01/07/2009, 10:30. Vinícius Silva
Reviews
Friday Night Lights

Série: Friday Night Lights
Episódio: Underdogs
Temporada: 3ª
Número do Episódio: 49 (3×12)
Data de Exibição nos EUA: 7/1/2009
Data de Exibição no Brasil: 26/6/2009
Emissora no Brasil: Sony

Quando a música “The Next Time Around”, da banda Little Joy, começou a tocar logo imaginei: “esse episódio vai ser perfeito”. Eu sou um fã confesso da série, como vocês mesmos podem notar em algumas resenhas que escrevo aqui pro TeleSéries. Fiz campanha quando a primeira temporada terminou e corria riscos de cancelamento pela Internet, convocando as pessoas para assinar as petições (não que eu acredite que isso possa funcionar). Não sei como é exatamente escrever sobre uma série que você tanto gosta. É meio estranho, porque você acaba sentindo uma necessidade muito grande de falar bem para que outras pessoas possam assistir. O mais importante é que Friday Night Lights não me coloca nesta difícil posição, porque os episódios são conduzidos primorosamente e as tramas parecem ganhar uma perfeição que não é vista em nenhum outro programa do gênero.

Os Panthers se classificaram para o jogo final da Conferência Estadual do Texas e tiveram um adversário duro pela frente. Com uma linha defensiva muito bem armada e sem dar espaços para o quarterback ter tempo de lançar a bola, JD McCoy encontrou muitos problemas e por isso “comeu grama” durante todo o primeiro tempo. Mas o seu desempenho, claramente, estava prejudicado pelos fatos que aconteceram no episódio anterior, quando ele foi agredido pelo seu próprio pai depois de conduzir o seu time a vitória. E, assim, Eric e Tami Taylor ficaram sem saída e tiveram que acionar o juizado de menores. Novato, ele não soube controlar a pressão e o nervosismo – e como sua função como quarterback é organizar o jogo e fazer o seu ataque funcionar, se ele não estiver bem, o time todo sofre.

Por essa razão, no intervalo, Eric Taylor resolveu tirar o novato e colocar Matt como quarterback. Os velhos tempos voltaram. A dupla Tim Riggins e Marr Saracen mostraram que não perderam o entrosamento e conduziram os Panthers ao empate. Mas o field goal da equipe adversária, faltando seis segundos para o término da partida, traçaram o destino da equipe e a derrota no Estadual.

Porém, ao contrário de broncas, vimos um “Coach” Taylor orgulhoso pelo seus jogadores, por eles terem lutado até o final e, principalmente, por não terem perdido o espírito de equipe. Porque é ele quem define uma partida no futebol americano, que também tem a sorte para definir o resultado de uma partida.

A sensação que eu tenho é que cada episódio parece ser uma despedida (imagina todos eles indo para a universidade). Não sei se todos que estão assistindo conseguem perceber, mas é isso que eu sinto enquanto estou assistindo. No entanto, não deixo de me emocionar e de torcer pelos Panthers, por estes personagens e pelo futuro que eles estão começando a traçar, pensando nas responsabilidades daqui pra frente; Tim e Lyla estão convictos de que irão para a San Antonio State; Matt quer investir no seu lado artístico e estudar na Escola de Arte de Chicago; Tyra está pronta para entrar numa faculdade e mudar, porque é na mudança que ela pode ser ela mesma.

O roteiro tem tudo nas mãos e o que vimos, até aqui, foi uma temporada impecável, um amadurecimento visível e uma série que nos falta até palavras para definir o tamanho da sua qualidade.

Adaptado de texto publicado originalmente no weblog Sob a Minha Lente.