06/11/2008, 11:15. Paulo Serpa Antunes
Reviews
The Sopranos

Série: Família Soprano (The Sopranos)
Episódio: A Hit is a Hit
Temporada: 1ª
Número do episódio: 10
Data de exibição nos EUA: 14/3/1999
Data da reprise na Warner: 2/11/2008

Sinopse: Os mafiosos põe a mão numa bolada de dinheiro. Christopher e Adriana conhecem o gangsta rapper Massive Genius. O rapper pede reparação de Hesh para um familiar músico – mas não há acordo. Christopher e Adriana tentam se lançar como produtores musicais, mas as coisas dão errado. Influenciado por Carmela e Melfi, Tony tenta fazer amizade com pessoas fora do universo da máfia, mas acaba tendo uma experiência desagradável. Melfi visita os vizinhos dos Sopranos e mostra curiosidade em saber mais sobre a vida deles.

Opinião: Pertinho do final da temporada, eis que temos mais um episódio fechado, que não aborda os principais arcos da temporada (a crise entre Tony e o tio, a relação de Tony e Melfi e a máfia sendo investigada pelo FBI). Não é um episódio nota 10, mas também não é um mal episódio. Ele decepciona por cortar o ritmo forte da temporada até aqui – mas já vale pelas muitas referências musiciais, por alguns bons diálogos e pelas três cenas com a Drea de Matteo tirando a roupa!

O tema bacana aqui são as diferenças internas entre a comunidade ítalo-americana. Toda a parte sobre o mercado fonográfico é meio boba (tá, faltando um bom seriado sobre a indústria fonográfica, né? Platinum e Kaya não dá), mas que vale pela inesperada solução para a crise entre Hesh/Tony e os gangstas – ficará para os tribunais!

Uma cena: O melhor do episódio é ver Tony contando para Melfi a história do seu colega de escola que era fanho – e de como ele se sentiu como um fanho diante dos “merigan”.

MVP: James Gandolfini.

Curiosidades:
• “Merigan”, segundo o Urban Dictionary é o oposto de ítalo-americano. Ou seja, os imigrantes italianos que perderam a sua identidade cultural – são mais americanos do que italianos.
• Temos uma vítima! Paulie mata um traficante latino chamado Gallegos com um tiro na cabeça. Contagem de corpos: sete.
• O episódio introduz na série o casal Bruce e Jean Cusamano, vizinhos dos Sopranos.
• O título do episódio reproduz um diálogo de Hesh no episódio. Ao ouvir a banda de rock farofa que ele produziu, Hesh diz que não é bom e que “um hit é um hit, e isto não é um hit”. Hit aqui no sentido de sucesso, mas o título do episódio obviamente tem dupla conotação, já que hit pode significar também um assassinato premeditado, como foi o que abriu o episódio.
• A banda que Adriana produz se chamava Defiler e trocou o nome para Visiting Day.
• O episódio foi escrito pelo Joe Bosso e Frank Renzulli. Renzulli tem outros nove episódios da série no currículo, já Bosso não retornou ao programa depois.
• Único episódio da série que foi dirigido por Matthew Penn, que é diretor e produtor de Lei & Ordem. Ele possui um Emmy de Melhor Diretor por Lei & Ordem.
• No episódio, Massive Genius cita, pela enésima vez na temporada, a trilogia O Poderoso Chefão.

Um diálogo: Há vários diálogos brilhantes no episódio – como a já citada cena do fanho, Tony falando com Melfi sobre os “merigan”. E Tony contando como conheceu Gotti, numa história hilária por ser totalmente sem clímax. Mas eu gosto também deste diálogo na casa dos Cusomano, onde eles debocham da casa e do gosto dos Sopranos e Melfi solta uma singela frase, que eu interpreto como um sinal de afeto por Tony (a tradução é minha):

Barb Wagner:

Nós estivemos lá para um evento para caridade. Eu não vi nenhuma arma lá.

Jean Cusamano:

Ah, mas o que era aquele bar de gringo, cheio de cristais de Murano! (rindo)

Jennifer Melfi:

Eu gosto de cristais de Murano.

Um música: Ah, como fã confesso de rock farofa, eu estava sentindo falta de uma referência ao mais famoso filho de Nova Jersey (tá, ok, depois do Sinatra). Mas ela veio. Adriana se derrete de amores por Jon Bon Jovi e dá uns amassos no Christopher ao som de “You Give Love A Bad Name”.