Person of Interest – / ou Root Path


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Um episódio. Dois títulos. Uma mesma mensagem. / ou Rooth Path. Segundo David Slak, roteirista da série, em seu twitter: “em Unix, / é o diretório raiz, ou “caminho da raiz”, que é o título do episódio para aqueles determinados a falar em inglês”.

A primeira coisa que me surpreendeu, neste episódio, foi o título. Somente depois de pesquisar encontrei, no twitter, esta frase de David Slak. Afinal o que significava / em linguagem de programação ou engenharia de hardware?

Embora eu pareça repetitiva e correndo o risco de, efetivamente, ser repetitiva, não posso deixar de falar novamente da equipe criativa: é muita ousadia nomear com um símbolo, que a maioria das pessoas, assim como eu, não tem sequer idéia do que quer dizer, um episódio/capítulo da série. Um símbolo que definiu o episódio de varias formas.

Embora o título em Unix tenha o significado atribuído por Slak, pode também significar, em linguagem matemática, uma negação lógica. E, mesmo nesta outra concepção,o título continuaria a ser perfeito, porque o episódio não mostrou somente a trajetória de Root, mas também como ela e Finch aprendem um com o outro, através da intervenção da Máquina, mesmo que, logicamente, possam sustentar as convicções das quais não querem abrir mão.

Root voltou. E com ela o lado da série em que é proibido olhar-se somente a ação. Ela tornou-se a presença palpável dos dilemas enfrentados por Finch. Assim, ela tornou-se uma metáfora. E (parodiando Mark Suzak, autor de A menina que Roubava Livros), sendo metáfora, na série, ela é dupla: é mensagem e mensageiro ao mesmo tempo.

Foi assim em /.

Como mensageira do apocalipse, na sua melhor forma, em uma ação coordenada pela Máquina, ela parou um carro de transporte de prisioneiros, invadiu uma firma de software, “seqüestrou” um faxineiro que era alvo da Vigilância e da Decima Technologies (organização que detêm a posse do Samaritano), encontrou-se novamente com Finch e sua equipe e, ao final, partiu para o Paraguai.

Embora já pressentíssemos, os eventos sobre os quais ela falou esta temporada inteira, estão ligados ao Samaritano. Uma outra máquina, tão poderosa quanto a criada por Finch; uma outra máquina capaz de destruí-la. No início do episódio é somente com isso que Root se importa. Com a possibilidade da guerra e de como essa guerra poderá afetar a Máquina. O Samaritano é um inimigo potencialmente capaz de destruí-la. Os humanos são perdas irrelevantes. Sua decepção com a raça humana levou-a a desprezá-la, e, classificá-la como irrelevante, parece-lhe correto.

Mas, e esse é o anticlímax, o que está posto, é se o Samaritano será tão escrupuloso quanto a Máquina ao atribuir valor à vida humana. Uma guerra anunciada em que deuses se enfrentarão sim. Mas a que custo para a vida humana? Finch ensinou sua máquina a se importar, Greer não parece embuído dos mesmos escrúpulos.

Por isso, a Máquina também tem uma lição a ensinar a Root. Uma que aprendeu com Finch. E o dilema é jogado em seu colo na forma de um faxineiro (aparentemente irrelevante!), que já havia cruzado seu caminho anteriormente. E, pela primeira vez, Root escolheu a vida humana, ainda que isso tenha lhe custado a perda de um elemento essencial para evitar a guerra que está por vir.

E, assim, ela tornou-se a mensagem que Finch tem que desvendar. Ao ser atingido pelo próprio conceito que criou (a morte de Nathan, de Dilinger, de Carter, o fez compreender que não há irrelevantes) ele se afastou da Máquina. Ela tornou-se, para ele, o que ele acredita que ela deveria ter sido desde o princípio: um objeto (hardware e software) que existe em função da vida humana. Mas, através de Root, a Máquina está lhe dizendo que ela também se importa, que ela não pode ser reduzida a ser um simples objeto sofisticado. Que, como Root, ele também deveria compreender essa simples verdade.

E, porque a mensagem é convincente somente se ela puder ser a traduzida por paixão, a Máquina elegeu Root para mostrar isso a Finch. Ela é apaixonada, a ponto de, uma vez feita a escolha, ser capaz de dar a vida por ela, com um desprendimento total. Foi isso que ela fez ao caminhar para Cyrus em meio a uma troca de tiros entre Reese, Fusco e os homens de Greer. Talvez por isso a Máquina a tenha escolhido.

Se a certa altura, Finch critica Root por sua arrogância, que acredita ser infalível porque tem o apoio da Máquina, a Máquina o critica de volta, ao lhe mostrar que ele próprio esta sendo arrogante ao acreditar que somente a ação que ele espera que ela execute (enviar os CPFs de pessoas em perigo) é o que realmente importa.

E, embora, a participação de Reese, Fusco e Shaw tenha sido periférica, neste episódio, o que ele trouxe de suporte para o desenvolvimento da história, merecia uma nota maior que cinco. Por que de resto o prenúncio do apocalipse esta feito.

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  1. Veronica - 21/03/2014

    Regina, gostei muito de sua review. Amei este episódio, um deles fois pela excelente performance da Amy Acker. Gosto muito da personagem uma loucura meio infantil as vezes. Sinto que a vida de Root não será tão longa quanto gostaria, pois assim que houver a finalização do arco do Samaratian ela não terá tanta utilidade. Finch e Root forças opostas juntas com o mesmo ideal. E espero que sim, Finch possa ensinar Root como fez com a Machine. Não sei se gosto da personagem Shaw… não creio que seja necessário uma versão feminina do John, mas enfim… Até o final da temporada muitas emoções estão resevadas.

  2. Regina Monteiro - 21/03/2014

    Veronica, com dor no coração concordo com você, acho que quando acabar o arco do Samaritano as chances da Root sobreviver serão mínimas mesmo.
    Se pudesse, também trocaria a Shaw por ela, apesar de gostar da Shaw.

  3. Mel - 23/03/2014

    Root é uma personagem mais consistente que Shaw que, concordo inteiramente com sua opinião, é apenas uma versão feminina de John. Só mais do mesmo. Irrelevante, ela não me conquistou. Gostaria que a inevitável baixa na guerra que se aproxima fosse Shaw e não a “Rutinha”. Mas acho que os dias da hacker, infelizmente, estão contados.

  4. Fábio Souza - 22/03/2014

    Ótima review, Regina! Aliás, são sempre muito boas! Também começo a acreditar que a Root deve ter o mesmo destino da Carter, infelizmente! Só não sei se o arco do Samaritano acabará logo, até porque suponho que é isso que deve nortear a 4ª temporada.

    Não sei se você notou, mas esse episódio deixou algumas dúvidas:
    1) Finch não sabia que o Samaritano tinha caído nas mãos da Decima. No fim de Aletheia, Root até alertou Finch sobre a possibilidade dos drives terem caído em mãos erradas, contudo não houve qualquer menção à organização do Greer.

    2) Aliás, a única vez em que Finch e Resse falam sobre a Decima é no fim do episódio 19 da segunda temporada, mas desconhecendo totalmente de quem se tratavam. Depois disso, voltaram a falar dela apenas em “/”, mas dessa vez já tendo conhecimento sobre quem eram e que já detinham o Samaritano.

    3) Por fim, Root diz em sua conversa no telefone com John que o havia salvado. Mas desde “Firewall” eles não contracenam, salvo melhor juízo (não houve contato direto em God Mode, The Contingency e em Bad Code). Assim como no item anterior, algo aconteceu e que acredito que poderá ser mostrado em flashback.

    Enfim. são alguns destaques interessantes que observei. O que você acha, Regina.

    Abraços

  5. Veronica - 22/03/2014

    Bem Fábio, considerando que nos últimos 4 meses o Finch dormiu em média 4 horas, ele já deve ter pequisado sobre a décima

  6. Regina Monteiro - 22/03/2014

    Me acabei de rir Veronica!

  7. Fábio Souza - 23/03/2014

    Rsrsrs, ótima observação Veronic11a

  8. Regina Monteiro - 22/03/2014

    Fábio você tem razão, sobre o Finch não saber nas mãos de quem tinha caído o Samaritano. Aliás, acho bem legal, quando alguém comenta e relembra coisas que aconteceram a “trocentos episódios atrás”, porque nesse quesito eu sou péssima.
    Pra ser sincera eu nem me lembrava de terem mencionado o nome da organização do Greer em outro episódio. Só fui me dar conta do nome neste episódio.

    Sobre a Root dizer para o Reese que já o tinha salvado, achei que ela se referia ao episódio em que ele havia saído do hospital mesmo baleado para vingar a morte da Carter. Mas é apenas um chute, não revi o episódio (The Devil´s Share). Mas seria legal se houvesse outro flashback que mostrasse um encontro dos dois sobre o qual a gente ainda não sabe nada.

  9. Fábio Souza - 23/03/2014

    Lembrei-me desses detalhes enquanto via o episódio dessa semana!

    Fiquei intrigado com a conversa da Root! De fato pode ter sido em The Devil’s Share, faz todo sentido, na hora não tinha feito essa associação.

    Mas certamente não seria ruim (mais um) flashback revelador!!!

  10. Mel - 23/03/2014

    Fábio, no meu entendimento, Root se referia ao epi 10 em que ajuda Shaw e Finch a encontrarem John que, gravemente ferido, enlouqueceu e resolveu sair para vingar a morte da Carter. Quando encontraram John, ele estava se esvaindo em sangue. Para convencer Finch a aceitar sua ajuda, ela lembrou a ele que se tivesse confiado nela, Carter poderia estar viva, mas que ainda não era tarde para salvar John. Lembra?

  11. Fábio Souza - 23/03/2014

    Verdade Mel! Lembrei-me de vários episódios em que a Decima fora citada, mas esqueci de The Devil’s Share que é recentíssimo (e épico, diga-se de passagem). Naquela altura somente a Root tinha condições de fazer algo e ajudou Finch a encontrá-lo. Acho que é sobre isso que ela falou, apenas não sei se Jonh sabe disso!

    Obrigado por ter me lembrado!!! 😀

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