28/10/2009, 09:53. Redação TeleSéries
Especiais
Beverly Hills 90210, Bones, How I Met Your Mother, NCIS, Will & Grace

Lanternas feitas de abóboras, festas a fantasia, crianças batendo de porta em porta pedindo doces. Não há nada mais excêntrico na cultura americana para nós brasileiros do que a celebração do Halloween. E nós, que crescemos vendos seriados na TV, nos acostumamos a cruzar volta e meia com episódios que imergem em temas relacionados a esta festa pagã, comemorada no dia 31 de outubro. São episódios assustadores, com crimes hediondos, com toques de bruxaria ou simplesmente hilários, colocando nossos herós favoritos fantasiados ou sofrendo trotes.

Convidamos os colaboradores do TeleSéries para lembrar de alguns destes episódios e você também – deixe seu comentário contando quais são seus episódios favoritos dedicados ao Dia das Bruxas. Trick-or-treating!

Barrados no Baile – Halloween (1991)

Houve um tempo que séries voltadas para adolescentes não eram algo comum. Barrados no Baile (Beverly Hills, 90210) veio para mudar isso. A Fox ainda era uma emissora que dava chances aos novos seriados e, numa jogada de marketing, resolveu passar episódios inéditos da série durante o verão e, quando 90210 retornou para sua 2ª temporada, já tinha uma audiência considerável de jovens que não estavam acostumados a se ver na TV, mesmo que bem estereotipados. E é da segunda temporada que fui buscar a minha escolha sobre episódios de Halloween.

É interessante assistir um episódio depois de um certo (longo) tempo. A lembrança mais forte que eu tinha era da Donna vestida de sereia mostrando o lado cômico da personagem, que acabou entrando para a história da série como ‘a última das virgens’. Eu não lembrava da Emily nesse episódio, muito provavelmente porque eu bloqueie o máximo da personagem na minha mente. Esse episódio serviu para tratar de um assunto mais sério: uma tentativa de estupro. Pensem que isso era o início da década de 1990. A fantasia da Kelly que hoje, talvez, seja a coisa mais normal do mundo, para época era provocativa.

Eles mostram também a constatação de David e Scott de que as brincadeiras que eles faziam nos Dias das Bruxas já não havia mais lugar para a nova geração. No entanto, o mais assustador neste caso é olhar para o Brian Austin Green e pensar como aquele moleque virou o ‘galã’ de Terminator. Ha! Voltando ao episódio, no final há toda uma discussão sobre até onde a roupa e o comportamento de uma garota seria motivo suficiente para um cara se achar no direito de forçá-la a fazer sexo. Discussão que ainda pode dar muita briga 18 anos depois. (Tati Leite)

Will & Grace – Boo! Humbug (1998)

Boo! Humbug é provavelmente o meu episódio de Halloween favorito. Não consigo imaginar algum outro que sequer chegue aos pés desses vinte minutos de humor politicamente incorreto. Era ainda o começo de Will & Grace, mas as duas duplas principais já mostravam bastante química e um timing impecável para os diálogos ácidos. E apesar de eu adorar Will e Grace, já na época Jack e Karen se destacavam e sem dúvidas a incursão dos dois sem noção ao centro da cidade é a melhor coisa de Boo! Humbug.

Megan Mullally estava impecável e Sean Hayes não ficou atrás, demonstrando toda a empolgação infantil de Jack. Eric McCormack e Debra Messing fazem seu segmento funcionar, e o fato de que naquela época as brigas de Will e Grace a respeito de um estar atrapalhando a vida pessoal do outro ainda não estavam desgastadas contribuíram para a graça da trama. Para completar Gary Grubbs fica pouquíssimo em cena, mas extrai um gargalhada de cada segundo como o divertidíssimo Harlin Polk, cliente de Will cujos filhos ficam sob a guarda do casal de amigos na noite de Halloween. Um clássico do feriado, Boo! Humbug certamente é uma boa pedida, principalmente para quem está procurando por boas risadas. (Thais Afonso)

Bones – Mummy In The Maze (2007)

Halloween é a cara de Bones, alguém poderia negar? Não fosse o fato dos corpos serem encontrados das maneiras mais estranhas – e nojentas – o clima dos episódios nos remete ao que seriam perfeitas lendas urbanas.

Junte a isso Brennan vestida de Mulher Maravilha e Booth vestido de nerd e, bem, não tem como errar. De cenário colocamos os tradicionais labirintos de feno que os americanos usam em suas tradicionais festas, pegue um palhaço de arrepiar qualquer um, principalmente Booth, e um brinquedo de nome sugestivo – Caverna dos Mil Corpos – e você só pode se divertir, e muito.

Adoro episódios de Bones que não se levam a sério e que não levam nada a sério: as explicações de Booth sobre sua fantasia e a de Brennan, de maneira a garantir que eles não seriam atingidos por engano, entraram para o hall de diálogos absurdos e clássicos.

E o que dizer da Doutora Brennan girando em pleno laboratório do Jeffersonian no melhor estilo Mulher Maravilha? (Simome Miletic)

How I Met Your Mother – Slutty Pumpkin (2005)

Sendo o sexto episódio da primeira temporada, How I Met Your Mother não podia se dar ao luxo de construir um episódio filler, afinal todo mundo queria saber quem era a tal mãe, mas com o passar das temporadas vimos que esse assunto já não era o mais importante e esperado.

O grande evento do episódio era a expectativa em saber se Ted reencontraria numa festa a “abóbora safada” e se ela realmente seria a mãe mas, como já era esperado, nada disso se revelou verdade. O final com a Robin na época que o episódio foi exibido funcionou perfeitamente, pois era um casal que tinha uma possibilidade de durar e agradar por um certo período, porém hoje revendo isso, já não tem o mesmo impacto.

O mais interessante, porém, é notar como o uso do Halloween foi perfeito para o episódio e série, e não apenas mais uma data comemorativa de plano de fundo, pois conseguimos visualizar as personalidades dos melhores personagens da série, como Barney e sua troca de fantasias para conquistar a mesma garota, desde o piloto de avião até um pingüim fofo – além, é claro, da fantasia de diabo, com um figurante servindo como um contraponto vestindo de anjo, ambos atuando como consciência de Ted. Lily e Marshall demonstram uma sincronia incrível, tanto nas escolhas de fantasias, como na comunicação e na vida como um casal.

Com certeza é um dos melhores episódios da temporada, ainda mais se aproveitando de uma data tão comum nos EUA e conseguindo fazer piadas com situações rotineiras e não com a data em si. (Lucas Bonini)

Três é Demais – Two Guys, a Girl and a Psycho Halloween (1998)

Two Guys, a Girl, and a Pizza Place foi mais um dos muitos clones de Friends que as concorrentes da NBC tentaram emplacar nos anos 90. Mas os clones também tem seu charme e esta aqui, que assisti na Fox brasileira, com o péssimo título em português Três é Demais (que por sua vez confunde com o título em português de Full House, a série do Tio Jesse e das gêmeas Olsen) era adorável. E é uma série a ser redescoberta, especialmente porque um dos seus protagonistas, Ryan Reynolds, depois de quase uma década meio apagadinho, meio que estourou em Hollywood no último ano.

A comédia, sobre três amigos (Sharon, Peter e Berg) durou quatro anos e em três deles colocou no ar episódios alucinados de Halloween, totalmente surreais, nonsense e desconectados das tramas da série. No primeiro deles, Two Guys, a Girl and a Psycho Halloween, uma versão psycho do Berg (Reynolds) começa a matar todos os personagens da série, como Johnny (Nathan Fillion, hoje em Castle) e Sharon (Traylor Howard, atual secretária do Mr. Monk). No final, ele revela ser Mimi, a personagem de Kathy Kinney em The Drew Carey Show, num crossover maluco. Acaba o episódio e uma locução narra o que irá acontecer na próxima semana – mas as locações estão vazias já que todos estão mortos. Ah, só que assistiu sitcoms nos anos 90 pra entender – na época um episódio filler, de pura encheção de linguíça, era um charme! (Paulo Serpa Antunes)

NCIS – Witch Hunt (2006)

Nada de festa, Lorde Elfo. General Custer foi baleado e ele tinha um esqueleto em sua sala de estar.

Sim, coisas estranhas acontecem no Halloween.

Eu paguei minha linha por ter dito um dia que NCIS e Halloween não combinavam no exato momento em que Tony e McGee entram no laboratório e dão de cara com Abby. Vê-la vestida de Marilyn Monroe é algo chocante, principalmente se considerarmos que ela ficou muito, muito bem, na fantasia! Pena que ela seja usada em uma festa no cemitério.

Algo mais esperado, mas nem por isso menos divertido, é ver Tony fazendo graça com o feriado de Halooween, tentando assustar Ziva com as coisas estranhas que podem acontecer num feriado que deveria dar medo em crianças – e Ziva ficou uma gracinha com aquelas orelhas de duende azul.

E, de todas as referências ao cinema já feitas por Tony em todos esses anos, aqui tem algo que eu não poderia concordar mais – alguns filmes clássicos simplesmente não devem ser refeitos. Os de terror, então, nem se fala.

No final, descobrimos que Tony odeia o Halloween – porque coisas ruins sempre acontecem – que McGee fala Klingon – totalmente esperado – e que Ducky faz seu chá a maneira inglesa. (Simone Miletic)