Homeland – Game on e The Yoga Plan

Data/Hora 01/11/2013, 21:01. Autor
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3 outra vez, talvez o único merecido.

Sou uma fã inegável de plot twists, mas enfim, quem não é? O elemento da surpresa é, e sempre vai, ser uma das armas mais úteis dentro do arsenal de um escritor. A revelação chocante que pode inverter todo seu conhecimento sobre a história até o presente momento. Brincando com as informações, enganando o público e até mesmo transformando algo normal em uma storyline incrível. Clube da Luta, Star Wars e o Sexto Sentido são exemplos preferidos da capacidade e os efeitos incríveis que o plot twist pode proporcionar para histórias. Homeland teve seu próprio twist (mais um) que pode dar à série um novo ar. Ainda, devido aos acontecimentos dos episódios anteriores, o gosto que permanece em nossa boca é agridoce.

E os cinco minutos finais do quarto episódio da terceira temporada de Homeland certamente me surpreenderam. Aprendemos que Carrie e Saul vêm trabalhando juntos nos bastidores para poder capturar a organização iraniana por trás dos ataques à CIA. Mas eu diria que, após uma inspeção um pouco mais profunda (não muito), a grande revelação trouxe à série muito mais perguntas que respostas. Pois bem, o plano finalmente funcionou, mas o caminho para a revelação foi mal pavimentado. A equipe de roteiristas teve um episódio inteiro (ou três, na verdade) para guiar até a cena final de Game on. Muito tempo foi gasto em plots desnecessários (Dana e seu Teenage Dream), e ainda, ao reexaminar os acontecimentos deste episódio (e os anteriores) à luz do novo conhecimento, grande parte do que foi visto até agora nesta temporada se torna duvidoso.

Que Claire Danes é uma grande atriz, todos sabemos. Mas e Carrie? Será que tudo o que foi visto nos últimos episódios foi realmente apenas um ato? Carrie e Saul sozinhos, ele tentando se desculpar por tê-la traído, enquanto Carrie, usando o resto de suas forças formou um xingamento a Saul antes de subirem os créditos no final do 2º episódio da temporada. O crescente desequilíbrio emocional de Carrie em momentos em que ela se encontrava sozinha (vide a cabeça no espelho do banheiro). A constante humilhação pública que ela infligia a si mesma, com a enorme ajuda de Dar Adal e do próprio Saul.

Alex Gansa revelou que a dupla, Carrie e Saul, criou tal plano poucos dias após o ataque terrorista à CIA. Então Saul já tinha conhecimento da autoria dos ataques, e de Javadi. Por que então envolver a agente novata Fara em seu jogo?

Praticamente, as últimas cinco horas do seriado perderam grande parte do seu sentido. O twist foi lançado de maneira descuidada, e foi um pouco difícil de engolir. Claro, o ardil foi fascinante, mas o sentimento de frustração estava presente ao assistir. Dito isso, essa reviravolta talvez seja o que o seriado precisa, diante do clamor dos fãs pela volta da qualidade da primeira temporada.

Quanto mais eu reflito sobre o arco de Dana Brody, mais eu imagino o quanto a série teria sido melhor se fosse contada pelo ponto de vista de Jéssica e não do de Dana, como vimos até agora. Apesar de fazer algum sentido dar um pouco mais de atenção a Dana (visto que a tentativa de suicídio foi dela), muito menos foi visto sobre o resto da família. Em raros momentos o público é agraciado com a presença de Jéssica e Chris, podendo ter alguma ideia de como eles foram afetados com tudo o que aconteceu. Não posso deixar de imaginar que essa história de Dana e Leo poderia ter sido muito melhor aproveitada (e apreciada) no ponto de vista do resto dos membros da família Brody. Tenho a certeza que Morena Baccarin traria à série um “sabor” a mais com sua ótima atuação (as nomeações ao Emmy não deixam negar).Talvez seja por isso que a storyline “vamos encontrar Dana” (não, por favor) tenha sido mais agradável. The Yoga Plan foi capaz de proporcionar algo que era pouco provável de acontecer: O elo, mesmo que breve, das duas histórias da temporada, no momento que Jéssica bateu na porta de Carrie procurando por ajuda para encontrar Dana.

Por mais que grande parte The Yoga Plan tenha em seu centro Dana Brody, o episódio fez seu melhor para solidificar a imagem de uma espiã incrivelmente inteligente, quase de heroína para Carrie Mathison. Aparentemente, apesar de ter sido um plano, todo o distúrbio emocional enfrentado pela personagem foi real, Carrie sabia das consequências que ela sofreria e escolheu seguir com o plano mesmo assim. Ainda, nos minutos finais do episódio Carrie é levada pelos homens de Javadi, sem dúvida, na melhor cena da temporada. Quinn, que tentava proteger Carrie e o plano, tenta salvá-la, mas não a tempo.O relacionamento entre Carrie e Quinn é a coisa dessa temporada que não pareceu forçada em nenhum momento. É reconfortante ver como ela se desenvolve e se estabelece naturalmente.

The Yoga Play foi, em geral, um episódio agradável, mesmo com o foco em uma história que simplesmente não funcionou, nos momentos finais, ele encontra uma onda de emoção que eu espero que esteja presente em todos os episódios de agora em diante (pelo menos). O momento final do episódio fez as partes tediosas e sem sentido dos dois últimos episódios importarem pouco.

P.S.: Com mais um episódio sem a presença de Nicholas Brody, tenho a impressão que Homeland está tentando encontrar um caminho a seguir sem o personagem.

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  1. biancavani - 02/11/2013

    Esse episódio me restaurou o gosto pela série. Confesso que os infortúnios de Carrie (ah, agora fiquei sabendo que era um estratagema!), o sofrimento de Brody (meu, o cara foi parar em um lugar que parece o Brasil, ê castigo bravo!), o destaque à filha insuportável do Brody, estavam me desanimando.
    Mas agora o bicho pegou. Saul substituído na diretoria da CIA por aquela anta, ou seja, muita tensão mesmo nos aguarda. Carrie sequestrada: sofrerá algo parecido com o que sofreu Brody, quando prisioneiro?
    Enfim, vamos lá, que tá ficando bom.

  2. Guto - 03/11/2013

    Estou adorando a 3ª Temporada. Não dá para esperarmos a inovação que tivemos na 1ª e 2ª temporada, pois isso exigiria muito gás dos roteiristas. Enfim, o rumo que a série está tomando está legal. Quanto a Carrie ficar depressiva por estar presa, creio que por ela ter problemas de bipolaridade, algo acabou fugindo do controle, pois creio que pessoas que tem esse transtorno não conseguem se controlar, por mais que queiram. Quanto a história da Dana, acho desnecessária na série. Ela deveria ter explodido no final da 2ª temporada com os outros personagens. Ou ter conseguido se matar.rs

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