Review: Californication – The Great Ashby


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Californication - The Great AshbySérie: Californication
Episódio: The Great Ashby
Temporada:
Número do episódio: 14 (2×02)
Data de exibição nos EUA: 5/10/2008
Data de exibição no Brasil: 11/6/2008
Emissora no Brasil: Warner

No romance “The Great Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, o leitor é apresentado a uma vida de luxúria, onde nada parece o que realmente é. O dinheiro mascara e corrompe as pessoas; sentimentos são enterrados por uma visão distorcida da sociedade. Tudo aquilo que você deseja ter, oras, o dinheiro pode comprar! Este é também o mundo de Lew Ashby, o produtor de rock que tropeça em Hank na festa de Laurel Canyon. Um local onde o talento não é a característica principal de um artista, e sim, a imagem. Esta é, talvez, a melhor definição de Los Angeles.

Não é à toa que se faz uma alusão à obra de Fitzgerald no título deste episódio, já que Ashby suga Hank para dentro de seu reino, onde o próprio Hank já foi um dos grandes. É a tal “vibe rock’n roll”, citada por Ashby na prisão. Gatsby e Nick Carraway, os personagens do romance, agora transmutados na pele dos novos amigos de cela. Escritores e protagonistas de seu próprio livro: a biografia de Lew Ashby, escrita por Hank Moody.

É uma química que tem absolutamente tudo para dar errado, mas que chega em uma hora na qual Hank se encontra fragilizado: preso, vendo seu sonho de família escorrer por entre seus dedos; sentindo-se injustiçado por ter sido enganado por Mia. Mais do que nunca, a corrente literária à qual Hank pertence fica clara. Mia diz que vai a uma reunião com o cineasta David Fincher, que adaptou o livro “Clube da Luta”, de Chuck Palahniuk; Lew Ashby cita – provavelmente – Hunter Thompson quando se refere a Hank. Dois escritores com a tal “vibe rock’n roll”.

O que em nada ajuda na sua recuperação perante a família. Sua filha vai se transformando. O que antes era uma ingênua roqueira, hoje virou uma headbanger que joga Guitar Hero – tocando Slayer. Ou será que a referência a “God Hates Us All” é mera bobagem? Não, é um dos discos da banda. Qual a razão da débâcle? Enquanto todos estavam afastados, Hank era um bom pai – à sua maneira. Era um bom companheiro. Mas poderá ser um bom marido?

“Hank is a lover, not a fighter” – diz Mia, citando a música composta por J. D. Miller, famosa com os Kinks. É uma característica de Hank. Por mais que a situação peça alguém com o mínimo de sensatez, acaba sendo Becca, a filha, que num lampejo de sabedoria resolve toda a situação, trazendo sua mãe de volta à realidade. A percepção de que esta foi a sua escolha relembra Karen de algo: foi exatamente isso que fazia com que Hank se tornasse tão sedutor. A impossibilidade de controlá-lo.

Dessa forma Los Angeles vai se tornando pouco a pouco, para Hank, sua heimat. Sua casa. Local de onde várias histórias surgiram, como as orgias patrocinadas pelo Led Zeppelin no bar em que ele se encontra com Ashby, após sair da cadeia. Uma cidade instigante, devoradora. Que pode testar até o limite da paciência de cada um seus valores morais, sua unidade familiar. Sua sanidade.

and it’s wake up time
Time to open your eyes
And rise and shine

Californication - The Great AshbyO episódio termina com a música “Wake Up Time”, de Tom Petty & the Heartbreakers. Hank abraçado a Karen, encolhido. Ali ele encontra um porto seguro. Por detrás dessa “vibe rock’n roll” existe um espírito livre e ingênuo. Que tanto pode atrair ódio como segurança. Praticamente todas as pessoas que orbitam ao seu redor, quando o vêem, colocam um sorriso no rosto. É hora de colocar isso em prática, Hank. É hora de acordar, abrir os olhos; levante-se e brilhe. Tom Petty sabe das coisas.

Tom Petty – 5 discos para conhecê-lo
1. Damn the Torpedoes
2. Full Moon Fever
3. Echoes
4. The Last DJ
5. Into the Great Wide Open

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  1. Paulo Serpa Antunes - 18/06/2009

    Osório,

    Na hora que vi o episódio não me liguei. Mas procurando as screencaps para ilustrar a tua coluna me dei conta que a cena final, com o Hank abraçado na Karen, é muito semelhante a foto da Yoko e do John que a Annie Leibovitz fez para a Rolling Stone.

    Segue texto sobre a foto:
    http://www.rollingstone.com/news/story/6478087/behind_the_photo_john_and_yoko

    Terá sido coincidência?

  2. Osório Coelho - 18/06/2009

    Paulo, você matou a charada. Eu sabia que já tinha visto algo semelhante à cena. Pena que não lembrei para poder relacioná-la com alguma coisa do texto. Valeu!

  3. Claudemir Antonio Zamproni - 18/06/2009

    Espetacular episódio, mais uma vez; de cair o queixo, mesmo… É a melhor série em exibição no Brasil, sem dúvida!!! E com uma análise igual a esta, acima, é um verdadeiro enriquecimento. E aí, já sabem me responder se a Warner vai continuar exibindo 02 episódios, semanalmente; hoje, pelo visto, vão mais 02: “No Way to Treat a Lady” (3) e ” The Raw & the Cooked”??????

  4. Silvio - 18/06/2009

    Esse episódio foi excelente, mas alguns detalhes tinha escapado da minha atenção.
    Parabéns pelo texto!

  5. paullo kidmann - 18/06/2009

    nossa!
    excelente texto!

    epi masinha!
    adoora a Becca!

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