Games e televisão nos tornam mais espertos, e não é surpreendente


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Cena de Lost

No mês passado, fui o vencedor de uma promoção organizada pelo blog WarpZona e ganhei o livro “Surpreendente! A TV e o Videogame nos Tornam Mais Inteligentes” (Everything Bad Is Good For You: How Today’s Popular Culture is Actually Making Us Smarter), de Steven Berlin Johnson. Apesar do título pouquíssimo inspirado da edição brasileira, a leitura é bem interessante.

O autor traça uma série de teorias bem interessantes sobre os assuntos em questão, comparando séries como Starsky & Hutch – Justiça em Dobro, Hill Street Blues, ER e Família Soprano — em ordem progressiva de complexidade — e como os jogos se tornam envolventes mesmo se seus objetivos básicos soem extremamente simplistas… tipo, não dá para resumir uma seqüência de The Legend of Zelda a um simples “ache um objeto, explore um calabouço, use-o para derrotar o chefão da vez”.

Particularmente, tenho a impressão que vivemos em uma era cultural muito interessante: o esmero, grandiosidade (e por que não “pretensão”?) de certas obras contemporâneas — como Lost, por exemplo — oferecem muito mais do que os esperados 40 minutos de entretenimento por episódio. Assim como nos jogos — Metal Gear Solid vem à mente — há um grande e consistente universo para quem se dispuser a acompanhá-lo, interpretá-lo e entendê-lo. E mesmo outras obras isoladas no mundo dos games, como Killer7 e BioShock, oferecem tramas densas e provocantes o suficiente para garantir uma sobrevida monstra em se tratando de bate-papos e teorias pelos fãs.

Isto porque nem cheguei a comentar as ações virais de publicidade, como a campanha I Love Bees para Halo 2, o site institucional da Dharma Initiative e os contatos da Primatech Paper… só é uma pena que nem todos estes sejam fáceis de acompanhar por morarmos no Brasil, mas paciência. Nada que desmereça este trabalho de tornar as obras maiores do que elas aparentemente se propuseram a ser. É uma boa época para quem gosta de botar a cabeça para funcionar enquanto se diverte.

Texto publicado originalmente no weblog Working Class Anti-Hero.

* * *

Para mais informações sobre o livro, visite o Submarino.

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  1. Fernando dos Santos - 18/10/2008

    De fato, muitos games e seriados televisivos feitos hoje em dia possuem roteiros superiores aos de filmes de Hollywood.A ironia é que os games quando adaptados para o cinema quase sempre rendem filmes pífios.
    E por falar em Hill Street Blues, alguém sabe se a série já teve alguma temporada lançada em DVD no Brasil?
    Se tem um seriado policial que realmente revolucionou o gênero, este foi Hill Street.

  2. Gilberto Guerra - 18/10/2008

    Além de games e televisão, já foi comprovado por uma tese de doutorado da USP que os gibis melhoram a compreensão de textos e imagens e desenvolve a função cognitiva do cérebro.

    Hehe, juntou as três coisas que mais fiz na minha infância e adolescencia: ler gibis, assistir TV e jogar vídeo-game.

  3. Paulo Antunes - 18/10/2008

    Pedro,
    Obrigado por ceder teu texto para o TeleSéries. Tenho vontade de ler este livro há tempos – desde que saiu uma matéria na Folha, o livro nem tinha saído no Brasil.

    Eu tenho um sobrinho pequeno, que a recém está sendo alfabetizado, e eu fico impressionado com a habilidade dele no teclado, a velocidade como ele compreende as regras de um game, e jogos complexos, adultos.

    Mas o que eu mais temo por ele é o excesso de estímulo. Acho que os games e programas de TV hoje são tão perfeitos que não deixam muito espaço para a imaginação da criança funcionar…

  4. Giglio - 19/10/2008

    Paulo, a honra é minha, estamos aí. Confere o livro sim, saiu nacional já tem um tempinho. Sobre o espaço para a imaginação, esta é uma piada recorrente no meu trabalho.

    A geração Atari provavelmente tem muito mais poder de abstração e imaginação… tipo, vai entender que aquela mancha vermelha e azul é o Homem-Aranha. Essa galera mais nova tem tudo de bandeja 😛

    abraços!

  5. Games e televisão nos tornam mais espertos, e não é surpreendente « Jigu - 06/01/2010

    […] [Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero e cedido ao TeleSéries] […]

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