Elementary – Step Nine

Data/Hora 28/09/2013, 12:09. Autor
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“Londres é sempre uma cidade diferente”, foi assim que Sherlock Holmes (Jonny Lee Miller) definiu a cidade européia pouco antes de atravessar o Oceano Atlântico e voltar para casa – a capital da Inglaterra.

O episódio de Elementary que se passaria em Londres foi amplamente divulgado pela CBS, mesmo antes da primeira temporada chegar ao fim, no primeiro semestre de 2013. Elementar: Holmes finalmente retornaria para a o 221B, endereço pelo qual todos o conhecem há décadas, seja nos livros ou filmes. Quando Elementary estreou, em 2012, a maior crítica feita à série – depois de transformarem “o” Watson em “a” Watson, claro – foi justamente terem feito o famoso detetive tipicamente britânico se mudar para Nova Iorque, provavelmente, a cidade mais americana que existe.

Pois bem. Essa semana Holmes esteve de volta ao lar, doce lar. Porque, apesar de durante todo o primeiro ano do programa terem explorado o fato de que o detetive deixou o velho continente caído em desgraças, Sherlock estava feliz em voltar à capital inglesa, simplesmente por ser um homem novo. Que ele é um homem novo, a gente sabe – e talvez Conan Doyle até se revire no túmulo por isso. Mas Doyle era britânico, apegado à tradição, e a gente, enquanto espectador, pode, sim, deixar que esse “novo” detetive caia nas nossas graças. Mesmo gostando das mudanças que a CBS fez, confesso que quando descobri que Holmes voltaria para Londres, meus olhos brilharam com a possibilidade de ver o personagem de Lee Miller interagir com alguma coisa que fosse clássica à literatura do detetive. A verdade é que não foi.

Para começar, o 221B tinha tijolos verdes por fora, o que achei horrível esteticamente. Mas isso não vem ao caso. Depois, quando ele entrou no apartamento, ele tinha uma mobília moderna, até refinada e aí meu coração partiu. Gente, mexam com Sherlock Holmes, mas não mexem com o 221B, por favor! Lugar sagrado. Tradicional. Então, explicaram que aquelas coisas, na verdade, não eram de Sherlock, mas do irmão dele, Mycroft, que havia se instalado na ex-moradia do detetive. Outro nome conhecido da literatura – porque, até então, os únicos personagens da série também conhecidos dos livros eram Watson e Gregson, que nada tinham a ver com o que Doyle criou, já que Watson originalmente era um homem e Gregson era britânico, da Scotland Yard, e tinha alguma rivalidade com Lestrade (este também apareceria no episódio minutos mais tarde).

Voltemos ao Mycroft. Na versão da CBS, ele é um homem com cara de psicopata, dono de restaurante, esteve muito doente e quer fazer as pazes com Sherlock. Porque, se Sherlock é mais humano na versão da CBS, Mycroft também haveria de ser. Achei que a relação dos dois fosse ser mais explorada, que alguns conflitos intensos fossem ser colocados, mas não. A doença amoleceu o coração de Mycroft, que só precisou destruir (com uma bomba caseria, há!) as coisas de Sherlock para perdoar o irmão, que dormiu com a ex-noiva dele para provar que ela só estava interessada na fortuna da família (isso, sim, é um jeito bem Sherlock Holmes de provar as coisas). O detetive, por sua vez, ficou muito calmo ao ver suas pequenas relíquias indo ao ar e deu indícios de que a relação com o irmão realmente estava renascendo. Será que, da próxima vez, Mycroft vai pegar um avião rumo à Big Apple? Espero que sim, gostaria de vê-lo de novo e que essa história de irmãos pudesse ser aprofundada – e, quem sabe, alguns segredos obscuros de Sherlock nos fossem revelados?!

Já Lestrade apareceu na forma de detetive no fundo do poço, destituído do cargo e bêbado barato. É que quando Holmes foi para a reabilitação em Nova Iorque e o policial da Scotland Yard se viu obrigado, pela primeira vez, a investigar um caso de verdade. Sozinho, ele “colocou os pés pelas mãos” – como diz minha avó -, e precisou ser afastado da função. Para ajudar o amigo (Sherlock anda fazendo muitas amizades), o detetive começou a re-investigar um caso antigo de Lestrade e provou que o policial estava certo quanto ao culpado de um assassinato, ajudando-o, assim, a retomar a carreira. Nessa relação, os roteiristas também quiseram fazer uma metáfora com o vício de Sherlock: enquanto Holmes era viciado em drogas, Lestrade era viciado em holofotes e isso estava o destruindo. O que é bem interessante nos dias de hoje, soa quase como uma crítica às muitas celebridades, mas acima de tudo, a políticos e até mesmo policiais que a gente cansa de ver na TV, mais preocupados em aparecer do que em ajudar à população. Confesso que achei estranho ver Lestrade tão no fundo do poço como em Elementary, porque, talvez até influenciada por Sherlock, da BBC, eu o imaginasse mais como “um tipão”, um homem forte e bem resolvido. Achei que transformaram o personagem em um grande bobo, mas, mesmo assim, a história ao redor dele foi interessante e sentimental, como uma volta para a casa deve ser.

O episódio também mostrou vários pontos turísticos de Londres e isso foi bem bacana. Imagino que, assim como eu, muita gente sonhe em conhecer a capital da Inglaterra e a série, com certeza, não economizou ao mostrar alguns dos lugares mais famosos e bonitos da cidade. Gostei do episódio, achei genial a sacada de levarem um Holmes tão modernizado de volta para o seu antigo lar, mas acho que ficou apenas nisso: levar Holmes para a casa. Como se estivessem se redimindo pelas tantas mudanças ao enredo clássico até aqui. Poderiam ter explorado mais a relação do detetive com o irmão, com a Scotland Yard (tenho certeza que ele deixou vários inimigos por lá) e até Irene (ou seria Moriarty?) podia aparecer, mandar um bilhete misterioso, sei lá. Algo que surtisse efeito. Foi emocionante ver Holmes em Londres, mas ficou um gostinho de quero mais. Até porque, o nome do episódio era Passo 9, que é exatamente fazer as pazes com os velhos desafetos. Eles poderiam ter caprichado um pouquinho mais. Também achei que o caso policial foi resolvido de forma muita rápida, a primeira teoria de Sherlock se comprovou certeira. Gosto quando existe uma reviravolta, ele precisa lidar com imprevistos. A impressão que deu era que Holmes era um gênio e Lestrade um mero incompetente, sabe-se lá como chegou à polícia londrina… Tirando isso, foi tudo emocionante!

Uma frase que achei interessante no episódio foi quando Mycroft, na cozinha do 221B, disse à Watson: Sherlock is addicted to being himself  (Sherlock é viciado em ser ele mesmo). Engraçado porque, depois desse episódio, tudo o que tive certeza é de que Sherlock Holmes não é Sherlock Holmes (não aquele dos livros de Conan Doyle, definitivamente). E não vejam isso como uma crítica, por favor. Tenho achado esse Holmes cheio de amigos e com coração mole (que até escreve uma carta de desculpas – interrompida por Lestrade) uma delícia de acompanhar. É só mesmo uma constatação. E ponto.

p.s.¹: quem adorou ver a Lucy Liu golpeando um cara bem no comecinho do episódio, em um parque de Nova Iorque? A Alex, de As Panteras, baixou ali… Só faltou ela sensualizar e balançar aqueles cabelos longos ao vento.

p.s.²: bem que poderia ter rolado um crossover com Sherlock; um personagem da série britânica aparecer ali (que fosse até o Lestrade). Sonha, Gabriela…

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