Primeiras Impressões – Star-Crossed


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Uma junção de Roswell e Distrito 9.

Romeu e Julieta em uma versão ficção científica.

Na expectativa da estréia de Star-Crossed, o novo drama da CW deu ensejo a várias comparações. E o drama provou ser um pouco de todas essas histórias. Falta de originalidade? Talvez. Não é de agora que se reinventa a roda no mundo das séries televisivas. Mas a pergunta é: a falta de originalidade prejudicou o novo programa da CW? Em absoluto!

Star-Crossed poderia ter caído na mesmice, afinal, seus dez minutos iniciais foram recheados de clichês: a não aceitação do diferente; o representante do governo na figura de uma mulher negra que luta por um projeto de integração social, em uma cidadezinha do sul dos Estados Unidos; o mundo do ensino médio, com suas castas e bullyings decorrentes e, em meio a todo esse conflito, dois adolescentes, pertencentes a mundos diferentes, que devem viver um romance cercado pelo preconceito e incompreensão. Essa história já foi contada inúmeras vezes! Mas, neste caso, direção e roteiro fizeram toda a diferença: ritmo em uma história não linear. Esse o feliz encontro entre Gary Fleder (Beijos que Matam, O Júri), na direção e Meredith Averill (The Good Wife) no desenvolvimento da história. Diria que foi um casamento perfeito.

Superados os dez minutos iniciais, os clichês foram, paulatinamente, sendo desconstruídos. Nem tudo, afinal, era o que parecia ser. O Projeto de Integração Social esconde outros interesses, além o de implementar o convívio entre povos diferentes; para Glória, o Projeto é um investimento pessoal. Isso ela afirma categoricamente a Roman na sala de detenção da escola, e não hesitará em eliminar os obstáculos que possam vir a prejudicar esse investimento. De seu lado, atrianos também têm outros interesses que não somente deixar os muros do Setor de isolamento.

O preconceito que, em um primeiro momento, parecia uma via de mão única, mostra-se, depois de dez anos, enraizado em ambas as comunidades (humana e atriana), cada qual convencida da razoabilidade de seus argumentos. No final, a truculência não é monopólio de um único lado.

E, em meio a essa trama, o encontro de Roman e Emery. Ela, uma adolescente americana de uma dessas cidadezinhas tradicionais do sul dos Estados Unidos; ele, um alienígena que faz parte de um grupo piloto de integração social. Essa, outra história de amor que já foi repetida incontáveis vezes.  Mas, parodiando o poeta, diria que uma boa história de amor não sente o tempo da repetição, pois são encantadoras na sua essência. Roman e Emery são, ao mesmo tempo, história passada e presente, diferente na competência do olhar de quem a conta entre closes, falas e gestos, que exploraram a química perfeita entre os atores e a intensidade da ancestralidade dos personagens.

As entrelinhas do episódio Piloto tiveram o dom de colocar várias possibilidades de desenvolvimento para a história. Possibilidades que podem levá-la a lugares distantes do simples romance entre diferentes, cercados por um abismo de preconceitos. Possibilidades que talvez passem por perguntas que nos incomodam, na vida real, como aquela que Roman se faz sobre a Humanidade. O que é, afinal,  esse conceito abstrato hipoteticamente revestido de uma positividade, aparentemente, tão inalcançável.

De concreto o que, à primeira vista, pode-se dizer é que não há lugar para a ingenuidade na trama política e social de Star-Crossed. Essa faceta é propriedade exclusiva do romance.

E, ao final, a redenção esteja em pagar a violência com um ato de amor.

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  1. Paullo Kidmann - 22/02/2014

    Gostei do episódio, e concordo com vc!!! Uma coisa que não gostei foi o pai do Roman morrer…Mas vou continuar vendo pra ver no que dá…

  2. Regina Monteiro - 24/02/2014

    Paullo, sobre o pai do Roman, também não gostei. mas vejamos se algum milagre não acontece hoje.

  3. Paullo Kidmann - 24/02/2014

    É né, só um milagre mesmo…Mas eu acho que não pq o que eu acho que vá acontecer é eles criarem uma atmosfera como Rome & Julieta!

  4. Gabriela Pagano - 22/02/2014

    “E, ao final, a redenção esteja em pagar a violência com um ato de amor.” Que lindo, Regina! 🙂
    Vi o piloto ontem e tive a mesma impressão: o comecinho foi clichê (até me lembrou Smallville um pouco), mas, depois, a série me envolveu de um jeito que já estou ansiosa pelo próximo episódio. Também fiquei surpresa com a produção super bem feita, grandiosa… E o elenco é excelente! Continua na minha lista de séries, com toda certeza! =]

  5. Regina Monteiro - 24/02/2014

    Obrigada Gabi. Sabe que as cenas de batalha e a dinâmica do episódio não parecia coisa da Meredith Averill, mas depois que vi quem era o diretor pensei: tá explicado!

  6. biancavani - 22/02/2014

    Por enquanto, só gostei. Vamos ver como a série se desenvolve.

  7. Claudia Braga - 23/02/2014

    Ótimo texto, Regina. Tb fiquei ansiosa pra saber como tudo vai se desenvolver depois daquela cena final, o piloto superou as minhas expectativas, vai continuar na minha lista!

  8. Regina Monteiro - 24/02/2014

    Obrigado Claudia. Também não esperava que a série fosse tudo isso. Muito bom quando a gente comete esse tipo de engano.

  9. Estreia Star-crossed na CW (audiência na TV americana 16 a 21 de fevereiro) - 24/02/2014

    […] excelentes para as difíceis noites de segunda da CW. Outro ponto positivo é que Star-crossed (leia aqui as primeiras impressões), teve esse bom desempenho, mesmo competindo com a trasnsmissão das Olimpíadas de Inverno, pela […]

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