O que você vai comemorar no fim do ano?


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Todo ano é assim. Comprar presentes, se reunir com a família, amigos. Nas séries, especiais de fim de ano recheiam o cardápio natalino. E é então que nos damos conta, as tradições rodam o mundo e nos aproximam com suas semelhanças. De repente, estão ali, onipresentes em canções, decorações e felicitações.

O Natal, o Papai Noel, a ceia com o peru é tão familiar que nem nos damos conta de que essa tradição representa apenas parte dos povos de nosso planeta, pois nem todo mundo celebra o dia 25 de dezembro dessa maneira. Respeitando a diversidade religiosa, as séries cada vez mais buscam fazer todos os tipos de homenagens, e mostrar que nem todo o fim de ano é igual. Então começam a surgir referências ao Hannukkah, ao Kwaanza, entre outros, e se você tem curiosidade para saber como o mundo celebra essas festividades, precisa entender a origem das celebrações.

O milagre do solstício de inverno

O solstício de inverno é um fenômeno astrológico que marca a mudança de estações, faz com que as noites mais sejam mais longas e  foi base para muitas religiões ao redor do mundo. O solstício era comemorado pelos povos pagãos e influenciaram diversos costumes que ainda permanecem.  A comemoração tem mais de 4 mil anos e começou bem diferente do que estamos acostumados hoje, inicialmente nesta época do ano os egípcios e alguns europeus comemoravam os solstício de inverno e os romanos realizavam a Saturnalia, um culto ao Deus da Abundância. No século IV, com a intenção de conseguir mais adeptos pagãos, o Papa Júlio I instituiu o dia 25 de dezembro como aniversário de Jesus Cristo. Foi então que se consolidou uma das comemorações religiosas mais importantes dos últimos tempos. De alguma forma, a maioria das religiões tem algum tipo de comemoração no mês de dezembro, mesmo que sejam celebrações distintas, todas possuem valores semelhantes e buscam reunir a família, promover a generosidade e agradecer a fartura.

Os judeus, por exemplo, não comemoram o natal tendo em visto que eles não consideram Jesus como o Messias, então não teriam motivos para comemorar seu nascimento. Porém, os judeus comemoram a Hannukkah ou Chanucá (lê-se Ranucá), conhecido como o Festival das Luzes. As comemorações de Chanucá duram oito dias e se iniciam no 24º dia do mês Kislev e vai até 2 de Tetvet. Durante a celebração, acende-se um Chanucá, um candelabro de oito braços. Este ritual comemora o milagre do jarro de azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém, uma forma de recordar o milagre ocorrido após a vitória dos judeus na batalha que os opôs aos gregos.  Antes do século XX, este feriado era relativamente menor, porém, com o crescimento do Natal, o Chanucá começou a servir tanto como celebração da restauração da soberania judaica e também como um feriado para presentear a família em dezembro, assim sendo um substituo judaico para o feriado cristão. No episódio Holiday Armadillo de Friends, Ross tenta mostrar para Ben a importância do feriado para a cultura judaica e que existe outra comemoração além do natal. No final, Ross acaba não conseguindo comprar uma roupa de papai Noel e acaba se vestindo de “tatu natalino” para não deixar Ben desapontado e também para ter oportunidade de explicar ao filho um pouco mais sobre a tradição judaica da Festa das Luzes.

Já o Yule é uma celebração do norte da Europa que existe desde os tempos pré-Cristãos. Os germânicos comemoravam o Yule do fim de dezembro até o início de janeiro, data que compreende o solstício de inverno. Foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do norte da Europa, e é até hoje considerado o inicio da roda do ano por muitas tradições Pagãs. Atualmente é um dos oito feriados solares do Neopaganismo e é celebrado por volta de dia 21 de dezembro no hemisfério norte e por volta do dia 21 de junho no hemisfério Sul. E a comemoração Blót está ligado ao Yule, esse ritual é comemorado pelos povos da Escandinávia no meio de outubro já que o inverno era um período difícil para realizar comemorações ao ar livre e a natureza passa por uma fase de escassez. Freyr era o deus mais importante nos blót  e o presunto do Natal – que costumava ser feito a partir de um porco dedicado a Freyr – ainda é um dos principais pratos natalinos em partes da Escandinávia. Para os primeiros anglo-saxões, o Blót era realizado em novembro, conhecido como blótmónað  que significa “mês do sangue” ou “mês do sacrifício”. Isso pode nos lembrar do episódio A very supernatural Christmas da terceira temporada de Supernatural, quando um casal de velinhos chama a atenção dos irmãos Winchesters com sacrifícios humanos para o solstício de inverno.

Já o Kwanzaa é uma celebração afro-americana comemorada exclusivamente nos Estados Unidos, do dia 26 de dezembro até primeiro de janeiro. O Kwanzaa envolve a reflexão sobre sete princípios básicos: a valorização da comunidade, das crianças e da Vida. A palavra Kwanzaa significa “o primeiro, no início” ou ainda, “os primeiros frutos” e pertence a tradições muito antigas das celebrações das colheitas na África.  A celebração e os rituais da Kwanzaa foram iniciados após as revoltas de Watts, em 1966, e buscava relembrar as tradições africanas e valores que fossem cultivados pelos afro-americanos naqueles tempos de lutas pelos direitos civis.  Na terceira temporada de Everybody Hates Chris, Julius resolve fazer sua família substituir o Natal pelo Kwanzaa, já que ele não recebeu o abono do fim de ano e está tentando economizar dinheiro. Uma forma divertida de explicar a celebração para quem não conhece.

E no Japão, apesar de apenas 1% de sua população ser adepta ao cristianismo, festejar o natal se tornou algo comum! O país teve o seu primeiro contato com o Natal no séc. XVI, através dos missionários franciscanos e, durante muitos anos apenas os cristãos celebravam a data. Anos depois, devido a rivalidades políticas, o cristianismo foi banido do país, sendo apenas celebrado às escondidas pelos cristãos sobreviventes. No entanto, atualmente a data coexiste pacificamente com os festivais xintoístas e budistas, e poucos japoneses a consideram como um feriado religioso, é mais uma ocasião social. As comemorações natalinas foram trazidas pelos soldados norte americanos após a II Guerra Mundial e hoje apenas o dia 24 é considerado como dia de celebrações, dia 25 é um dia normal sem feriados. Para esta comemoração, não consegui resgatar nenhuma série que já tenha a abordado em algum episódio. Alguém tem alguma sugestão?

Quando a sincronia torna-se tradição

Seth Cohen de The O.C., filho de pai judeu e mãe cristã, resolveu criar o Christmukkah –  a fusão do natal e o Hakkunah. Claro que isso não passa de um feriado fictício, mas é uma boa sugestão para quem precisa agradar os familiares de religiões diferentes. Essa ‘solução’ tornou-se uma tradição na série, e o feriado foi incorporado as festividades da turma de Orange County e de muitas pessoas.

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  1. Anonymous - 24/12/2011

    muito legal essa coluna, juliana!! o respeito às crenças e tradições diferentes deve ser estimulado sempre.
    🙂

  2. Bianca Mafra - 25/12/2011

    nossa, que pesquisa excelente, muito interessante. E o christmukhah eh excelente. Detalhe que o ator ja fazia isso antes de OC, se não me engano, as informações estão meio nubladas. Dra. Simone, eh isso mesmo?

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