TeleSéries
Review: Californication – Girls, Interrupted
26/12/2007, 09:30. Osório Coelho
Reviews
Californication
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Série: Californication
Episódio: Girls, Interrupted
Temporada: 1ª
Número do episódio: 7
Data de exibição nos EUA: 24/9/2006
Data de exibição no Brasil: 18/12/2007
Emissora no Brasil: Warner
Na década de 80, Francis Ford Coppola dirigiu dois filmes que se tornaram emblemáticos pelo fato de trazerem atores jovens que, posteriormente, atuaram juntos em vários outros. Foram logo chamados de “Brat Pack”, numa referência direta ao “Rat Pack” dos anos 50, com Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr. dentre outros. Em comum, o fato de os filmes terem sido baseados em livros da escritora Susan E. Hinton, e que traziam visões nada otimistas sobre a juventude, razão pela qual os finais, via de regra, não eram nem um pouco felizes.
Os filmes eram Vidas Sem Rumo (The Outsiders) e O Selvagem da Motocicleta (Rumble Fish).
Stay Gold, Pony Boy.
Hank, ao dirigir-se à sua filha, cita a fala de Johnny Cade (Ralph Macchio) no ilme Vidas Sem Rumo, quando ele entrega a Ponyboy Curtis (C. Thomas Howel) o poema “Nothing Gold Can Stay” de Robert Frost. Becca, ao rejeitar finais felizes, cria um vínculo depressivo com seu Pai, obrigando-o a se despir de sua psique negativa e a recriar-se, pelo menos por alguns instantes, ao tentar fazer com que sua filha acredite que, sim, finais hollywoodianos ainda podem existir.
Não deixa de ser curioso observar a estrutura multifacetada de Hank que, como um camaleão novaiorquino fora de seu habitat, precisa adaptar-se dia após dia as situações que começam a moldar um novo homem.
“Blue” em inglês, além da tradução óbvia, pode ser um termo que se refere à tristeza, quando uma pessoa encontra-se em um estado depressivo, tema recorrente no episódio. “Blue” é também o nome de um dos discos de Joni Mitchell, citado por Hank em uma posterior conversa com sua filha, na qual ela revela toda a desesperança de um suposto final feliz. Não à toa, Hank, mais uma vez, também cita o disco “Blood on the Tracks” de Bob Dylan. A primeira faixa do disco se chama “Tangled Up in Blue”. Discos que tratam de um sentimento corrosivo, mas libertador, força motriz de explosões criativas, batizadas por lágrimas e sangue.
Não há como esperar finais felizes quando a decadência de um casamento é encoberta por tentativas frustradas de um reavivamento à base de sexo somente. A dissociação da conjunção amor e sexo não existe quando o primeiro sentimento é inquebrantável, verdadeiro, mas, em desfavor de relacionamentos que restringem e impedem o surgimento de algo tão banal – e tão difícil – quanto amar alguém, o resultado é muito mais dolorido do que marcas físicas, ainda que tratadas de uma maneira grotesca. Faz com que somente uma transa tente perpetuar uma chama que há muito se apagou. Love sucks.
E a improvável perseguição a um final de uma história que tende a ser decepcionante pode, quem diria, transformar definitivamente Hank. Como um catalisador de sentimentos e emoções, ele encontra-se em uma posição onipresente, ainda que despreze e talvez nem saiba de sua influência: negativa ao trazer uma reviravolta no casamento de seu agente, invejoso de seu estilo anarquista de ser; positiva ao trazer um conforto emocional à sua filha e sua ex-companheira ao apoiá-las em praticamente tudo.
Hank, apesar de carregar consigo o gene da destruição, acaba sendo uma figura generosa, um pai amoroso e um escritor de talento. Basta ele saber criar um resultado positivo para esta equação.
Dessa forma veremos, quem sabe, um final feliz. Ainda que ao estilo de Hank Moody.
Leia a review ao som de cinco discos depressivos:
Berlin – Lou Reed
The Bends – Radiohead
Ultra – Depeche Mode
Nebraska – Bruce Springsteen
Pornography – The Cure
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Não entendi: este episódio “Girls, interrupted” foi o último desta primeira temporada? É por isso que a Warner está reprisando (a partir do segundo episódio: santa ignorância! O pior é que não pude assistir ao piloto)?
Valeu, Osório: eu não tinha lembrado que era a fala de Johnny Cade, em “Vidas sem rumo”… Uau, você enriquece grandemente a nossa percepção de “Californication”… Quantas referências eu teria perdido se não fosse você a apontá-las!
Osório…nem sei mais como elogiar tuas reviews!Vc sabe tudo isso mesmo ou vc pesquisa antes???hehehe
Parabéns novamente!
Acho que ainda tem mais uns 5 episódios depois desse. A temporada pode ter acabado faz meses nos EUA, mas parece que a Warner não quer queimar todos episódios tão cedo. Mesmo assim, é bom o canal já ir pensando num substituto para a “midseason”.
Ah, e me esqueci de acrescentar uma coisa: esses reviews de Californication são tão bem escritos que fazem a série parecer melhor do que é. Eu curto, mas para mim ainda é um “guilty pleasure”.
Bem, respondendo à Rafaelly e, ao mesmo tempo, comentando sobre o que a Bianca escreveu: tudo o que eu escrevo nas reviews são fundamentadas em obras que eu já vi/li/escutei. Mas é claro que não me lembro de tudo. No caso do “Pony Boy”, eu me lembrava vagamente do que se tratava, mas foi só dar uma googlada que tudo me voltou à memória. Seria irresponsável e desonesto escrever sobre algo que eu não conhecesse. E mentira tem perna curta…hehe
Continuo agradecendo os elogios. Tanx folks.
Bem, respondendo à Rafaelly e, ao mesmo tempo, comentando sobre o que a Bianca escreveu: tudo o que eu escrevo nas reviews são fundamentadas em obras que eu já vi/li/escutei. Mas é claro que não me lembro de tudo. No caso do “Pony Boy”, eu me lembrava vagamente do que se tratava, mas foi só dar uma googlada que tudo me voltou à memória. Seria irresponsável e desonesto escrever sobre algo que eu não conhecesse. E mentira tem perna curta…hehe
Continuo agradecendo aos elogios. Tanx folks.
Putz, aos elogios foi dose. Por favor, relevem o erro de português e leiam só o comentário 5…argh.
É possível “quantificar” o amor? E “qualificá-lo”? Me explico: pergunto isso porque Hank me dá a idéia de ter parado na idade de Becca no que se refere à “qualidade” do amor – meio puro, meio ingênuo, meio aflitivo. Por isso “parece” ser um pai legal. Mas quanto ao amor à Karen, o cara se perde. “Você não me ama. Você ama a idéia de amor.” Caramba, só quem já passou por isso sabe o que significa. O NOSSO AMOR A GENTE INVENTA, INVENTA … Cazuza certamente pode pertencer à lista acima.
Assisti estes dias ao “Trust the man” (título no Brasil: “Totalmente apaixonados”), com David Duchovny e Julianne Moore. O começo é até interessante, mas o fim é bem tolo, tendo, até mesmo, aquela cena (usada “ad-nauseaum”) em que o casal discute em público, acaba se beijando e todos aplaudem). Onde eu quero chegar é que julguei ter visto um pouco da caracterização que Duchovny usou para Hank, de modo embrionário, no personagem que fez em “Trust the man”. Alguém assistiu a esse filme?
Osório, você é sempre ótimo. Está para resenhista de Californication assim como o champanhe Krug, Clos du Mesnil está para o caviar iraniano Sevruga – combinação perfeita!
Gente, cadê o Marco? Morri de rir, em outro post, não me lembro qual era o tópico, em que ele faz o seu costumeiro e bem humorado comentário sobre os fãs dos médicos de plástico, e o Eric faz a seguinte réplica (bem deselegante, por sinal)”%$#*&#… e agente (sic) conversa quando você virar gente”. Marco respondeu “claro, conversaremos então; eu até vou lhe pagar um curso de redação…” Marco, apareça para nos fazer rir um pouco.
Osório, me vali da sua dica: li a review (reli, né, porque você dá a dica no fim da review…)ouvindo Pornography, de The Cure. O efeito? A atmosfera ficou bem mais blue. Parabéns, cara!
Silvia, concordo com você. Quando me referi ao “Love Sucks”, exprimi o sentimento comum de frustração que se relaciona ao amor, afinal não existe nenhum tipo de convivência social que seja 100%. O que dizer então de duas pessoas apaixonadas que se expressam e demonstram tal sentimento de maneiras completamente diferentes? Daí vem a frustração. Viramos equilibristas de pratos emocionais? No momento é virtualmente impossível do Hank conseguir conjugar tudo isso.
Beatriz, é a primeira vez que me comparam a uma champanhe. Muito melhor do que a uma bebida barata…hehe. Obrigado.
Pedro Paulo, valeu. Eu poderia ter colocado discos do Nick Drake ou do Elliot Smith que a atmosfera continuaria carregada, mas esse do The Cure marcou meus anos 80.
Osório, uma curiosidade: você conhece bastante bem bandas e músicas, pelo menos essas relacionadas ao universo de Californication (e também outras, não necessariamente ligadas a esse universo). Isso se dá por diletantismo ou você trabalha nesse campo?
Beatriz:
Eu assisti “Trust The man” e realmente concordo como que vc disse…A personagem dele nesse filme lembra o Hank mesmo.
So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time
Minhas dores de corno nos 80 foram ao embalo do The Smiths ….
Roberto, opção número 2. Não trabalho no meio, mesmo porque perto de alguns jornalistas eu sou aquele que senta no canto da sala e tenta aprender algo caladinho…
Sou apenas um leitor fanático e comprador compulsivo de discos. Sim, sou um dinossauro que ainda se recusa a baixar músicas pela internet.
Silvia, bons anos 80…hehe
Rafaelly,
Que bom que outra pessoa também viu isso!
Se pensamos que Hank veio diretamente de Mulder, ficamos bem espantados: como, diabos, tiveram a idéia de convidar David Duchovsky para este papel!? Mas se houve uma transição do cara de “Trust the man” para Hank, nosso estranhamento diminui, não é mesmo?
Osório,
Que se enfatize: a analogia não é apenas com champanhe, mas com o que de melhor se produziu em champanhe…
Beatriz,
Realmente, se pensarmos que tiveram a idéia de chamar o David Duchovny pro papel devido ao que ele fez como Mulder, não teria sentido pq há um abismo entre os dois personagens…Diferentes demais.Aliás, a única coisa que pode ligar um ao outro é a “obsessão”, mesmo que por coisas diferentes…hehehe
Em “Trust the man”, o personagem dele tem uma essência “Hank”, com certeza.
Você simplesmente descreveu esta série muitíssimo bem… Vou ter que dar um jeito de acompanhá-la com muito rock’n roll na veia! Gostei de verdade!! Smack
Você simplesmente descreveu estes episódios muitíssimo bem… Vou ter que dar um jeito de acompanhá-los com muito rock’n roll na veia…rs Gostei de verdade!! Smack