Parenthood – Everything Is Not Okay

Data/Hora 26/09/2012, 10:49. Autor
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O meu maior medo em relação à Parenthood é que ela seja obrigada a ceder a pressão por melhores números de audiência, introduzindo tramas rasas e caindo em lugar comum. Quando fiquei sabendo do câncer da Kristina, essa foi uma das coisas que me afligiu, mas depois deste episódio acho que novamente a série pode surpreender. Uma das coisas que mais me incomodam é personagem que descobre a doença e continua vivendo como se nada tivesse acontecido e fazendo piadas a todo o momento. A vontade que dá é pegar a pessoa pelo braço e explicar que a morte está batendo à sua porta. Nesse sentido, a série me deixou bem mais tranquilo. A rendição da Kristina diante do medo foi muito honesta. Como o próprio nome do episódio diz, não está tudo bem. Tão corajoso quanto fingir que está tudo bem é reivindicar o direito de sofrer quando é necessário. Só achei a amiga com câncer um pouco forçada, mas não acho que isso chegará a ser um problema.

O comportamento do Adam não foi menos honesto ou sincero que o da Kristina. Na verdade, acho que o episódio foi mais sobre ele do que qualquer outra coisa. Todos os conflitos dos outros membros da família serviram apenas pra mostrar que o personagem não vai poder parar sua vida pra cuidar da mulher, e que essa doença afetará não só o seu núcleo, mas todos que o circundam. E que legal foi a Amber quase sentindo orgulho por ter sido escolhida como a válvula de escape do tio. De toda a família, ela foi a eleita como aquela pra quem o Adam não precisa fingir que está tudo bem, já que ele não pode contar com a esposa ou com o pai, que sempre foram seus escudeiros.

Mas como nem tudo é só câncer, também achei bacana eles retornarem ao problema de coração do Zeek. Ao que parece, os personagens passarão bastante tempo no hospital durante essa temporada. A parte da Sarah e do Hank também foi legal. O problema que vejo na personagem é que ela parece não evoluir. Enquanto todo mundo está passando por problemas realmente sérios, ela parece estagnada em dramas quase adolescentes. Acho que ela deveria ter sido escolhida pelo câncer. Foi estranha também a parte (ou ausência dela) da Julia. Muitos podem dizer que já se passaram 6 meses desde a adoção, mas há dois episódios atrás o garoto mal olhava para ela. E de repente está tudo ok? O novo filho já está completamente adaptado à família? Acho que o caso teve uma resolução muito fácil. Espero que voltem nisso (desde que não seja com a mãe do garoto reivindicando sua guarda).

Eu sei que não é todo muito que gosta de falar de aspectos técnicos, mas queria fazer uma pequena observação sobre o trabalho da direção nessa temporada. Tudo é tão certo e tão no seu lugar, que passa a impressão de que não tem ninguém dirigindo e tudo não passa de um improviso perfeito. O roteiro ainda conta com a ajuda de uma trilha e fotografia de deixar qualquer cineasta com inveja. Parenthood está agradando. Falo sem medo de errar que é o melhor drama da TV aberta, atualmente.

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  1. Dierli M Santos - 30/09/2012

    Sua review está perfeita, Tiago.
    Esse tipo de medo ocorre sempre, ainda mais com uma história batida como a do câncer. A própria Brothers and Sisters, tão comparada com Parenthood, sofreu com isso. Mas a execução toda foi perfeita, senti orgulho de ver essa série.

    Adorei suas observações sobre Amber e o novo filho da Julia, não tinha reparado.

  2. @ZePicelli - 03/10/2012

    Quando li seu texto, fiquei com um pé atras para comentar pois nao sabia se tinha gostado ou não do episodio. Deixei de lado por uns dias e hoje, quando resolvi comentar, percebi que ele nem foi tao marcante assim como os anteriores. Nao me entenda mal, nao foi um desastre de episodio (longe disso), mas apenas um episodio OK, com algumas poucas cenas bacanas (alias, tirando um ou outro momento, mal lembro o que aconteceu).
    O que me chamou mais a atenção, é claro, foi Kristina. É um alivio ver que eles tem focado na idéia de que “a vida nao para”. Da muito aperto no coração ver os dois tendo que lidar com todos os outros problemas, como por exemplo o estúdio e Max. Apesar de nao ter ido muito com a cara da outra paciente, ela teve uma participação bacana na história.
    Outro ponto que me chamou atenção foi Amber. Sempre admirei a personagem, mesmo indo contra algumas pessoas que falavam que ela era um pé no saco por ser a “garota rebelde” das primeiras temporadas. Ela era rebelde? Sim. Mas diante do contexto, era absurdamente compreensível e quase zero clichê. Desde entao a personagem foi evoluindo e hoje, apesar de nao ter ganhado muito tempo de tela nessa temporada, suas participações tem sido relevantes, como nesse episódio. O simples fato de Adam ter escolhido a garota para fazer seu semi-desabafo serviu para mostrar o quão madura ela está, principalmente diante de seus familiares que, na maioria das vezes, acabam sendo os últimos a enxergar tal mudança.
    Mals pela demora, Tiago. Seu texto bacana como sempre.

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