07/05/2008, 11:52. Thais Afonso
Reviews
CSI

Série: CSI
Episódio: Grissom’s Divine Comedy
Temporada: 8ª
Número do Episódio: 177 (8×12)
Data de Exibição nos EUA: 3/4/2008
Data de Exibição no Brasil: 28/4/2008
Emissora no Brasil: AXN

Dose dupla de Richard Lewis é como uma dose dupla de Scotch doze anos. O refinado Lewis, com sua estética distinta, sempre faz um episódio que, independente de qualquer coisa, eu vou adorar ver (com ênfase especial no verbo). Tem algo especial na forma como ele filma CSI que é simplesmente diferente. Um episódio de Richard Lewis tem toda uma paleta de cores, sons e atuações que se distinguem.

Grissom’s Divine Comedy não foi o grande episódio que muitos poderiam estar esperando depois da greve dos roteiristas (aqui no Brasil, exibido em seqüência a Bull pela AXN, provavelmente não foi tão ansiosamente esperado). Para uma reunião entre Lewis e a produtora executiva Carol Medelsohn no roteiro, que já produziu obras-primas como Law of Gravity, All for our Country, Lady Heather’s Box e The Finger, o décimo segundo episódio dessa temporada faltou ser memorável. Grissom’s Divine Comedy foi lento e deu seu tempo aos detalhes, à interação entre seus personagens (novamente estabelecendo o clima de camaradagem evidente em Bull) e às reflexões de Gil. Ele teve uma qualidade que nessa temporada não tem estado tão presente. Um sabor próprio e todo especial.

A trama gravitou em torno do assassinato de uma testemunha chave contra o líder de uma gangue, os LaT. Então somos apresentados á promotora Maddie, que responsável pelo caso e parecendo ser uma antiga conhecida de Grissom, dá um fora de em Ecklie e consegue seu time não tão perfeito para o caso. A justificativa: Gil nunca lhe falha. Carol Medelsohn e Jacqueline Hoyt falham, e falharam aqui.

Arrastaram a trama para um caminho completamente diferente, apenas para retornar aos LaT, com os CSIs procurando avidamente um motivo para manter o perigoso líder da gangue encarcerado e é claro, sucedendo no final. Na necessidade de reviravoltas, esqueceram de dar qualquer sentido ao assassinato. Se a intenção era mesmo trazer um personagem, Don Crook, capaz de cometer um crime hediondo contra seu próprio genro por um motivo frívolo, talvez devessem ter se focado um pouco em sua psicologia. Também faltou profundidade em mostrar o quão desestruturada aquela família era.

Do outro lado, também poderiam ter escolhido se aprofundar nos LaT. Eu sei que gangue latina é meio coisa do CSI:Miami, mas El Matocho, em seus poucos minutos em cena, me interessou muito mais do que todos os Carlos ou José alguma coisa que passaram pela ensolarada Flórida. Robert LaSardo conseguiu imprimir em Emilio Alvarado todo o perigo e a esperteza, e o poder que seu personagem deveria exalar, tornando crível que aquele homem pudesse mesmo manter a lealdade de seus comandados, mesmo enquanto preso.

Enquanto figura de autoridade, Bonnie Bedelia também fez um trabalho excelente. Eu gostei de Madeline Klein desde o primeiro segundo, mas mais importante, eu acreditei em sua competência. Ainda com as atuações, tenho que destacar o comovente momento em que Brass se culpa por não ter protegido sua testemunha. Paul Guilfoyle merece todas as grandes cenas que puderem lhe ser escritas. Ele sempre arrasa.

Na categoria cenas marcantes, destaco a explosão (como foi bem filmada!), com Warrick caindo da escada. Me deixou boquiaberta por algum tempo. El Matocho contando a Warrick a lenda da qual vem seu apelido (quando frieza). Nick tossindo na cara de Hodges, que o repreende:

Sabe, na China as pessoas usam máscaras quando estão doentes. É considerado falta de educação infectar seus colegas de trabalho.

Ao que Nick responde:

Talvez você devesse ir trabalhar na China.

E a última cena com Grissom atendendo seu telefone. A unanimidade é que era Sara, ao que eu me perguntei, Sara é a Beatrice de Grissom? Se formos pelo óbvio, sim. Mas e se não formos? Quem vocês acham que seria a mulher ideal para Grissom?