justamente por isso que ele fugiu quando pôde.
As opções não pareciam viáveis.
Confesso que não tenho uma resposta pronta para essa situação. Por um lado, como ser complacente com alguém que mutilou e matou centenas (ou milhares) de homens, mulheres e crianças? De outro, nos deparamos com uma criança que foi submetida a algo do qual não tinha escapatória e teve que matar para não ser morto enquanto estava sob custódia daqueles assassinos. É, de fato, muito difícil. Um dos grandes méritos de SVU (e da franquia Lei & Ordem no geral) é ultrapassar o simplismo de mostrar “quem fez o quê e como”. Os crimes sexuais na série exercem a função de lançar a problemática dos episódios para discussões mais abstratas.
Como de costume, os finais trágicos continuam a prevalecer. Ao ter conhecimento da extradição de volta para onde viveu no inferno, Elijah entra em pânico e toma o coral infantil da Igreja como refém. Cercado pela SWAT, apenas Elliot representa alguém solidário a sua causa. Elijah resolve escutá-lo e render-se antes de piorar ainda mais sua situação. Ao ser escoltado para fora do local, ele decide que voltar para aquele lugar não é uma opção e se desvencilha da custódia de Elliot, sendo imediatamente baleado no peito.
Como dito anteriormente, Elijah não morreu em vão. Alguém vai refletir sobre a existência de crianças-soldados, mesmo que por um breve momento. Nas palavras finais do episódio:
Talvez alguém, algum dia, escute de verdade.
Mais um bom episódio, não acham?
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Eu sou suspeita..Adoro essa série!!rsrs
Sem dúvida, maravilhoso episódio!
Em quase todos os episódios de laosvu, Benson ou Stabler criam empatia com uma das vítimas ou criminosos. Os crimes são apenas introdução dos episódios e é isto que me incomoda. Em se tratando de ficção é aceitável, mas, na real, qual policial faria o que Stabler fez neste episódio? Soa forçado. E de novo não vemos Munch, Fin, Cragen, O’haloran e a dra. Warner. Que pena.
Francisco, tudo bem que é ficção e até certo ponto você tem razão no que se refere ao envolvimento dos policiais.
Mas uma tecla que já foi bastante batida na série é o fato de a SVU ser diferente das outras divisões, como a de homicídios, por exemplo. As vítimas geralmente são poessoas vivas, vulneráveis e afetadas permanentemente pelo que lhes aconteceu. Elas necessitam de assistência, independentemente da solução ou não do caso. A partir do momento em que essas pessoas são auxiliadas pelos detetives, cria-se uma relação de confiança e segurança pela vítima.
Tiremos a dedicação de Olivia em proteger uma delas no episódio Persona, desta temporada. Como é que você tem certeza de que uma mulher será brutalmente espancada (ou até morta, como foi o que aconteceu) assim que chegar em casa e não faz nada? Acho que não é uma questão de fantasia ou realidade, mas de ética profissional. Alguns a tem, outros não. E como se trata de um programa de televisão, com personagens que são arquétipos, é claro que o limite entre o que se pode e o que se deve fazer às vezes é ultrapassado.
Legal, Ângelo. Réplica inteligente, esclarecedora e fundamentada. Parabéns pelos seus comentários.
Abraços.
Excelente texto Ângelo, muito bem escrito!!!Parabéns e continue nos presentiando com ótimos reviews como este.
Essa série é fantástica, após tantas temporadas ainda consegue ser interessantíssima e gerar muita reflexão.
*Vida longa à Law & Order: SVU
Achei um grande episódio.Lei e Ordem SVU é realmente um seriado fantástico na medida que aborda temas instigantes e polêmicos. Ele foge do lugar comum daquelas séries onde se vê o assassino, a prisão, a condenação, e ponto final.SVU sempre procura levar o telespectador à reflexão, ao questionamento, às discussões sobre os aspectos que envolvem os crimes.E Ângelo, que prazer poder ler seus comentários sempre sensatos e equilibrados.Que bom ser você explicar de forma tão coerente porque o Elliot e a Olívia se envolvem tanto com as vítimas, a ponto de comprometer suas próprias vidas pessoais. Mas, neste episódio em particular, o Elliot foi muito ajudado pelo Finn, que teve uma participação bem destacada.