25/10/2008, 12:43. Juliano Cavalcante
Reviews
Dexter

Série: Dexter
Episódios: An Inconvenient Lie
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 15 (2×03)
Data de Exibição nos EUA: 14/10/2007
Data de Exibição no Brasil: 23/10/2008
Emissora no Brasil: FX

Escrito por Melissa Rosenberg. Dirigido por Tony Goldwyn.

Vamos começar com a cena símbolo do episódio. Dexter entrando no necrotério improvisado e vendo seu ‘trabalho’ ser exumado e remexido claramente o incomoda. Nas palavras dele:

Eles não tinham que ser colocados juntos de novo. Eles tinham que ficar no silêncio das sombras. Manter os seus segredos. Agora eles estão expostos à claridade. Refletindo meu lado sombrio como se fosse um espelho grotesco de carnaval. Harry estava certo. Nada fica enterrado. Talvez nem mesmo eu.

Outro desenvolvimento importante é a participação de Dex nas reuniões dos Narcóticos Anônimos. Em um primeiro momento, ele vai apenas para convencer Rita que está comprometido com sua reabilitação, chegando ao ponto de contar uma história extremamente genérica, apenas para ganhar a medalha que serve como comprovante de participação.

E então temos Lila (interpretada pela bela Jaime Murray). Ela saca as mentiras de Morgan na hora e o aborda logo após, explicando que ele não deveria mentir sobre sua condição e lhe entrega um monólogo sobre como o vício pode dominar a vida de um dependente. A riqueza disso tudo é que o discurso pode ser encaixado milimetricamente na condição de Dexter. No final, inclusive, ele cita o Passageiro Sombrio* (sua personalidade assassina, ou o ‘lado junkie’ das pessoas, como Lila, que freqüentam o NA pelos motivos corretos). Mais adiante, ele dá um depoimento com o mesmo teor de ambigüidade (e temos mais um trabalho fenomenal de Michael C. Hall).

Outra pessoa que lê Dexter como ninguém é Doakes, mas por enquanto ele continua na sua posição de observador. Por enquanto.

Mais tarde, Dexter volta ao necrotério e tem um diálogo interessantíssimo com Lundy, onde o último fala exatamente o que ele quer ouvir: o único assassinato justo é aquele que serve para salvar uma vida inocente. O melhor incentivo que alguém que está por exterminar um matador de garotas inocentes pode receber.

Me acabei com a última cena, só a expressão de Rita já é uma antecipação dos próximos acontecimentos. Lila is trouble!

Comentários avulsos:

• Tenente Pascal X namorado: ZzZzZzZzZ. Próximo episódio essa subtrama mala acaba, se não me engano.

• Debra querendo fugir da força-tarefa e Lundy e ele a trazendo de volta (numa peptalk digna de Eric Taylor) foi bacana. E o resultado veio rapidinho: ele conseguiu descobrir o padrão das vítimas do Bay Harbor Butcher (mas eles ainda não sabem disso).

• Curiosidade interessante “desencavocavada” por Doakes. Morgan era um aluno promissor de Medicina, mas largou o curso para ser um CSI (“investigador forense” não tem nem metade da graça).

* O Passageiro Sombrio (The Dark Passenger, no original), como eu já havia dito nos reviews da primeira temporada é muito mais citado nos livros do que na série. Lá, Dexter tem praticamente uma dupla personalidade. Aqui a separação entre as metades é menos sutil, e a coisa vai se embaralhar ainda mais no decorrer da temporada.

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