Kelly Carlson visita o Brasil e fala sobre Nip/Tuck


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Kelly Carlson

Kelly Carlson, a Kimber Henry de Nip/Tuck, esteve em São Paulo na semana passada para promover a estréia da quinta temporada da série, que volta ao ar pela Fox (ainda dublada para a maioria dos telespectadores) nesta quarta-feira (23/4).

Kelly acabou por surpreender aos jornalistas, do Brasil e de outros países da América Latina, por sua simpatia. A coletiva acabou se estendendo mais do que o normal e ela respondeu a todas as questões sem tirar o sorriso do rosto. E ainda se desculpou por não falar português.

O foco da entrevista acabou sendo a principal mudança da série, com Christian Troy (Julian McMahon) e Sean McNamara (Dylan Walsh) levando sua clínica para Los Angeles, deixando o clima mais latino e sensual de Miami para trás.

Se os fãs achavam, como eu, que essa mudança não seria significativa, já que todo o elenco de apoio acaba acompanhando a dupla, Kelly adiantar que as mudanças serão sim significativas: muda o clima da série, e o foco mais crítico em relação ao mundo das cirurgias plásticas e da sociedade em geral acaba sendo trocado por um clima mais leve, com Nip/Tuck fazendo piada de Nip/Tuck.

A piada fica por conta de um seriado de televisão inspirado na clínica, “Hearts and Scalps” (Corações e Bisturis), que, além de fazer graça, acaba mudando o foco da dupla de Christian para Sean. Se o primeiro era o que fazia sucesso entre as mulheres de Miami, é o segundo que vira celebridade na cidade de Los Angeles.

Ao ser questionada sobre como encara toda a loucura vivida por sua personagem – sexo com vários homens, drogas, cientologia – Kelly disse que não é nada fácil, que ela e Kelly têm personalidades muito diferentes, mas que tais comportamentos são apenas a superfície da personagem, o que ela consegue entender em Kimber é sua motivação:

Suas loucuras e mudanças são sempre em busca de se conectar mais com Christian.

Kelly riu muito quando um jornalista citou o filme Starship Troppers 2, um dos primeiros de sua carreira. Ela até disse que ela não estava lá, para logo depois falar sobre como foi encarar as diversas cenas de sexo e nudez exigidas pelo roteiro:

Eu sou uma pessoa muito confortável com minha sexualidade e com meu corpo, nem todos são, mas eu sou. Mas o mais interessante sobre Nip/Tuck, e não posso dizer a mesma coisa sobre os demais seriados de televisão, é que as cenas de nudez ou sexo não são gratuitas, sempre existe algo desafiando o intelecto do telespectador, existe uma motivação. Existe um balanço. Eu não me importo com tais cenas, desde que exista um motivo, desde que se encaixe. Você nunca me verá na Playboy, por exemplo.

Kelly contou que sempre teve um ótimo palpite quanto sua personagem em Nip/Tuck. Ainda quando realizou o teste para a personagem, que só participaria do primeiro episódio, ela já acreditava que voltaria. Ela acredita que isso aconteceu porque as mulheres se identificaram com a loucura vivida pela personagem, tornando mais fácil gostar dela.

Sobre as mudanças da quinta temporada, ela destacou a mudança de foco, com Sean sendo a celebridade da dupla, algo que ela considera não somente interessante como merecido, e o fato dos roteiros fazerem graça deles mesmos, inclusive roteiristas, executivos de canal, de todos envolvidos na produção do seriado. Ela comentou, ainda, que o acréscimo dos novos personagens, os atores de Hearts And Scalps, proporcionou muito ganho a série, que sofre um reverso na metade da temporada, voltando ao seu lado mais obscuro.

Questionada sobre o encerramento da quinta temporada ter tido uma audiência inferior a registrada nos anos anteriores ela fez uma comparação interessante:

Eu não tinha essa impressão, mas, de qualquer modo, acredito que a decisão de mudar de Miami para Los Angeles mudou toda a série. Seria como mudar CSI:Miami para Minnesota. Todo o clima muda, a essência de Miami é muito diferente. E alguns fãs podem não se adaptar a esta mudança. Alguns fãs fiéis podem, sim, abandonar a série. Mas sabemos que, se a série fosse mantida em Miami, seria difícil criar novas histórias.

Um momento leve da coletiva foi quando Kelly revelou que levou para sua casa a boneca erótica de sua personagem, da segunda temporada, e sua empregada, ao encontrar a boneca, acreditou que Kelly estava em coma e chamou paramédicos para atendê-la.

Uma revelação sobre a quinta temporada é o fato de que Kimber irá se envolver com drogas mais pesadas e ficará muito sozinha, chegando a perder todo seu dinheiro. Ela disse ter sido um desafio, que exigiu dela muita pesquisa sobre as conseqüências do envolvimento com meta-anfetamina.

Kelly foi muito sincera ao ser questionada se deixaria seus filhos, caso os tivesse, assistirem ao seriado:

Não deixaria. A questão não é só o sexo ou a nudez, toda a dinâmica do seriado é pesada demais para uma criança entender. Já fui abordada por adolescentes que se apresentaram como fãs da série e fiquei pensando como os pais lhes deixam assistir essas coisas.

A atriz também comentou as diferenças entre Nip/Tuck e os reality shows sobre cirurgia plástica. Kelly disse que, além do fato de Nip/Tuck ser um programa roteirizado, a principal diferença é que Ryan Murphy, o criador da série, não é a favor da cirurgia plástica, então Nip/Tuck também não é.

Mas Kelly não tem problemas quanto ao assunto:

Se for algo reconstrutor chega a ser uma questão de vida ou morte. Nos casos onde uma cirurgia fará uma pessoa se sentir melhor consigo mesma isso também é importante e positivo.

Kelly realiza um bonito trabalho junto da Smile Network, organização americana que leva cirurgias plásticas reconstrutoras para países pobres, ela destacou que em muitos desses países essa crianças são consideradas amaldiçoadas e que tais cirurgias dão uma nova oportunidade de vida. Ele questionou se, no Brasil, este problema também é grande, se comprometendo a levar para a organização informações sobre as cidades onde esses serviços seriam necessários.

Aindo sobre plásticas, Kelly comentou que a única reação negativa que enfrentou foi de um cirurgião plástico que se sentiu ofendido pela maneira como eles são mostrados no seriado. Do lado positivo ela contou de uma fã que deu o nome de sua personagem à sua filha:

Ok, mas isso é errado, é como dar o nome à sua filha de Lolita!

Kelly Carlson

Sobre as dificuldades do seriado devido ao seu perfil e o fato dos americanos serem mais caretas:

Nip/Tuck abriu portas, mas, ainda assim, sua audiência é menor nos Estados Unidos do que em outros países. Como eu disse, é importante que a sexualidade e a nudez no seriado não sejam gratuitas. Que os roteiristas tem de ter um cuidado em como essas coisas são colocadas no seriado.

Ainda sobre o assunto:

Os filmes que fazem mais sucesso nos Estados Unidos são as comédias românticas. Os americanos têm uma tendência a gostar mais de ver como as coisas deveriam ser, com fantasia, do que como elas realmente são. Nip/Tuck apresenta mais conflitos da convivência entre homem e mulher, isso pode ser mais desconfortável para os americanos.

Sobre sua vida pessoal:

Eu, particularmente, prefiro me relacionar com homens fora do mundo das celebridades. Essa nossa profissão acaba por tirar seu equilíbrio. Quando você é um ator, você é o produto e isso acaba fazendo com que você seja uma pessoa mais egocêntrica. Uma pessoa de outros meios acaba por nos trazer à realidade.

Kelly, que namora um jogador de hockey canadense, acha importante sair um pouco do mundo das celebridades para manter seu equilíbrio:

Quando vou para Toronto é interessante, porque eu não sou famosa lá, isso me dá o pouco de realidade que preciso.

A última pergunta da entrevista foi se, em algum momento, ela olhou para um roteiro de Nip/Tuck e pensou que eles tinham exagerado, que eles tinham além do possível:

Desde o primeiro roteiro eu acho isso (risos). Quando eu fiz o teste eu não olhei o roteiro todo, depois de aprovada eu li aquilo e pensei na minha avó, na minha madrinha vendo aquilo e tive medo. Mas o clima da equipe é tão bom, a equipe é maravilhosa, as pessoas são tão profissionais, que isso me dá segurança para realizar as cenas. Eu acredito que nada é gratuito e isso também lhe dá segurança. Mas sim, já aconteceu de eu olhar um roteiro e só conseguia pensar o quanto aquilo era errado. Quando Kimber faz o filme pornô grávida eu pensei isso.

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  1. Paulo Antunes - 23/04/2008

    Que desperdício, hein? Uma mulher dessas passa por aqui e quem vai conferir pelo TeleSéries é a Simone? Rerere.
    Parabéns pela reportagem Si, completíssima.

  2. Fernando Colussi - 23/04/2008

    Alguém sabe o horário das reprises de Nip/Tuck na Raposa?

    E o novo layout ficou do caralho!

  3. Minha primeira entrevista « Só Seriados de TV - 25/04/2008

    […] lê a minha primeira entrevista aqui. Espero que essa seja a primeira de […]

  4. Giselle - 25/04/2008

    Fernando Nip tuck repete na madrugada de sábado pra domingo ás 0:30hs.
    Foi dureza ver Nip Tuck dublado mas fazer o que né? Mas o episódio foi bem legal.

  5. Davi Cruz - 29/04/2008

    Simone, parabéns pela ótima matéria!
    Apesar de não assistir a NICK/TUCK, adorei e achei o texto ótimo.

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