TeleSéries
Estilo: ‘Lili, a Ex’ transborda!
02/01/2015, 12:29.
Gabriela Pagano
Estilo
Lili a Ex
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Já fazia um tempo que eu planejava fazer uma coluna sobre a personagem Lili, da série Lili, a Ex, do GNT. Mas sempre surgia algo de que me parecia mais adequado falar “naquele mês” e acabava adiando a coluna dela. Ano novo, no entanto, se encaixa perfeitamente à personalidade (e ao estilo) da Lili e eu explico o motivo mais adiante. Antes, vou falar um pouco da série.
Lili, a Ex é baseada nas tirinhas homônimas de Caco Galhardo. O programa narra o cotidiano de Lili, uma figurinista de 32 anos que tem apenas um objetivo de vida: atrapalhar qualquer novo relacionamento de seu ex-marido, Reginaldo (Felipe Rocha). A personagem é completamente maluca, sem escrúpulos, e é o pior pesadelo de qualquer pessoa que já tenha estado em um relacionamento. A série estreou em outubro passado na TV paga, tem 13 episódios, e certamente vai ganhar a segunda temporada. A produção é da 02 Filmes, que tem Fernando Meirelles dentre os sócios-fundadores – alguns episódios são até dirigidos pelo filho dele, Quico Meirelles.
Lili, a Ex foi muito bem recebida pela crítica e pelo público – confesso que só vi o piloto e achei “mais ou menos”, mas não se pode julgar uma série apenas por um episódio. Você deve estar se perguntando, então, qual a razão de eu a ter escolhido para ser tema da primeira coluna do ano. Explico: além dos figurinos serem perfeitos – eis aqui o “porquê” principal -, para mim, Lili representa o espírito perfeito de um ano que se incia.
Claro que a personagem é pirada, praticamente uma psicopata, e ninguém deve agir como ela, para o bem da sociedade! Ela é caricata, como são tipicamente as personagens das séries cômicas. Mas, ao mesmo tempo, Lili nos presenteia com algumas lições preciosas, como amar, transbordar, e não ter medo de ser julgada.
Gosto de pensar que amo incondicionalmente. E não apenas as pessoas. Eu amo as minhas coisas, que não necessariamente têm valor monetário, eu amo o cheiro de café de manhã, eu amo meus sonhos, meu filme preferido, amo minha série favorita, minha música preferida, eu amo minhas canecas com estampas divertidas, eu amo. E amo intensamente; quando descubro uma coisa nova e me apaixono por ela, eu vou a fundo, faço tudo o que posso para descobrir até a última “gotinha” dessa coisa. E, aí, transbordo. Então, me sinto feliz. É engraçado, mas parece que é justamente quando a gente sente que está transbordando algo que nos move, nesse momento exato, quando a última gota cai e derrama, que a gente se sente feliz, pleno. Eu amo as pessoas também. E nem sempre isso é tarefa fácil, não vou ser hipócrita. Viver em sociedade é um exercício diário, que exige bastante paciência, mas que se torna gratificante no final do dia – até porque, já diziam os Titãs, “cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.” E é justamente aí que Lili reside.

Lili ama o cheiro do plástico bolha
Ela ama incondicionalmente o Reginaldo, ela o transborda, sofre por estar separada dele, e faz absolutamente tudo o que pode para não perdê-lo para outra – incluindo se mudar para o apartamento ao lado do dele. Ela faz coisas insanas, mas não tem medo de ser julgada. Ela age assim porque acredita que está certa, acredita no amor dela por ele e que se dane o resto. Repito: ela é quase uma sociopata, não estou sugerindo que ninguém persiga o ex-namorado como ela. Também não estou aqui dizendo que não é para “suplicar” pelo amor do próximo. Amor próprio é importante, sem dúvidas, mas acredito que existam, sim, pessoas que amem os outros acima de si mesmas. Jamais vou apontar o dedo na cara de alguém que ame. Se faz bem para a pessoa e ela não está fazendo mal para ninguém, então, está tudo certo.
O problema da Lili é que ela não sabe quando virar a página; não existe nada de errado em começar de novo. Ao se deparar com uma folha em branco, a gente escreve, escreve, escreve e, se não couber lá no finalzinho, aperta a letra e escreve mais um pouco. Até transbordar, ponto.
O guarda-roupas
Dito isso, agora que já tracei, analisei e filosofei sobre o estilo psicológico da Lili (hahaha), vou falar do estilo das roupas – que são bem mais sensatas, garanto. Lili tem um estilo romântico, meio retrô, e não poderia ser diferente. Ela abusa de saias curtas, jardineiras, cardigãs, camisetas com estampas bem-humoradas (ou mal-humoradas, depende do ponto de vista) e acessórios nenhum pouco discretos (óculos, colares e brincos gigantes).
Acho a Maria Casadevall linda. Ela tem uma beleza clássica, com “um quê” de Audrey Hepburn, e um corpo esguio (ela tem 1m76 de altura!). Ou seja, é maravilhosa de qualquer jeito. Dentre todos os figurinos da personagem dela, o que mais gostei foi este com a camisa de poá aberta, saia de pregas e a camiseta com os dizeres “Sex Kittens” (o modelo, que era vendido no Urban Outfitters, virou tendência depois que Rihanna apareceu com um em 2012).
Outra peça de roupa que diz muito sobre a personagem é a blusa com a estampa Not a morning person, algo como “uma pessoa não-matutina”.
Apesar de as roupas terem quase sempre um ar romântico, é difícil definir com precisão o estilo da Lili. Ela ousa e varia bastante… tem para todos os gostos, definitivamente:
É isso! Assim como a Lili, em 2015, tudo o que fizer, faça por amor… até transbordar! E se alguém reclamar, vale o velho ditado: “transbordo, não nego; volto quando couber.”
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Gabriela, que delícia de ler esses teus escritos!
muitos beijos,
Maria.
Que linda! Muito obrigada, Maria! =)