Homeland – Still Positive

Data/Hora 08/11/2013, 09:00. Autor
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Paciência, talvez, é o sentimento que pode melhor ser relacionado à terceira temporada de Homeland. A série (que não quer ter opinião formada sobre tudo – foi péssima, mas eu vou deixar) sofreu uma metamorfose completa. E como já dito em uma review anterior, a única certeza que ainda assistimos o tão renomado seriado da Showtime são os personagens que (praticamente) continuam os mesmos. E Still Positive retrata bem o quanto a série mudou.

Por toda a temporada, que já está na metade, esperei pacienciosa por um episódio que pudesse fazer as inconsistências parecem bobagens – assim como na segunda temporada. Porém, a sensação que algo (ou tudo) estava fora do lugar sempre se faz presente ao assistir aos episódios. Portanto, como um teste, tentei assistir Homeland com novos olhos. É hora de parar de tentar enxergar a série com o mesmo nível de inteligência que havia na primeira temporada e simplesmente reinvestir apenas no drama e na história. Porque assistir seriados sempre no ponto de vista crítico é fantástico, mas perigoso, particularmente se você perder um pouco a fé na capacidade das tramas elaboradas que o seriado um dia foi capaz de criar. Olhar Homeland de uma maneira diferente permitiu uma breve reconexão com a série. Mesmo que ainda seja um pouco decepcionante, porque um dia fora tão genial.

E mais uma vez Nicholas Brody não está presente. O menor tempo em tela do personagem seria compreensível tendo em vista sua atual situação. Mas precisava ser tão pouco assim? A falta do ruivo é perigosa, a série parece em vários momentos perdida por não ter um dos pilares de sua edificação sendo parte atuante dos plots da temporada. Contudo, a falta de um gerou oportunidade para outro personagem ganhar mais destaque, e vemos Saul Berenson crescendo cada vez mais como a contraparte de Carrie Mathison. Fico imaginando se essa “substituição” é necessária apenas para o desenvolvimento do personagem de Mandy Patinkin, ou se o caso mesmo é de substituição permanente. O ator está lidando bem com a nova posição de seu personagem. E em Still Positive, Saul enfrenta um daqueles dias nos quais pensamos “Por que eu acordei hoje mesmo?” (só que multiplicado por questões de “segurança nacional”). E Patinkin, com a ajuda da direção consistente de Glatter, representa muito bem os estágios que Saul enfrentou no episódio, suprimindo sua raiva. Descobrir que sua mulher tem outro? Tudo bem. Sua agente é obrigada a mudar na última hora o plano? Certo. Mesmo assim o plano dá errado e duas mulheres inocentes acabam morrendo? É hora de se manter calmo e seguir o protocolo. Mas quando Javadi está à sua frente, toda a raiva explode e Saul o derruba com um soco.

Homeland - Still Positive 2

O nome do episódio, Still Positive, vem de uma cena na qual vemos Carrie fazer um teste de gravidez e guardar em uma gaveta junto com muitos outros. Pois é, piá, Carrie está grávida. E a impressão que se tem é que essa decisão foi tomada pelos escritores em um momento de desespero. Fazer isso com Carrie não faz sentido e ainda tira também (mais) o sentido do período que ela ficou internada na ala psiquiátrica. Mas tudo bem, não há como mentir que uma Carrie grávida proporcionaria umas cenas interessantes – como a cena com neto de Javadi.

Revelações sobre outros personagens a parte, esse episódio foi a representação do dia ruim de Saul, todos os acontecimentos afetando o eterno Inigo Montoya. Principalmente em relação à Javadi, particularmente a sequência aterrorizante e brutal onde ele invade a casa de seu filho, matando sua nora e sua ex-esposa da pior maneira possível. Acredito que nada tão violento tenha sido encenado no seriado antes, tudo para deixar claro para os telespectadores que Javadi é pior que o monstro – e que estava sendo montado nos últimos episódios.

Com um bom roteiro escrito por Alexander Cary e Barbara Hall, e uma direção agradável de Lesli Linka Glatter, Still Positive foi um episódio em que foi possível se entregar à narrativa durante alguns momentos. O episódio foi (quase) capaz de misturar todas as storylines pessoais e as de espião. Até mesmo a storyline de Dana deu uma melhorada agora que as desventuras em série do casal apaixonado parece ter acabado de vez. Ainda assim, o episódio trouxe mais uma história que foi capaz de me tirar do transe de “ver a série com novos olhos”, e criar mais uma preocupação que se soma a outras que se tornaram recorrentes desde o início dessa temporada. Mas também é preciso dizer que esse episódio foi o primeiro que se desenrolou razoavelmente bem esse ano. E em outro “porém”, ainda não me atrevo a apostar quanto ao futuro da série, seja ele bom ou ruim. Pelo menos, depois desse último episódio, ela parece apontar para um caminho que me parece um pouco mais interessante de assistir.

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  1. Sloany Medeiros - 08/11/2013

    Não concordo com a sua review na parte q vc diz q a série está perdida, acho q os roteiristas estão dando um novo rumo a série, o q é difícil pra nós q gostamos de Homeland do jeito q ela era na primeira temporada; mas não dá pra se manter um mesmo padrão sempre. Com relação a Brody confesso q não sinto falta dele, pq como vc mesma percebeu outros personagens estão crescendo e ganhando força, Saul e agora Javadi. A nova garota da turma tbm tem uma função, ela mostra q não é como os demais, frios e profissionais, ela demonstra a periculosidade e o drama q envolve todas as decisões e no q ocorre em campo. Ou seja, pra mim os roteiristas sabem o q fazem, quando introduzem novas tramas e tomam decisões arriscadas como deixar Brody de lado e Carrie grávida. I still believe in Homeland!

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