TeleSéries
Nashville – They Don’t Make’Em Like Daddy Anymore e Guilty Street
12/03/2014, 14:00. Gabi Guimarães
Reviews
Nashville
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Uma vida repleta de mentiras. Uma jornada pela estrada da culpa. A hora da verdade.
Foi assim que Nashville retornou de seu breve hiatus.
Com a morte de Lamar, Nashville fecha um importante ciclo em sua trajetória e, respondendo às críticas sobre o excesso de dramas supérfluos em seu roteiro, nos manda um recado em alto e bom som: o foco, a partir de agora, será na indústria da música country. No more drama. Ou quase isso.
E, se em um primeiro momento a morte do patriarca da família Wyatt não foi capaz de comover ninguém – com exceção de suas fofíssimas netas Maddie e Daphne –, logo pudemos perceber que para Tandy e Rayna, o buraco era bem mais embaixo. Irônico perceber, entretanto, que esta foi a segunda morte na trama da atual temporada que foi absolutamente incapaz de provocar uma única lágrima. Assim como Peggy, Lamar não era um personagem querido – longe disso! – ou mesmo útil dentro da série. Cada vez mais avulso, a melhor saída para ele foi mesmo a morte. Como já discutido exaustivamente em reviews anteriores, vejo isso como um sintoma da “novelização” que a série sofreu especialmente nesta segunda temporada. O excesso de dramas supérfluos, que deram à personagens e arcos secundários maior tempo de tela, não funcionou, e a audiência debandou quase que imediatamente, deixando Nashville em sérios apuros quando o assunto é uma possível renovação.
Sendo assim, vejo de forma positiva todos estes plot twists que temos visto nos últimos episódios. Sinal de que a criadora da série Callie Khouri está atenta ao que o público cativo de seu show tem a dizer e, mais do que isso, está disposta a corrigir os erros cometidos até aqui numa tentativa de trazer Nashville de volta à sua trama original. Que assim seja!
Bom, sobre Tandy e suas lágrimas de crocodilo, eu realmente não tenho muito a dizer… Covarde como sempre foi, fica dividida entre a dor pela perda do pai e o desespero pelo rompimento com a irmã. Mais um drama que não comove para uma personagem que não funciona. Agora, com a morte do pai e o seu possível desligamento da Highway 65, prevejo uma Tandy cada vez mais avulsa e inútil na série. Se tomasse um chá de sumiço ou seguisse os rumos de Peggy e Lamar, não faria nenhuma falta.
Rayna bem que tentou manter aquela fachada durona, forte, fingindo que não estava nem aí para a morte do pai e que, no fim das contas, ele teve o que mereceu. Mas essa postura não durou muito, não é? Mesmo com todas as mentiras e todos os erros, Lamar ainda era seu pai. E assim como Deacon já havia alertado, vimos Rayna desmoronar naquela que, sem sombra de dúvida, foi a cena mais comovente do episódio. Difícil saber, afinal, se Rayna chorava pela morte do pai ou pela grande teia de mentiras em que a sua vida familiar se transformou.
Capítulo encerrado, no episódio seguinte mal lembramos de Lamar e da bagunça que ele deixou para trás. Exceto por Teddy. Confrontado pela verdade sobre sua falecida esposa Peggy e suas incontáveis mentiras sobre sua gravidez – o que eu achei muito “wtf?” a essa altura do campeonato, mas enfim… –, ele passa a alimentar um enorme sentimento de culpa pela morte do ex-sogro. Ele sabe muito bem que sua omissão de socorro foi decisiva e contribuiu para o falecimento de Lamar. E onde ele foi buscar consolo? No colo de Megan, óbvio. É… A culpa realmente é um sentimento poderoso.
Desenvolvimento bastante previsível, considerando a proximidade cada vez maior dos dois nos últimos episódios. Assim, ao roubar sua mulher, Teddy dá o troco à Deacon. Enfim, vingança. Mas… Quer saber? Plot chato, preguiçoso e desnecessário. Aliás, que baita retrocesso Teddy descobrir apenas AGORA todas as mentiras de Peggy! Seriously? No mais, eu digo e repito: não acredito nesse amor que ele costuma declarar aos quatro ventos. Desolado, tem a coragem de dizer para Megan que ele teria casado com Peggy mesmo após o seu aborto. Oi? Alguém aí lembra de Teddy escorraçando a sua então amante quando ela lhe conta que está grávida? Alguém mais lembra de que ele disse a ela que não criaria aquele filho e que ela estava sozinha nessa? Ou sou eu que estou ficando louca? Nada neste arco faz muito sentido para mim. E até por isso mesmo, tenho uma certa má vontade com Teddy, admito. E agora, tenho também raiva de Megan. What the hell? Deacon não merecia isso.
Juliette, por outro lado, continua sendo o ponto alto da série nesta temporada. Depois de ver sua carreira destruída, eis que surge uma luz no fim do túnel. Seu ato de rebeldia ao cantar Don’t Put Dirt On My Grave Just Yet em sua indução ao Grand Ole Opry pode, afinal, significar a sua redenção. Ver um poderoso executivo como Howie V tão investido em reconstruir a sua carreira falida certamente foi revigorante para Juju, mas… A que preço?
No fim das contas, ambos os episódios trouxeram uma única pergunta para a cantora: até onde ela estaria disposta a ir para refazer sua carreira? Estaria ela disposta a comprometer sua identidade musical e sua liberdade criativa em nome da fama? Em um estalar de dedos, Howie V poderia transformá-la em uma estrela da música pop… Músicas orquestradas, os estúdios mais modernos, capa da Rolling Stone, uma mudança de endereço para Los Angeles… Mas… O que tudo isso significaria para ela?
Se tem uma coisa que Juliette sempre foi é autêntica. Como Rayna mesmo disse, ela nunca fingiu ser alguém que não é, nunca deu desculpas esfarrapadas para justificar aquilo que lhe é verdadeiro. Sob pena de representar um tremendo retrocesso na linda evolução da personagem que testemunhamos desde o início da temporada, agora mais do que nunca não poderia ser diferente. Defeitos à parte, Juju sabe muito bem quem é e o que quer da vida e de sua carreira. Como diria a saudosa Brooke Davis (One Tree Hill, anyone?): “I am who I am. No excuses.”
E talvez por isso mesmo tenha sido tão emocionante acompanhar a “despedida” de Glenn. Ele enxergou em Howie V a grande oportunidade que sua pupila esperava para se reerguer, e seu apreço por Juliette é tanto que ele estava disposto a sair de seu caminho para não se transformar em um fardo em sua carreira. Mas lindo mesmo foi vê-la correndo atrás de seu mentor, daquele que a descobriu e lhe deu a sua primeira oportunidade quando ela não passava de uma garotinha judiada pela vida, mas com um grande potencial. Ela sabe que, em meio à crueldade desse meio artístico, ele é o único que acredita nela por quem ela é. Ele a respeita, a admira, e foi lindo vê-la reconhecer isso. Não, Glenn. Você não vai a lugar nenhum.
Veterana da indústria fonográfica, nem mesmo as propostas de todas as grandes gravadoras e as promessas de mundos e fundos a deslumbraram. Juliette não quer saber de Hollywood, nem de ser uma super star do mundo pop: ela quer Nashville e a sua música country, nada mais. E quem diria que Fordham e a Edgehill a quereriam de volta com tanta rapidez? O mundo realmente dá voltas…
Mas, chegada a hora da verdade, Juju busca mesmo é a ajuda de Rayna e sua Highway 65 – agora em sérios apuros por pura incompetência de Tandy. Quem mesmo achava que envolvê-la nos negócios da gravadora era uma boa ideia? No fim, todos os caminhos levam Juliette à Highway 65, e, apesar de previsível, eu fiquei muito satisfeita ao ver que Rayna deixou as portas abertas para recebê-la como sua nova artista. Ambas saem ganhando: Rayna adquire um importante reforço para seu selo, enquanto Juliette reconstrói sua carreira sem precisar sair de Nashville e, mais do que isso, sem precisar sacrificar sua liberdade artística. Rayna, apesar do passado, também a respeita como artista.
Por outro lado, tenho que dizer que Avery me irritou profundamente, especialmente neste último episódio. Com uma atitude bastante machista e imatura, percebi nele um enorme retrocesso. O Avery que vimos em Guilty Street nos fez lembrar muito mais daquele sujeito arrogante e insuportável que conhecemos na primeira temporada do que o cara bacana que buscava sua redenção na atual temporada. Chateado porque Juliette sempre banca os jantares e saídas deles? Really? Avery, querido, em que século você vive? O comportamento dele em relação à Gunnar, Zoey e sua recém-formada banda também foi de uma babaquice incrível. O que ele espera da vida? Ao contrário de sua namorada, ele parece não fazer a menor ideia. Não quer participar da banda apenas por que foi Gunnar quem tomou as decisões? Não quis se beneficiar do contrato de Juju com a Edgehill porque não admite ser um coadjuvante na história de ninguém? Zzzzzz… Que preguiça. Espero que o Avery desta temporada volte logo, porque este não me agrada em nada. Em sua defesa, pelo menos posso dizer que Juliette de volta à Edgehill seria um desastre completo, uma vitória para Fordham e sua falta de caráter. Quem sabe agora Juju possa também servir como um porto seguro para Avery, para chacoalhar um pouco a ordem natural das coisas? Ela tomou a decisão certa ao recusar a proposta da Edgehill, mas apenas porque queria manter o respeito de Avery. Será que ele conseguiria fazer o mesmo por ela?
Dito isso, serei eternamente grata à Deacon por ter colocado Avery, Gunnar e Zoey na mesma banda. Agora sim, sinto que veremos estes três personagens serem bem aproveitados. Chega de triângulos e quadrados amorosos insossos e sonolentos. Nashville, assim, prova que está mesmo dando passos largos de volta ao seu rumo original. Agora, só falta Gunnar deixar de ser idiota e começar a tratar Zoey com um pouquinho mais de consideração e respeito! #ficadica
Aqui, preciso também fazer um pequeno parênteses para elogiar os números musicais apresentados nesses dois últimos episódios. Mais um bom sinal de que a boa e velha Nashville está de volta e não está para brincadeira! A qualidade de todas as apresentações foi impecável, e a versão orquestrada de Don’t Put Dirt On My Grave Just Yet me encantou, assim como todas as músicas apresentadas por Deacon, Avery, Gunnar e Zoey, naquela que provavelmente foi a melhor banda improvisada de todos os tempos. (Charles Esten, que voz linda você tem!) Eis que Nashville, enfim, volta a ser uma série musical. Ou melhor: uma série sobre música com uma trilha sonora irrepreensível.
E Scarlett? Continua mais perdida do que nunca. Mais avulsa do que nunca. Mais aleatória do que deveria. A cena em que Deacon e sua banda improvisada tocam no Bluebird enquanto Scarlett os observa pela janela do lado de fora é bastante simbólica da situação da personagem, que parece não pertencer mais a lugar nenhum dentro da trama da série. Seus amigos seguiram suas vidas sem ela – e parecem não sentir a mínima falta, é verdade –, e ela ainda não conseguiu se adaptar às agruras de ser uma jovem promessa da música country. Mas… Até quando? O arco da personagem parece não ter evoluído em (quase) nada desde o início da temporada, e a verdade é que esse seu mimimi já se tornou extremamente cansativo. O affair nonsense que teve com Liam foi bastante sintomático nesse sentido, mostrando que Scarlett realmente não faz a menor ideia do que quer ou a que veio. Gostei de ver Rayna tomando as rédeas da situação e demitindo o produtor. Quanto tempo mais ela precisará para gravar e lançar seu álbum de estreia? Ainda existe esperança para a personagem?
Para terminar, a audiência da série continua patinando bastante e não tem registrado números muito superiores aos 5 milhões de telespectadores e cerca de 1.3 ou 1.4 na demo. Mas estes números não são nenhuma novidade. As chances de renovação aumentaram um pouco, mas ainda sofreremos pelo menos até maio para descobrir, enfim, qual será o destino de Nashville.
O episódio desta semana promete! Ou alguém realmente achou que tudo seriam flores nessa nova reunião entre Rayna e Juliette?
Até a semana que vem!
PS: Alguém aí realmente se importou com o arco de Will e Layla? Não? Nem eu. Minha reação foi tão animada quanto a deles…
Aliás, fazer Layla de coitadinha – a que se guardava para o casamento até conhecer Will – a essa altura do campeonato não dá, né? Please, don’t.
PS2: Luke WHO? Mais um personagem completamente solto na série…
PS3: Lindo ver a carreira solo de Deacon deslanchar e vê-lo tentando fazer a coisa certa. Compareceu às reuniões do AA, dispensou a velha amiga cheia de segundas intenções, cuidou de sua mão machucada, afastou-se das bebidas e das festas típicas da vida de um astro da música… Apenas para ser traído por Megan, que achou bacana ter um caso com Teddy, of all people… Raiva é pouco pra você, querida. Why, God, WHY?
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Gente essa review resume tudo o que eu estou achando nessa temporada, com a exceção de que eu até gosto um pouco da Tandy, de resto eu concordo com TUDO! Parabéns pelo texto. E vou dizer estou gostando bastante da série difícil dizer se essa temporada tá melhor que a primeira (acho que não) mas sem dúvidas esses últimos episódios foram de tirar o fôlego e acho que foi isso que faltou na primeira temporada pra virar hit. Convenhamos Juliette tá levando as séries nas costas desde a season premiere, mas então nesses 5 últimos episódios a Rayna deu uma levantada na drama. Nashville é minha série favorita e a cada novo episódio se torna cada vez mais claro para mim, tô acompanhando a audiência toda semana e super preocupado por que se a mesma não voltar pra uma terceira temporada vai me fazer muita, mas muita falta mesmo!
E outra coisa: preciso de 2 indicações para o EMMY deste ano para : Hayden e Connie!!!