Person of Interest – Aletheia


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É impossível entender a importância de Aletheia sem que se perceba o fio condutor da série até o presente momento.

O argumento central de Person of Interest em suas duas primeiras temporadas centrava-se na existência de uma Inteligência Artificial complexa, capaz de identificar ameaças terroristas em solo nacional, portanto, sinais de perigo no âmbito de uma ação governamental; mas, essa IA, era igualmente capaz de identificar perigos presentes no cotidiano de pessoas comuns, que, forçosamente, eram consideradas irrelevantes pelo governo, diante da magnitude dos possíveis eventos de ordem nacional detectados pela sua primeira diretiva. O argumento central da série focava-se na ação do criador desta IA, Harold Finch, e a sua tentativa de, clandestinamente, interferir na vida dessas pessoas consideradas irrelevantes, que poderiam ser vítimas ou arquitetas de um possível crime.

Foi neste contexto que conhecemos Finch e Reese e, posteriormente, Carter e Fusco. E, embora a série, em suas duas primeiras temporadas, tenha sido permeada por situações pontuais como a luta contra a HR ou a existência de Elias e a guerra da máfia novaiorquina, entre outras, os roteiros não perdiam de vista o argumento central.

Mas Aletheia trouxe algo diferente, que só pode ser entendido na combinação com os episódios que marcaram a saída de Carter.

Se The Crossing e The Devil´s Share encerraram um ciclo que havia se iniciado na temporada passada, com a morte do detetive Cal Beecher e a cruzada de Carter para encontrar o líder da HR, se somados a Aletheia, podem, também, marcar o que pode ser uma divisão de águas no desenvolvimento argumentativo futuro da série. Talvez a saída de Carter e o aumento da participação de Root sejam os marcos simbólicos desta nova fase em que a Máquina deixa de ser um personagem coadjuvante para se tornar também um protagonista desta história. Porque a racionalidade de Carter está, na mesma proporção, para a irracionalidade de Root e nesse novo universo em que a série pode estar adentrando, onde a Máquina vê Finch, Reese, Shaw e Fusco como seus agentes, Carter fosse o elemento destoante.

Aletheia libertou Root e promoveu a humanização da Máquina.

Esta nova face da Inteligência Artificial criada por Finch, deu o tom do episódio. Primeiro a percebemos pelos olhos de Arthur Claypool, um ser senciente, já que capaz de despertar emoções essencialmente humanas. A fala de Arthur sobre fazer rir e chorar não foi gratuita, pois deu à IA um status de equivalência. Afinal, segundo Claypool, o que é mais humano que isso?

Mas esse humano no qual ela se transformou tem suas particularidades. A sequência na qual ela fala com Controle através de Root, traduz, de forma mais acabada, aquilo no que ela se transformou: a manifestação da verdade única à qual todos devem se submeter, pois somente desta forma ela pode executar a nova diretiva que formulou para si: proteger-nos de nós mesmos. È isso, em essência, o discurso da IA: “Eu não sou mais de ninguém; você, no entanto, é minha. Eu te protejo. Eu vigio. Não questione meu julgamento. Não vá atrás de mim ou de meus agentes. Quero salvar você(s)”

O que ela será, de fato, irá definir sua relação com Finch, Reese, Shaw e Fusco. Bondosa? Sim, se a virmos pelos olhos de Arthur e Root. Afinal ela não deu a Arthur um momento único no final? È preciso sensibilidade para isso. Tirana? Talvez (e esse talvez vem revestido de uma enorme possibilidade), se olharmos seu discurso diante de Controle e o quanto ela pode tornar-se descontrolada emocionalmente. Um paradoxo, tratando-se de uma Máquina?!

Se somente isso não bastasse ainda há o Samaritano que pode se transformar em um inimigo com as mesmas proporções destrutivas da Máquina de Finch.

Certamente Finch irá receber outros nomes de pessoas com as quais a equipe terá que lidar, mas acredito que a história caminha, a partir de agora, para um patamar mais complexo. E para isso, espero que a criatividade de Jonathan Nolan, continue a dar o ar da graça.

Enfim, certo mesmo, é que Reese não poderá permanecer distante por muito tempo. Se ele não voltar, a Máquina o trará de volta. E que Root é essencial à trama já que tornou-se parte da Máquina criada por Finch.

Essa complexidade é, no mínimo, um dos fatores que fazem de Person of Interest é uma das melhores séries exibidas atualmente. Vida longa a ela!

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  1. biancavani - 10/01/2014

    O que me atrai nesta série é mesmo a máquina e o mistério do passado de Harold. Na primeira temporada, só de vez em quando alguma coisinha era dita, e os episódios eram centrados na história de pessoas as quais os protagonistas iam ajudando (meio sem graça). Mas gradativamente nos foram dadas mais informações e daí, sim, a série se tornou grande.
    Neste último epi., com a participação secundária de Reese (aliás, há tempos ele está em segundo plano), com aquela lenga-lenga do grande trauma pela morte da Carter (oh, Céus, Reese, um cara treinado, que viu e vê a morte a todo momento, pensando que Carter fosse eterna…). e ele dizendo bye bye para Harold, achei que o ator iria sair da série. Mas então, Rê, você está dizendo que a Máquina o fará voltar… É, acho que você tem razão.

  2. Regina Monteiro - 11/01/2014

    Oi bianca, concordo com você. O que mais gosto na série, além da forma como a história é contada, é a existência da Máquina e agora a relação dela com Root e Finch. E também acho que esse “lenga-lenga” (ahah!) do Reese já cansou.

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