TeleSéries
Primeiras Impressões – The Following
27/01/2013, 12:02. Aline Ben
Preview
The Following
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Edgar Allan Poe foi autor, poeta, editor e crítico literário. Não era do tipo que gostava de seguir regras e morreu aos 40 anos em uma situação misteriosa. O trabalho de Poe envolveu morte, romantismo, ficção científica, mistério policial e terror psicológico. Tudo isso parece ter feito parte dos últimos momentos do autor, que morreu quatro dias após ter sido encontrado delirando na rua e usando roupas de outra pessoa. Poe nunca conseguiu explicar como ficou naquela situação, os boatos sobre a causa da sua morte vão de embriaguez a diabetes, sífilis, raiva, e doenças cerebrais raras.
Entender um pouco de quem foi Edgar Allan Poe ajuda o telespectador de The Following a entrar na mente do novo serial killer da televisão: Joe Carroll, muito bem interpretado por James Purefoy. O ator participou de séries como Episodes, Revenge, Camelot e Rome, e de filmes como John Carter – Entre Dois Mundos e Coração de Cavaleiro.
The Following marca também a presença de um ator consagrado no cinema. Kevin Bacon ganhou o Globo de Ouro em 2010 pelo filme para televisão O Retorno de Um Herói (Taking Chance), mas entre seus principais trabalhos estão os filmes para o cinema Sobre Meninos e Lobos, X-Men: Primeira Classe, Frost/Nixon, O Lenhador, Sleepers – A Vingança Adormecida, Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo, Footloose, O Clube dos Cafajestes e o clássico da Sessão da Tarde O Rio Selvagem.
A lista de filmes é grande, muitos marcaram minha infância e adolescência e mesmo assim nunca simpatizei com Kevin. Sim, vou chamá-lo pelo primeiro nome, depois de assistir tantos filmes do ator enquanto eu virava adulta me achei íntima. Agora acabei esbarrando com ele em The Following, eu como reviewer e Kevin como Ryan Hardy, um ex-agente do FBI aposentado. Pela primeira vez depois de tantos filmes um personagem de Kevin ganhou minha simpatia e já não tenho mais medo do malvado Wade, de O Rio Selvagem.
Ryan tem a tarefa árdua de capturar pela segunda vez o serial killer Joe Carroll, que foi responsável por 14 assassinatos de universitárias, todos inspirados em histórias de Edgar Allan Poe. Ryan foi responsável pela prisão de Joe e salvou a vida de uma de suas vítimas nove anos antes dos fatos relatados no início da série, mas o agente do FBI ficou com sequelas e acabou se aposentando. Agora seu coração não é mais o mesmo, Ryan usa um marcapasso, e o caso deixou o agente com problemas psicológicos e o levou ao alcoolismo. O que realmente aconteceu durante a primeira captura de Joe e os anos seguintes estão sendo mostrados com propriedade pela série, em flashbacks intercalados com o que acontece na atualidade.
Ao contrário de séries como Revolution e Lost que apelam pelo mistério em vários pontos da narrativa, The Following se esforça em explicar ao espectador o que acontece e o que já aconteceu nas vidas de Ryan e Joe. Detalhes na edição das imagens, enquadramentos, roteiro e montagem do episódio fazem com que em poucos minutos o espectador já esteja mergulhado no mundo de The Following. A ressaca e a vodka de Ryan indicam o alcoolismo, a câmera mostra o livro que ele escreveu sobre Joe, Sarah aparece com roupa de profissional médico, mostrando que já não é mais uma estudante. A direção de arte tem uma importância crucial no enredo da história. Essa parece ser a ideia do criador e produtor executivo da série Kevin Williamson (The Vampire Diaries, Dawson’s Creek e da série de filmes Pânico) e do diretor e também produtor executivo Marcos Siega (Veronica Mars e True Blood).
A história de The Following começa com a fuga de Joe do corredor da prisão depois de matar cinco guardas. Ele vai atrás da única vítima que sobreviveu a seus ataques, a ex-estudante e atual médica Sarah Fuller (Maggie Grace, de Lost), coloca o FBI em alerta e faz com que Ryan seja convocado para consultor do caso. A equipe responsável pela re-captura de Joe não fica muito feliz com a participação do agente, a não ser por Mike Weston (Shawn Ashmore, o Iceman da saga X-Men), que é fã do trabalho de Ryan. O objetivo de Joe não é só finalizar seu trabalho, mas também assegurar um “herói falho” para a sua nova história. Ryan é um homem falho e quebrado procurando redenção. O protagonista ideal para o novo clássico de Joe. De certa forma The Following é uma criação da sua própria criatura, Joe Carroll já no primeiro episódio tomou as rédeas da história da série.
O mais intrigante em Joe é que ele não é uma pessoa introvertida e com problemas sociais, como normalmente é o estereótipo de um serial killer. Joe foi professor de literatura, é sedutor, inteligente e tem a habilidade de formar seguidores ao seu redor. No entanto, uma habilidade que começou atingindo seus alunos agora se estende a um culto de serial killers, seus “amigos”, como ele gosta de chamá-los. The Following apresenta dados de que existem mais de 300 assassinos em série nos Estados Unidos, e Joe pode estar aumentando esse número. Como se isso não bastasse, agora eles não atuam mais sozinhos.
Outra curiosidade no relacionamento de mocinho e vilão é que Ryan é um cara introvertido e sem amigos. Já Joe é extremamente carismático e é essa habilidade que faz com que ele forme o culto de seguidores. Seu olhar profundo justifica sua obsessão por Edgar Allan Poe e a famosa frase do autor “os olhos são a janela da alma” parece ter sido feita para Joe. Ao contrário de Hannibal Lecter, famoso serial killer do cinema, Carroll tem pinta de galã e o charme do sotaque inglês do ator que o interpreta faz do assassino uma pessoa encantadora. Até mesmo Ryan se sente afetado pela presença de Joe. Em entrevistas para divulgar a série, Kevin Bacon disse que se não fosse um assassino em série, Joe seria o tipo de amigo que Ryan gostaria de ter.
The Following gerou polêmica na mídia antes mesmo de sua estreia, isso porque a temática lembra tragédias que se repetem nos Estados Unidos, como o tiroteio em um cinema no Colorado e a chacina na escola primária de Newtown, em Connecticut. A própria inspiração do projeto foi de um fato ocorrido há quase 15 anos: o Massacre de Columbine. No dia 20 de abril de 1999, dois adolescentes americanos de classe média alta do Condado de Jefferson, também no Colorado, entraram atirando em uma das melhores escolas de ensino médio dos Estados Unidos e se mataram em seguida. Na ocasião, 13 estudantes morreram e mais de vinte ficaram feridos. No entanto, a história da série fica muito mais próxima de filmes como O Silêncio dos Inocentes, principalmente pela afinidade e proximidade entre vilão e mocinho.
Como nem tudo poderia ser uma matança, The Following também tem amor e, mais do que isso, um triângulo amoroso. Como aprendemos com o próprio Joe: “toda a boa história precisa de um romance”. Ryan e Joe são herói e vilão, beiram um bromance do avesso e ainda possuem uma mulher entre eles. Claire Matthews (Natalie Zea) é ex-esposa de Joe e foi através dela que Ryan começou a descobrir o serial killer por trás do professor de literatura. Claire acaba se envolvendo com Ryan e esse caso ainda deve ser melhor explicado através dos flashbacks. Por enquanto já é engraçado ver Claire aceitando falar somente com Ryan e ignorar os outros agentes que não gostam dele.
O elenco da série ainda conta com a agente Jennifer Mason (Jeananne Goossen), Debra Parker (Annie Parisse) e Will Wilson (Nico Tortorella). The Following ainda promete as participações dos atores Marin Ireland (Homeland e Boss) e David Zayas (o sargento Angel Batista, de Dexter).
The Following representa uma grande esperança para a Fox de alavancar a audiência do canal, que sofreu com baixos índices no segundo semestre de 2012. A temática dos serial killers é uma grande tendência da temporada 2013. Além de The Following, três assassinos famosos chegam aos televisores esse ano: a NBC prepara Hannibal, que estreia na metade do ano, Bates Motel – que narra a vida do serial killer de Psicose ainda na adolescência – chega em março ao canal A&E, e Ripper Street, sobre Jack, o Estripador, estreou há duas semanas na BBC do Reino Unido. A Fox também anunciou recentemente mais um piloto com tema macabro, a série chama-se Boomerang e envolve a história de uma família de assassinos.
A primeira temporada de The Following tem 15 episódios encomendados e o contrato dos atores já garante a intenção de seguir com a série por pelo menos sete anos. Se a continuidade do seriado depender da audiência do episódio piloto, The Following tem um futuro promissor. Mais de dez milhões de espectadores acompanharam a estreia da série na Fox dos Estados Unidos. A classificação demográfica, que leva em consideração o público preferencial de adultos entre 18 e 49 anos, ficou em 3.2 pontos percentuais, o que colocou a série na posição de segunda maior estreia da temporada. O drama apocalíptico Revolution, da NBC, continua na liderança, já que teve demo de 5.9 em sua estreia, em setembro de 2012.
Os números não foram de graça, a Fox investiu forte na divulgação da série com a produção de inúmeros vídeos virais, trailers, entrevistas com os atores e fotos promocionais. Não por acaso The Following chamou a atenção da mídia e até a polêmica por causa da violência da série ajudou a promovê-la. O que será da continuidade de The Following todos estão curiosos para saber. Como diria Joe Carroll: vamos acompanhar isso juntos? Será um clássico.
O segundo episódio de The Following se chama Chapter Two e vai ao ar na próxima segunda-feira, dia 28 de janeiro, às 21h. No Brasil, a série chega no dia 21 de fevereiro, às 22h50, pelo Warner Channel. Para não esquecerem do clima da série até lá fiquem com a ótima trilha sonora que embalou a última cena do episódio, em que Ryan quebra os dedos de Joe, Marilyn Manson com Sweet Dreams (Are Made Of This). Até semana que vem, The Following segue com reviews semanais aqui no TeleSéries, conto com vocês, meus “amigos”.
PS: Para fazer esse texto me guiei em várias matérias do TeleSéries, a maioria escrita pela colega Gabriela Pagano, vale a pena clicar nos links e conferir o trabalho dela e várias curiosidades sobre The Following.
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Ótima análise, mas poderia ter sido melhor se não tivesse tantos spoilers.
Obrigada Isabel. Foi boa a sua colocação, por um momento esqueci que ao contrário da Review, a Preview é lida principalmente por quem ainda não assistiu a série. Retirei duas informações que comprometem quem ainda não viu o episódio. Valeu pelo toque. 🙂
Legal, Aline!
Eu assistir The Following e gostei muito. Só espero que a série não caia na mesmice de cada episódio ser somente a caçada de algum dos seguidores do Joe Carroll.
Ótimo texto, fica fácil ler um texto tão grande quando é bem escrito hehehehehe!! Não lembro do James em Revenge #fato! Não queria que a Maggie grace morresse ainda mais logo no primeiro episódio. Gostei muito dos flashbacks intercalados, foi uma opção muito sábia, ao invés de jogar tudo nos primeiros minutos e colocar o famoso tantos “anos depois”…
Gostei muito da série, confesso que voltando lá em setembro quando eu vi a promo do piloto não fiquei animado pelá série…Mas devido a tanto buzz da mídia, e pelo “episódio especial” fiquei muito animado e posso dizer que não me arrependi a série é otima, estou ansioso para ver o que será dessa história e o que o futuro nos aguarda hehehehehehh
Uma coisa que eu notei que achei digamos interessante, a Sarah era médica mas na epoca de faculdade estava estudando literatua :s pra mim isso não fez muito sentido.
P.S: Kevin Bacon não estava mentindo nas entrevista a série é sombria, e faz com que vc entre de cabeça e confesso levei susto ehehehehehe
Obrigada Paullo! O James fez um amante da Victoria Grayson, ele era um pintor, até fez um retrato dela. Nos Estados Unidos eles tem um sistema diferente na faculdade, o aluno não faz apenas disciplinas da sua área. Sei que quem faz Jornalismo por exemplo, precisa também escolher uma outra formação como Literatura ou Ciências Sociais, para completar a faculdade. Acho bem interessante isso até. Tô esperando muito de The Following, vamos ver como a série se sai. 🙂
Pô Gigante. dá vontade de assistir às séries só pra ler teus textos depois. hehe.
Ótimo texto!
Valeu Gigante! 😀
Ótima review, um episódio excelente, uma espécie até de mini filme, de qualquer modo. Espero que a série desenvolva uma boa éstória e que a audiência nos EUA continue ajudando a série a ganhar as tais sete temporadas previstas.
Obrigada Eduardo. Também espero que a série siga firme e forte. 🙂
Eu gostei tanto! Não vejo a hora de assistir o próximo episódio! =)
E parabéns… ta muito bem escrita a preview! Adorei!
Ótimo artigo, muito bem escrito. Parabéns! Ainda não vi a série, mas fiquei curiosa e vou ver.
Aline, a primeira vez que Emma apareceu (a babá) eu pensei: humm, essa pobrezinha será uma das próximas vítimas…. Mas olha que legal, não é que ela era da “seita”!
Achei que eu e a minha mae éramos as únicas que nao se simpatizavam com o Kevin, mas vi que nao (apesar de eu amar o James Purefoy desde Coracao de cavaleiro), portanto, achei natural achar que o vilao é muito mais interessante que o mocinho.
Eu faria qualquer coisa na minha vida pra dormir apenas uma noite com o Kevinb Bacon.
Que macho charmoso!
Delícia!