TeleSéries
Review: Californication – The Last Waltz
09/04/2008, 08:30. Osório Coelho
Reviews
Californication
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Série: Californication
Episódio: The Last Waltz
Temporada: 1ª
Número do episódio: 12
Data de exibição nos EUA: 29/10/2006
Data de exibição no Brasil: 1/4/2008
Emissora no Brasil: Warner
Bob Dylan já foi alvo de diversas referências nos episódios da série, em uma interessante sincronia entre sua carreira e a de Hank Moody. Houve a fase – apenas sugerida nos episódios – da descoberta de um novo talento literário (disco-referência: “The Freewheelin’ Bob Dylan”); da consolidação do sucesso (disco-referência: “Bringing It All Back Home”); da dor da separação e da introversão (disco-referência: “Blood on the Tracks”); e, mudando um pouco a perspectiva “dylaniana” dos acontecimentos, da resignação, ao aceitar seu destino de ex-parceiro. The Last Waltz é o nome do último episódio, coincidentemente o mesmo nome do disco de despedida dos palcos da banda que acompanhou Bob Dylan durante grande parte de sua carreira: The Band.
Como em uma festa de casamento, a banda convida grandes músicos e amigos para seu último show, o último ato de uma carreira gloriosa. Neil Young, Ringo Starr, Van Morrison, Joni Mitchell e outros celebram a música de uma das mais influentes bandas de todos os tempos, com versões definitivas de clássicos do rock. Ali celebrava-se a alegria, enquanto que o casamento de Karen celebrava a tristeza de uma união mentirosa, fadada ao insucesso.
Não é de se estranhar que a música inicial do episódio fosse “Reconsider Me”, de Steve Earle, como se Hank, secretamente, desejasse reverter a situação e raptar a noiva, em um rompante de romantismo que não condiz muito com seu comportamento. Talvez por isso mesmo existam tantas dúvidas no coração da Karen, ao expor, de maneira pouco convincente, à Marcy seus sentimentos e ao expressar a decepção pela não-reação de Hank ao casamento.
Todos acontecimentos que giram em torno de Hank acabam ficando em segundo plano, ao experimentar a impotência de um pai ante a primeira menstruação da filha, que acaba rendendo uma das cenas mais engraçadas de toda a temporada. Percebe-se que tudo serve para moldar – e quase finalizar – algo que já vinha se desenhando durante toda a temporada: o descolamento de Hank do “personagem” Hank. Ele, à medida em que experimenta o mundo real – paternidade, responsabilidades, falta de inspiração, ciúmes -, vai se transformando em uma pessoa de carne e osso, real, distante daquele ser dormente que não reagia a nada.
Mia, cada vez mais presa na sua própria arapuca de mentiras, não consegue se livrar de sua personalidade algo dominadora e, ao mesmo tempo infantil, como se fosse uma reação a um cerco imaginário fechando-se contra ela. A indignação com o casamento de seu pai, a inevitável efemeridade do seu suposto talento e, principalmente, a revelação de sua virgindade, lembrando as atitudes da personagem de Mena Suvari em Beleza Americana. Uma adolescente sensual, segura e independente, mas que escondia por trás dessas atitudes uma enorme carência por afeto e atenção.
Fica a sensação de um ciclo completo, afinal a música do primeiro episódio foi “You Can’t Always Get What You Want”, com os Rolling Stones, como se fosse um prenúncio das dificuldades a serem vividas por Hank até modificar o significado do título da canção. Você não pode ter tudo aquilo que deseja, Hank. Apesar de ter ajudado, de uma forma nada convencional, Charlie a recuperar seu casamento, Karen a enxergar sua vida medíocre, Mia a tentar vencer suas inseguranças e sua própria filha a abraçar seu talento, fica um gosto amargo ao final, como se nuvens carregadas ainda estejam chegando, emolduradas por uma péssima cover de “You Can’t Always Get What You Want”, cantada por Tommy Stinson and Friends for Done to Death.
Algo – ruim – ainda vai acontecer, afinal esse é o Hank Moody que todos nós aprendemos a amar. Até a próxima temporada.
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Caro Osório,
Seu review – perfeito -, construído pelo percurso de Hank a partir de fases das canções de Dylan, foi um prêmio extra para nós. Ao contrário de você, porém, não vi o prenúncio de algo ruim, apenas me diverti e me deixei levar pela pura alegria daquele acelerar do carro e pé na estrada para o que der e vier. Sim, algo nos precede e algo nos sucederá: aceitemos o desafio de viver com a alma leve.
Ficarei com saudade dos personagens de Californication, e igualmente de você e seus reviews memoráveis, cheios de referências a léguas do lugar-comum e cheios de paixão. Foi um prazer conhecer você.
Em uma frase: Um dos seasons finales mais patéticos da história da TV americana.
A cena final é estranhíssima mesmo, no sentido ruim da coisa.
Bianca, obrigado. Foi um prazer conhecer vocês todos também, com elogios e críticas construtivas. E destrutivas…hehe
A única coisa que me incomodou foi a resolução um pouco abrupta. Por isso o gosto meio…hummm…amargo que ficou no final.
Se eu não soubesse que Californication teria uma 2a. temporada, consideraria esse finale péssimo. Mas como sei que tem continuação, achei bem legal, bem inteligente.
E me explico : Hank apareceu para nós,
inicialmente, tendo um belo sonho com uma freira. Então, só resta a ele continuar sonhando.
Alguém tem dúvida que esse “final feliz” é algo bem improvável na vida de Hank? Espero ansiosamente o 1o. episódio da próxima temporada -quando ele finalmente acordar e encarar mais uma vez sua realidade.
Se isso não acontecer … nem Everwood terminou tão adocicadamente.
Também achei a cena final péssima mas sabe que você pode ter razão Silvia .Quem sabe não é um sonho do Hank? Aguardando a segunda temporada.
Pensei ser um sonho tbém!! Muito happy end para uma série by showtime como californication.
fala serio como uma pessoa em sã consiência pode fugir do proprio casamento e pior ainda fugir com alguem como o Porco do Hank? Um decadente que só pensa com o Pênis.