TeleSéries
Review: Californication – Turn The Page
02/04/2008, 09:00. Osório Coelho
Reviews
Californication
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Série: Californication
Episódio: Turn The Page
Temporada: 1ª
Número do episódio: 11
Data de exibição nos EUA: 22/10/2006
Data de exibição no Brasil: 25/3/2008
Emissora no Brasil: Warner
O disco “Berlin”, grande clássico de Lou Reed, já foi comparado com o Radiohead, mais especificamente com seu sensacional “The Bends”. Os dois discos são exemplos da mais pura tristeza, estampada em suas letras, mas de formas distintas. Enquanto que Lou Reed joga na cara do ouvinte a sua poesia de forma direta, sem firulas, como um tapa na cara, mostrando claramente o que existe de pior na sociedade – mães drogadas, prostitutas, crianças abandonadas -, Thom Yorke, líder do Radiohead, dissimula e esconde, mas causa o mesmo impacto em suas composições, que mostram tristeza e culpa, depressão e engano.
Hank Moody não engana ninguém, mas, ironicamente, acaba ele mesmo enganado. Explico. Como um apropriador da obra alheia, ele cria sua própria “Berlin”, ao escrever exatamente sobre aquilo que é a sua vida. A literatura pop de um Tony Parsons, a beligerância de um Chuck Palahniuk, o surrealismo de um Will Self e, conforme foi citado no episódio, a promiscuidade de Bret Easton Ellis, o escritor de “Psicopata Americano”, “Regras da Atração” e, principalmente, “Glamorama”.
A expressão “mash-up”, citada por Mia ao referir-se à nova obra de Hank, um pouco modificada por ela em seu delírio literário, acaba por descortinar exatamente tudo aquilo que ela representa. A cara da juventude californiana, da geração-internet, onde valores são misturados a influências diversas, criando verdadeiros monstros urbanos que não possuem referências familiares. Frutos de famílias despedaçadas que dissimulam e enganam. Assim como Thom Yorke.
Enquanto Hank é o que é, sem precisar recorrer a subterfúgios, Mia, Karen, Charlie e Bill, apesar do estilo WASP (Branco, Anglo-Saxão e Protestante), vivem em um universo paralelo onde escondem a verdadeira face da decadência social na qual eles vivem, bem representada pela cidade de Los Angeles, capital mundial das aparências. Tudo isso redunda na saída de Becca, inconformada com os rumos de sua “nova” família. Uma leitura rasa dessa situação indica apenas a vontade de “salvar” seu Pai, enquanto que, na verdade, podemos inferir que ela está sufocada, livrando-se de sua infância, pressionada por uma meia-irmã exuberante, mas de espírito falso. Situação bem representada pela camiseta do disco “The Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, um divisor de águas da banda. A chegada da maturidade e do sucesso. A libertação de Becca.
E, da mesma forma, um soco no estômago de Karen, que começa a sair de sua sonolência, onde é a única culpada, ao deixar-se levar pelo marasmo, em detrimento de desafios. Cega pela dúvida, deixa sua própria filha escorrer por entre seus dedos, sem a menor capacidade de reação ante a notícia. Prefere, mais uma vez, esconder-se, ao invés de confrontá-la. E opta, inicialmente, pela saída mais fácil: culpar Hank pela sua vida medíocre.
A dissimulação encontra maior ressonância quando sucesso e dinheiro são envolvidos, trazendo Dani, completamente despreparada para a atual função, no centro de um jogo que ela provavelmente perderá, ao deixar de lado o talento verdadeiro – Hank -, por um embuste, cega que está, ao querer pisar em algumas cabeças para atingir o ápice de sua carreira, em um paradoxo com o romantismo anacrônico de Hank, a única voz dissonante. Uma pessoa verdadeira, que não engana ninguém e não tem máscara. Por mais que a face não seja limpa.
Definitivamente Lou Reed ainda vence Thom Yorke.
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Assisti o final da temporada ontem na Warner e achei surpreendente.Eu achava que o Hank e a Karen só iriam reatar no final da série.
Pois é… Eu até gostei, mas achei essa cena final no minimo inusitada, pra não dizer estranha… Será que os produtores e roteiristas estavam pensando que a série seria cancelada?
Melhor cena: Hank e o marido da senhora trocando sopapos só para manter “as aparências” do macho protetor – ambos sabem como é difícil carregar esse papel.
Becca descobre que apartir de agora são só imperfeições, mas é melhor ficar com as mais autênticas – Hank.
Mia também procura um pai legal. Os meios justificam os fins na LA atual. Nada que um pouquinho de sedução e chantagem não façam. Mas ela desconhece que Hank não se prende, não se vende, não se adapta, não se acomoda.
Uma família inteira, íntegra, afetuosa é algo quase impossível na Califórnia – o próprio Hank sabe que só “em sonhos” isso acontece. Mas vamos deixá-lo sonhando um pouquinho …
Não irei comentar o episódio final porque uma série de coisas bacanas vão ser dissecadas na review.
Surpreendeu-me a mediocridade da Karen aliada à sua insegurança.
OOPS! Achei que esse era o review do último episódio. Mas o meu comentáio anterior segue valendo.
Cara fica tentando escrever difícil – e pior, “pensar difícil” – e aparece com umas coisas completamente vagas. Que tal uma longa oração do tipo “A literatura pop de um Tony Parsons, a beligerância de um Chuck Palahniuk, o surrealismo de um Will Self e, conforme foi citado no episódio, a promiscuidade de Bret Easton Ellis, o escritor de “Psicopata Americano”, “Regras da Atração” e, principalmente, “Glamorama”…” (sem predicado)? Que tal “Uma pessoa verdadeira, que não engana ninguém e não tem máscara” (sem predicado)? É a maniazinha pretensiosa indie de escrever com pontos finais. “Branco”, “anglo-saxão” e “protestante” com maiúsculas? E ainda “pai”? Valores são misturados a influências diversas desde o que o mundo é mundo; seu argumentou rodou. “Enquanto que” num texto tão pretensioso soa ridículo. Sinceramente, fale do episódio e deixe de lado essa divagações semi-pop-intelectualizadas, por favor.
Ah, as bobagens que a inveja nos faz dizer…
Bem, depois de ser devidamente fulminado, vamos aos fatos.
1. A questão estilística das maiúsculas no “Branco…” foi uma opção minha. Você não gostou, paciência, mas a crítica é válida. No caso do “Pai”, você tem razão, foi um erro mesmo. Já estou preparando as “Becharadas” na minha cabeça.
2. Não cabe predicado após “Glamorama”, ou melhor, poderia até caber, mas não no caso de uma simples citação aos livros do Bret Easton Ellis, enquanto que (olha ele aí de novo!!!) refeente ao segundo “predicado”, tenho que concordar que a oração não ficou boa mesmo. Paciência de novo.
3. Concordo com você. Valores realmente são misturados a influências. Cabe ao telespectador captar algumas coisas que, a meu ver, são legais, como o cantor/banda/escritor que foi citado, o porquê do personagem agir daquela maneira, e tal. São suposições, mas acredito que o debate saudável e crítico, conforme o seu comentário, é valioso. E pare com essa história de que sou pretensioso. Nada a ver.
4. Não fico nem um pouco bravo com críticas. Fico puto é quando me chamam de indie. Aí não dá né?
Nossa! Nem sabia que “indie” era ofensa.
Sou do tempo que palavrão era chamar alguém de Mauricinho, Patricinha, Playboy, Perua, Brega, Cachorra, EMO, e … deixa prá lá.
Preciso me atualizar.
Seus textos têm um estilo bem diferente e bom, pelo visto não é para qualquer leitor. Olha que não acompanho a todos os episódios do Californication, mas não perco um dos seus reviews. Parabéns mais uma vez…Muuuito bommmm!!
Espero que venham outros… 🙂
cada vez que assisto californication eu pensso que série mais sem nossão ,é um bando de babaquice,que não diz nada ,nem a que veio,olho pro Hank e penso Pig!!!!!!!!.
Gostei das referencias de escritores sitadas aqui. Mas acredito que faltaram alguns nomes que com certeza influenciaram os roteiristas desta bela série, como John Fante (no livro “Pergunte ao Pó” ele sita varias vezes um grande escritor chamado Hankmuth) e Charles Bukowski. Ambos situando seus livros na ensolarada LA.
Espero que goste das minhas dicas de leitura tanto quanto gostei das suas.