Homeland – Tower of David

Data/Hora 17/10/2013, 10:26. Autor
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Tower of David marcou o retorno ruivo – agora careca – Nicholas Brody. Depois de ser visto pela última vez na fronteira com o Canadá – após se tornar o homem mais procurado de todo mundo por  (talvez) ter explodido a bomba que matou mais de 200 pessoas no quartel da CIA em Langley, no final da temporada passada -, conhecemos seu destino final: Venezuela. E já em sua primeira cena, ele passa por uma cirurgia para a retirada de duas balas de seu abdômen, nas ruínas do que um dia parece ter sido um estacionamento. Essa condição sub-humana é a nova realidade (ou novamente) de Brody.

A maioria – mais da metade – do episódio mostrou o dono da cabeça que agora vale 10 milhões de dólares explorando seu novo território no “paraíso” conhecido como Tower of David, em Caracas. Uma construção inacabada, sem algumas paredes externas, criando quase que uma versão da prisão do Ninho Águia para Homeland. Brody tentou escapar, mas o resultado foi desastroso, e mais pessoas inocentes morreram.

Um episódio inteiramente centrado em Brody faria sentido, e até agradável devida à ausência de umas tramas desnecessárias (sim, estou falando de Dana). Porém, nem só de Brody o episódio viveu, e em torno da marca dos trinta e um minutos a ação mudou para Carrie e sua prisão, criando um paralelo poético entre o casal de protagonistas.

Carrie está de volta aos seus medicamentos, lúcida – ou fingindo muito bem. A loira já é capaz de passar praticamente três minutos sem conjecturar suas teorias de conspiração de maneira desvairada. Outra mostra de lucidez seria a necessidade constantemente de citar Saul e a precisão de se desculpar com sua “figura paterna”. Ou ela realmente entendeu os motivos de Saul ao sacrificar um para salvar muitos, ou apenas engoliu seu orgulho para ser capaz de executar seu plano de escapada – sem sucesso, como Brody – para se ver livre de seu cárcere.

De qualquer maneira, a ex-agente Mathison vista nesse episódio refletiu a pessoa que tenta se manter na linha e seguir as regras, suprimindo seu pensamento independente, sua vontade própria. E isso gerou uma questão: essa imagem faz dela uma pessoa saudável? A princípio a resposta é positiva, mas a bipolaridade de Carrie sempre faz difícil tomar qualquer decisão definitiva sobre a personagem. A loira também se mostra obcecada com um visitante misterioso, que a menina nela acreditava se tratar de Saul. Porém, somos apresentados a um novo personagem, um advogado que diz representar um cliente que alega ser capaz de ser o passe para a liberdade de Carrie. Mas seu eu conspiratório e a filha leal e obediente se recusaram a trair sua pátria e, principalmente, seu “pai”, que é na verdade o homem responsável pelo inferno que está vivendo.

Mesmo sendo um episódio que não contribuiu em nada para a trama, tenho que dizer aqui que eu realmente teria gostado dele – visto que ele trouxe consigo alguns dos elementos que fizeram de Homeland uma das séries mais influentes da atualidade – se o momento da série fosse outro. A série ainda tem que se encontrar nessa terceira temporada, que está deixando muito a desejar.

Lembremos que as temporadas anteriores deixavam o público incerto quanto às motivações dos personagens, gerando inúmeros momentos de tirar o fôlego em praticamente todos os episódios, senão em todos. Mas a pergunta recorrente dessa temporada é: onde está a série que conhecemos? Os três episódios vistos até agora mostraram um rascunho do que a série já foi. Somente se pode garantir que ainda se trata daquela série da Showtime porque os personagens são os mesmos (ou quase, alguns mudaram demais).

Como uma amiga bem apontou, um quarto da temporada já foi ao ar e ainda não se sabe qual sua real trama. Porque a história não trata mais sobre terrorismo e segurança nacional. O único quadro que o seriado é capaz desenhar é sobre as consequências dos atos das duas primeiras temporadas. Uma storyline tão depressiva que chega a ser desconfortável: Carrie forçada a um tratamento que a deixa quase catatônica; Saul praticamente perdendo sua identidade e sendo “forçado” a trair a pessoa que é a imagem da filha que ele não teve; e, agora Brody – incapaz de enxergar uma luz no fim do túnel – se entregando às drogas. Os protagonistas atingiram um ponto que não parece ter volta, o problema é que a série também aparenta estar prestes a sucumbir.

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  1. marifreica - 17/10/2013

    olha, eu daria uma estrelinha pra esse episódio que foi sofrido demais pra assistir até o final. Homeland caiu demais essa temporada. Já tava meio fraca desde a premiere, mas essa semana ela superou o tédio.

  2. Mayra Gonçalves - 17/10/2013

    talvez um sentimento de mãe protegendo a cria não tenha deixado eu dar menos estrelas.

  3. Mariela Assmann - 17/10/2013

    É uma pena ver Homeland tão mal assim.

    A dubiedade, os twists, as surpresas, tudo partiu. Só restou a genialidade interpretativa da Claire, o que é insuficiente pra carregar a temporada inteira nas costas.

    Espero que Homeland volte para os trilhos logos, ou o trem vai acabar retiro na estação. E merecidamente.

  4. elisa - 18/10/2013

    que bom saber que não sou a única achando esta temporada um saco. Esse episódio foi melhor que os anteriores, mas deixou tantas perguntas abertas que ficou sem sentido. Como Brody foi parar na venezuela, pq ele levou um tiro, pq o cara tá ajudando ele, pq ele não pode sair, e a maior de todas: pq insistem em drogar o coitado?!!! (rsrsrs)
    Tb espero que melhore…

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