TeleSéries
Primeiras Impressões – Crossbones
31/05/2014, 21:46. Gabriela Pagano
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Crossbones
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Antes de embarcar na série pirata Crossbones – que, em português, quer dizer “Ossos cruzados” -, temi que a nova atração da NBC se tratasse de um barco furado. Já tinha lido algumas resenhas sobre o seriado em sites estrangeiros e em nenhuma delas o crítico havia sido favorável à atração. Não sou fascinada por piratas – embora eles despertem, sim, minha simpatia – e sei muito pouco sobre o lendário Barba Negra, personagem central da trama. Na verdade, como a grande maioria das pessoas, imagino, conheço a figura mais pelos filmes da franquia Piratas do Caribe, em que o temível pirata é interpretado pelo ator Ian McShane. E aí vai um aviso: se você está pensando em tentar a série por causa dos filmes da Disney, repense a viagem. O tom utilizado no programa em nada se parece com aquele das histórias do (Capitão) Jack Sparrow.
Na série da NBC, é John Malkovich (aplausos, aplausos!!!!) quem dá vida ao Barba Negra. O pirata interpretado por ele é muito distante da figura desgrenhada e encardida a que fomos acostumados no cinema e na TV. Malkovich tem dentes brancos e bonitos (mas fala cuspindo), é careca, usa roupas tropicais e ostenta uma modesta barba… branca. Por vezes, é até difícil lembrar que se trata de um pirata em nossa tela. No entanto, se o personagem se distancia fisicamente do pirata tradicional – e isso não é uma reclamação -, Barba Negra ganha força com a brilhante atuação de Malkovich. Barba Negra existiu de verdade e, segundo os livros de História, ele ameaçava e amedrontava muito mais por sua figura imponente do que por atos violentos, de fato. Assim é na série: em nenhum momento Malkovich levanta seu (delicioso) tom de voz suave para ameaçar o prisioneiro Tom Lowe (Richard Coyle). É através da utilização perfeita de pausas, de “vírgulas” bem pronunciadas, que o ator cumpre seu papel, mostrando toda a técnica que o consagrou, merecidamente, um dos maiores de todos os tempos.
Richard Coyle, cujos trabalhos mais recentes na TV são em Covert Affairs e na minissérie da ITV Life of Crime, também exerce bem a missão de interpretar Tom Lowe. Lowe é um médico que trabalha para a Marinha britânica e deve proteger uma nova invenção que ajudará os ingleses a navegar pelos mares desconhecidos. Trata-se de um dispositivo que permite ao navegador saber sua localização exata (latitudes e longitudes) no oceano. O problema é que os piratas – liderados por Barba Negra – também estão de olho no dispositivo e invadem o navio que transportava o localizador e seu inventor. Nessas condições, Lowe tem uma só missão: destruir o dispositivo e seu inventor, a fim de proteger o “segredo”, bem como matar Barba Negra.
O médico é levado para a ilha comandada pelo lendário pirata – que faz questão de dizer que apenas a lidera enquanto assim seu povo desejar -, onde deve curar o homem que inventou o cobiçado dispositivo – quem Lowe deixou à beira da morte antes que o inventor pudesse ser capturado e torturado pelos piratas. Caso contrário, ele morre junto. Mas Lowe é um homem astuto, destemido, que consegue enganar a todos com certa facilidade. Sabendo que salvar a vida do inventor não era mais uma possibilidade, ele decorou todas as anotações feitas pelo homem acerca da invenção e depois incendiou o arquivo. Dessa forma, Barba Negra se veria obrigado a mantê-lo vivo.
Uma coisa interessante é que Lowe aparece mais em cena do que o próprio Barba Negra e, por vezes, a gente chega a achar que ele é o verdadeiro protagonista da história. Daí, você pode me dizer: o Barba Negra é o vilão e Lowe é o mocinho, simples assim. Mas não acho que seja o caso. O que temos são dois anti-heróis igualmente importantes para o enrendo, cada um lutando de um lado – por enquanto… A química entre os dois personagens é evidente e sugere um bromance entre eles. Isso porque é difícil determinar de que lado está cada personagem da série. Barba Negra, por exemplo, pode estar sendo traído por parte de sua tripulação.
Dente eles, se destaca Selima (Yasmine Al Massri), que deve desvendar o dispositivo com a ajuda de Lowe. Ela é uma mulher muito bela, mas Barba Negra lhe adverte que é a inteligência dela que a mantém viva – se ela falhar em recriar o localizador, ela morre. Já Nenna é uma pirata forte e eficiente e é interpretada por Tracy Ifeachor (Doctor Who), que lembra bastante a Lupita Nyong’o, seja pela aparência física, seja pela força de sua presença.
A ilha ainda é habitada pela doce – e, ao mesmo tempo, enérgica – Katherine Balfour (Claire Foy), que chefia o comércio no vilarejo. Ela e Lowe se encantam um pelo outro à primeira vista, mas Kate é comprometida. O marido dela é um homem preso à cadeira de rodas, mas ele a observa constantemente do alto de sua janela. Perigo iminente. Pelo menos, Lowe conta com a ajuda do assistente Fletch (Chris Perfetti), um jovem que jamais o trairia, mas também não iria muito longe para salvá-lo, de tanto medo que sente.
Personagens apresentados, é hora de falar mais sobre o enredo. Por enquanto, é difícil determinar muita coisa. A série ainda tem vários fios soltos, histórias que não se completam e deixam muitas perguntas no ar. No começo do episódio, por exemplo, Lowe diz que é médico, “mas isso não é tudo” o que ele é. Mais tarde, Barba Negra revela que enxerga no inglês um potencial pirata (por isso eu disse que os dois lutam em lados distintos “por enquanto”). Barba Negra, aparentemente, está doente. Ele tem alucinações, fortes dores de cabeça e sangramento no nariz (sintomas de um tumor no cérebro? Não sei…). Apesar das dúvidas, o roteiro da série apresenta situações bastantes previsíveis. Quando Lowe entra no quarto de Kate para roubar uma chave, a gente sente que ela irá o descobrir. Assim acontece. Em seguida, Lowe diz que apenas queria recuperar a foto da esposa falecida, que lhe foi roubada no momento de sua captura pelos piratas. Kate acredita, mas a gente sabe que aquilo não é verdade, que deve haver algo nessa foto de que Lowe precisava. De fato.
Definir o gênero do programa também não é tarefa fácil. Crossbones se trata, majoritariamente, de uma drama. Mas nem por isso deixa de apresentar doses de humor ácido – que soam como música na boca de Malkovich – e cenas de embrulhar o estômago (prepare-se para ver muitas gargantas serem rasgadas). As excelentes atuações são outros pontos a serem mencionados. Posso dizer que me surpreendi positivamente com a série. Comecei a assistir ao seriado esperando muito pouco da história e assumo que, durante todos os cinquenta minutos de episódio, não foi difícil permanecer atenta ao enredo. Bons conflitos foram colocados e muitas das situações, embora sejam um tanto estranhas, têm potencial de desenvolvimento. Além disso, estou louca para saber como o romance entre Lowe e Kate irá se desenrolar e, mais ainda, para saber se ele e Barba Negra irão virar “melhores amiguinhos” de infância.
Para ser sincera, eu soube que o episódio seria bom (não ótimo, não entendam errado) logo nos primeiros segundos em que comecei a assisti-lo, quando Malkovich, então na função de narrador, dizia com um tom de voz vibrante: o Império Britânico, a força mais poderosa que a humanidade já conheceu, temia não apenas os deuses e monstros que afundavam navios ingleses nos mares, mas, acima de tudo, um monstro muito mais real e brutal – Barba Negra, é claro. Não era apenas o tom de voz dele que era vibrante; as cores das paisagens, de uma fotografia estonteante, quase saltavam da tela. Eu também estava vibrante. Nesse momento, tive a certeza: melhor do que ser John Malkovich, é poder assisti-lo! Aplausos!
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Físico? Physician significa médico em inglês. Basta assistir o episódio pra entender.
😉
Jorge Magnólio antigamente a palavra Físico era usada para designar os médicos também, basta consultar um dicionário.