TeleSéries
Homeland – Big Man in Tehran e The Star
19/12/2013, 17:00. Mayra Gonçalves
Reviews
Homeland
Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/single.php on line 28
Assim como Nicholas Brody, Homeland teve um longo (e sofrido) trajeto para se curar e entrar em forma novamente. E na sua décima primeira hora (da temporada), o eletrizante Big Man in Tehran, a série provou que está mais que pronta para qualquer batalha.
Nesse episódio temos a questão se Brody irá trair aos Estados Unidos ou não. E uma coisa que Homeland explorou muito bem desde o princípio da série foi a ambiguidade, a incerteza. Se Brody era ou não terrorista, se tudo era uma ilusão de Carrie. Acreditar no governo ou na religião? Questões representadas pelos oposto s de Carrie e Brody, ambos crentes nas suas instituições, ambos seguidores de seu determinado imperativo moral e ambos sempre cercados de tragédia, gerada ao serem usados por suas “autoridades”.
É interessante que a história de Brody tem pulos de tempo, do estilo “seis dias depois”, para deixar o público um pouco desorientado, enquanto grandes coisas acontecem fora de cena na vida de Brody. Em particular, desta vez a história gira em torno da recusa de Brody para ser resgatado do Irã e seu status de “Rock Star” no Teerã. O potencial da história é incrível, porém pareceu um tanto quanto corrida, especialmente porque sabemos que este é o penúltimo episódio da temporada. Mas foi uma hora intensa, que conseguiu manter os telespectadores atentos e tentados a adivinhar as reais motivações de Brody.
Eu gosto de como o fantasma de Abu Nazir ainda paira sobre o seriado, e não apenas na revelação de que sua esposa está em Teerã, mas também no fato de que o general Akbari e Nazir, ao planejar o ataque ao Estados Unidos usando Brody, estavam no mesmo escritório que ele no final do episódio. O que nos leva ao assassinato de uma figura política de alto escalão. Desta vez a sua abordagem foi um pouco menos high-tech – cinzeiro de vidro na cabeça e travesseiro sobre o rosto no lugar do ataque cardíaco por controle remoto -, mas igualmente eficaz. Então, para onde Brody vai a partir daqui?
Alguns meses atrás, antes do início da temporada, foi lançado um vídeo promocional da série com a música To Build A Home, da Cinematic Orchestra (feat. Patrick Watson). Além da melodia melancólica do tipo que faz você chorar silenciosamente, sua letra parece retratar a vida em si, a história de alguém que busca seu lar, porém esse sentimento é transitório. A princípio, o uso dessa música não fazia nenhum sentindo. Porém, Big Man in Tehran traduziu perfeitamente o significado da música, trazendo Brody como seu personagem, a pessoa que quer se redimir e encontrar sua paz de todas as maneiras que ele conseguir. Ao tentar alcançar seu objetivo nosso “herói” colocou em risco tudo o que ele havia conquistado. Será que, assim como na música, tudo retornará ao pó?
O último episódio da terceira temporada, The Star, recomeça exatamente onde o seu antecessor terminou. Em um episódio um tanto quanto simples, Brody quase que milagrosamente consegue escapar do quartel da IRGC e ainda consegue dar uns passeios em plena luz do dia com seu cabelo ruivo e sem ao menos um óculos de sol ou algo pra esconder o rosto. Mas, graças a lógica da televisão, somente Carrie o reconhece e eles conseguem chegar até a safe house.
E em uma temporada de dúvidas sobre qual é o caminho certo a se seguir, a próxima cena tem maior relevância dentro dessa (talvez de todo o seriado). Brody, junto de Carrie, começa a se indagar se sua redenção é possível, e praticamente toda sua vida é resumida em uma história sombria sem pontos de luz. A principal questão foi: Como chegar até a salvação tirando a vida de outra pessoa? E quem é a pessoa em questão? Sua mais recente vítima? O vice presidente? Todas as outras pessoas que ele matou? O personagem chega ao ponto em que ele não se reconhece mais como pessoa, como fuzileiro, já não é capaz de enxergar um futuro, ao passo em que não consegue mais compreender as razões que motivaram suas ações no passado.
À medida que Brody é reconhece que não há mais nada pra ele, o público também é forçado a tanto. Toda a temporada serviu como teste dos caminhos que o seriado deveria tomar sem sua parte ruiva, e seus episódios finais serviram com um grande e lento adeus ao Sargento Nicholas Brody. Pois bem, Carrie finalmente revela que está grávida e faz um pequeno discurso sobre destino, representando a melhora antes da piora definitiva, porque logo eles são traídos por seus superiores e todos sabemos que esse é o fim.
E a sequência final de cenas foi emocionalmente pesada, começando com uma cena entre Javadi e Carrie. Na qual o dotado de uma persuasão desumana Javadi tenta explicar o porquê para Carrie (e o público) da morte de Brody ser inevitável e sensata. E para um homem capaz de matar sua nora a sangue frio e sua ex-mulher com uma garrafa quebrada, a eloquência e compaixão ao falar com Carrie foram absurdas. “Sempre foi sobre ele”, “A única coisa com o que você se preocupa”.
Não há como negar essa obsessão de Carrie sobre Brody, desde o princípio, mas a questão nem sempre foi sobre amor. Não pelo menos até a metade da 2ª temporada, por exemplo. Antes disso, era sobre uma necessidade quase patológica de proteger seu país. A intro do seriado não é sobre amantes, não é a introdução divertida de uma comédia sobre um casal. É um jogo de espiões, dentro de um complicado labirinto de mentiras, política e influência, o mesmo labirinto que infesta a psique de Carrie, com assassinatos políticos, discursos históricos e as Torres (sempre as Torres). Homeland é sobre Carrie e seu esforço para manter a sua pátria a salvo, ou costumava ser. Eu entendo (as vezes) os motivos pelos quais Carrie se apaixonou por Brody, mas quando a atenção de Carrie está voltada apenas para ele (sem pátria), Homeland é apenas uma sombra de todo seu potencial. Infelizmente, manter Brody traria toda a operação a baixo, e não é apenas a de Javadi.
Assim, na manhã seguinte, Brody encontra seu fim numa fria execução pública no Teerã. Apesar de ele ter finalmente aceitado seu destino e encontrado sua paz, Brody estava estranhamente calmo. A viúva de Abu Nazir estava lá para cuspir em seu rosto. Foi um fim insultuoso para um homem que um dia sonhou em ser um herói. E de sua própria maneira, foi perfeito.
O nome do episódio, The Star, não faz muito sentido até que chegamos a seu final. No final de tudo, mesmo que por motivos não muito claros, Brody cumpriu seu dever e morreu como um herói para Pátria, mas seu esforço não foi reconhecido (me pergunto se chegaram aos ouvidos de sua família os motivos de sua morte). Então depois da cerimônia para honrar os mortos, sozinha, na escuridão da noite, Carrie eterniza o sacrifício Brody, mesmo que por pouco tempo, com uma singela estrela desenhada com uma caneta no mármore frio em meio a uma constelação de outros tantos sacrifícios.
De qualquer maneira, mesmo com algumas outras questões levantadas, o episódio trouxe um fim digno para essa saga de três temporadas. O seriado poderia ter terminado aqui nesse episódio e com certeza eu me sentiria satisfeita com a história, porém mais uma temporada já foi encomendada. Carrie provavelmente foi embora pra Istambul e Quinn deve ter seguido fiel seus caminhos. E Saul retorna a Langley? Essas perguntas serão respondidas na quarta temporada, então, vejo vocês ano que vem. Obrigada pela atenção. 🙂
Nuvem de Séries
24 30 Rock 90210 American Horror Story American Idol Arrested Development Arrow Battlestar Galactica Bones Breaking Bad Brothers and Sisters Castle Chicago Fire Chuck Community Criminal Minds CSI CSI:Miami CSI:NY Damages Desperate Housewives Dexter Doctor Who Downton Abbey Elementary ER Friday Night Lights Friends Fringe Game Of Thrones Ghost Whisperer Gilmore Girls Glee Gossip Girl Grey's Anatomy Grimm Hart of Dixie Heroes Homeland House How I Met Your Mother Law & Order Law & Order: Special Victims Unit Lost Mad Men Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. Medium Modern Family NCIS New Girl Once Upon a Time One Tree Hill Parenthood Parks and Recreation Pretty Little Liars Prison Break Private Practice Psych Pushing Daisies Revenge Samantha Who? Saturday Night Live Scandal Scrubs Smallville Smash Supernatural Terminator: The Sarah Connor Chronicles The Big Bang Theory The Following The Good Wife The Mentalist The New Adventures of Old Christine The O.C. The Office The Simpsons The Sopranos The Vampire Diaries The Walking Dead The X Files True Blood Two and a Half Men Ugly Betty Veronica Mars White CollarCategorias
- 15 Razões (24)
- Audiência (70)
- Biblioteca de Séries (1)
- Borracharia (21)
- Colírio (5)
- Conexão (14)
- Entreatos (16)
- Estilo (31)
- Ficção (séries virtuais) (29)
- Gastronomia (67)
- Ligado no Streaming (30)
- Memória (26)
- Opinião (558)
- Séries & Eu (6)
- Sintonia (11)
- Sobre o TeleSéries (72)
- Spoilers (578)
- TeleRatings (314)
- TV Brasil (2,638)
- Comic Con (84)
- Novos Pilotos e Séries (1,403)
- Participações Especiais (991)
- Programação EUA (571)
- Upfronts (44)
Foi excelente a temporada. Dolorida como nenhuma das outras, mas maravilhosa.
Eu tenho esse problema de ficar atormentada se alguém não é reconhecido em sua heroicidade, ou mesmo meramente injustiçado. Então, me destruiu o Brody não ter sido redimido ante os olhos do povo, o Saul perder o cargo, e aquele besta que ficou em seu lugar ter continuado lá… Mas foi um desfecho realista.
Excelente review! Agora, acho que não foi a viúva do Abu Nazir que estava presente lá e sim a viúva do homem que o Brody matou.
[…] de Brody, que ocorreu apenas no último episódio da 3ª temporada (leia a review do episódio aqui) e Jennifer, além de ficar chocada, mal conseguiu esconder sua decepção. Ou seria […]